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sábado, 16 de novembro de 2013









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Coluna
Rodrigo Constantino

Análises de um liberal sem medo da polêmica

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16/11/2013 às 21:06 \ Comunismo, Corrupção



Fonte: GLOBO


Eis a pergunta que não quer calar: por que o criminoso condenado, Henrique Pizzolato, foi para a Itália, e não para Cuba? Sua justificativa, uma peça de ironia misturada com falta de caráter, alega que a justiça brasileira não é confiável.

Ou seja, a justiça do país que tem 11 anos de PT no poder, que indicou quase todos os ministros do STF, não é confiável, mas a da Itália é. A mesma que o próprio PT acusou de não ser confiável quando o condenado foi o assassino comunista Cesare Battisti, que encontrou um ombro amigo em nosso governo.

O PT é uma piada pronta, mas de muito mau gosto. Pizzolato era o homem do Banco do Brasil no esquema do mensalão. O mesmo banco estatal que financia vários blogueiros chapa-branca. Tem site 171 por aí que só tem anúncio do BB e da Caixa! O círculo se fecha.

O que chama a atenção é que essa esquerda caviar jamais busca “exílio” em Cuba ou na Venezuela. Coreia do Norte, então, nem pensar! Por que será?

Não seria lindo ver um bandido foragido procurar asilo na Venezuela? Ou bater à porta dos irmãos Castro e pedir um cantinho de refúgio no paraíso socialista, o mesmo que querem implantar no Brasil?

Esperem sentados. A corja socialista sabe muito bem que o socialismo não presta. O “pizzaiolo” prefere assar a pizza no capitalismo italiano. É o mesmo local que Chico Buarque procurou na década de 1960.

Socialismo, só para os outros. Pimenta no olho dos outros é refresco…




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domingo, 20 de outubro de 2013

‘U zianque, a zelite, o vendaval’, por Carlos Brickmann







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20/10/2013 às 7:36 \ Opinião



Publicado na coluna de Carlos Brickmann


Faz 50 anos. Diante da movimentação das Ligas Camponesas, do desafio à hierarquia militar, de anúncios de gente ligada ao Governo sobre reformas “na lei ou na marra”, o governador paulista Adhemar de Barros advertiu: “Vai chover”. Choveu. A chuva inundou o Brasil por 21 anos, e tem consequências até hoje.



Dilma Rousseff teve de chamar o Exército para garantir o leilão do campo petrolífero de Libra, no pré-sal, marcado para esta segunda. Os petroleiros decidiram entrar em greve contra o leilão, acusando as elites brasileiras de vender o país aos estrangeiros ─ de novo, a ligação entre o que chamam de A Zelite e U Zianque. Este leilão é defendido por um especialista no ramo, Haroldo Lima, líder histórico do Partido Comunista do Brasil, que pode ser tudo menos amigo du Zianque. Aliás, muitas das grandes empresas petrolíferas ocidentais preferiram ficar fora; mas as grandes estatais petrolíferas chinesas estão na disputa. Sejam suas alegações falsas ou não, a greve dos petroleiros é explosiva: pode parar o país ─ como, em 1973, a greve dos caminhoneiros parou o Chile. E deu no que deu.

Um Governo que, para cumprir sua decisão, precisa chamar o Exército, mostra que não se sente forte. Instituições que não conseguem impedir o MST e o MTST, as Ligas Camponesas de hoje, de invadir prédios do Governo e ocupar áreas privadas, nem se sentem em condições de enfrentar mascarados que usam porretes, marretas, estilingues e pedras, mostram fragilidade. Exército e Polícias estão descontentes com verbas e salários.

O clima é instável, sujeito a chuvas.

Pequim é aqui
O Windsor Barra Hotel, um dos mais luxuosos do Rio, com 338 apartamentos de frente para o mar, está inteiramente tomado por chineses. Por coincidência, este é o hotel em que será realizado o leilão do campo petrolífero de Libra.

A escolha do nome
Citando Shakespeare, se uma rosa tivesse outro nome teria o mesmo perfume. Mas nome é tão importante que um papa, ao ser eleito, escolhe como será chamado. O novo nome costuma indicar a linha pastoral que pretende seguir.

Um grupo de empresários privados quer construir um novo aeroporto em São Paulo, destinado a aviões executivos ─ aeroporto, aliás, contestado por ambientalistas. Nome do empreendimento, a ser erguido na região de Parelheiros: Aeródromo Harpia. Que significa Harpia? De acordo com o dicionário Aulete, Harpia pode ser: a) monstro da mitologia grega com cabeça de mulher e corpo de abutre; b) pessoa ávida, avarenta e de má índole, capaz de extorquir as outras pessoas; c) gavião real. Ao escolher o nome, certamente os empreendedores pensaram no gavião real ─ uma bela e imensa ave de rapina, com envergadura que atinge dois metros. De acordo com o mesmo dicionário, o gavião-real (Harpia Harpyja) possui fortes garras afiadas, capazes de capturar grandes mamíferos.

Pois é.

Brasil…
O caro leitor se manifestou nas ruas contra o desperdício de dinheiro público? Pois a Escola de Samba Grande Rio vai desfilar, no próximo Carnaval, em homenagem à cidade de Maricá. Para garantir o bom andamento do desfile, o prefeito petista de Maricá, RJ, Washington Quaquá, já havia destinado R$ 3 milhões do Tesouro municipal para a escola.

Parece que não foi o bastante: Quaquá estuda aumentar o patrocínio da escola de samba em mais um milhão de reais.

…meu Brasil brasileiro…
Andressa Mendonça, esposa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, filiou-se ao PSL de Goiás e deve se candidatar a deputada federal. Segundo o presidente regional do PSL goiano, Dário Paiva, a Sra. Cachoeira é “o símbolo da força da mulher”. Andressa Mendonça está solta sob fiança. Há pouco mais de um ano, foi presa ao dizer que tinha um dossiê sobre o juiz Alderico Souza Santos.

…meu mulato inzoneiro…
José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, preso no exercício do mandato, entrou no PR. Entraram também no partido, pensando nas eleições do ano que vem, Brizola Neto, ex-PDT, e o usineiro Maurílio Biaggi Jr. O PR é comandado por Waldemar Costa Neto, condenado no processo do Mensalão.

…vou cantar-te nos meus versos
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E ambas não se misturam. Chico Buarque de Holanda falou mais de uma besteira na polêmica sobre biografias ─ inclusive negando ter dado uma entrevista que foi gravada e filmada. Mas não é por isso que deve ser desqualificado. É um dos maiores letristas brasileiros.

A música de suas canções não é tão boa quanto a letra, mas assim mesmo é de ótima qualidade. Como cantor, é aceitável. Como escritor, é chato. E, quando fala de política, é velho. Mas querer que o compositor de A Banda e de Atrás da Porta atinja nível igual quando fala de política, é pedir demais.

É o mesmo que achar que Pelé, só por ser Pelé, tem de ser um grande compositor. Pelé até acha “o Édson” um bom compositor, como Chico Buarque se acha um bom jogador de futebol (tanto que é titular no time de que é dono, o Polytheama). Pelé, calado, disse Romário, é um poeta; Chico, dando entrevista, poeta é que não é.

Tags: campo de Libra, Chico Buarque, Dilma Rousseff, Escola de Samba Grande Rio, Petrobras


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A covardia de Chico Buarque: quando não restar mais nenhum argumento, ataque a Globo. Os idiotas costumam zurrar de satisfação!







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17/10/2013 às 2:38



Este post tratará da incrível covardia intelectual de Chico Buarque e demonstrará o truque vigarista a que recorre para defender um ponto de vista autoritário, estúpido. Mas, antes, é preciso fazer algumas considerações.

Chico não é tema novo neste blog. Por ocasião do Prêmio Jabuti, que ele costumava ganhar por inércia — não escrevia o melhor romance, mas o melhor livro… —, a coisa pegou fogo. Sei o quanto me custou o embate. Os “amigos de Chico”, que formam uma verdadeira legião, poderosa como os demônios, estão em toda parte e tentaram me esmagar. Mas, como diria Lula, tenho o couro duro (ele, na verdade, falou “casco”; cada um na sua, né?). A coisa, no entanto, era de tal sorte ridícula que o Prêmio Jabuti mudou, conforme, diga-se, eu defendia. Agora, o “melhor livro” tem de ser escolhido entre os melhores de cada categoria. O debate não era literário. Nada tinha a ver com a qualidade do escritor Chico Buarque, embora eu considere sofrível a prosa do bom letrista. Um dos que saíram em sua defesa foi Caetano Veloso, num texto em que me chamou de “Ronaldo Azevedo”. Respondi. Agora, os dois estão juntos numa nova empreitada: em defesa da censura prévia.

Sim, Caetano é aquele senhor que se fantasiou de black bloc e posou para um fato. Em texto, chegou a dizer que eles “fazem parte” — preferiu omitir o complemento nominal, no seu estilo “cogitus interruptus”. Andamos batendo boca. Ele lá no Globo. Eu aqui. De novo, não se cuidava da qualidade do seu trabalho. Gosto de várias músicas de Caetano. Com o tempo, tornou-se um grande cantor. O talento para isso e aquilo não torna os artistas imunes à crítica quando decidem dar opinião fora da sua especialidade. A opinião estupida sobre isso e aquilo, igualmente, não compromete a qualidade de sua obra. Não acho Chico um péssimo romancista porque ele se diz de esquerda. Não gosto é daquela dita “prosa poética”, mas esse particular não tem importância agora.

Não pretendo usar a questão da censura para demonstrar que eu estava certo nos embates que mantive com ambos no passado. A defesa que a dupla passou a fazer da censura expõe, no entanto, a bolha de alienação da realidade e, sim!, de autoritarismo em que viviam. Ai de quem, pouco importava o tema, se atrevesse a contestá-los. Como dois aiatolás do pensamento, expediam as suasfatwas — especialmente Caetano, que é mais histriônico, mas, à sua maneira, intelectualmente mais honesto. Chico costuma arrumar alguns braços que dão porradas em seu lugar. É mais sorrateiro, como constatei no caso do Prêmio Jabuti.

O adversário de qualquer um deles, pobrezinho!, quase sempre estava fadado ao ridículo. Ou lhe pespegavam a pecha de ressentido e invejoso ou, como aconteceu comigo, de “reacionário” e “direitista”. Logo, se alguém é uma dessas duas coisas, ou as duas, como pode estar certo? Ainda que sustente que dois mais dois são quatro, deve haver algo de suspeito nisso. Afinal, se a matemática, para a direita e para a esquerda, segue sendo a mesma, resta no ar a suspeita da trapaça, não é mesmo?

Nesse episódio lamentável da defesa que passaram a fazer da censura, há, sim, aspectos positivos. Em primeiro lugar, essas estrelas colaboraram para dar ao caso uma visibilidade que, de outro modo, talvez não tivesse — em parte, devemos ser gratos à espantosa inteligência de Paula Lavigne e à elegância com que argumenta. Em segundo lugar, consolida-se uma verdade, na contramão de uma estupidez que sempre me incomodou no país: nossos artistas não devem ser tomados como nossos filósofos; menos ainda como nossos guias morais. Devemos amá-los, detestá-los ou ignorá-los por aquilo que produzem. Em terceiro lugar, sólidas reputações do chamado “progressismo” deixaram finalmente claro que mundo têm em mente e qual seu horizonte de uma sociedade livre. Tudo isso, creio, pode ser didático. Em quarto lugar, e agora falo de um ambiente que conheço mais de perto, noto que caiu a ficha, como se diz, de muitos jornalistas, que integravam a turma do gargarejo dessas celebridades-intelectuais. É bem verdade que já existem por aí candidatos a ocupar, no futuro, o lugar dos aiatolás atuais. Wagner Moura será, um dia, como Chico Khomeini e Caetano Khamenei. Se o ator diz que o PSOL é legal, a despeito do desastre que essa gente produz na educação da cidade do Rio, os socialistas da Zona do Sul, com vista para o mar, não ousam contestar. Se preciso, ajoelham-se diante da figura do deputado estatual Marcelo Freixo, o que vê o caos passar na janela e dá uma de Carolina, como se seu partido não fosse um dos promotores da desordem.

Muito bem. Começo a voltar da digressão que fiz. Chico Buarque escreveu um artigo no Globo em que faz a defesa escancarada da censura, expondo experiências pessoais que, segundo se entende, devem ser tomadas como argumentos. Chega a ser constrangedor. Não há ali uma só ideia que possa ao menos ser combatida porque não há ideia nenhuma. O texto vai se desenvolvendo em torno do nada. Aí lhe bateu uma iluminação: “Por que não atacar a Globo no jornal o Globo?” Além de mostrar a sua suposta independência, desperta a solidariedade dos estúpidos, num momento em que os defensores da censura estão perdendo a batalha.

  • Escreve ele:
  • “Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor.”

  • Retomo
No mundo inteiro, inexiste uma emissora do tamanho e da importância relativa da Globo que esteja tão à esquerda, qualquer que seja o tema. Trata-se, obviamente, da esquerda aggiornada, que deixou o socialismo pra lá. Nem a China se preocupa mais com isso, certo? Cuida-se hoje é da chamada esfera de valores. A emissora fez uma cobertura absolutamente simpática aos movimentos de rua; adere, sem recusar o proselitismo, a todas as causas das minorias (nas novelas, programas de entretenimento e jornalismo) e trata com franca hostilidade opiniões consideradas “conservadoras” ou “reacionárias”. Suas novelas esbarram no mau gosto do didatismo à moda realismo socialista — mas, reitero, com esse viés inclusivo. Ou não se viu até merchandising pró-aborto e contra a internação de viciados na novela das 21h? Para arremate, não custa lembrar que as Organizações Globo tornaram público um mea-culpa pelo apoio dado à ditadura militar.

Cadê a Globo “reacionária”? Ocorre que esse fantasma precisa existir para que os pterodáctilos tenham uma causa. Se não for para controlar a Globo, “controlar a mídia” por quê e para quê? Aliás, desconfio que, sob o comando petista, ela seria um tantinho mais, como direi?, conservadora. Ocorre que atacar a emissora é o último refúgio de quem já não tem mais argumento.

Desculpas a peso de ouro
Se é verdade que houve o tal banimento de Chico da Globo na década de 70 (não pesquisei para saber se a emissora se redimiu disso também), cumpre observar, então, que, antes de pedir desculpas pelo apoio dado à ditadura, a empresa pediu desculpar ao próprio Chico. E na forma de um contrato que, à época, se dizia milionário. Refiro-me ao programa “Chico & Caetano”, que foi ao ar entre e 25 de abril a 26 de dezembro de 1986, com roteiro do sempre excelente Nelson Motta.

Chico Buarque poderia ter dito um sonoro “não” ali, não é mesmo? Afinal de contas, tecnicamente, o Brasil ainda era um ditadura — a mesma ditadura, mas já esculhambada, por cujo apoio a Globo se penitenciou depois. Mas ora, ora… Ao “esquerdista” Chico pareceu, certamente, inteligente e útil ter um programa no horário nobre da emissora. Os vídeos estão no Youtube. Abaixo, segue o do primeiro, a que vocês poderão assistir mais tarde se quiserem.



Caetano canta, a partir dos 6min35s, uma de suas mais belas canções: “Milagres do povo”. Há lá coisas como:
“Quem é ateu e viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem Deus
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar
(…)
E o povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
(…)”

Há Nietzsche e Fernando Pessoa misturados aí. Como há Shakespeare diluído em “Pedaço de mim”, de Chico, como me alertou meu amigo Carlos Marchi. Querem ver (não está no vídeo acima)?
  • Chico
“Leva o vulto teu
que a saudade é o revés de um parto,
a saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu.”

  • Shakespere
“Grief fills the room up of my absent child,
Lies in his bed, walks up and down with me,
Puts on his pretty looks, repeats his words,
Remembers me of all his gracious parts,
Stuffs out his vacant garments with his form.”
  • Ou
“Dor enche o quarto de meu filho ausente,
deita em sua cama, anda a meu lado,
sua graça assume, sua fala repete,
me faz lembrar todos os seus encantos,
preenche as roupas ocas com sua forma.”

Que grande e notável pensador se saiu este rapaz! Com a censura ainda em funcionamento, aceitou um programa na Globo e deixou para trás as suas mágoas. Aos comunistas amigos, deve ter deixado claro que, como é mesmo?, não “era pelos 20 centavos”, mas em nome da causa. Em 2013, com o Brasil vivendo, a despeito das suas convicções, é bem verdade, uma democracia plena (ele gosta é do regime cubano), este senhor vem brandir o fantasma de uma Globo que já não existe para defender um procedimento, a censura, que era uma das marcas justamente daquele regime de exceção contra o qual ele criou algumas metáforas.

Chico & Caetano poderiam ter continuado a, deixem-me ver como escrever, verter Pessoa, Nietzsche e Shakespeare também para quem sabe assoviar. Em vez disso, resolveram defender a censura virtuosa. Há de pesar em suas respectivas biografias. Por Reinaldo Azevedo


Chico Buarque faz escola: Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, quer tirar do ar um blog de humor







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16/10/2013 às 19:23



Chico Buarque, considerado um verdadeiro herói da luta contra a censura — um dos esportes dos militantes de esquerda d’antanho era caçar suas metáforas contra o regime… —, escreveu um texto no Globo explicando por que defende a censura prévia no caso das biografias. O artigo, autocomplacente, se chama “Penso eu”. Não há pensamento nenhum lá. Há apenas o relato de uma experiência pessoal, que ele não considerou agradável. Pessoas envolvidas já o desmentiram. A vida é assim. O episódio teria acontecido durante o Regime Militar. Hoje, o Brasil é uma democracia, e existem meios de se coibirem crimes contra a honra ou corrigir inverdades sem apelar à censura, que era justamente um dos instrumentos que serviam à ditadura, contra a qual Chico produzia metáforas em penca. O artigo é de uma estupidez altiva, muito própria da personagem. Uma experiência pessoal malsucedida — se verdadeira… — é o bastante para justificar, então, uma medida de força, tomada pelo estado.

A estupidez de Chico Buarque pertence a um tempo. Ele integrou o agitprop do poder que aí está, de que a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), por exemplo, é uma das… iluminuras. Rimas escoiceiam a minha cabeça. Mas me contenho. Rosário ilustra, orna, enfeita como ninguém este tempo. Só para lembrar: esta senhora é aquela que, durante a viagem da presidente Dilma Rousseff a Cuba, negou-se a comentar a questão dos direitos humanos na ilha porque, disse, há o embargo americano. Entendi. Se o embargo existe, então tudo é permitido a Fidel e a Raúl. Melhor pra eles, né?

Pois bem. Rosário agora tem uma nova questão, leio na Folha Online. Ela quer retirar do ar um blog de humor chamado “Joselito Müller – Jornalismo Destemido”. Por quê? Ah, a exemplo de Chico Buarque, ela se incomodou em ver seu nome citado na página.

Atenção! Não é preciso ser muito sagaz — e isso quer dizer que aposto, na espécie, na capacidade de entendimento da ministra — para entender que se trata de humor. O que faz o autor do blog, nem sei quem é, é submeter ao ridículo algumas notícias que estão por aí. Ao se tornarem evidentemente falsas, acabam expondo, sim, pela via da ironia, algumas verdades. Mas é evidente que ninguém tomaria a página como uma fonte de informação. Trata-se, em essência, de diversão, ainda que “ridendo, castigat mores”, como aqui já se disse tantas vezes. Vejam estas manchetes da página:

- Maria do Rosário se comove ao ver vídeo de assaltante sendo baleado
- Universitário faz operação de mudança de raça e vira índio Guarani
- Protestos no Rio: OAB quer que polícia utilize cacetes acolchoados para não ferir manifestantes
- Comércio de “Cigarrinhos de chocolate” e “pedrinhas de crack de chocolate” provoca polêmica
- Teoria marxista: Homem vende buraco no quintal de casa por 500 mil reais
- Neguinho da Beija Flor é processado por cometer racismo contra si próprio
- Na ONU, Dilma expressa preocupação com fuga em massa de americanos para Cuba

Voltei
Alguém leva a sério a “fuga de americanos para Cuba”? Acho que não. A brincadeira, no entanto, é verossímil (o que não quer dizer “verdadeira”) numa outra esfera: ironiza a simpatia dos petistas pela ditadura cubana. Alguém acredita que OAB possa defender cassetetes acolchoados para não ferir o lombo de black blocs? Duvido. Mas a ironia é relevante porque expõe a óbvia simpatia que a entidade vem demonstrando pelos brucutus, chamados de “manifestantes”. O mesmo vale para a notícia sobre Maria do Rosário. Ela é “falsa”, como as outras, mas abriga um aporte crítico — crítica que, diga-se, eu mesmo já fiz mais de uma vez: a ministra deveria se manifestar com mais dureza contra bandidos e ser mais solidária com as vítimas. Ela vai tentar me tirar do ar também?

As esquerdas odeiam a liberdade de expressão. Sempre odiaram. Não importa se é a esquerda que canta, que dança, que sapateia, que chuleia, que caseia ou que prega botão. A questão é histórica. Lênin, o pai de todos, considerava a imprensa livre uma reivindicação burguesa. Ora, pensem bem: se “o” partido detém a verdade e se a verdade e uma só, liberdade pra quê?

Volta e meia, os blogs sujos, financiados por estatais e gestões petistas, atribuem-me coisas que não penso e que jamais escrevi ou escreveria. Abrem suas respectivas áreas de comentários para as piores baixarias. Em tese ao menos, são “páginas sérias”, que se ocupam de notícias. Se e quando decidir, o caminho que tenho para a reparação é a Justiça. Se ela considerar que houve ofensa à honra, que se faça a reparação. Se achar que não, paciência. É assim que funciona.

A ministra não foi por aí, não! Seria difícil, creio, exigir reparação de um blog de humor, não é? Então ela preferiu outro caminho: quer mesmo é tirar a página do ar. E a Secretaria de Direitos Humanos (!!!) explica o motivo: “Ao atribuir falsas declarações à ministra, o blog comete um ato criminoso e fere princípios éticos fundamentais”. É o fim da picada!

Atenção, sites de humor! Cuidado ao fazer piadas com a ministra dos Direitos Humanos. Ela pode ficar zangada. Sugiro aos rapazes e às moças do Porta dos Fundos, por exemplo, que continuem a sacanear Moisés, Jesus Cristo, Maria, o papa (Maomé, não; ninguém precisa ir pelos ares só por tentar ser engraçado…), a “presidenta” e até o diabo (já aconteceu). Só não mexam com Maria do Rosário! Vocês vão ver o que pode o mar vermelho… Por Reinaldo Azevedo


Pingo nos iis







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O GLOBO

Publicado: 16/10/13 - 0h00 
Atualizado: 16/10/13 - 18h09


COMO SEMPRE, é o debate que ajuda a formar e qualificar opiniões.


ACONTECE AGORA na polêmica sobre as biografias. E nela, coerentes com a defesa da liberdade de expressão no sentido mais amplo, como estabelece a Constituição, somos a favor do direito de o biógrafo exercer seu trabalho, sem qualquer tipo de censura prévia. Assim como do direito do biografado de apelar à Justiça em busca de qualquer reparo.


LAMENTE-SE, apenas que, nesta saudável discussão, alguns tentem constranger O GLOBO com alusões descabidas.



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Penso eu







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Publicado:16/10/13 - 0h00
Atualizado:16/10/13 - 11h19





Chico Buarque


Cantor, compositor e escritor

Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não

Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não. Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.

O texto de Mário Magalhães sobre o assunto das biografias me sensibilizou. Penso apenas que ele forçou a mão ao sugerir que a lei vigente protege torturadores, assassinos e bandidos em geral. Ele dá como exemplo o Cabo Anselmo, de quem no entanto já foi publicada uma biografia. A história de Consuelo, mulher e vítima do Cabo Anselmo, também está num livro escrito pelo próprio irmão. Por outro lado, graças à lei que a associação de editores quer modificar, Gloria Perez conseguiu recolher das livrarias rapidamente o livro do assassino de sua filha. Da excelente biografia de Carlos Marighella, por Mário Magalhães, ninguém pode dizer que é chapa-branca. Se fosse infamante ou mentirosa, ou mesmo se trouxesse na capa uma imagem degradante do Marighella, poderia ser igualmente embargada, como aliás acontece em qualquer lugar do mundo. Como Mário Magalhães, sou autor da Companhia das Letras e ainda me considero amigo do seu editor Luiz Schwarcz. Mas também estive perto do Garrincha, conheci algumas de suas filhas em Roma. Li que os herdeiros do Garrincha conseguiram uma alta indenização da Companhia das Letras. Não sei quanto foi, mas acho justo.

O biógrafo de Roberto Carlos escreveu anteriormente um livro chamado “Eu não sou cachorro não”. A fim de divulgar seu lançamento, um repórter do “Jornal do Brasil” me procurou para repercutir, como se diz, uma declaração a mim atribuída. Eu teria criticado Caetano e Gil, então no exílio, por denegrirem a imagem do país no exterior. Era impossível eu ter feito tal declaração. O repórter do “JB”, que era também prefaciador do livro, disse que a matéria fora colhida no jornal “Última Hora”, numa edição de 1971. Procurei saber, e a declaração tinha sido de fato publicada numa coluna chamada Escrache. As fontes do biógrafo e pesquisador eram a “Última Hora”, na época ligada aos porões da ditadura, e uma coluna cafajeste chamada Escrache. Que eu fizesse tal declaração, em pleno governo Médici, em entrevista exclusiva para tal coluna de tal jornal, talvez merecesse ser visto com alguma reserva pelo biógrafo e pesquisador. Talvez ele pudesse me consultar a respeito previamente e tirar suas conclusões. Mas só me procuraram quando o livro estava lançado. Se eu processasse o autor e mandasse recolher o livro, diriam que minha honra tem um preço e que virei censor.

Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor.

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VEJA TAMBÉM

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905