Dilma com Lula: é surpreendente que, com ambos perdendo popularidade, Lula já esteja quase no mesmo patamar de Dilma (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)
Há dois pontos novos a se destacar na mais recente pesquisa Ibope.
O mais relevante para a disputa presidencial é que pela primeira vez a soma de “nulos e brancos” com “não sabe” empata com as intenções de votos de Dilma ou fica ligeiramente abaixo, a depender do cenário. A presidente continua líder e vencendo no primeiro turno.
Outro destaque da pesquisa é que não apenas a presidente Dilma está caindo na preferência dos eleitores — de 40% para 37% —, mas também o ex-presidente Lula, quando apresentado como opção a ela, cai para 42%, quando já teve até 55% dos votos.
A má notícia para Dilma é compensada por essa má notícia para Lula.
Embora se mantenha como franco favorito quando surge como candidato, Lula já está praticamente empatado tecnicamente com a presidente Dilma, o que pode indicar que o que está decaindo no gosto popular é a maneira petista de governar.
Certamente terá contribuído para o desgaste do PT o acúmulo de notícias ruins dos últimos dias, como a crise na Petrobras e o caso da ligação do deputado André Vargas com um doleiro preso.
O mensalão continua sendo um processo desgastante para o partido, e as denúncias de novas corrupções só reforçam essa faceta, doze anos depois de o PT chegar ao poder.
Mas a insatisfação com a situação econômica também está refletida na pesquisa. A desaprovação ao governo já é maior que a aprovação (48% a 47%), um indicador clássico de tendência de queda de votação.
A avaliação negativa subiu de 27% para 30%, aproximando-se do nível de julho de 2013, durante as manifestações populares, quando o índice foi de 31%.
Há ainda um dado preocupante a mais: já são maioria (51%) os que não confiam na presidente Dilma.
Essa repórter de TV meteu-se a entrevistar o prefeito da cidade de Kampen, 35 mil habitantes, no delta do rio Íssel, na Holanda, ficando bem na beiradinha da água e procurando apoiar-se num cabo estendido próximo, vindo de algum lugar.
Como na TV a imagem em movimento é crucial, cada vez mais jornalistas televisivos de toda parte “interpretam” como atores diante das câmeras: experimentam comidas e bebidas e comentam, lidam com animais ferozes, entram de botas de borracha em zonas alagadas, tomam chuva, enfrentam furacões, vestem-se como bombeiros — sem falar, é claro, nos que estão em zonas de guerra.
Nem sempre a movimentação do repórter tem qualquer importância para a matéria, em si, mas é sempre necessária a imagem que traga emoção. As entrevistas, para não se tornarem monótonas, volta e meia escolhem cenários exóticos, inesperados ou com algum risco.
Passarela criada para travessia de caranguejos na Ilha Christmas, na Austrália: para que não sejam mais atropelados 50 mil exemplares a cada ano (Foto: Christmas Island Tourism Association)
A iniciativa é das mais louváveis e os resultados, em grande parte dos casos, muito positivo: construir passarelas e túneis transversais a estradas para possibilitar que animais selvagens dos arredores possam passar de um lado a outro.
Os leigos no assunto, como eu, podem até pensar que a opção é muito complexa para o entendimento dos bichos. Mas, como mostram os exemplos exibidos neste post, eles dão grandes amostras de inteligência, se adaptando pouco a pouco ao uso das alternativas que ajudam muito a poupar a vida de várias espécies.
Passarela sobre a Trans-Canadá no Parque Nacional Banff: vidas poupadas e estudo científico ampliado (Foto: Qyd)
, sudoeste do Canadá, a mortalidade animal causada por atropelamentos da estrada Trans-Canadá, que corta a reserva de 6,6 mil quilômetros quadrados – e mais toda a extensão horizontal de 8 mil quilômetros do país norte-americano – baixou consideravelmente com a construção de uma série de caminhos. O mais célebre e a passarela coberta com madeira que possibilita o tráfego sobre a rodovia.
Ursos, alces, veados e outros animais da região, que antes corriam alto risco de vida nas travessias, foram aprendendo a utilizar o novo dispositivo. “De quebra”, a passarela ainda serviu para a realização de estudos científicos envolvendo a coleta de DNA dos ilustres transeuntes por meio de um sistema de arames dispostos no local. Vejam mais a respeito
(apenas em inglês).
, próxima a Naarden, cidade no norte da Holanda. Com 800 metros de extensão e 5º de largura, a passarela batizada Natuurbrug Zanderij Crailo, erguida entre 2002 e 2006, é a via preferida para javalis, veados e texugos se manterem ilesos ao cruzarem não apenas uma estrada, mas também uma linha de trem, entre outras vias acessadas por pessoas e veículos.
Uma das passagens subterrâneas sob a Interstate 75, na Flórida: as panteras pararam de ser atropeladas (Foto: Gizmodo)
A ação humana em favor dos animais expostos aos riscos das estradas tem obtido ótimo resultado também na Flórida, estado no sudeste dos Estados Unidos. Lá, as beneficiadas são as panteras-da-Flórida, cuja população atual é calculada em aproximadamente 100 indivíduos.
Os atropelamentos não são os únicos fatores a ameaçarem de extinção este lindo felino de pele bege e olhos esverdeados – há também o desmatamento e a presença local de seus predadores, os temidos aligátores -, mas vinham contribuindo consideravelmente. Só entre 2006 e 2007, 24 morreram atropeladas.
A situação insustentável levou a Comissão de Conservação de Peixes e de Vida Selvagem da Flórida (FWC
http://myfwc.com/) a criar 24 túneis sob e 12 passarelas sobre trechos da estrada nacional Interstate 75, que passa por ali. Também instalou mais de 50 quilômetros de cercas protetoras. Não funcionou apenas com as panteras, que não tiveram nenhuma baixa registrada desde então, mas também com outros usuários, como linces e texugos.
Salamandras
Salamandras passam, ilesas, por debaixo de rua em Amherst, EUA (Foto: Adam Ford)
Cada lugar com sua particularidade envolvendo a saga dos animais em ambientes urbanos.
Em Amherst, cidade do estado Americano de Massachusetts, quem vivia grande drama era uma espécie de salamandra terrestre de manchas amarelas. Uma movimentada rua separava o seu habitat cotidiano das lagoas onde se reproduziam. Tal disposição geográfica significava um sem-fim de esmagamentos por automóveis.
Uma vez percebido o problema, em 1987, entraram em cena órgãos governamentais, pesquisadores científicos e a Universidade do estado, o que culminou com a construção de dois túneis, ou melhor tubos, com meio de diâmetro, separados por 61 metros.
Até perceberem o que tinham à sua disposição, os anfíbios ainda tiveram que amargar uma porção de mortes em sua população. Mas aprenderam o novo caminho, e o projeto deu tão certo que chegou a ser imitado em outras cidades americanas.
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19/04/2014 às 4:14 \
Política & Cia
Vista aérea da refinaria Pasadena, no Texas, EUA, pertencente à Petrobras e pivô do enorme escândalo em andamento (Foto:Gilberto Tadday)
Por Ana Clara Costa, de Pasadena, Texas, EUA, para VEJAA presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró foram ao Congresso prestar esclarecimentos sobre a contestada compra da refinaria de Pasadena (PRSI) no Texas — foco de uma virtual CPI.
Antes da sabatina, eles se encontraram para alinhar o discurso. Graça alertou Cerveró de que nenhuma afirmação que aumentasse a crise seria tolerada. A tática era apresentar o caso tão somente como um investimento fracassado — nada mais que isso. Sabatinada por seis horas na terça-feira, a executiva seguiu à risca esse roteiro. Reconheceu que a compra “não foi um bom negócio”. Mais ainda, afirmou que não há chance de que o dinheiro despejado na refinaria seja recuperado.
Quando chegou seu dia de falar, Cerveró reafirmou que em 2006, quando a compra de uma participação de 50% em Pasadena foi decidida, o negócio estava em consonância com a estratégia de internacionalização da Petrobras.
Corroborou aquilo que Dilma Rousseff afirmara um mês antes: as cláusulas que obrigaram a Petrobras a comprar a parte da belga Astra Oil no empreendimento, elevando o valor total do negócio a 1,25 bilhão de dólares, não constavam do resumo executivo apresentado ao Conselho de Administração, que ela presidia à época.
Anteriormente, Cerveró havia dito que o conselho dispunha de todas as informações necessárias — daí o alerta de Graça. Desta vez, baixou o tom. “Não tive a intenção de enganar Dilma”, disse ele, acrescentando que não mencionou as cláusulas por julgar que elas “não eram relevantes”.
Ao fim de cinco horas, os governistas se apressaram em dizer que os esclarecimentos eram suficientes. O fato, porém, é que o discurso alinhado de Graça e Cerveró não bastou para afastar da oposição o objetivo de que se faça uma investigação aprofundada.
Há outros esqueletos no armário da Petrobras: as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e de San Lorenzo, na Argentina, estão igualmente cercadas por dúvidas. Quem conhece de perto a questão diz que, se Pasadena foi um mau negócio, Abreu e Lima é um negócio da China.
A ovelha negra da região
Cidades com refinarias não são lugares aprazíveis. Pasadena, onde estão instaladas dezenas de plantas, não se desvia um milímetro dessa regra. Seu apelido é Stinkadenae, por causa das emissões de gases, o céu tem uma permanente coloração cinzenta.
Para minimizarem o ônus de viver em um lugar assim, autoridades e moradores fazem pressão constante sobre as refinarias, apontando aquelas que se qualificam como boas e más “corporações-cidadãs”. A PRSI é hoje a ovelha negra entre as empresas locais. “É a pior refinaria da região em todos os sentidos”, afirma Rock Owens, procurador do condado.
Segundo a agência de proteção ambiental do governo americano, a refinaria teve o maior número de violações ambientais graves nos últimos cinco anos em Pasadena. Em 2013, do total de 1,8 milhão de dólares em penalidades aplicadas no Texas, a maior fatia coube a ela: 757.000 dólares. “O Estado é leniente em relação às políticas ambientais. Mesmo assim, ela conseguiu levar a multa”, diz Owens.
Sem modernização há… 50 anos
O estado de conservação da refinaria é a origem de todos esses problemas. A planta foi construída em 1920, pela Crown Central Petroleum, e não passou por nenhuma grande modernização nos últimos cinquenta anos.
Para todos que navegam pelo Houston Ship Channel, a principal via de escoamento dos derivados de petróleo produzidos na região, o cartão de visita da PRSI é uma instalação queimada, caindo aos pedaços. Trata-se de uma estrutura que explodiu em 2011. Os escombros nunca foram removidos.
Como em qualquer indústria, quanto mais antigas as instalações, mais cara é a manutenção e maior o seu passivo ambiental — um fator importante em Pasadena, uma vez que a legislação do Texas exige que qualquer reforma contemple também o tratamento do solo, da água e dos resíduos produzidos pelas obras.
Recentemente, a gigante petroleira americana Chevron anunciou que gastará 1 bilhão de dólares na modernização de sua planta em Richmond, no Estado da Califórnia. Trata-se de uma das maiores e mais antigas refinarias dos Estados Unidos. Mas, ao contrário de Pasadena, reformas no local são empreendidas há décadas e o plano de engenharia vem sendo discutido abertamente com os acionistas e os moradores.
Construída em 1920 e sem nenhuma grande modernização há inacreditáveis 50 anos, a refinaria em que a Petrobras gastou uma fortuna tem equipamentos e instalações deteriorados e abandonados (Foto: Gilberto Tadday)
Estimativas em poder da Petrobras indicam que a modernização de Pasadena custaria ao menos 1,5 bilhão de dólares. Segundo o procurador Rock Owens, o valor é maior. “Acredito que apenas para lidar com o passivo ambiental seja preciso desembolsar cerca de 1 bilhão de dólares”, diz.
O país perdeu (por ora) 1,9 bilhão de dólares
Isso explica por que Graça Foster afirmou ao Senado que dificilmente o dinheiro já gasto em Pasadena será recuperado.
Pelas contas apresentadas por ela, o montante é hoje de quase 1,9 bilhão de dólares.
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18/04/2014 às 18:35 \
Política & Cia
Aécio e Letícia: um gêmeo de cada sexo a caminho (Foto: Mastrangelo Reino/Folhapress)
O candidato do PSB à Presidência, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, e a mulher, Renata, tiveram o quinto filho, Miguel, em janeiro, antes do início da campanha eleitoral.
Já os gêmeos do tucano Aécio Neves e de sua mulher, Letícia Weber, nascerão em plena campanha: o parto está previsto para o dia 5 de agosto.
Os bebês já têm nome escolhido: Bernardo e Júlia — neste caso, homenagem à avó paterna do candidato.
Aécio tem uma única filha, de seu primeiro casamento — Gabriela, 22 anos, estudante de engenharia ambiental.
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18/04/2014 às 17:00 \
Vasto Mundo
A nova ministra italiana Maria Elena Boschi em reunião do gabinete: antes de suas qualidades como política, preferem falar na beleza, nas roupas e sapatos — e até foto sua falsificaram (Foto: Reuters)
Maria Elena Boschi tem 33 anos, um belo rosto de traços perfeitos, corpo para ninguém botar defeito, veste-se bem e, como a grande maioria das mulheres de classe média alta, é muito bem cuidada — cabelos, pele, unhas, maquiagem. Está solteira, depois de um relacionamento de quatro anos.
Mas ela é muito mais do que isso: uma advogada competente e bem sucedida na iniciativa privada, uma ex-ocupante de cargo público na gestão de águas da região da Toscana e deputada pelo Partido Democrático, de centro-esquerda, que chefia a coalizão de governo na Itália.
Mais do que isso, Maria Elena é ministra de uma pasta fundamental para o projeto de mudanças na Itália defendido pelo jovem primeiro-ministro Matteo Renzi, de 39 anos: ela comanda o Ministério das Reformas Constitucionais e Relações com o Parlamento.
Na Câmara, como deputada: segundo Berlusconi, “sexy demais para ser comunista” (o Partido Democrático, do governo, teve origem no velho PC) (Foto: Cordon Press)
Como ocorre invariavelmente com mulheres bonitas que ocupam cargos de destaque, sobretudo na área pública, contudo, a aparência da ministra vem contando mais na mídia do que suas responsabilidades. Já na posse, sofreu uma maldade, tendo a foto em que assinava o respectivo termo diante do político mais popular da Itália, o presidente da República, Giorgio Napolitano, de 88 anos, alterada para causar escândalo. (Vejam abaixo).
A foto verdadeira da posse da nova ministra diante do presidente Napolitano e a foto manipulada, exibindo uma suposta mini-calcinha (Foto original: Cordon Press)
Inevitavelmente, passou a ser designada de regina (rainha) por revistas de fofocas e mesmo em reportagens da imprensa séria. Outro apelido é “A Leoparda”, sem contar “Miss Parlamento”. Um articulista do prestigioso jornal Corriere dela Sera chegou a comentar que eventuais tropeços da ministra deveriam ser perdoados, “porque ela é tão bela…”.
Cafajeste como sempre, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi — que teve entre seus ministros uma modelo de fotos topless, uma ex-Miss Itália e uma apresentadora de programas populares na televisão — comentou que Boschi é “sexy demais para ser comunista”.
Como, aliás, ocorre com outras das oito ministras do gabinete de Renzi, grande parte da imprensa continua comentando mais a aparência e as roupas e sapatos delas do que sua ação política e administrativa. Especificamente em relação a Boschi, até hoje se fala dos saltos altíssimos e do terninho azul que usou no dia da posse, que o em geral sério jornal La Stampa, de Turim, classificou como sendo “da cor de um super-herói da Marvel, como o Capitão América”.
Esse tipo de coisa levou o jornal conservador britânico The Daily Telegraph a comentar que as ministras mulheres da Itália estão sendo alvo de um “massacre sexista”.
A ministra, porém, afirma não dar importância aos comentários. “O que me preocupa é ajudar o governo a transformar a Itália — é para isso que ocupamos os cargos que ocupamos”.
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18/04/2014 às 15:00 \
Política & Cia
O presidente do TCU: “Havia constrangimento em receber no tribunal alguém que tinha várias condenações em vários inquéritos. (…) A Casa tem que ter a coragem de dizer ‘não’”(Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)
Entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, foi protagonista de uma articulação incomum na semana passada, no Congresso Nacional: a rejeição de um nome a ser indicado pelo Senado Federal para a vaga de um ministro da corte.
Ainda mais em se tratando de alguém com aval do Palácio do Planalto e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Nardes se posicionou contra a indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para a vaga de Valmir Campelo, ministro prestes a se aposentar.
O petebista é alvo de seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal, um deles por suspeita de corrupção ativa e peculato (desvio praticado por servidor público), e foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) por ter criado cargos comissionados artificiais quando era presidente da Câmara Distrital.
Na quinta-feira, o presidente do TCU assinou uma nota em que pedia ao Senado a “observância dos requisitos constitucionais previstos para a posse de qualquer cidadão que venha a ser membro da Corte”, dentre os quais “idoneidade moral” e “reputação ilibada”. Horas depois, Argello desistiu da disputa.
Em entrevista ao Estado por telefone, Nardes defendeu a indicação de parlamentares para o TCU – ele próprio chegou ao tribunal depois de longa carreira como deputado do PP.
Mas considera que a nota de quinta-feira da semana passada é um “marco” para que as escolhas dos futuros ministros sejam mais criteriosas que a da última semana.
Seria um constrangimento para o TCU o nome do senador Gim Argello ser aprovado no Senado?
Temos muito claro que havia esse constrangimento em receber alguém que tinha várias condenações em vários inquéritos.
Como o senhor agiu após saber dessa indicação?
Reuni todos os ministros para tomarmos uma posição. Depois de uma grande discussão entre todos os ministros, propus que não deveríamos aceitar simplesmente a indicação, pelo fato de que tinha uma condenação e estava se descumprindo a legislação brasileira.
Por quê?
Quem dá posse também tem que ser ouvido antes da indicação. Porque, se infelizmente tanto numa Assembleia ou no Congresso não for levado em consideração o que a Constituição diz, a Casa que vai receber (o novo integrante) tem que ter a coragem, a determinação de dizer não, e não simplesmente aceitar uma pessoa que possa comprometer toda a imagem da instituição.
(Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo)
O sr. falou com o padrinho da indicação, Renan Calheiros?
Liguei para o próprio presidente Renan dizendo que era muito difícil a situação do Gim. Liguei para vários senadores, dizendo que seria difícil a posse dele.
Até que resolvemos fazer essa nota e deixar muito explícito, sem querer colocar a situação específica do senador, mas de forma geral, até para ficar claro que os indicados que possam ser feitos no futuro tenham um comprometimento de cumprir a legislação brasileira.
Dei a mensagem de que tinha que se cumprir a Constituição. A nossa nota foi no sentido de dar um alerta ao Congresso de que, quando seja feita a escolha, que seja olhada a situação de cada candidato.
O que Renan disse ao sr.?
Disse que tinha todo o respeito pelo tribunal e entendia a nossa posição. Foi muito respeitoso.
Foi a mesma resposta que o sr. ouviu dos demais senadores que foram procurados?
Boa parte deles estava também constrangida com a situação que estava sendo criada, porque era evidente que tinha os inquéritos e a condenação.
A nossa posição, a nossa nota, ajudou o Senado a tomar uma decisão que obrigou a renúncia do indicado.
(PARA CONTINUAR LENDO, CLIQUE AQUI)
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18/04/2014 às 14:00 \
Vasto Mundo
Tanques russos chegam por via férrea à estação de Gvardeyskoe, perto de Simferopol, capital da Crimeia, no dia 31 de março (Foto: Olga Maltseva / AFP via Getty Images)
Piada que rola na web sobre o neoimperialismo russo, após a anexação da Crimeia, parte da Ucrânia, à Rússia de Putin.
Um russo cruza um posto de controle na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
O funcionário da Imigração da Ucrânia pergunta:
– Nacionalidade?
O sujeito responde:
– Russo.
O funcionário continua:
– Ocupação?
O russo responde:
- Não, não, estou só de visita.
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17/04/2014 às 23:00 \
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17/04/2014 às 19:39 \
Tema Livre
Gabriel García Márquez (1927-2014)
Gabriel García Márquez se foi.
Não tenho altura suficiente para comentar o exato tamanho da perda que sua morte, aos 87 anos, depois de uma longa e corajosa luta contra o câncer, significa para a literatura.
Mas consigo, sim, dizer que se trata uma perda colossal, que “Gabo” é um gigante da literatura de todos os tempos, um escritor genial que transportou milhões de pessoas de todos os países para um universo único, exclusivo, que só seu talento conseguiu alcançar, capturar e transformar em uma prosa cuja marca registrada permanecerá, indelével.
Ao mesmo tempo, consigo dizer que eu não apenas não concordava com suas posturas políticas, como não raro abominava algumas delas, como sua adesão incondicional ao putrefato e repressivo regime cubano, sua solidariedade a regimes bolivarianos tirânicos ou suas tiradas demagógicas contra o “imperialismo” dos Estados Unidos — país em que, por ironia para quem fundou uma escola de cinema em Cuba, um de seus dois filhos, Rodrigo García, faz enorme sucesso como diretor, roteirista e produtor.
Ao mesmo tempo em que estou triste com a perda de “Gabo” — em que, na verdade, choro sua morte, como órfão de sua literatura –, fico feliz em conseguir diferenciar, dentro de mim, o ativista político que combatia do artista maravilhoso que me fará imensa falta.
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