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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LEIAM ABAIXO








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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)


28/10/2013 às 6:53




Por Reinaldo Azevedo






28/10/2013 às 6:05


Vejam este vídeo:



Escrevi no sábado de manhã um post sobre o ataque bárbaro de que foi vítima o coronel Reynaldo Simões Rossi, comandante da PM, responsável pelo policiamento da região central da cidade. É conhecido por ter um temperamento conciliador e por tentar, a todo custo, evitar o confronto. Por isso, busca sempre o diálogo com os que lideram a baderna.

Todos já tínhamos visto fotos do que aconteceu na sexta. Um grupo de delinquentes mascarados cercou o coronel e passou a espancá-lo. Agora há o vídeo no YouTube, como vocês veem acima.

O coronel teve a clavícula quebrada e foi internado com cortes no rosto e na cabeça. Não fosse a intervenção de um policial do serviço reservado, à paisana, é provável que tivesse sido morto, já que a disposição para linchá-lo fica evidente. Ouçam os gritos de “pega!”. O ataque é em bando mesmo: um dá um porrada ou um chute e sai; outro entra, desfere seus próprios golpes e sai; vem mais um… A mesma coisa. O canalha que pega a placa de ferro acha que isso ainda é pouco; que o “bando contra um” ainda não é abjeto o bastante e pega a placa. Ele quer é resolver logo a questão. Ele quer é esmagar logo a cabeça do policial. Ele quer é resolver definitivamente a questão.

Parceiros dos violentos
A manifestação de sexta-feira foi programada pelo Passe Livre (que está de volta; já falo a respeito). Desde o primeiro dia dos protestos, seus líderes se negam a criticar a violência. Ao contrário. Eles a compreendem e a justificam.

No dia 28 de junho, escrevi aqui um artigo a respeito. No dia anterior. A Folha havia feito uma sabatina com dois de seus líderes. E a questão da violência foi abordada. Falaram pelo Passe Livre Caio Martins e Mariana Toledo. Eles se disseram, claro, claro, contra o vandalismo. Mas será que eles o condenavam? Resposta clara e inequívoca: NÃO!

Ao contrário! Eles consideraram que é muito difícil combater depredações, saques e agressões a policiais porque, disseram, no Brasil, violento é o estado. Afirmaram ainda que jamais colaborariam com a PM para identificar vândalos. Nas palavras de Caio, um dos Rimbauds das Catracas que tanto excitam a imaginação dos nossos jornalistas, “é muito difícil conseguir uma manifestação pacífica na rua [no Brasil] porque o estado é violento”.

Esses radicaloides, que conhecem a pobreza de ouvir falar, estão, parece-me evidente, a serviço do que já é um aparelho político. E não é de hoje. O MPL já disse o que quer: superar o capitalismo. Para eles, o estado é essencialmente ilegítimo — aquele mesmo que tirou da miséria muitos milhões de pessoas nos últimos anos —, e a polícia nada mais é do que parte de seu braço armado. E fim de papo.

Mariana tem 27 anos. É pós-graduanda em sociologia na USP. Já está um pouco passadita para brincar de Mafaldinha. Também ela falou, então, sobre a violência:“Não é uma questão de condenar ou apoiar, achar legítimo ou não [a violência]. É que a gente perceba como a população está descontente com a violência da polícia, da tarifa”. E ponto! Como fiéis militantes de uma seita leninista — o leninismo da catraca —, disseram, nas palavras de Caio, por que não expressam opiniões pessoais ou algo assim: “Não interessa saber o que o Caio e a Mariana pensam. Fomos destacados pra uma tarefa específica, de falar com a imprensa”.

Na sexta-feira, os mascarados, como antes e como sempre, não foram meros infiltrados no movimento de rua, ao contrário do que se noticiou. Sempre atuaram como parceiros do Passe Livre. Não foi diferente desta vez.Por Reinaldo Azevedo





28/10/2013 às 6:03


O Movimento Passe Livre está de volta. E quer intensificar as suas ações em São Paulo. Quanto mais confusão com a Polícia Militar, melhor. A avaliação é que os confrontos desgastam o governador Geraldo Alckmin, que é do PSDB. O MPL, como todos sabem, fez campanha para Fernando Haddad, do PT. Os valentes se dizem socialistas e pregam que o fim da propriedade privada deve começar pelos transportes.

O MPL havia tirado o pé do acelerador. Quando os protestos ganharam a adesão de setores da sociedade que não têm vínculos com movimento nenhum, eles se afastaram. Jamais endossaram “reivindicações burguesas” como “escolas e hospitais padrão Fifa”. Consideravam que isso desviava o foco e impunha um viés pequeno-burguês ao movimento. Os revolucionários endinheirados do MPL, a exemplo de Marilena Chaui, “odeiam” a classe média.

Muito bem! As pessoas que não pertencem a grupelhos de esquerda já fugiram das ruas. Cansaram da bagunça, da truculência, da violência. As praças foram devolvidas aos extremistas. Agora, sim, eles podem voltar a realizar seus atos minoritários. E o MPL voltou. E está em franco diálogo com a Prefeitura de São Paulo.

É isto mesmo: a gestão Haddad já deixou claro aos líderes do MPL que estuda, sim, a criação do passe livre. E parte dos recursos sairia do reajuste escorchante do IPTU. Para que a ideia vingue, no entanto, é preciso que haja a tal “pressão social”.

“Olhem, o Reinaldo Azevedo está acusando Fernando Haddad de estar por trás da depredação da cidade…” Não! O Reinaldo Azevedo não precisa que lhe atribuam o que não escreve. O que escreve já pode render bastante conversa. Eu estou afirmando, sim, com todas as letras, que:
1: a Prefeitura abriu o que chamam por lá de “diálogo” com o movimento Passe Livre;

2: a gratuidade dos transportes deixou de ser considerada uma ideia inexequível e que se estuda o assunto na Prefeitura;

3: a gestão petista considera que a “pressão social” ajuda a encontrar uma resposta;

4: agora, sem o homem comum na rua, que o atrapalhava, o Passe Livre pretende intensificar seus atos, que incorporam a violência como parte da luta porque, segundo seus valentes pensadores, violento é o Estado.

Como todos vimos, isso pode resultar no linchamento de policiais. Mas, para os “revolucionários”, é tudo parte do jogo. E, não nos esqueçamos, as eleições estão aí. Se houver sangue nas ruas, melhor.Por Reinaldo Azevedo





28/10/2013 às 5:57


É… Nove em cada dez paulistanos são contrários ao aumento do IPTU, e mais de 6 (6,4) em cada 10 continuam contra mesmo quando se liga esse aumento ao congelamento da tarifa de ônibus, como anuncia o prefeito Fernando Haddad (PT). O marketing da Prefeitura atua em todas as frentes, mas, até agora, não conseguiu emplacar seu arranca-rabo de classes. É bem verdade que a maioria acha que bairros mais ricos devam ter um aumento do importo maior do que bairros mais pobres… Bem, descarte-se que a maioria pudesse achar o contrário, convenham…

Como informo num dos posts, a feitiçaria anda avançada na Prefeitura é para tentar a gratuidade total dos ônibus. Para que se opere tal prodígio, é claro que será preciso arrancar muito mais dinheiro dos “ricos” — leia-se: a pobre classe média, aquela odiada por Marilena Chaui… Leiam o que informa areportagem da Folha. Volto em seguida.
*
Nove em cada dez moradores da cidade de São Paulo são contrários ao aumento do IPTU aprovado na quinta-feira na Câmara Municipal a partir de proposta do prefeito Fernando Haddad (PT). É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas A pergunta aplicada no questionário foi: “Você é a favor ou contra o aumento do IPTU entre 18% e 24% na cidade de São Paulo?”.
(…)
Metade dos entrevistados (52%) declararam pagar IPTU, contra 40% que disseram viver em imóveis isentos da cobrança. Não souberam responder se pagam ou não 8%. Apenas 5% dos entrevistados mostraram-se favoráveis ao aumento, considerado maior do que o necessário por 83% dos entrevistados. Os 5% que aprovaram o aumento do imposto, entretanto, cresceram até a marca dos 32% quando a pergunta foi se o entrevistado seria favorável ao aumento do IPTU como forma de congelar em R$ 3 a tarifa de ônibus em 2014. A maioria (64%), no entanto, se manteve contrária ao aumento mesmo diante de tal argumento.
(…)
Nada menos do que 44% dos jovens entrevistados defenderam esse uso (12 pontos percentuais acima da média da pergunta). Entre os paulistanos com 60 anos ou mais, o índice despencou para a marca dos 25%.
(…)

Retomo
“Mas que mal há em ter ônibus gratuito?”, perguntaria alguém. Mal? Teria de ser tudo financiado pelo Tesouro municipal. Como a administração tem múltiplas demandas, a chance de que começasse a faltar dinheiro, com o sucateamento do serviço, seria imensa. Não só isso: imediatamente a pressão se deslocaria para a gratuidade do metrô. E, aí sim, o bicho iria pegar. A construção da infraestrutura metroviária é infinitamente mais cara. Imaginar que o poder público possa arcar sozinho com os investimentos e o custeio do metrô, com gratuidade total do serviço, é nada menos do que uma insanidade. Defender essa ideia é caminhar na contramão do esforço para que se tenha um transporte público mais eficiente.

Vejo a pesquisa acima… Os jovens, entre 16 e 24 anos, são os mais favoráveis a uma elevação do IPTU para custear transportes. Tem a ver com o espírito das ruas. Boa parte da meninada não se preocupa muito em como pagar a conta. Se a turma estudar um pouquinho, descobrirá que um aumento escorchante do IPTU implica uma elevação dos aluguéis, por exemplo, o que tornará as áreas com melhor infraestrutura proibitiva para os menos afortunados, que continuarão a ser empurrados para as periferias.

Quando se é muito jovem, nem sempre se pensa no mal que pode provocar a fúria bondosa…Por Reinaldo Azevedo





28/10/2013 às 5:53


Depois do recuo de Chico Buarque, chegou a vez de Roberto Carlos. Em entrevista ao Fantástico, levada ao ar neste domingo, ele teria dito ser favorável à mudança da lei que proíbe a publicação de biografias não autorizadas. Será mesmo? Depois de ler as resenhas que se fizeram de sua entrevista, entrei no site do programa. Data vênia, eu não o ouvi a defender, como se disse por aí, a publicação de biografias não autorizadas. Tanto é assim que, indagado se liberaria “Roberto Carlos em Detalhes”, de Paulo César Araújo, respondeu com um “vamos conversar”.

Parece que o dito “rei” acha que a lei atual pode ser corrigida, amenizada. A liberação pura e simples das biografias, deixando para a Justiça resolver os casos em que se cometem crimes contra a honra, ainda não conta com seu apoio, não — embora, num dado momento da conversa, tenha parecido que sim. Mas sabem como é Roberto Carlos… Ele é capaz de encontrar instâncias intermediárias entre o “algo” e o “seu mesmo”. Heeeinnn??? Sim, dizia a letra da música “É Preciso Saber Viver”:
“Se o bem e o mal existem/
Você pode escolher…”
Ele mudou para:
“Se o bem e o bem existem/
Você pode escolher...”

Não pague o mico de tentar emprestar algum sentido… “Bem” é “bem”; a exemplo do “mal”, é categoria absoluta. Parece que, na entrevista do Fantástico, ele está propondo uma escolha entre a censura e… a censura. A letra poderia ser esta:
“Se o mal e o mal existem,/
Você pode escolher…”

Por Reinaldo Azevedo





28/10/2013 às 5:51


Viva! A Argentina ainda respira. O país realizou eleições para renovar metade dos assentos da Câmara e um terço dos do Senado. O governo mantem a maioria, sim, nas duas Casas, mas sofreu um grande derrota. Na província de Buenos Aires, que tem quase 40% do eleitorado do país (37,3%), Sergio Massa, da Frente Renovadora, abriu 12 pontos sobre o kirchnerista Martín Insaurralde (44% a 32%). Massa, prefeito da cidade de Tigre, se credencia par disputar a Presidência em 2015.

Há outras derrotas importantes, como informa a VEJA.com:
(…)
Na cidade de Buenos Aires, distrito da capital federal, o triunfo foi para a conservadora Proposta Republicana, liderada pelo prefeito Mauricio Macri, que aproveitou a vitória para formalizar sua candidatura presidencial.

Na província central de Córdoba, segundo distrito mais povoado do país, o governo ficou em terceiro lugar, com 15,2%, da mesma forma que na província de Santa Fé, terceiro maior distrito eleitoral, onde obteve 22,5%. Nesta última província o grande ganhador foi o socialista Hermes Binner, que obteve o segundo lugar nas presidenciais de 2011 e que poderia voltar a concorrer dentro de dois anos.

Já na província de Mendoza, o quinto maior distrito eleitoral, a Frente para a Vitória ficou em segundo lugar, com 27,03%, muito atrás da Unión Cívica Radical, que, com o ex-vice-presidente de Cristina em seu primeiro mandato, Julio Cobos, como principal candidato, obteve um arrasador 47,7% que também o deixa bem colocado para se projetar em nível nacional.

Mais importante
O mais importante: o resultado enterra de vez a possibilidade de Cristina Kirchner tentar um terceiro — e desastroso — mandato. Para conseguir mudar a lei, que lhe garantiria o direito de disputar de novo, precisaria contar com uma maioria de dois terços na Câmara e no Senado. Não terá.

Aplaudamos o que pode ser o começo do fim do kirchnerismo, um dos delírios de autoritarismo mixuruca da América Latina.

Por Reinaldo Azevedo





28/10/2013 às 0:55

BOM PRA QUEM, CARA-PÁLIDA? Na raiz de todo ativismo violento está a noção utópica e errônea de que Thomas Hobbes pensou errado e, portanto, a vida selvagem é idílica, prazerosa e fraternal (Deagostini/Getty Images)

Por Eurípedes Alcântara, na VEJA:
“Sou homem. Nada do que é humano me é estranho”, já dizia o romano Terêncio, dramaturgo de apenas relativo sucesso do segundo século antes de Cristo. Mas temos de concordar com ele. Eta espécie complicada esta nossa. Depois de ralar durante milênios para construir uma civilização tecnológica com aviões, carros, internet, vacinas, antibióticos e anestesia, o bacana agora é lutar pela volta ao mundo natural. Depois de experimentar toda a sordidez da servidão humana aos mais sanguinários tiranos e de sofrer no lombo os mais odiosos arranjos coletivistas totalitários, ainda temos entre nós quem se encante com aiatolás-presidentes, mulás-chefes de po­lícia e caudilhos latino-americanos cobertos de adereços indígenas, medalhas no peito ou pancake no rosto. Depois de rios de sangue derramados para arrancar dos poderosos o compromisso inarredável com os direitos humanos, a justiça igualitária, o rodízio pacífico de poder, a organização econômica baseada no respeito à propriedade, aceitamos que mascarados aterrorizem as grandes cidades quebrando e queimando indiscriminadamente apenas porque estão incomodados com o estilo de vida da maioria. Depois do sacrifício dos mártires que deram a vida para impor o uso apenas legítimo da força pelos governantes, impedindo que o Estado use brucutus para impor a vontade dos ricos sobre os pobres, dos fortes sobre os fracos, ficamos contra os policiais que tentam impedir o triunfo do reino de terror nas ruas. Depois de tudo isso, esquecemos que o que nos trouxe ao atual estágio civilizatório foi o trabalho obstinado e austero de mentes brilhantes em ambientes monásticos e idolatramos os barulhentos ativistas.

A ÚNICA CHANCE?de salvar os cães é nos salvar, ou seja, acelerar os avanços científicos e tecnológicos, e não colocar obstáculos intransponíveis a eles

?Esse é o dilema oculto do ativista, a pessoa que se cansou de esperar que as coisas ocorram naturalmente da maneira como ela imagina, e vai à luta para tentar embicar o mundo para o rumo que ela acha certo e com o uso das armas que ela própria acha conveniente usar. Os ativistas que libertam cães em São Paulo, que quebram vitrines em Londres e Paris, que se propõem a ocupar Wall Street, em Nova York, têm em comum a ideia de que a lei e a ordem existem apenas para garantir o modo de vida das pessoas das quais eles discordam – ou, frequentemente, que eles odeiam. Outro ponto comum, em geral inconsciente, para a maioria deles, é a negação do que em sociologia se chama “contrato social”, que nada mais é do que a aceitação da tese de que sua liberdade termina onde começa a do outro. Os filósofos da baderna sustentam que isso que denominamos civilização não passa de uma grande e castrante prisão, à qual somos moldados desde o nascimento, primeiro pelo amor materno e paterno, depois pela educação formal, mais tarde pela democracia representativa, pelo consumo, pela arte degenerada e pelos remédios antidepressivos.

Para quem pensa assim, nós todos vivemos uma vida vicária, uma vida substituta, uma vida no lugar da verdadeira vida que está… que está… que está onde? Ora, na natureza, no mundo selvagem, nas selvas, florestas e savanas, na cova dos leões onde seremos recebidos com lambidas fraternas como aquelas que as feras ofereceram ao profeta Daniel. O que muito se discute atualmente é se a ideia de que o homem solto na natureza, fora do alcance das leis, das instituições, completamente alheio às convenções sociais, estaria mesmo condenado à perversão moral e ao sofrimento físico, vítima da “guerra de todos contra todos”, como o inglês Thomas Hobbes disse ser a vida humana “em estado natural”. É disso que se trata. A vontade de ser seu próprio juiz, único e absoluto, do que é certo ou errado é o traço filosófico que une os ativistas que desprezam as leis, que lutam contra moinhos de vento ditatoriais em pleno regime democrático, contra as injustiças sociais em um Brasil onde há pleno emprego, contra a violência policial quando são eles que mais agridem e vandalizam. Thomas Hobbes escreveu que, fora dos arranjos sociais em que as pessoas obedecem a regras em troca do direito à convivência em sociedade, a vida do homem é “solitária, pobre, sórdida, brutal e curta”. Hoje, o bacana é apostar que Hobbes pensou errado e que a verdadeira conquista é escapar dos contratos sociais. O preço a pagar para testar aquela hipótese é muito alto. Como é impagável também o preço de um mundo sem ativismo, sem idealismo, sem sonhos.

  • A REVOLTA DA VACINA – No Rio Janeiro, em 1904, o medo da vacinação obrigatória contra a varíola gerou protestos violentos, como este na Praça da República

O engajamento solidário em causas consideradas justas é uma das grandes conquistas da modernidade. Divisor de águas é o caso do jovem capitão Alfred Dreyfus, judeu falsamente acusado de espionagem e condenado no fim do século XIX em uma França antissemita. A injustiça contra ele foi tão flagrante que se mobilizaram em sua defesa cientistas, artistas, escritores e estudantes . “Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que ele não cometeu”, dizia a famosa carta aberta ao presidente da República escrita por Émile Zola em um jornal sob o título: “Eu Acuso…!”. Por serem homens de letras e de ciências, os defensores de Dreyfus eram chamados de modo depreciativo de “intelectuais”. Logo o termo ganhou a conotação positiva de “sábio engajado”. Claro que havia idealismo, sacrifício e nobreza de espírito antes do caso Dreyfus, mas nunca antes tantas pessoas haviam se mobilizado por uma causa sem que tivessem interesse direto nela – seja partidário, religioso, nacionalista, patriótico ou étnico. Elas se mobilizaram contra uma injustiça flagrante. Contra isso sempre valerá a pena lutar.Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 8:25



Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 8:15





Suzana Singer, ombudsman da Folha, me chama de cachorro, de rottweiler, em sua coluna deste domingo. Escreveu logo no primeiro parágrafo:
“Na semana em que o assunto foram os simpáticos beagles, a Folha anunciou a contratação de um rottweiler. O feroz Reinaldo Azevedo estreou disparando contra os que protestam nas ruas, contra PT/PSDB/PSOL, o Facebook, o ministro Luiz Fux e sobrou ainda para os defensores dos animais.”
Ela se diz preocupada com o “nível da conversa” no jornal e dá um exemplo de sua superioridade argumentativa e retórica. Quem quiser lhe mandar uma mensagem, parabenizando-a pelo requinte, segue o endereço: ombudsman@uol.com.br.

Talvez eu lhe dispense algumas linhas na coluna de sexta, não sei — num único texto por semana, talvez tenha de deixá-la pra lá. No blog, não tenho limite de espaço e posso ser generoso com ela. Responder na mesma moeda? Pra quê? Suzana decidiu, como os nazistas, meter um triângulo amarelo em mim. Se bem que, fiel ao código de cores dos campos de concentração, o triângulo deveria ser, então, vermelho, que era aquele dispensado aos inimigos ideológicos — eventualmente, o púrpura serviria.

Como sabem todas as pessoas com as quais falei sobre a coluna de estreia, antevi o texto da ombudsman, cantei a bola. Suzana é um caso de esfinge sem segredos. Em tempos em que cachorros são tratados com mais cerimônia do que pessoas, ser associado a um cão não deve ser tomado como ofensa. É bem verdade que a ombudsman deixa claro: há uma diferença entre Reinaldo Azevedo e os beagles — uma só. Estes são simpáticos; eu sou “feroz”. É… Eu, na condição de cachorro, não sou fofo.

Duvido que algum colunista, jornalista ou colaborador da Folha tenha sido antes chamado de cachorro por um ombudsman ou por qualquer outro profissional do jornal. Suzana será a heroína da Al Qaeda eletrônica. A tática é antiga: desumanize aquela que considera adversário; trate-o como coisa ou bicho feroz, e aí fica mais fácil atacá-lo ou defender a sua eliminação.

Não sou bobo. Esperava, sim, uma reação agressiva, mas não achei que Suzana chegasse a tanto. O vocabulário espanta, mas a qualidade intelectual da crítica não me surpreende. Voltem lá. Segundo a ombudsman, “o feroz Reinaldo Azevedo estreou disparando contra os que protestam nas ruas, contra PT/PSDB/PSOL, o Facebook, o ministro Luiz Fux e sobrou ainda para os defensores dos animais.”

Meu texto, para quem não leu, está aqui. E quem leu sabe:
a: não disparei contra quem protesta, mas contra quem pratica atos violentos; isso é ser feroz? Aliás, Suzana, tome mais cuidado com as metáforas: cão não dispara. Se você tivesse escrito “latiu contra”, seu texto continuaria com o mesmo grau de elegância, mas haveria coerência na cadeia alegórica. É uma dica de estilo de um rottweiler.
b: minha restrição ao PT foi precisa: critiquei o partido por atacar sistematicamente as instituições, inclusive a imprensa livre; isso é ser feroz?;
c: minha restrição ao PSDB foi precisa: critiquei o partido por não ter construído valores alternativos aos do petismo; isso é ser feroz?;
d: minha restrição ao PSOL foi precisa; critiquei o partido por usar os professores em favor de sua agenda supostamente revolucionária; isso é ser feroz?;
e: minha restrição a Luiz Fux foi precisa: critiquei o ministro por ter transformado o STF em alçada da Justiça Trabalhista e concedido uma absurda liminar; isso é ser feroz?;
f: nem cheguei a criticar o Facebook; apenas neguei que a revolta egípcia tenha sido determinada por ele; isso é ser feroz?;
g: não ataquei os defensores dos animais, mas aqueles que invadiram um laboratório, numa ação obscurantista;
h: também critiquei, ela esqueceu de citar, o Congresso, que tende a acabar com todas as votações secretas (não apenas a de cassação de mantados, o que apoio) e os defensores do financiamento público de campanha.

Digam-me: ainda que ela escrevesse a verdade, seria proibido, para recorrer à metáfora belicosa de Suzana, “disparar” contra o PT, o PSDB, o PSOL, o Fux, o Facebook, os defensores dos animais etc.? Critiquei, sim, Suzana, humanos e atos humanos, mas não precisei desumanizar ninguém para facilitar a minha tarefa.

Suzana adere a correntes da Internet que são politicamente orientadas, que obedecem a um comando, que têm a sua origem em sites e blogs financiados com dinheiro público, para difamar desafetos. Na Folha, no meu blog ou em qualquer lugar, escrevo o que penso. Não é o dinheiro dos pobres (nem o dos ricos!), que teria um fim mais nobre se aplicado em saúde e educação, que financia a minha opinião.

Nada de espuma, Suzana! Faço um convite
Suzana escreve:
“No impresso, espera-se mais argumento e menos estridência. Mais substância, menos espuma. Do contrário, a Folha estará apenas fazendo barulho e importando a selvageria que impera no ambiente conflagrado da internet.”

Eu aceito um debate público com Suzana — fica aqui não um desafio, mas um convite — sobre cada um dos temas acima. Até porque parece haver opiniões minhas sobre outros assuntos que a angustiam. Eis o segundo parágrafo de sua coluna (em vermelho):

“Eu sou mesmo um reacionário à moda antiga”, escreveu o jornalista na quarta-feira, emendando que é “humanista e cristão”, contra o aborto e contra a pena de morte. Dá para deduzir o que ele pensa dos governos Lula e Dilma pelo título do seu livro “O País dos Petralhas”, uma corruptela de petistas e irmãos Metralha.

Suzana, Suzana…
Tentarei ser didático. Quando alguém escreve “sou um reacionário à moda antiga”, está fazendo uma ironia porque, dada a origem da palavra e dado o conceito político, o “reacionário” já está voltado, de algum modo, para o passado; sua postura é, necessariamente, restauracionista. Assim, ele já é, por definição, alguém “à moda antiga”. Se um autor se diz “reacionário à moda antiga”, pode estar querendo fazer um espécie de gracejo; pode estar querendo, Suzana, apontar que os valores estão de tal sorte de ponta-cabeça que a defesa da vida humana vira coisa de “reacionários”. Não dá para desenhar. De resto, pare de imaginar o conteúdo dos livros. Havendo tempo, leia-os. Ou não comente. E “petralha” não é uma corruptela — corruptela é outra coisa.

O texto a que Suzana alude está aqui. Reproduzo o trecho de onde ela extraiu umas poucas palavras. Constatem a minha “ferocidade”.
(…)
Pois é, meus caros… Eu sou mesmo um reacionário à moda antiga. Eu ainda considero o ser humano uma espécie superior a todas as outras. Se eu fosse apenas um humanista, e acho que sou também, pensaria assim. Como me considero humanista e cristão, ainda acredito que somos também a morada do espírito de Deus. “Que nojo, Reinaldo! Eu prefiro os beagles.” Tudo bem.
Sou, assim, esse lixo que não aceita a pena de morte, mas também não aceita o aborto. Sou, assim, esse lixo que recusa que embriões humanos sejam tratados como coisa — porque se abre a vereda para a coisificação do próprio homem. Repudio de maneira absoluta certa estupidez que anda por aí, segundo a qual uma hierarquia entre espécies seria mera questão de valor. No fim das contas, dizem, somos todos formados de aglomerados muito semelhantes. Teses assim ecoam os piores totalitarismos.
(…)

Para quem sabe do que se trata, estou falando de outro Singer, o Peter. Suzana não tem tempo para essas coisas. Espero que não tente meter em mim, também, o triângulo púrpura, destinado aos cristãos. Escreve ela (em vermelho):
Sua volta à Folha, onde já havia trabalhado como editor-adjunto de política, suscitou reações fortes. O leitorado mais progressista viu a chegada do colunista como o coroamento de uma “guinada conservadora” do jornal. “Trata-se de uma pessoa que dissemina o ódio e não contribui com opiniões construtivas”, escreveu a socióloga Mariana Souza, 35.
Poucos se manifestaram a favor de Reinaldo, mas isso não significa que não exista uma parcela considerável que esteja comemorando a sua vinda, já que ao ombudsman costumam recorrer os insatisfeitos. Ana Lúcia Konarzewski, 61, funcionária aposentada do IBGE, afirma que vai voltar a assinar o jornal por causa do novo colunista. “Não aguentava mais tanta gente defendendo o governo”, disse.

Honestidade intelectual e profissional, Suzana!
Aguardo no blog um comentário de Mariana Souza para que ela aponte os textos meus que disseminam o ódio. Reproduzir o que a Internet financiada por estatais e pelo governo diz não vale. Segundo Suzana, poucos se manifestaram a meu favor, mas admite que parcela considerável também comemora, “já que ao ombudsman recorrem os insatisfeitos”.

Epa! Não informar que sites e blogs petistas, financiados por estatais, organizaram desde quarta-feira uma verdadeira corrente de linchamento é não cumprir com o mandamento básico da honestidade intelectual e profissional. O que queria Suzana? Que eu reagisse com uma contracorrente? “Escrevam e telefonem para a ombudsman; digam que a Folha acertou e que eu sou bacana.” Ora…

Mantenho o meu convite a Suzana. Proponho o debate. Vamos falar sobre argumentos e espuma. Ela adverte a Folha para que não “importe” o “barulho e a selvageria que impera no ambiente conflagrado da internet” e para que a conversa fique “à altura do que escrevem Janio de Freitas e Elio Gaspari, colunistas do mesmo espaço.”

No que me diz respeito, e estou certo que também aos outros novos, ela pode ficar tranquila. Não chamarei ninguém de cachorro, como não chamo aqui, e vocês sabem disso. Mas continuarei, se ela me der licença, a criticar o PT, o PSDB, o PSOL, o Fux, o Facebook, os arruaceiros… Continuarei, a exemplo do que fiz na minha coluna, que não dirige uma só ofensa a ninguém, a apelar a alguns interlocutores, às vezes encobertos: a Constituição dos EUA, Maquiavel, Locke, Nietzsche, Singer (o Peter, não a Suzana). “Nossa, como esse Reinaldo quer ser sabido!…” Não! Reinaldo procura quem já foi mais longe para tentar ganhar tempo.

Suzana diz que sou um “rottweiler”, que sou “feroz” e que meu texto de estreia revela isso. Ela deve a seus leitores, ela deve aos leitores da Folha — de quem é procuradora — e ela deve a meus leitores a evidência.

A gente sempre duvida se começou ou não com o pé direito (só força de expressão, viu, Suzana?!). Tinha escrito outro texto, sobre tema diverso, e mudei na última hora (do prazo que me impus para enviar o texto, bem entendido). Chamado de cachorro pela ombudsman, já não duvido: acertei em cheio. “Acertou em quê?” No compromisso que mantenho com os leitores.

Suzana só não pode esperar de mim a fofura de um beagle.

Exigência, recomendação e alerta
Encerro com um pedido e uma declaração: leitor deste blog que se preza, eventuais admiradores do colunista e pessoas eventualmente chocadas com o destempero de Suzana não lhe dirigirão uma só palavra desairosa — nem no espaço de comentários (serão vetados) nem em eventuais mensagens à própria ombudsman. Também não aceitarei comentários que tentem vincular as opiniões da jornalista a esta pessoa ou àquela. Ela é capaz de pensar essas coisas sozinha.

Os próceres da rede suja na Internet não hesitarão em dirigir à ombudsman as piores ofensas, disfarçados de “leitores do Reinaldo”. O jogo é pesado. Não caiam no truque de vigaristas.

Suzana não escreveu nem como beagle nem como rottweiler. Esse tipo de mordida é coisa de gente.
Texto publicado originalmente às 6h34

Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 8:11


O mesmo exemplar da Folha que traz a coluna em que Suzana Singer me chama de cachorro — um rottweiler — traz a notícia de que dois colunistas do jornal foram impedidos de falar em duas mesas da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira), na Bahia. Reproduzirei o texto mais abaixo. Vocês verão as boçalidades de que foram acusados Demétrio Magnoli e Luiz Felipe Pondé. Essas coisas não acontecem por acaso.

O linchamento virtual dos últimos quatro dias — desde que a Folha anunciou os “novos colunistas”—, promovido por sites e blogs financiadas por estatais e pelo governo Dilma, tem, sim, consequências. Serve como um convite a extremistas. São os black blocs da… feira de livros!

Leiam o que informa a Folha. Volto depois:
Uma manifestação de cerca de 30 estudantes interrompeu ontem duas mesas na Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira), na Bahia. O protesto pedia o cancelamento de debates com o sociólogo Demétrio Magnoli e o filósofo Luiz Felipe Pondé, colunistas da Folha. A organização da Flica cancelou as mesas para garantir a segurança dos convidados. A mesa “Donos da Terra? – Os Neoíndios, Velhos Bons Selvagens”, da qual participavam Magnoli e a historiadora Maria Hilda Baqueiro Paraíso, foi interrompida 20 minutos após o início do debate, que havia começado às 10h (no horário da Bahia, que não adere ao horário de verão).

Segundo Emanuel Mirdad, um dos organizadores da Flica, os alunos, que estavam sentados assistindo ao debate, gritaram palavras de ordem contra Magnoli, a quem chamaram de racista. O protesto seguiu com alunos se despindo. Outros estudantes jogaram uma cabeça de porco no palco. “Eu sou um antirracista e é por isso que sou contra as cotas. Os grupos, a fim de não discutir argumentos sobre cotas, preferem lançar impropérios. Eles não se limitam a fazer isso. Eles depredam o debate”, afirma Magnoli.

A organização do festival deslocou seguranças para proteger Magnoli, que se recusou a deixar o palco. Para encerrar a manifestação, os alunos exigiram o cancelamento da mesa em que Pondé participaria, às 20h (hora local) e a divulgação de um manifesto. Com a participação de Pondé e do sociólogo francês Jean-Claude Kaufmann, a mesa, de nome “As Imposições do Amor ao Indivíduo”, discutiria o tema do amor. A organização do festival permitiu que os estudantes lessem a nota no palco. O evento decidiu cancelar também a mesa com Pondé, que ocorreria à noite.

“[A acusação de racismo] É uma coisa idiota. Quem me lê sabe que eu nunca escrevi nada desse tipo. Isso revela a estupidez do movimento deles e o caráter totalitário e difamatório”, afirma Pondé. “Eu acho errado cota baseado em raça, seja lá qual raça for. O que devia existir é uma escola pública decente, mas dizer que é racismo é mau-caratismo.” Era o quarto dia do festival, previsto para terminar hoje. A reportagem não conseguiu localizar representantes do grupo de alunos antes da conclusão desta edição.

Voltei
Vejam aí. Bastaram 30 truculentos para impedir duas mesas-redondas, dois debates. Como negar que conseguiram seu intento? Tiveram divulgado o seu “manifesto” e silenciaram, ao menos naquele ambiente, duas vozes de que discordam.

Eis o espírito destes dias: não argumente, quebre; não tolere a divergência, dê porrada.

Quando me chama de cachorro, é a essa gente que Suzana Singer dá uma piscadela de cumplicidade. Ela diz que sou “feroz” e publica um comentário de alguém que afirma que estimulo o ódio. O que se narra acima são cenas inequívocas de amor.Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 6:31


Pois é…
Recebi as reações as mais positivas sobre o meu artigo de estreia na Folha (ver post sobre crítica da ombudsman). Mas deixem que lhes diga uma coisa: a única pessoa que ambiciono agradar quando escrevo é a mim mesmo. No texto, escrevo, por exemplo, que as manifestações de junho não tinham pobre — e as que remanescem também não têm. O Datafolha fez uma pesquisa. Leiam trecho do que informa a Folha. Voltarei no blog a esses números.
*
Nada menos do que 95% dos paulistanos desaprovam a atuação dos chamados “black blocs” — manifestantes que praticam o confronto com as forças policiais e a destruição de agências bancárias, lojas e prédios públicos como forma de protesto. É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas. A margem de erro máxima da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.
(…)

Apoio em queda
O resultado é que o apoio dos entrevistados às manifestações de rua em São Paulo desabou. No final de junho, 89% eram favoráveis aos protestos. Em setembro, o índice já caíra para 74%. Nesta semana, são 66% os apoiadores. Do outro lado, a taxa dos que são contrários às manifestações quase quadruplicou. Eram 8% em julho, 21% em setembro e, agora, 31%.

Apesar de focalizarem causas “dos oprimidos”, como a melhoria do transporte público, as manifestações têm conseguido taxas mais altas de apoio entre os mais ricos — 80% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos e 80% dos paulistanos com renda maior do que 10 salários mínimos.

Contra os protestos disseram-se 18% dos mais ricos. Entre os mais pobres, com renda até dois salários mínimos, a taxa de apoio aos protestos é de 54%, 26 pontos percentuais a menos do que entre os mais ricos. Contra os protestos disseram-se 42% dos mais pobres, 24 pontos percentuais a mais do que o índice observado na parcela rica.

Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 6:29


Na Folha:
Um ex-diretor da Alstom contou em depoimento à Polícia Federal que a multinacional francesa pagou propina a um ex-assessor do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), presidente nacional do PMDB, para receber uma dívida de R$ 42 milhões da Eletronorte, segundo reportagem publicada pela revista “Veja” desta semana. O engenheiro Osvaldo Panzarini, funcionário da Alstom que chegou a ser preso pela PF em 2006, contou que a empresa pagou 3% sobre os R$ 42 milhões para receber o atrasado da Eletronorte. O percentual de 3% corresponde a R$ 1,26 milhão.

O caso de suposto pagamento de propina pela Alstom a funcionários de uma empresa ligada ao governo do então presidente Lula (PT) foi revelado pela Folha, em maio de 2008. A multinacional francesa atua em duas áreas no Brasil: transporte e energia. A divisão de transporte está sob investigação depois que a Siemens acusou a multinacional de integrar um grupo de empresas que combinavam o resultado de licitações do Metrô e da CPTM em São Paulo.

Acertos
O texto da “Veja” cita uma conversa telefônica e um depoimento em que o engenheiro da Alstom menciona a negociação que teve que fazer para baixar o percentual da propina de 5% para 3%. “O pessoal está recebendo uma série de regras aqui, de acertos. E os caras tão fixando em 3% [a comissão], chegando ao limite de 5%, mas esse 5% já é com… se tiver que pagar impostos”, disse Panzarini numa conversa telefônica interceptada pela PF. Segundo o funcionário, a comissão inicial pedida pelos lobistas era de 10%, “a título de auxílio para recebimento de valores”. A Alstom, porém, considerou o percentual alto demais.
(…)

Por Reinaldo Azevedo





27/10/2013 às 6:27


Por Dimmi Amora e Paulo Peixoto, na Folha:
Uma empresa com sede num pequeno escritório em Belo Horizonte (MG) –com duas mesas, cadeira, telefone e um computador– está prestes a ganhar duas concorrências de R$ 750 milhões do governo federal. A RMC Participação, criada em fevereiro de 2012, é a primeira colocada em seis lotes de venda de trilhos para a Valec, a estatal das ferrovias. O governo tenta há dois anos comprar 240 mil toneladas de trilhos para as ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste. Duas concorrências já foram canceladas por suspeitas de fraude e direcionamento.

Em 31 de julho, a Valec lançou um terceiro edital para a compra do equipamento, que tem que vir do exterior. Para aumentar a disputa, dividiu a aquisição em oito lotes. A primeira concorrência, da Norte-Sul, começou em 16 de setembro e apareceram três companhias nacionais: RMC Participação, Trop Comércio Exterior e Capricórnio. A RMC ofereceu o menor preço em dois lotes (2% de desconto sobre o valor máximo). No terceiro, a Capricórnio ganhou, mas foi eliminada por causa da documentação. A Valec analisa recursos para homologar a licitação e assinar os contratos com a RMC.
(…)



Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:37



Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:29


Vejam esta foto, de Nelson Antoine ( Fotoarena-Folhapress)


Nesta sexta, abri assim a coluna que publiquei na Folha: “As ruas, ente divinizado por covardes (…)”. Um leitor mandou uma carta para o jornal e escreveu: “Estreia lamentável a de Reinaldo Azevedo na Folha. Ele usou frases com palavras fortes e ofensivas para não dizer nada e propor lhufas. As ruas são para quem é covarde? Será que ele consegue desenvolver essa ideia? (…)”.

Eu não poderia desenvolver uma ideia que não é minha porque escrevi outra coisa. Não há dúvida de que é covardia o que se vê acima, mas não chamei de “covardes” os que promovem o caos — estes são bandidos, baderneiros, prototerroristas, escolham aí… “Covardes” são os que têm receio — especialmente na imprensa, na política e na Justiça — de chamar esses caras por aquilo que são.

Agora Leiam esta frase:
“Segura a tropa, não deixa a tropa perder a cabeça”.

A fala é do homem que está sendo agredido, com uma placa de ferro, por um black bloc depois de ter sido cercado e espancado por um bando. Trata-se do coronel Reynaldo Simões Rossi, comandante da região central. Ele teve a clavícula quebrada e foi internado com cortes no rosto e na cabeça. A agressão ocorreu no terminal de ônibus Dom Pedro. O Movimento Passe Livre convocou um protesto, em parceria com os black blocs, e se repetiu a cena de sempre. Vejam esta sequência de fotos.

Bandido ataca terminais de banco no terminal D. Pedro (Marlene Bergamo – Folhapress)

Extintor de incêndio e jogado contra vidro do guichê. Seria ele um “ativista” (Fábio Braga – Folhapress)

ônibus é incendiado no terminal D. Pedro. Isso é manifestação política (Fábio Braga/Folhapres)

Acima, a truculência do Passe Livre disfarçada de apelo (baixo) poético (Fábio Braga/Folhapress)

Depredação no terminal Dom Pedro. Observem um delinquente à esquerda ao celular. Deve estar dando ordem à empregada (Marlene Bergamo/ Folhapress)

A faixa patética. Black blocs destroem patrimônio público, mas dizem aliados dos trabalhadores (Marlene Bergamo/Folhapress)

Retomo
Em nenhum país do mundo, democrático ou ditatorial, uma força policial, atuando dentro dos limites que lhe confere a lei, recebe esse tratamento sem graves consequências. Enquanto a barbárie se instalava em São Paulo, eu participava do “Café Filosófico”, promovido pela CPFL, em Campinas. Fechei o ciclo de debates que tinha como tema as “jornadas de junho”. Nas semanas anteriores, falaram Demétrio Magnoli, Eugênio Bucci e Roberto Romano. Fiz uma intervenção indignada, sim, porque essa é a minha natureza. Eu não sabia o que se passava por aqui. As pessoas que lá estavam e as que acompanharam o evento, ao vivo, pela Internet (mais de 2 mil acessos simultâneos), puderam constatar que esses trogloditas são argumentadores ainda mais convincentes do que eu em favor das minhas teses a respeito.

Louvem-se a coragem e a honradez do coronel Reynaldo Simões Rossi. Mesmo nas circunstâncias mais adversas, teve a energia e a serenidade de pedir que seus homens se contivessem. Ele sabia que uma reação mais dura da tropa transformaria, nas redes sociais e na imprensa, a Polícia em vilã, e os vândalos em heróis de um novo amanhecer, que é como esses bandidos têm sido tratados aqui e ali.

Movimento Passe Livre
Antes da manifestação do dia 13 de junho — duramente reprimida pela polícia — o Passe Livre já havia promovido três outras: no dias 6, 7 e 11. Todas notavelmente violentas. Nesta última, um policial foi covardemente espancado. A PM só reagiu com dureza no dia 13 — com evidência de que essa reação saiu do controle, o que o coronel Raynaldo, mesmo depois de espancado, procurou evitar com a ordem que deu. Lembrei essa sequência no debate de ontem na CPL.

A imprensa, com raras exceções, comprou não exatamente a causa do “passe livre”, mas o espírito da coisa. E o resto a gente conhece. Durante um tempo, não militantes, pessoas comuns, foram às ruas levar as suas reivindicações. O Passe Livre, um movimento de esquerda que diz ser a sua causa um primeiro passo para o socialismo (!), se distanciou dos protestos quando, por algum tempo ao menos, eles se voltaram contra o governo federal também. A extrema esquerda e os baderneiros mascarados expulsaram das ruas os não militantes. Agora, o Passe Livre volta. Sempre atuou, na prática, em parceria com os mascarados. Seus líderes se negam a repudiar a violência.

E volta para tentar, mais uma vez, promover o caos nas ruas de São Paulo. Se não houver uma firme reação da sociedade, em especial do Judiciário, essa gente não vai parar.

Quando decidi mudar o meu texto na Folha, entregue na madrugada de quinta, eu não sabia que o Passe Livre e os black blocs planejavam novas ações de vandalismo. A maioria de vocês já o leu, sei disso. Peço que o releiam a luz dos eventos de hoje, que se deram enquanto as palavras que seguem em azul estavam no jornal.

*
As ruas, ente divinizado por covardes, pediram o fim do voto secreto para a cassação de mandatos. Boa reivindicação. O Congresso está a um passo de extinguir todas as votações secretas, o que poria o Legislativo de joelhos diante do Executivo. Proposta de iniciativa “popular” cobra o financiamento público de campanha, o que elevaria o volume de dinheiro clandestino nas eleições e privilegiaria partidos ancorados em sindicatos, cujas doações não são feitas só em espécie. Cuidado! O povo está na praça. Nome do filme dessa mímica patética: “Os 178 Beagles”.

Povo não existe. É uma ficção de picaretas. “É a terceira palavra da Constituição dos EUA”, oporia alguém. É fato. Nesse caso, ele se expressa por meio de um documento que consagra a representação, única forma aceitável de governo. Se o modelo representativo segrega e não muda, a alternativa é a revolução, que é mais do que alarido de minorias radicalizadas ou de corporações influentes, tomadas como expressão da verdade ou categoria de pensamento.

A fúria justiceira dos bons pode ser tão desastrosa como a justiça seletiva dos maus. Quem estava nas ruas? A imprensa celebrou os protestos como uma “Primavera Árabe” nativa. Nem aquela rendeu flores nem o Brasil é uma ditadura islâmica. Até houve manifestações contra o governo, mas todas foram a favor do “regime petista”. O PSDB talvez tenha imaginado que aquele “povo” –sem pobres!– faria o que o partido não fez em 11 anos: construir uma alternativa. Sem valores também alternativos aos do Partido do Poder, esqueçam.

Há 11 anos o PT ataca sistematicamente as instituições, quer as públicas, quer as privadas, mas de natureza pública, como a imprensa. Dilma ter sofrido desgaste (está em recuperação) não muda a natureza dos fatos. Da interdição do direito de ir e vir à pancadaria e ao quebra-quebra como forma de expressão, passando pela reivindicação de um Estado-babá, assistiu-se nas ruas a uma explosão de intolerância e de ódio à democracia que o petismo alimentou e alimenta. O Facebook não cria um novo ator político. Pode ser apenas o velho ator com o novo Facebook –como evidenciou a Irmandade Muçulmana no Inverno Egípcio.

Em política, quando o fim justifica os meios, o que se tem é a brutalidade dos meios com um fim sempre desastroso. A opção moralmente aceitável é outra: os meios qualificam o fim. Querem igualdade e mais Justiça? É um bom horizonte. Mas será o terror um instrumento aceitável, ainda que fosse eficaz? Oposição, governo e imprensa, com raras exceções, se calaram e se calam diante da barbárie que deseduca e que traz, volte-se lá ao primeiro parágrafo, o risco do atraso institucional.

O PSOL conduziu uma greve de professores contra o excelente plano de carreira proposto pela Prefeitura do Rio. Era a racionalidade contra a agenda “revolucionária”. Luiz Fux, do STF, posando de juiz do trabalho, chamou os dois para conversar. É degradação institucional com toga de tolerância democrática.

O sequestro dos beagles, tratado com bonomia e outro-ladismo pelo jornalismo, é um emblema da ignorância dos justos e da fúria dos bons. Eles atrasaram em 10 anos o desenvolvimento de um remédio contra o câncer, mas quem há de negar que os apedeutas ilustrados têm um grande coração?

Voltei para encerrar mesmo
Esses são os fatos. Esse é o texto.Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:19


Na Folha:
De olho em dois dos maiores eleitorados do país, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quer jogar para o ano que vem a definição sobre uma aliança com o PSDB em São Paulo e articula uma candidatura “pop” no Rio. O diretório paulista do partido defende o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin de olho em ocupar a vaga de vice na chapa tucana, mas recebeu de Campos a orientação para tirar o pé do acelerador e só retomar em 2014.

No Rio, o governador sondou o ator Marcos Palmeira para disputar o Palácio da Guanabara. Seu objetivo é lançar um nome competitivo, novo e identificado com Marina Silva, popular na capital fluminense. Palmeira ajudou a Rede na coleta de assinaturas e filiou-se ao PSB quando a ex-senadora anunciou a sua adesão ao partido de Campos. A reportagem procurou o ator, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.

Segundo a Folha apurou, Eduardo Campos quer ter mais clareza sobre o cenário eleitoral antes de tomar uma decisão em São Paulo. Internamente, o temor é que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desista de disputar o Palácio do Planalto, dando lugar ao tucano José Serra. Na avaliação do pernambucano, a mudança embolaria o acordo. Para ele, Serra dificilmente aceitaria qualquer acordo heterodoxo que dividisse a máquina partidária para ajudar um concorrente nacional. Lá atrás, quando Marina tentava erguer a Rede, Campos e Aécio chegaram discutir a conveniência de um pacto eleitoral em São Paulo.
(…)Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:17


Por Giba Bergamin Jr. na Folha:
A gestão Fernando Haddad (PT) informou ontem que metade dos imóveis da cidade de São Paulo, que equivalem a 1,5 milhão de contribuintes do IPTU, vai pagar reajustes seguidos do imposto até 2017. A nova estimativa, de 49,7%, é baseada no projeto aprovado pela Câmara anteontem prevendo um aumento do imposto –inferior ao que queria Haddad. O texto ainda deverá passar por segunda votação na Casa na semana que vem. O imposto subirá até 20% para imóveis residenciais e até 35% para os demais em 2014, conforme a proposta –contra uma inflação de 6%.

Esses serão os tetos de aumento do IPTU no ano que vem. Mas a diferença em relação à valorização dos imóveis desde 2009 será cobrada em parcelas nos anos seguintes. Pelo texto aprovado, a partir de 2015 e até 2017, imóveis com valorização acima dos tetos de reajuste pagarão novos aumentos, mas limitados a 10% por ano para residenciais e 15% para demais. Na prática, uma residência e um comércio com IPTU de R$ 2.000 poderão pagar até R$ 3.194 (alta de 60%) e R$ 4.106 (de 105%), respectivamente, daqui a quatro anos.
(…)

Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:15


Na VEJA.com:
A Petrobras anunciou na noite desta sexta um lucro líquido de 3,395 bilhões de reais no terceiro trimestre. O resultado veio abaixo das expectativas de mercado, que oscilavam entre 5 e 6 bilhões de reais para ao período. Trata-se de uma queda de 45% em relação ao lucro do segundo trimestre, que ficou em 6,2 bilhões de reais. No acumulado do ano, os ganhos da estatal somam 17,2 bilhões de reais. A receita líquida da empresa somou 77,7 bilhões de reais de julho a setembro, uma alta de 6% em relação ao segundo trimestre. Já o lucro operacional (antes de impostos) ficou em 5,4 bilhões de reais, queda de 51% em relação ao trimestre anterior.

A empresa atribui o resultado ao baixo nível de produção no terceiro trimestre, impactado pelo atraso no início da operação da plataforma P-63, de 15 de julho para 31 de outubro, ao atraso de fornecimento de equipamentos por parte da empresa norueguesa Subsea 7 e ao aumento da demanda por diesel, o que fez com que a estatal tivesse de aumentar importações num período de dólar apreciado e preço do barril de petróleo em alta.

Defasagem
A empresa reconheceu que absorver as oscilações de preço no mercado internacional prejudicou o resultado. “O consumo recorde de diesel no Brasil, superando 1 milhão de barris por dia (pico de 1,169 milhão em 30 de agosto), levou ao aumento das importações, em período de forte depreciação do real e de aumento do preço do petróleo , ampliando a defasagem dos preços domésticos em relação à paridade internacional”, afirmou.

“Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente, a forte depreciação do real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses. Essa situação tem impactado nosso fluxo de caixa e alavancagem”, informou a empresa.

O comunicado ainda afirma que a estatal apresentou ao Conselho de Administração presidido pelo ministro Guido Mantega uma metodologia de precificação que permita maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos preços internacionais.

Libra
O documento ainda enaltece o leilão de Libra, vencido por um consórcio único liderado pela Petrobras. Segundo o comunicado da presidente, Graça Foster, trata-se de um “desafio” para a empresa. “E isso torna vital a aplicação de boas práticas de gestão, dentre elas, a otimização dos custos e dos prazos nas fases de exploração, avaliação e desenvolvimento da produção”, afirma.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Petrobras




25/10/2013 às 18:31


Logo mais, às 19h, participo do “Café Filosófico”, da CPFL. O tema da conversa serão as manifestações de junho. Haverá transmissão ao vivo, pela Internet, neste endereço: http://www.cpflcultura.com.br/aovivo/


Segue texto publicado no site do evento:

O Café Filosófico buscará compreender, neste mês de outubro, os aspectos de um fenômeno recente, já gravado na história de nosso País. As manifestações populares que eclodiram há dois meses e que ainda repercutem no dia a dia dos brasileiros. O módulo Fragmentos da democracia – as “jornadas de junho” é composto por quatro apresentações realizadas às sextas-feiras, às 19h, no Instituto CPFL | Cultura, em Campinas. As apresentações também serão transmitidas ao vivo, pela internet, no site www.cpflcultura.com.br/aovivo.

A curadoria dos encontros é do sociólogo e pesquisador da USP Demétrio Magnoli, que trará nomes como Eugenio Bucci, jornalista e professor da USP, Roberto Romano, filósofo e professor da Unicamp, e o colunista da Veja.com Reinaldo Azevedo. Eles pretendem esclarecer o significado e o futuro do mais recente movimento político registrado no Brasil.

As apresentações
Na abertura do módulo, em 04/10, Demétrio Magnoli apresenta a palestra “Manifestações sem direção?”, que pretende discutir a espontaneidade dos movimentos que sem ligações político-partidárias claras ou declaradas. As apresentações seguem no dia 11/10, com Eugênio Bucci, que abordará o olhar da imprensa no entendimento do fenômeno. No dia 18/10, Roberto Romano discutirá o movimento sob o ponto de vista de quem está no poder e nos no governo. No encerramento do módulo, 25/10, Reinaldo Azevedo discute as características das manifestações comparadas a movimentos populares recentes em outros países, como a “Primavera Árabe” ou a “Primavera Turca”.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPFL, protestos




25/10/2013 às 15:31


No post anterior, vocês leem que o governo Dilma lembrou que algumas coisas não andam bem no Porto de Suape, em Pernambuco, que tem farto financiamento federal. Ah, entendi…

Comecemos do começo: se há suspeitas de irregularidades ou de não cumprimento do devido, que se investigue. Constatadas as culpas, que se punam os responsáveis. É assim que deve ser na democracia. Mas cabe a pergunta: por que só agora, dias depois de o PSB ter deixado a base do governo?

Sim, o partido comandava a área de portos. “Então está tudo explicado, Reinaldo!” Mais ou menos. Digamos que as irregularidades existam e que o governo fechava os olhos pra ela. Isso era bonito? Fazia-o, então, em nome do quê? Da aliança com o PSB? Então é estra regra: “aos amigos, tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei”? Ora…

O estado policial, prestem atenção!, não é aquele que vigia a todos, mas aquele que vigia apenas a alguns. Vamos ver como isso caminha. Mas que é sintomático que as denúncias venham a público logo depois de o partido de Campos deixar o governo, ah, isso é…

E fica a pergunta: para quantos outros aliados a gestão Dilma fecha os olhos?

Por Reinaldo Azevedo








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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905