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por Bruno Braga
Atualização de status
De Bruno Braga
No dia 20 de Dezembro, Daniela Arbex recebeu um diploma de “honra ao mérito” proferido pelo poder legislativo de Barbacena-MG [http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=12343&inf=11]. A homenagem foi concedida em reconhecimento ao livro “Holocausto Brasileiro” (Geração Editorial, 2013). Nesta publicação a jornalista se propõe a reconstruir a história do Hospital Colônia e, através dela, exibir as atrocidades cometidas em nome da psiquiatria.
Na última semana debrucei-me sobre os livros de Georges Bernanos. Li “Sob o Sol de Satã” e “Nova História de Mouchette”. Aproveitei a oportunidade para reler o “Diário de um Pároco de Aldeia”. Obras que exibem – por meio da ficção – o drama da existência e da vida religiosa. Bernanos viveu em Barbacena. Na cidade há um museu dedicado ao escritor francês.
As homenagens que receberam Georges Bernanos e Daniela Arbex expõem um contraste que a diferença entre os gêneros literários não impede identificar. O talento de Bernanos – não apenas o da escrita, mas o da proposição de reflexões profundas sobre os relacionamentos humanos, a grandeza e os conflitos da religiosidade cristã, a força e os efeitos do mal – é evidente. No trabalho de Arbex evidente é o erro metodológico, é a ausência de dados comprovativos, a linguagem estereotipada. Algo que se constata na simples leitura primária. Mas se o interessado investir na pesquisa do tema, ele ainda reconhecerá no livro da jornalista os ardis da antipsiquiatria (do movimento antimanicomial) e a nefasta influência da revolução cultural SOCIALISTA-COMUNISTA sobre os argumentos e propostas.
Bernanos – além de literato - foi também jornalista. Seria curioso colocar o “Holocausto Brasileiro” sob a avaliação do escritor francês. O contrário é impensável. Sob o olhar de Bernanos, imagino, seria constrangedor homenagear Daniela Arbex com “honra ao mérito”. No entanto, o livro da jornalista brasileira é propagandeado por todos os cantos, celebrado em ambientes universitários, homenageado por autoridades. Bernanos, apesar do museu, tornou-se um ilustre – um dos grandes – desconhecido. O diploma do poder legislativo de Barbacena a Daniela Arbex acusa pelo menos um rebaixamento de modelos. Mas dentro do microcosmo barbacenense expressa um sintoma da degradação cultural nacional.
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