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14 de abril de 2014 • 19h19 • atualizado às 20h16
André Vargas decide renunciar ao mandato de deputado federal
Acusado de envolvimento com doleiro preso, o petista já havia anunciado a saída da vice-presidência da Câmara
Fernando Diniz
Direto de Brasília
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Deputado André Vargas
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Pressionado pelas denúncias de ligação a um doleiro preso pela Polícia Federal, o petista André Vargas (PR) decidiu renunciar ao mandato de deputado federal, informou a assessoria do parlamentar nesta segunda-feira. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, na semana passada, processo para investigar a conduta do parlamentar. O petista deve apresentar a carta de renúncia amanhã.
Vargas admitiu ter viajado com a família, nas férias, em um jatinho pago pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Mensagens interceptadas pela PF sugerem que ele teria ajudado o doleiro a fechar um contrato da empresa Labogen com o Ministério da Saúde.
O jornalista Ricardo Weg, amigo do parlamentar, anunciou a renúncia já na condição de ex-assessor, já que o deputado dispensou os funcionários. "Na condição de ex-assessor de comunicação e amigo do deputado federal André Vargas, confirmo que o mesmo renunciará ao mandato de deputado federal", escreveu.
Em meio às denúncias, Vargas já havia decidido renunciar à vice-presidência da Câmara dos Deputados e pedido licença de 60 dias do mandato. Com a renúncia após a abertura do procedimento no Conselho de Ética, o petista ficará inelegível por oito anos, com base na Lei daFicha Limpa.
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Apesar de ter anunciado que deixaria à vice-presidência da Câmara, André Vargas até hoje não formalizou a decisão na Secretaria-Geral da Mesa. Oficialmente, ele continua a ocupar o segundo cargo mais importante da Casa.
A renúncia prevista para amanhã não impede o julgamento do processo no Conselho de Ética. O relator do caso, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), explicou que a decisão não teria efeitos administrativos. O suplente, por exemplo, não seria convocado até a tramitação do processo no colegiado e eventual votação de perda de mandato no plenário.
Na semana que vem, o Conselho de Ética deve decidir se o processo contra o parlamentar deve ou não ter andamento no colegiado. Delgado já adiantou que apresentará um parecer pela existência de indícios suficientes para sustentar os trabalhos, mas caberá aos integrantes validar a decisão.
A partir daí, serão colhidas provas e depoimentos sobre a conduta do parlamentar. "O processo não vai para o arquivo, antigamente o processo ia para o arquivo. A renúncia não extingue o processo no Conselho de Ética", disse o deputado, que também foi responsável pelo caso de José Dirceu em 2005, após o escândalo do mensalão.
Os documentos que ligam André Vargas e Alberto Youssef foram encaminhados pela Justiça Federal do Paraná ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem competência para eventualmente julgar fatos envolvendo deputados federais. Ao encaminhar os documentos, o juiz Sérgio Moro considerou ser "prematura" a afirmação de que a relação "teria natureza criminosa".
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