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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com













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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



15/05/2014 às 20:46

Polícia prende 20 black blocs com coquetéis molotov em protesto contra a Copa


Manifestante incendeia a bandeira do Brasil no Centro de SP – Foto: Miguel Shincariol/AFP

Na VEJA.com. Volto no próximo post.
A Polícia Militar prendeu vinte black blocs na noite desta quinta-feira durante protestos contra a realização da Copa do Mundo, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a PM, o grupo de mascarados foi detido com coquetel molotov e martelos. No início da noite desta quinta, cerca de 1.200 manifestantes se reuniram na Praça do Ciclista com panfletos e faixas contra o Mundial. A Avenida Paulista está completamente interditada no sentido Consolação. Deacordo com a PM, há outros dois pontos de concentração de manifestantes, um na altura do Masp, outro na Praça Roosevelt, no Centro da capital paulista.

Por volta das 19h15, alguns vândalos encapuzados depredaram vidraças, montaram barricadas com sacos de lixo incendiados e picharam calçadas. Uma loja da Hyundai foi destruída. A polícia usou bombas de efeito moral para tentar dissipar os baderneiros. Mais cedo, uma manifestação organizada por professores da rede municipal de São Paulo seguiu da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, em direção ao prédio da Prefeitura, na região central da capital. A marcha interditou totalmente a Avenida 23 de Maio, no sentido centro.

Rio
No Rio de Janeiro, três manifestações começaram no fim da tarde. Depois de votar pela continuação da greve iniciada na segunda-feira, cerca de 800 professores caminharam até a Central do Brasil, onde um grupo já protestava contra a Copa do Mundo. Os rodoviários, que reivindicam melhores condições de trabalho e aumento de salário, desistiram de fazer uma nova paralisação nesta semana, mas também organizaram um ato no Centro. Antes, porém, de se aproximar dos dois outros grupos, liderados por dezenas de mascarados, decidiram se dispersar. Lideranças do movimento disseram que não são contra a realização do Mundial e preferiram evitar um possível tumulto.

Em Brasília, um grupo de 150 pessoas marchou da rodoviária até o estádio Mané Garrincha, palco de jogos da Copa. Não houve registro de confusão.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 20:33

Acabou a greve da PM e dos bombeiros de Pernambuco



Os policiais militares e bombeiros de Pernambuco acabam de decretar o fim da greve. Não levaram os 30% a 50% de reajuste (a depender da patente) como queriam, mas obtiveram, sim, benefícios extras.
- um bônus de R$ 500 que vinham recebendo será incorporado ao salário;
- a partir de junho, terão 14% de reajuste (terceira parcela de um acordo negociado em 2011);
- promessa de um plano de carreira;
- benefícios extras na assistência à saúde.

A greve já tinha sido considerada ilegal, com multa de R$ 100 mil por dia à associação de policiais que liderava a manifestação.


Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 20:17

PMs são uma bomba-relógio por causa da PEC 300. E o que Dilma fez no passado…



A greve da Polícia Militar de Pernambuco é política, sim, porquanto toda paralisação do trabalho, especialmente de servidores, tem essa característica. Mas é política também porque se sabe que o Estado pretende ser uma das vitrines de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República. Se a bagunça se instaura por lá, como é o caso, e se o governo federal, como também é o caso, é obrigado a intervir com a Força Nacional de Segurança, é evidente que o ex-governador sai mal da fita. Afinal, aquela é a Polícia Militar que seu sucessor herdou. Certamente as lideranças grevistas farejaram que esse era um bom momento para aplicar uma espécie de chantagem.

As PMs do Brasil inteiro são uma bomba-relógio desde que foi apresentada a PEC 300, com a qual a então candidata à Presidência, Dilma Rousseff, se comprometeu. E o que diz essa Proposta de Emenda Constitucional? Que o salários dos policiais militares do Brasil inteiro serão igualados aos do Distrito Federal, os mais altos do pais. Um policial tem um salário-base na faixa de R$ 4.200.

A pressão em favor da equiparação começou em 2008, quando Lula editou uma Medida Provisória elevando bastante o salário da PM do DF. Atenção! Na capital federal, é a União que arca com os custos da corporação. Fez-se, então, uma grande solenidade, num estádio de futebol, com o Apedeuta falando pelos cotovelos, na buliçosa presença do então governador, José Roberto Arruda — sim, aquele mesmo do saco de dinheiro; pouco tempo depois, ele cairia em desgraça. O gesto demagógico criou uma pressão Estados afora. Surge, então, a PEC 300. Como boa parte dos estados quebraria, deu-se um jeito: o texto estabelece que, caso um estado não consiga arcar com equiparação dos salários, a União o fará.

Reitero: a campanha eleitoral de Dilma acusou o tucano José Serra de não secomprometer com a sua aprovação. De olho nas contas, Serra não se comprometeu mesmo. Ficou subentendido que Dilma, se eleita, lutaria pela PEC 300. Até Michel Temer, então candidato a vice, entrou na parada, recebendo lideranças dos policiais. Eleita, Dilma deixou o assunto pra lá.

Em Pernambuco, PMs e bombeiros pedem aumento salarial de 50% para praças (soldados a subtenentes) e de 30% para oficiais. Atualmente, um soldado da PM recebe salário de R$ 2.409, enquanto um coronel tem remuneração de R$ 13.600.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 19:57

Crimes do Riocentro já prescreveram; decisão de juíza deve ser revista



Em que vai dar essa história da denúncia? Existindo estado de direito, em nada. Com todo o respeito, decisão da Justiça, a gente acata, sim, mas também debate. Eu quero que terroristas e torturadores de qualquer tempo se danem. Numa democracia, eles se danam segundo a lei.

Os crimes do Riocentro, sejam lá quais forem os seus autores, já prescreveram Essa história de “crimes contra a humanidade”, da forma como se tenta emplacar no Brasil, é só exercício do direito criativo. A propósito: o terrorismo também é um crime contra a humanidade. Não é verdade que todos os anistiados em 1979, por exemplo, tenham cumprido pena antes. Há gente que saiu do Brasil sem prestar contas por seus atos. Matar um inocente num regime ditatorial não é diferente de matar um inocente numa democracia. Ou será que é?

Não se cuida, desta vez, é bom que fique claro, da Lei da Anistia, que é de 1979. Os autores do atentado do Riocentro não foram “anistiados” porque o crime é de 1981, posterior à lei. Se o Estado, por esta ou aquela razão, não conseguiu chegar aos autores e puni-los, passados 33 anos, nada mais pode ser feito. Parece-me impossível que essa decisão não seja derrubada em instância superior.

Violar a legislação, ou ignorá-la, para punir pessoas que consideramos más — ou que, efetivamente, são más — piora o mundo em vez de melhorá-lo. Quando se sacrifica a legalidade para tentar fazer justiça, abre-se caminho para novas ilegalidades porque, nesse caso, vai se depender sempre do arbítrio de quem manda.

O estado de direito não admite exceções. Ou estado de direito não é. Reitero: os terroristas e torturadores que se danem. Mas só podem se danar dentro da lei.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 19:37

Juíza aceita denúncia contra acusados de atentado a bomba no Riocentro



Na VEJA.com. Volto no próximo post.
Passados 33 anos do atentado a bomba no Riocentro, cinco militares e um ex-delegado estão, pela primeira vez, na condição de réus pela explosão. A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal, aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o coronel da reserva Wilson Luiz Chaves Machado, os generais reformados do Exército Nilton de Albuquerque Cerqueira e Newton Cruz, o general reformado Edson Sá Rocha, o major reformado Divany Carvalho Barros e o ex-delegado Claudio Antonio Guerra. Em sua decisão, a juíza destacou que os crimes não prescreveram por tratar-se de tortura, homicídio e desaparecimento de pessoas cometidos por agentes do Estado – portanto, crimes contra a humanidade.

A explosão de duas bombas no Riocentro ocorreu na noite de 30 de abril de 1981, quando era realizado no local um show para comemorar o 1º de Maio. O ato foi planejado por integrantes de uma ala “linha-dura” do regime militar, contrária à abertura política que se iniciava. Os explosivos acabaram, acidentalmente, detonados dentro de um automóvel Puma usado pelos dois militares escalados para executar o atentado: o capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário, então lotados no Destacamento de Operações e Informações do 1º Exército (correspondente ao que hoje é o Comando Militar do Leste). Uma das explosões matou Rosário.

De acordo com a denúncia aceita pela Justiça Federal do Rio, o grupo responderá por tentativa de homicídio, associação em organização criminosa, transporte de explosivos, favorecimento pessoal e fraude processual. A denúncia foi elaborada por um grupo de promotores do Grupo de Justiça de Transição do MPF.

“Já não se ignora mais que a prática de tortura e homicídios contra dissidentes políticos naquele período fazia parte de uma política de Estado, conhecida, desejada e coordenada pela mais alta cúpula governamental. Os fatos narrados na denúncia encontram-se, em tese, dentro desse contexto, na medida em que, segundo a tese do MP, a ser submetida ao contraditório, o atentado a bomba descrito fazia parte de uma série de outros quarenta atentados a bomba semelhantes ocorridos no período de um ano e meio, direcionados à população civil, com o objetivo de retardar a reabertura política”, afirma o despacho da magistrada.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 19:07

Ministério Público do Trabalho ameaça interditar Itaquerão



Na VEJA.com:

O Ministério Público do Trabalho ameaça pedir a interdição das obras do Itaquerão. Uma fiscalização na manhã desta quinta-feira constatou algumas irregularidades que podem provocar a paralisação dos trabalhos, a três dias do último evento-teste no estádio do Corinthians antes da entrega à Fifa – no domingo, o Corinthians vai enfrentar o Figueirense, às 16 horas, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. O estádio vai receber a primeira partida da Copa do Mundo de 2014, dia 12 de junho, entre Brasil e Croácia.

Nesta quinta, operários foram flagrados usando equipamentos de segurança de forma irregular. Segundo o Ministério Público do Trabalho, não basta o empregador oferecer os equipamentos, é preciso fiscalizar e cobrar que os funcionários os utilizem de forma correta. “Já tínhamos feito uma visita aqui há um mês e os problemas continuam. Se for o caso, podemos interditar novamente”, disse o procurador Roberto Ribeiro Ponto.

Três operários já morreram nas obras da Arena Corinthians, dois deles quando um guindaste caiu sobre parte da estrutura erguida em novembro de 2013. Na ocasião, os operários Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44 anos, foram atingidos pela grua que afundou no terreno. As mortes foram instantâneas. Em março deste ano, Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, despencou das estruturas provisórias do estádio, foi socorrido e morreu no hospital.

No último dia 11 de abril, o Itaquerão teve parte de suas obras liberadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) depois de terem sido paralisadas em 31 de março, dois dias depois da morte de Fabio Hamilton da Cruz.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 19:05

Sem polícia nas ruas, Pernambuco vive dia de pânico



Na VEJA.com:

Com policiais militares e bombeiros em greve, diversas cidades de Pernambuco vivem um dia de pânico nas ruas, com ondas de saques, roubos e oito homicídios registrados em Recife na madrugada desta quinta-feira. Com medo de assaltos, comerciantes fecharam as portas na região metropolitana de Recife e turistas foram orientados a permanecerem nos hotéis.

O governador João Lyra Neto (PSB) pediu auxílio do governo federal para tentar controlar a situação. Nesta quinta-feira, o Ministério da Justiça autorizou o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública e do Exército, que já desembarcaram em algumas regiões do Estado. O ministro José Eduardo Cardozo viajou ao Estado para uma reunião com o governador.

O governo estadual informou que o Exército assumiu o comando da segurança em todo o território de Pernambuco, coordenando, inclusive, as ações da Secretaria de Defesa Social (SDS) e das polícias Civil e Militar. A decisão segue os termos do Acordo de Cooperação Federativa firmado entre a União e o Estado. O número de homens disponibilizados pelo Ministério da Justiça não foi divulgado.

As escolas estaduais irão encerrar as aulas às 17h. Estudantes que cursam o período noturno foram dispensados. A Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco decidiu que as aulas ficarão suspensas enquanto durar a greve. A Universidade Federal Rural de Pernambuco colocou vigilantes nos pontos de ônibus. A Universidade Católica de Pernambuco suspendeu as aulas nesta quinta-feira – na sexta, a universidade estará fechada.

O município de Abreu e Lima, na região metropolitana, decretou ponto facultativo. O comércio foi alvo de arrombamentos nesta manhã, com invasões de lojas, supermercados, empresas e até concessionárias de veículos. Um ônibus foi incendiado e um veículo dos Correios destruído. Nas rodovias, também houve saques de cargas de caminhões.

Na capital, shoppings intensificaram o esquema de segurança e algumas lojas, que possuem vitrines voltadas para a rua, não abriram as portas. “Prefiro ter prejuízo por não abrir a colocar a vida dos funcionários em risco”, afirmou Mariana Navarro, dona de uma loja de cosméticos no Shopping Recife, em Boa Viagem.

“Alertamos os turistas para não saírem. Tememos que eles sejam assaltados ou expostos à violência. Não temos como oferecer passeios. Eles estão no hotel, aproveitando a piscina, mas reclamam de estarem trancados”, afirmou Marcelo Nascimento Correia, gerente do Hotel Continental Pernambuco.

Reinvindicações – PMs e bombeiros pedem aumento salarial de 50% para praças (soldados a subtenentes) e de 30% para oficiais. Atualmente, um soldado da PM recebe salário de 2.409 reais, enquanto um coronel tem remuneração de 13.600 reais.

O governo pernambucano diz que, neste momento, não pode negociar reajuste salarial, já que a legislação impede esse tipo de promoção dentro do período de 180 dias antes das eleições. O Tribunal de Justiça (TJ) de Pernambuco considerou ilegal a greve e determinou o retorno imediato dos grevistas ao trabalho, sob pena de multa diária de 100.000 reais.

Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 15:30

Guilherme Boulos, o radical chique que é tratado como santo pela idiotia deslumbrada


Guilherme Boulos, o coxinha que decidiu brincar de revolução


Que coisa! Numa cidade de 12 milhões de habitantes, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST, espalha uns quatro mil em várias manifestações. Nesta quinta, até agora, a manifestação maior ocorreu nas imediações do Itaquerão. O chefão da turma é um sujeito chamado Guilherme Boulos. Atenção para o currículo do rapaz: é professor, formado em filosofia, com especialização em psicanálise. Vem de uma família de classe média alta. Na verdade, rica mesmo. Mas ele decidiu abraçar a causa dos sem-teto. Até aí, problema dele.

Isso, a muitos, parece irresistível. Remete a uma espécie de renúncia religiosa. É o João Pedro Stédile das cidades, para lembrar o chefão do MST, o Movimento dos Sem-Terra. Trata-se de um economista que está a muitas léguas da formação intelectual do povo que ele mobiliza.

Desde Lênin e Trotsky, dois dos líderes da revolução russa, que vinham de famílias ricas — o pai do primeiro era um burocrata do czar; o do segundo, um rico latifundiário —, esses extremistas oriundos da elite econômica assumem certa aura de santidade, de intocabilidade, como se tudo lhes fosse permitido. Afinal, pensam alguns, se eles renunciaram aos bens materiais, então não estão pensando em si mesmos e só no bem do próximo.

Acontece, leitores, que as pessoas podem ser boazinhas e equivocadas. São Francisco de Assis não foi um grande sujeito porque renunciou aos bens materiais, mas porque levou a bondade, a generosidade e a concórdia por onde quer que tenha passado. O fato de alguém decidir viver uma vida humilde não coloca ninguém acima do bem e do mal. Pode-se fazer essa escolha por uma ambição ainda maior do que a de bens materiais: a ambição de reformar o mundo nem que seja na marra, sem atentar para os prejuízos de terceiros.

Não consta que Robespierre, o maior assassino da Revolução Francesa, quisesse algo para si, pessoalmente. Ao contrário até: era inteiramente dedicado à sua causa. E, cegado por ela, respondeu pela morte de milhares, até que a sua cabeça foi cortada pelo sistema que ele mesmo inventou. Stálin não queria ser rico. Queria o poder.

Nesta quinta, Boulos deu um ultimato aos poderes públicos. Segundo disse, eles têm 28 dias para regularizar todas as invasões de sem-teto da cidade, ou ele promete transformar São Paulo num inferno, com a sua minoria de extremistas. Sim, “todas as invasões”, ele disse, inclusive a chamada “Copa do Povo”, nas imediações do Itaquerão. “Os governos federal, estadual e a prefeitura que se entendam para resolver a situação e desapropriar o terreno”, afirmou Boulos, dando de ombros para a democracia. Ele é o dono da verdade, o dono da causa, o dono da bola.

Natália Szermeta, parceira do doutor no movimento, resolveu fazer literatura ruim: “O MTST colocou em campo a seleção dos brasileiros oprimidos, dos que não se contentam com migalhas. A seleção dos opressores pode até entrar em cena, mas não vão dormir uma noite sem que a gente incomode o sono deles”.

A democracia é o regime da maioria e que tem, como um de seus pilares, a tolerância com as minorias. Em nenhum lugar está escrito que essas minorias tiranizam e dão ultimatos às maiorias. A razão é simples: onde quer que isso aconteça, o que se tem é tirania. O senhor Guilherme Boulos é um contumaz violador da lei e só não está na cadeia, se querem saber, porque é um extremista oriundo das elites, que virou herói também de setores da imprensa, apesar de suas práticas truculentas.

Ele é psicanalista? Está na hora de esse rapaz ir para o divã saber por que ele acredita tão pouco na negociação e só escolhe o caminho do confronto. Freud certamente explica.

Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 14:38

Conselho de Ética abre processo contra Argôlo, que deveria mudar de ramo



Por Adriana Pereira e Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto em seguida.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar instaurou nesta quinta-feira processo disciplinar para apurar a ligação do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Na reunião, foram sorteados três deputados que poderão atuar como relatores do caso: Cesar Colnago (PSDB-ES), Izalci (PSDB-DF) e Marcos Rogério (PDT-RO) – um deles assumirá a função até esta sexta-feira.

Conforme revelou VEJA, a Polícia Federal encontrou registros de repasse de recursos de Youssef para Argôlo. Em conversas telefônicas interceptadas pelos policiais, Youssef é frequentemente cobrado por um interlocutor identificado como “LA”, que pressiona para receber pagamentos. Em uma mensagem de 16 de setembro do ano passado, por exemplo, o doleiro recebe orientação para enviar dinheiro para o apartamento funcional de Argôlo em Brasília. Contra Argôlo, também pesam suspeitas de que ele tenha recebido dois caminhões de bezerros do doleiro. Em um dos grampos telefônicos, o deputado repassa uma conta bancária para receber depósito de 110.000 reais.

Na noite desta quarta-feira, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu remeter ao Conselho de Ética mais um pedido de investigação aberta contra Luiz Argôlo, de autoria do deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS. Como o PSOL também apresentou representação contra o deputado, as duas tramitarão em conjunto no colegiado.

Comento
O deputado Argôlo deveria deixar pra lá esse negócio de política e ir cuidar da vida pessoal. Por mais que se possa supor ou desconfiar que seus negócios com Alberto Youssef digam respeito a assuntos da vida privada de ambos, o fato é que Youssef é um homem que se mete em questões públicas muito complicadas.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 6:51







15/05/2014 às 5:22

Hoje é o primeiro dia das muitas dores de cabeça que Dilma terá com a Copa. Prepare-se, soberana!



Hoje é o ensaio geral das dores de cabeça que a presidente Dilma terá durante a Copa do Mundo — as mesmas que a impedirão de discursar no jogo inaugural do torneio. Uma vaia que fizesse o Itaquerão vir abaixo poderia ter um efeito devastador em ano eleitoral. E a vaia viria, tão certo como Aloizio Mercadante é capaz e conceder entrevistas desastradas.

Organizações dos autointitulados sem-teto marcaram protestos em sete capitais: Belém, Fortaleza, Palmas, Brasília, Salvador, São Paulo e Curitiba. Estão previstos protestos contra o gasto de dinheiro público da Copa em 14: Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Cuiabá, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. País afora, em várias dessas cidades, há greves ou de servidores ou de categorias profissionais que tendem a engrossar os protestos (vejam quadros publicados em reportagem da Folha Online).


Na capital paulista, por exemplo, parte dos professores da rede municipal de ensino cruzou os braços. No Rio, há paralisações de professores das redes municipal e estadual e de parcela de cobradores e motoristas de ônibus. Em Pernambuco, a greve é de policiais militares, o que já ensejou a intervenção da Força Nacional de Segurança.


Se alguém dissesse a Lula, em 2007, que a Copa do Mundo poderia vir a ser uma grande dor de cabeça para o petismo, ele certamente riria da cara do interlocutor. E, convenham, em certa medida, ninguém realmente contava com isso. Embora existam muitos grupos de extrema esquerda na raiz desses movimentos, o repúdio ao dinheiro público empregado na Copa, em contraste com a precariedade de alguns dos serviços oferecidos pelo estado, mobilizou mais gente.

Desde o começo, o governo e o PT lidaram muito mal com esses protestos. Cumpre não esquecer: o ovo dessa serpente foi posto em São Paulo. Durante uns bons pares de dias, em junho do ano passado, o Planalto, especialmente por intermédio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, achou que poderia, ainda que de modo oblíquo, incitar a massa contra o governo do Estado. Deu no que deu.

De resto, já escrevi aqui mais de uma vez, o próprio Planalto, por intermédio de Gilberto Carvalho, incita à desordem quando dialoga mesmo com grupos que optam pela violência. Quando aquela turma do Passe Livre ganhou assento no Palácio, meus caros, Dilma estava dando um sinal e um tiro no próprio pé. Carvalho certamente a convenceu de que era o melhor a fazer. Ela deveria ter me escutado…


A coisa se espalhou de tal modo que várias embaixadas brasileiras fizeram ontem um alerta ao Itamaraty. Poderão ser alvos de ataques. O mundo globalizado sai por aí comprando causas. E um país como o Brasil, que consegue juntar de modo tão desassombrado, expressões muito claras da miséria com a opulência do Brasil-potência do lulo-petismo é um prato cheio.

Vejam vocês! Até Lula, sempre tão sabido, pode ter algo a aprender com a realidade. O dia será quente.Por Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 5:15

O PT desmoraliza a CPI com método. Ou: Só bola levantada na rede!



Os petistas se organizaram para desmoralizar as CPIs. Mas não se trata de uma desmoralização qualquer: eles pretendem fazê-lo com método. Afinal, todos por ali seguem a máxima de seu moralista-mor, Luiz Inácio Lula da Silva, que já repetiu o lendário político pernambucano Agamenon Magalhães, que morreu em 1952, segundo quem “em política, feio é perder”. O chefão petista poderia repetir ainda outra máxima de seu compatriota: “Ao diabo o poder que não pode”. Ora, se, em política, feio é perder, então tudo e qualquer coisa são permitidos para… ganhar, certo? A política se torna o terreno privilegiado do amoralismo.

A CPI da Petrobras do Senado foi instalada e já fez as suas primeiras convocações. À primeira vista, seria uma coisa pra valer. Aprovou-se a convocação de 35 nomes. Entre eles, estão Graça Foster, José Sérgio Gabrielli e Nestor Cerveró, o tal então diretor que fez o resumo executivo e omitiu as cláusulas Marlim e Put Option na operação de compra dos primeiros 50% da refinaria de Pasadena.

Ocorre que é tudo de mentirinha. Os governistas já escreveram o roteiro. Eles decidiram que vão fazer inveja a Marcelinho, o levantador do vôlei, nos seus momentos mais gloriosos: tome bola na rede, rendondíssima, para a turma cortar. Das 13 cadeiras, apenas 3 cabem à oposição. Como o PSDB e o DEM se negaram a fazer a indicação porque querem a CPI Mista, Renan escolheu os três oposicionistas. Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) recusaram o lugar. Cyro Miranda (PSDB-GO) decidiu participar, o que me parece um erro flagrante. Ele propôs, por exemplo, a convocação de Lula, que foi, claro!, rejeitada.

Essa maioria esmagadora serviu ainda para ampliar o escopo da CPI, abrindo uma investigação sobre o repasse de recursos federais para a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A acusação de fundo é que gente do governo Campos desviou recursos da obra. A coisa não para por aí: senadores teleguiados pelo Planalto se preparam para “investigar” o naufrágio da plataforma P-36, da Petrobras, ocorrido em 2001, durante o governo FHC. Entre os convocados, ninguém menos do que o então diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, ex-genro de FHC.

Notem bem: a coisa aconteceu há 13 anos. O PT está no poder há quase 12. E só agora decidiu levar a questão para a CPI. Para investigar? Não! Só para tentar encurralar a oposição. Afinal, se o roteiro com Gabrielli e Graça Foster será suave, tudo conforme o combinado, a agressividade será reservada a Zylbersztajn e a eventuais pessoas ligadas a Eduardo Campos. De resto, pergunte-se: o que uma agência reguladora tem a ver com o afundamento de uma plataforma. A resposta óbvia é “Nada!”.

A CPI do Senado é um mal disfarçado pelotão de fuzilamento mirando suas armas para a oposição. Não sei o que o senador Cyro Miranda faz lá. Sua presença, em certa medida, só coonesta a farsa.
Texto publicado originalmente às 22h07 desta quartaPor Reinaldo Azevedo





15/05/2014 às 4:43

STF pede repatriamento de US$ 53 milhões de contas no exterior atribuídas a Maluf



Por Laryssa Borges, na VEJA.com. Comento em seguida:
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido da Procuradoria-Geral da República para requisitar o repatriamento de cerca de 53 milhões de dólares depositados em contas bancárias atribuídas ao ex-prefeito Paulo Maluf (PP-SP) no exterior. O Ministério Público sustenta que esse dinheiro foi desviado dos cofres públicos quando ele administrou a cidade de São Paulo na década de 1990. Na decisão que autoriza o MP a pedir a remessa do dinheiro apropriado por Maluf, Lewandowski também permite que os processos a que o parlamentar responde no exterior sejam enviados para o Brasil para ajudar na coleta de mais provas.

No STF, as informações colhidas em apurações no exterior deverão ser utilizadas em uma ação penal a que Maluf responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O caso tramita em segredo de Justiça. Nos autos, Maluf é acusado de ter desviado recursos de obras públicas da capital paulista quando era prefeito. Pelas projeções do Ministério Público de São Paulo, estão congelados em nome de Paulo Maluf 13 milhões de dólares na Suíça, 8 milhões de dólares em Luxemburgo, 5 milhões de dólares na França e 27 milhões de dólares nas Ilhas Jersey. Maluf nega que tenha contas no exterior.

Comento
Acho que Maluf não vai reagir nem tentar recorrer, certo? Afinal, como ele mesmo diz, o dinheiro não é dele, certo?Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 21:18

CPI governista convoca dirigentes da Petrobras e já blinda Lula



Por Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto no próximo post.
Na primeira reunião de trabalho, a CPI da Petrobras no Senado aprovou nesta quarta-feira pedidos para que sejam ouvidas 35 autoridades, entre elas a atual presidente da estatal, Graça Foster, o ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli e o ex-diretor da Área Internacional da companhia, Nestor Cerveró. Formada por ampla maioria governista, a comissão barrou a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os primeiros depoimentos começarão na próxima semana, quando serão ouvidos Graça Foster, na terça-feira, e Gabrielli, na quinta.

O pedido para que Lula fosse ouvido foi feito pelo único representante da oposição na CPI, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO). “O mandatário de tudo era o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que deveria saber de tudo o que estava acontecendo, por isso acho que o depoimento do ex-presidente é muito importante”, disse o tucano.

A “tropa de choque” governista, porém, reagiu. Dois ex-ministros de Lula, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e José Pimentel (PT-CE), relator da CPI, integram o colegiado. “Convocar o ex-presidente Lula não tem nenhuma relação com o que estamos investigando”, disse Pimentel. “Em nenhum momento o nome do ex-presidente Lula foi citado como tendo relação direta ou indireta com esses fatos [sobre a Petrobras]. Não há qualquer conexão em chamá-lo”, completou Costa.

Os governistas também aproveitaram sua maioria para abrir um foco de investigação sobre a refinaria Abreu e Lima, no porto pernambucano de Suape, cuja investigação pode atingir o ex-governador Eduardo Campos (PSB), futuro adversário de Dilma Rousseff nas eleições. Em mais uma sinalização política de que os trabalhos da CPI devem respingar nas candidaturas dos adversários de Lula em outubro, o relator José Pimentel listou, em seu plano de trabalho, investigações sobre o naufrágio da plataforma P-36, da Petrobras, em 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Foram aprovados, por exemplo, requerimentos para que documentos sobre o acidente sejam enviados à CPI e para que seja ouvido diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na época, David Zylbersztajn.

Roteiro
Em uma tentativa de blindar investigações mais profundas, o relator da CPI, José Pimentel, apresentou previamente uma lista de perguntas que quer ver respondida pelos futuros depoentes. Com isso, é grande a possibilidade de construção de discursos casados para defender a Petrobras e minimizar evidências de má gestão e corrupção na empresa.

Dos treze titulares, apenas três cadeiras pertencem à oposição e, ainda assim, somente o tucano Cyro Miranda aceitou fazer parte da comissão por enquanto. Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) se recusaram a participar da CPI do Senado.

Com apenas três das treze cadeiras na comissão do Senado, a oposição ainda tenta emplacar uma CPI mista, com deputados e senadores, também destinada a apurar irregularidades na estatal petroleira. A avaliação é que, como na Câmara a base da presidente Dilma Rousseff é mais instável, o governo teria mais dificuldade em tutelar a comissão. PSDB e DEM chegaram a se recusar a indicar membros para a CPI do Senado, o que levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a escolher pessoalmente ontem os representantes da oposição.

Ao longo de 180 dias, caberá à CPI apurar irregularidades envolvendo a Petrobras ocorridas entre 2005 e 2014, a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, além de suspeitas de lançamento de plataformas inacabadas, pagamento de propina a funcionários da petrolífera e indícios de superfaturamento em obras.

Além das oitivas de autoridades, a CPI aprovou nesta quarta pedidos de cópias de documentos sobre transações da Petrobras envolvendo a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e o compartilhamento de informações em poder do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), além de diligências para visitas a plataformas da Petrobras e a refinarias administradas pela estatal.

Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 20:59

Prefeitura de SP financia encontro de blogueiros que só falam bem do PT e se dizem “progressistas”



Vejam esta informação publicada no Diário Oficial do Município.


Ora vejam: nos dias 16, 17 e 18 de maio, ocorre o encontro dos autoproclamados “blogueiros progressistas”. O que quer dizer um “blogueiro progressista”, assim, como definição em abstrato, como conceito? Bem, seria aquele que faz blog alinhado com teses de esquerda. Desde logo caberia um questionamento: “Mas é progressista ser de esquerda?”. Xiii, a questão, por aí, mergulha num debate sem fim.

Mas vamos tornar o debate mais terreno: o que é ser um “blogueiro progressista”? Hoje em dia, é entendido como ser um blogueiro… petista. Mas ser petista, hoje em dia, é sinônimo de ser esquerda? Seria mais um debate infindável. Eu até tendo a achar que não. Mas notem: não precisa ser petista de alma, entendem? Basta que defenda o governo do PT.

Há entre eles, diga-se, ex-jornalistas notórios por defender a ditadura quando havia ditadura e não menos notórios por defender o governo FHC quando FHC era… governo. Como, agora, é o PT que está no poder, seguem esses a tradição de independência…

O que há de diferente hoje é que, até onde sei, a adesão de antes não era remunerada. Hoje é. O PT não conquista a fidelidade. Manda comprar. É assim também que governa o país. Esse espírito está na raiz do mensalão.

De volta ao anúncio
Muito bem! Voltemos ao anúncio. O que se informa ali é que a Prefeitura de São Paulo vai ser uma das financiadoras do encontro dos tais blogueiros progressistas. E isso quer dizer que o dinheiro público vai amparar uma turma que existe para cantar as glórias do governante de turno. E em ano eleitoral.

O dinheiro da Prefeitura pertence aos que votaram e aos que não votaram em Haddad. Pertence aos petistas e aos não petistas — que são, obviamente, em muito maior número. Isso faz sentido? Só mesmo dentro dessa lógica torta. Não é difícil constatar que está aí caracterizada uma forma de improbidade administrativa. Eu jamais iria a um encontro de blogueiros “reacionários”, “conservadores”, “progressistas” ou “independentes”. Pertencer a um coletivo dessa natureza nega, a meu ver, a essência de um blog, que é expressar uma individualidade. A VEJA não hospeda a minha página para que eu escreva o pensamento da revista. Ora, isso ela pode fazer melhor do que eu.

“Ah, mas o governo não anuncia também em veículos da imprensa burguesa?” Não existe “imprensa burguesa”. Existem imprensa honesta e imprensa desonesta. Boa parte do jornalismo brasileiro faz o seu trabalho de modo decente, correto. Peguem qualquer edição da VEJA, da Folha, do Estadão ou do Globo, para citar alguns, e perguntem que partido poderia se sentir ali representado. A resposta honesta é “nenhum”.

Os petistas inventaram, no entanto, a falácia de que a imprensa é um “partido de oposição” para que possam se sentir livres para comprar a opinião de quem está disposto a vendê-la.

Só para arrematar: um dos mais notórios “blogueiros progressistas”, Paulo Henrique Amorim, já foi processado por Lula, quando o petista, claro!, era um oposicionista sem chance de chegar ao poder. Para ler a respeito, clique aqui. Depois este senhor se reinventou como “blogueiro progressista”. Em priscas eras, havia se inventado como esquerdista; depois como simpatizante da fase final do regime militar; depois como interlocutor de governos tucanos; agora, como esquerdista empedernido. Ele tem uma incrível facilidade para entender a alma profunda do governismo e ser seu porta-voz. Daí vem toda a sua independência.

Creio que o ex-jornalista e governista de sempre, sob certo ponto de vista, viva o momento mais bem-sucedido de sua carreira.

PS: Ah, sim: parece que Lula será a grande estrela do tal evento. Faz sentido.Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 19:51

ALERTA: POSSÍVEIS ATAQUES A EMBAIXADAS DO BRASIL



Na coluna Radar, de Lauro Jardim.
O nível de tensão no Ministério das Relações Exteriores é altíssimo hoje. Embaixadas brasileiras na Europa, entre elas a de Paris, avisaram ao Itamaraty terem informações de que amanhã haverá uma série orquestrada de ataques aos postos do governo brasileiro em capitais europeias, a exemplo do que ocorreu em Berlim.

Os diplomatas querem saber o que devem fazer amanhã, pois parte das embaixadas não conta com forte esquema de segurança.Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 16:55

Haddad e o cercadinho: o bom gerente de um dos círculos do inferno



A situação diz respeito a São Paulo, mas o tema é de interesse de todo o Brasil, para que não se repitam os mesmos erros. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, resolveu implementar um programa absurdo de suposto combate ao crack. Eu sempre considerei, diga-se, que se trata de um conjunto de ações que, a despeito de suas intenções, incentiva o consumo da droga.

O prefeito decidiu contratar viciados para o trabalho de zeladoria na região da chamada Cracolândia. Eles recebem, semanalmente, R$ 15 por dia trabalhado. Não são obrigados a se submeter a tratamento nenhum e ainda têm direito a moradia em hotéis da região, administrados por uma ONG. O nome do programa é Braços Abertos. Só se for braços abertos para as drogas.

Aconteceu o óbvio: com mais dinheiro circulando, o preço da droga subiu e, acreditem, a qualidade média caiu, já que os que têm menos recursos ficam com o produto mais barato, com ainda mais impurezas, o que acarreta efeitos ainda mais nefastos para a saúde.

Haddad, com o apoio de setores da imprensa, transformou a Cracolândia numa área onde a polícia não entra. Virou território livre da droga. Resultado: muitas outras centenas de viciados migraram para lá e passaram a ocupar, definitivamente, o passeio público. Não há mais como transitar por ali sem ser um deles. Os moradores dessa parte da região central estão ilhados e viram evaporar o seu patrimônio.

Agora os iluminados do prefeito tiveram uma outra ideia: instalar cercadinhos onde os traficantes e usuários possam ficar, abrindo, ao menos, a possibilidade de pessoas comuns transitarem por ali. O prefeito explica: “Nós organizamos o território para que não haja obstrução. As pessoas têm o direito de transitar. Às vezes quando você toma uma medida causa uma reação até as pessoas compreenderem. Quando verificarem que é para melhor [a medida], vão acolher a sugestão. Agora, se houver uma outra proposta estaremos abertos. Tudo ali está sendo pactuado”.

Entenderam? A grade significa mais um passo rumo à oficialização da Cracolândia como o território livre da droga. Dentro dele, tudo é permitido, menos a dignidade. “Organizar território”, assim, na expressão do prefeito, significa entregá-lo aos traficantes e consumidores de drogas. E o estupefaciente, leitores, é que há ongueiros reclamando de discriminação, entenderam? Eles querem aquela região definitivamente privatizada pelo narcotráfico.

Parabéns, Haddad! O senhor se tornou um gerente muito dedicado de um dos círculos do inferno. São Paulo continua, agora, à espera de um prefeito.Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 16:29

Coitada da Dilma! Mantega desmente Mercadante, que, no entanto, falou a verdade, mas por maus motivos!



Coitada da presidente Dilma Rousseff! Bem… Mais ou menos, né? Quem manda ter tanta gente atrapalhada no governo? Ela deveria seguir a máxima de que o bom governante se cerca de gente mais competente do que ele próprio. A presidente parece fazer sistematicamente o contrário. Seu antecessor, nesse quesito, era um pouquinho melhor.

Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil e o maior estrategista do Planalto segundo o juízo singular de Aloizio Mercadante, concedeu uma entrevista à Folha em que confessou que o governo está, sim, represando tarifas. Chamou isso de “política anticíclica”, para escândalo dos estudiosos da área. Criatividade no pensamento nunca lhe faltou.

O que esse gênio da raça queria é que os oposicionistas saíssem gritando: “Olhem, vejam aí, o governo está segurando as tarifas; isso é ruim para a economia!”. Sim, é claro que é ruim para a economia. Ocorre que o ministro estava tentando atrair a oposição para a armadilha. Com a esperteza de um macaco numa loja de cristais, o petista pretendia jogar nos adversários a pecha de defensores de um tarifaço contra o povo. Na entrevista à Folha, ele já os acusou de partidários da volta da inflação — a imprensa estaria no mesmo barco.

Ocorre que a declaração de Mercadante é um desastre quando se considera que a economia também vive de expectativas. Aliás, elas são importantíssimas. Ninguém confia na governança de um presidente que mantém preços artificialmente baixos para não elevar a taxa de inflação pela simples e óbvia razão de que se entende, então, que os fatores que elevam a dita-cuja não estão recebendo o devido tratamento.

Resultado: o ministro Guido Mantega teve de vir a público hoje para dizer que Mercadante está mentindo — não com essas palavras, claro! Que o governo não represa as tarifas coisa nenhuma e que tudo está no seu lugar. Ocorre que Mercadante, ora vejam!, está falando a verdade, ainda que o tenha feito por maus motivos. Entenderam?

Pasadena
As declarações de Mantega foram feitas em audiência pública na Câmara dos Deputados. Sobre a compra da refinaria de Pasadena, ele afirmou: “Eu estava no conselho quando foi proposta a aquisição da segunda metade. Nesse ponto, eu posso dizer que eu fui contrário à aquisição da segunda metade. O conselho como um todo não aprovou a aquisição da segunda parte. Na época em que julgamos que não era conveniente (a aquisição da segunda metade), era preciso realizar novos investimentos para atingir produtividade. Era preciso investimentos que não levavam a rendimento adequado para refinaria”.

Sim, disso todos sabíamos. Ocorre que a Justiça americana impôs a compra em razão do acordo que a Petrobras havia assinado com a Astra. A questão é saber por que o governo nada fez depois para punir aqueles que empurraram a Petrobras para o mau negócio.

Por Reinaldo Azevedo





14/05/2014 às 16:25

Governo escala “cães de guarda” no comando da CPI



Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
Na primeira reunião da CPI da Petrobras no Senado, o governo instalou nesta quarta-feira dois parlamentares de confiança para conduzirem as investigações sobre a estatal: Vital do Rêgo (PMDB-PB) irá presidir o colegiado e José Pimentel (PT-CE) será o relator. Para assegurar o controle total, o Palácio do Planalto ainda escalou Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), suplente da ministra Marta Suplicy (Cultura), como vice-presidente da comissão.

Com apenas três das treze cadeiras na comissão do Senado, a oposição ainda tenta emplacar uma CPI mista, com deputados e senadores, também destinada a apurar irregularidades na estatal petroleira. A avaliação é que, como na Câmara a base da presidente Dilma Rousseff é mais instável, o governo teria mais dificuldade em tutelar a comissão. PSDB e DEM chegaram a se recusar a indicar membros para a CPI do Senado, o que levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a escolher pessoalmente ontem os representantes da oposição.

Dos três senadores apontados por Renan – Cyro Miranda (PSDB-GO), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) – os dois últimos já declinaram da indicação. Com isso, o presidente do Senado deverá apontar novos nomes para compor o grupo de investigação.

Ao longo de 180 dias, caberá à CPI apurar irregularidades envolvendo a Petrobras ocorridas entre 2005 e 2014, a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, além de suspeitas de lançamento de plataformas inacabadas, pagamento de propina a funcionários da petrolífera e indícios de superfaturamento em obras. Ainda nesta quarta-feira, a CPI da Petrobras no Senado pretende se reunir para aprovar o plano de trabalho e os primeiros requerimentos para ter acesso a documentos e ouvir autoridades ligadas à empresa.

Pela manhã, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli adiou a audiência na Câmara sobre a compra da refinaria de Pasadena.Por Reinaldo Azevedo




14/05/2014 às 6:17










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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905