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Como a esquerda manipula a opinião pública | Felipe Moura Brasil - VEJA.com












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14/04/2014 às 18:08 \ Mundo
Como a esquerda manipula a opinião pública


Escrevi em maio de 2012: “Quando o país bate o recorde de adultos sem trabalhar (88 milhões do total de 200 milhões), faça como Barack Obama: fale de casamento gay.”

Agora que a eleição de novembro para a Câmara e o Senado se aproxima, e o desastre do Obamacare faz as mensalidades dobrarem, as franquias ou copagamentos triplicarem, sendo que em alguns casos você tem seguro, mas o hospital não está na rede, em outros você tem seguro, mas o seu médico não está na rede, sem contar aqueles em que você tem seguro, mas não é tratado, o jeito é falar de “discriminação contra as mulheres”.

Obama não precisa de um órgão governamental como o IPEA para desviar a atenção dos escândalos do seu governo. Ele e o Partido Democrata tomam a dianteira por si sós.

Para atrair os votos do eleitorado feminino que lhe garantiu a vitória em 2012 e preparar o terreno da vitimização para a “primeira presidente mulher” – a Dilma americana Hillary “Que diferença faz?” Clinton – em 2016, Obama começou por assinar na última terça-feira, 8 de abril, dois decretos supostamente em favor da igualdade salarial entre homens e mulheres: um que exige dos empregadores com contratos federais a divulgação de dados sobre salários e outro que autoriza os funcionários a compartilhar informações a respeito. Tudo como manda o figurino populista, com a mulherada atrás do presidente na hora da assinatura fazendo “cheeeeeeese”.

No dia seguinte (09/04), seria a votação no Senado da Paycheck Fairness Act, a lei do cheque salarial justo que permitiria impor as regras federais ao setor privado. Mas é claro que a lei não passou. O resultado de 53 votos a favor e 44 contra, sendo que os defensores do projeto precisavam de 60 votos, era mais do que esperado e calculado pela esquerda obamista.

ESTRATÉGIA
A tática é manjada, mas sempre dá certo, como escreveu meu compadre Alexandre Borges, enumerando os passos:

1) A esquerda inventa uma pauta que divide a sociedade, balcanizando a população em grupos e jogando uns contra os outros, estimulando ou criando ressentimentos, ódios e conflitos;

[Mais a respeito no meu post Faça a sua parte: estude.]

2) Criam uma lei ou regulações cheios de pegadinhas cercadas de boas intenções;

3) A imprensa só fala das boas intenções e esconde as pegadinhas, como manda o governo;

4) A oposição se coloca contra e derruba a lei por conta das pegadinhas inaceitáveis e que o governo coloca lá exatamente para isso;

[Como escreveu Charles Krauthammer no artigo que traduzi aqui: "Fairness Act Paycheck (…) é pouco mais do que um ato de pleno emprego para advogados. Discriminação sexual já é ilegal. O que estas novas leis fazem é eximir os autores da necessidade de provar a discriminação intencional. Para abrir processo, eles precisam apenas mostrar que as mulheres ganham menos nesse local de trabalho."]

5) O governo sai cantando que tentou proteger a minoria da vez mas a oposição fascista, homofóbica, racista, sexista e elitista derrubou a lei por ser contra as mulheres, gays, negros, pobres, jovens, imigrantes ilegais, tanto faz. É uma canalhice, mas quem disse que canalhice não pode render votos se cercada de boas intenções e com o apoio da imprensa?

Quem colocar no Google “Obama igualdade salarial” terá uma ideia de como as notícias dos órgãos internacionais de esquerda são reproduzidas no Brasil – estrelando Obama como o defensor das fracas e oprimidas -, sem a menor averiguação dos fatos por trás do embuste, muito menos crítica adversária, que dirá as constatações de que na própria Casa Branca as mulheres ganham menos do que os homens (88 centavos para cada dólar) e de que os líderes do Partido Democrata no Senado não têm chefes de gabinetes ou diretores de comunicação mulheres, enquanto os do Partido Republicano não só têm como elas recebem cerca de US$ 18 mil a mais do que a quantia paga pelos democratas aos homens que fazem o mesmo trabalho.

Há quem chame isso de hipocrisia dos democratas. A gente chama de canalhice mesmo.

Como escreveu a diretora-executiva do Independent Women’s Forum, Sabrina Schaeffer: “Perpetuar o mito de que as mulheres são uma classe de vítimas prejudica as mulheres, fazendo com que elas se sintam fracas, e isto as distrai do aprendizado de formas inteligentes para aumentar seus ganhos, expandir sua influência no ambiente de trabalho e buscar a vida que elas querem.”

OS VERDADEIROS MOTIVOS DA DIFERENÇA SALARIAL
Mas a vitimização embusteira é cartão de visita da esquerda. Assim como Marcelo Freixo e Vladimir Safatle relacionam a taxa nacional de encarceramento – elevada pelos estados que prendem mais – à taxa nacional de homicídios – elevada pelos estados que prendem menos – para fazer parecer que prender bandido não reduz a criminalidade, os esquerdistas e idiotas úteis americanos comparam os salários gerais entre homens e mulheres (ou brancos e negros) para vender a ideia de discriminação, quando, se você analisar categoria por categoria, como já fizera Thomas Sowell [ver post anterior], poderá descobrir até que as mulheres (e as famílias negras) ganham mais. Em resumo:

1) A suposta diferença de remuneração aparece quando o casamento e os filhos entram em cena. Para cuidar das crianças, as mães saem do mercado e, quando retornam, têm menos experiência do que os homens de idade semelhante. Muitas mães que trabalham procuram empregos que proporcionam maior flexibilidade, seja a distância (teletrabalho), seja com horários flexíveis. Esses empregos geralmente pagam menos do que os trabalhos de período integral.

2) A carreira também é importante. Mesmo entre grupos com o mesmo nível de escolaridade, as mulheres costumam escolher campos de estudo, tais como a sociologia, a psicologia ou as artes liberais, que também pagam menos no mercado. Os homens são mais propensos à especialização em finanças, contabilidade ou engenharia. E, segundo a American Association of University Women, os homens são quatro vezes mais propensos a negociar sobre os salários após entrarem no mercado. (Você aí, mocinha que está reclamando que um homem ganha mais do que você na mesma função, já verificou se ele barganhou mais?)

3) Risco é outro fator. Quase todas as profissões mais perigosas, como a dos madeireiros, são majoritariamente masculinas e 92% de mortes relacionadas a trabalho em 2012 foram de homens. Empregos perigosos tendem a pagar salários mais altos para atrair trabalhadores.


Hillary Clinton desvia de sapatada

De acordo com um estudo dos economistas June e Dave O’Neill para o American Enterprise Institute, em 2012, quase todas as disparidades salariais brutas de 23% citadas pelo sr. Obama podem ser atribuídas a outros fatores que não a discriminação. Os O’Neills concluem que “é improvável que a discriminação no mercado de trabalho represente mais de 5%, sendo que ela pode simplesmente não existir”. Mas que diferença faz?, diria Hillary Clinton, a maior beneficiária do embuste em médio prazo (e atual alvo de sapatada de mulher). Nenhuma, claro. O importante é avançar a agenda.


Entra Sylvia Burwell (esq.), sai Kathleen Sebelius (dir.)

E, se no lugar da secretária de Saúde Kathleen Sebelius, a senhora que “caiu” pelo desastre do Obamacare, ainda se coloca uma mulher mais jovem como Sylvia Burwell (a mesma flor de pessoa que impediu a aguardada visita dos veteranos ao Memorial da Segunda Guerra durante o fechamento do governo em outubro de 2013) para aguentar as inúmeras críticas ao sistema de saúde, pronto: a “guerra contra as mulheres” está reforçada.

PRÓXIMO PASSO: HOLLYWOOD
Como escreveu Alexandre: “Alguém vai se espantar se, de uma hora para outra, os filmes de Hollywood e séries de TV começarem a mostrar mulheres como presidentes dos EUA? Mas é tudo ficção, claro, assim como David Palmer, o presidente negro de “24 horas”;



ou Jamie Foxx, o presidente negro atacado por paramilitares em ‘White House Down” do ano passado.


A política é para profissionais e os profissionais estão vencendo, tanto aqui como lá.

Em todo caso, você aí, pelo menos, não tem mais desculpa para cair nos engodos dessa gente.

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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Posts anteriores mencionados:
- Thomas Sowell sobre salários de negros, brancos e mulheres – um vídeo fundamental transcrito e traduzido
- Polícia do pensamento em patrulha

Vídeo em inglês sobre os salários das mulheres:



Tags: Barack Obama, casamento gay, Dilma Rousseff, discriminação, esquerda, gênero, Hillary Clinton,Hollywood, IPEA, Kathleen Sebelius, manipulação, mulher, opinião pública, Paycheck Fairness Act, primeira presidente mulher, salário, sexista, Sylvia Burwell


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9 Comentários




Gabi -

14/04/2014 às 22:21


Tudo bem explicado.. Pra variar.. Vc é o melhor





Nguyen -

14/04/2014 às 22:20


Detalhe, que os paramilitares no White House Down eram direitistas, por comentários que ouvi. Interessante também que o nome faz piada do livro/filme Black Hawk Down que trata de um assunto que os americanos levam muito a sério. Que é a morte de uns 20 soldados. Por acaso, Black Hawk Down provavelmente também é um filme muito melhor. Mas acho que o nome é marketing mesmo.

Outra coisa notável é uma espécie de militância maconheira na mídia que tem na américa do norte. Eu acho que até os maconheiros estão de saco cheio disso.





Alexandre Cardozo -

14/04/2014 às 21:42


Muito bom artigo, Felipe, e recheado de figurinhas para o pessoal da esquerda entender melhor.





Marcio -

14/04/2014 às 21:02


Gostei de teu blog. E parabéns – e obrigado – pelo livro do Olavo. Comprei o livro, li algumas partes e gostei. Infelizmente, não tenho paciência e estômago para o debate político. Li por algum tempo os jornais brasileiros e percebi grave desonestidade intelectual nas colunas sobre política. Isto me desanimou profundamente e me perturbou. Quase não acredito mais na reversibilidade do processo de idiotização nacional.





Thales -

14/04/2014 às 20:04


Dois vídeos para desmascarar essa coisa de diferença salarial:
https://www.youtube.com/watch?v=EwogDPh-Sow , que mais que comprova o ponto “2″
E esse https://www.youtube.com/watch?v=G0J9KZVB9FM (com legendas em português), de uma série extremamente necessária para se ver em tempos de discussão de “igualdade de gênero”.





Fabrício -

14/04/2014 às 19:11


Mto bom.





Francisco Ilídio Ferreira Rocha -

14/04/2014 às 18:53


Depois de ler seu mais novo artigo pode-se dizer, com certeza, que se a esquerda padece de aversão à erudição, pelo menos, leu Schopenhauer (“Como vencer um debate sem precisar ter razão”). Provavelmente traduzido pelo Mestre Olavo de Carvalho.





Pedro -

14/04/2014 às 18:52


você falou em 24 e eu me lembrei disso:

Quem veio após o presidente negão democrata na ultima temporada?

Exatamente:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/a/a3/Allison_Taylor.jpg





jair sergio de moraes -

14/04/2014 às 18:34


Muito obrigado pelas informações, eu só não entendo no meio dessa algazarra toda, aqui no Brasil os blogs, jornais e revistas sérios denunciam esta canalhice, num país como o nosso que é segundo pesquisas em sua grande maioria conservador, como pode prosperar, como tem prosperado, essas canalhices e mentiras petistas?, seriam resultado da também canalhice de meios de comunicação, empresários, e tantos outros que estão se vendendo? Porque afirmar que o governo pune uma emissora de tv, por exemplo por divulgar o que hoje se sabe que são verdades sobre o governo, com corte de verbas publicitárias, o que seria da Veja então? A maior revista do Brasil publica o que acha que tem que publicar mesmo que o governo não goste, então porque as emissoras de tv, mais diretamente a Globo por exemplo, lá não tem idiotas, penso eu, e estão vendo estas barbaridades, essas mentiras, estas tentativas de implantar uma ditadura aqui, porque não fazem nada?, porque fazem vistas grossas, ou ainda ajudam a fomentar as mentiras, que as redações estejam cheias de comunistas até entendo, mas e os proprietários? Não sabem que também podem ser vítimas no futuro? Ou tem a garantia de que não serão? Gostaria de entender, não faz muito sentido pra mim.

Felipe Moura Brasil comenta:

Leia o nosso best seller “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota“ e entenderá isso tudo.





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