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25/04/2014 14h19 - Atualizado em 25/04/2014 19h52
Justiça do Rio define se acusados de matar cinegrafista vão a júri popular
Juiz negou pedido para revogar prisão preventiva dos réus.
Um dos advogados de Fábio e Caio disse ao G1 que deixará o caso.
Gabriel BarreiraDo G1 Rio
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Caio (de óculos) e Fábio no tribunal (Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia / Estadão Conteúdo)
A 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio começou a ouvir, na tarde desta sexta-feira (25), as primeiras testemunhas do caso envolvendo a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade durante protesto em fevereiro deste ano. Os acusados de provocar a morte são Caio Silva de Souza e Fábio Raposo. Ao todo, 17 testemunhas devem ser ouvidas.
A audiência terminou por volta das 17h30 e quatro testemunhas de acusação foram ouvidas. Um dos ouvidos foi o delegado da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, que esteve à frente da investigação. Ele citou o fato de os réus terem se apresentado voluntariamente. O delegado adjunto Fábio Pacífico também testemunhou, seguido de Carlos Henrique da Silva, que trabalhava com Caio em um hospital.
Carlos Henrique reforçou o que já havia dito à polícia na época, que no dia da manifestação, 6 de fevereiro, o réu ligou para ele e disse ter feito uma besteira, dizendo que poderia ter matado alguém.
No total, são 8 de acusação e 9 de defesa, o que pode levar a outras duas audiências. Na última delas, a dupla será interrogada e, por fim, o Ministério Público, que ofereceu a denúncia, e os advogados de defesa farão suas alegações finais. Ao final, o juiz Murilo Kieling, definirá se a dupla irá a júri popular por homicídio doloso triplamente qualificado.
Por considerar que Caio e Fábio colaboraram com as investigações, a defesa pediu a revogação da prisão preventiva, o que foi negado pelo juiz Murilo Kieling ao som de vaias das cerca de 50 pessoas na plateia.
Advogado deixará caso
O advogado Jonas Tadeu informou ao G1 logo após a audiência que vai deixar o caso por discordar da linha de defesa do outro advogado, Wallace Martins. Jonas Tadeu disse que pretendia incluir no processo as pessoas que supostamente "instrumentalizavam" os jovens nas manifestações, dando dinheiro, equipamentos e transporte. Segundo ele, Wallace conseguiu convencer os réus de que essa não seria uma boa estratégia e, por isso, resolveu deixar o caso.
Procurado pela equipe de reportagem, Wallace disse que não tinha sido informado oficialmente, e que soube pela mãe de um dos réus que Jonas Tadeu tinha a intenção de deixar o caso. De acordo com eles, havia algumas diferenças técnicas entre os advogados.
Prisão
A Justiça aceitou em 20 de fevereiro a denúncia do Ministério Público contra os dois acusados. Raposo e Caio também tiveram a prisão temporária convertida em preventiva. Se condenados, eles podem receber pena de até 30 anos de prisão cada um.
A promotora Vera Regina de Almeida, titular da 8ª Promotoria de Investigação Penal, responsável por avaliar o inquérito de 175 páginas, assinou a denúncia aceita pelo TJ. No texto, a promotora afirma que Caio e Fábio atuaram em conjunto, com "divisão de tarefas".
"Na execução do crime, os denunciados agiram detendo o domínio funcional do fato, mantendo entre eles uma divisão de tarefas, com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu", diz o texto.
Risco de matar
Em outro trecho, a promotora Vera Regina de Almeida sustenta que, ao acender o rojão, a dupla assumiu o risco de matar.
"Agindo assim, os denunciados, de forma consciente e voluntária, em comunhão de ações e desígnios, expuseram a perigo a vida e a integridade física das pessoas que se encontravam no local, bem como o patrimônio público, mediante a colocação de artefato explosivo. Da mesma forma, assumiram o risco de causarem a morte de outrem, não se importando com quem estivesse próximo ao local onde o rojão foi acionado, causando, assim, a morte de Santiago Ilidio Andrade, que foi atingido na parte de trás da cabeça", diz o texto.
Fábio foi preso em 9 de fevereiro na casa dos pais, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, e Caio foi detido no dia 12, em uma pousada em Feira de Santana, na Bahia. Eles estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste.
No dia seguinte, 13 de fevereiro, o delegado ouviu os últimos depoimentos do caso. Segundo ele, um colega de Caio do Hospital Rocha Faria, onde o suspeito trabalhava como auxiliar serviços gerais, contou na delegacia que no dia 6, durante o protesto em que o crime ocorreu, Caio telefonou por volta das 19h30, ofegante, dizendo que tinha feito besteira e matado um homem.
No dia 14, o delegado entregou ao MP o inquérito sobre a morte do cinegrafista.
Justiça nega liberdadou a dupla acusada de matar cinegrafista (Foto: Erbs JR./Frame/Estadão Conteúdo)
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Osíris L
há 3 minutos
E o Collor, julgado após 22 anos, e nada...00
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Jair Aparecido
há 5 minutos
assassinos por acaso, jovens pensam duas vezes antes de fazer uma besteira... pq certo é certo, cometeu crime tem q pagar, coisa q no Brasil não acontece muito.10
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Rodeval Brito
há 36 minutos, respondidohá 5 minutos
Sinceramente! Foi um acidente e querer imputar-lhes dolo não tem fudamento. Numa guerra repórteres morrem em seu corajoso trabalho e não culpabilizam soldados por isso. Foi fatalidade agora,intenção de matar é muito político para meu gosto.34
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