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sábado, 26 de abril de 2014

Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com



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Reinaldo Azevedo

Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



26/04/2014 às 18:42

A morte do coronel, a morte do bailarino e a morte do jornalismo. Ou: Será que a ditadura não mandou prender uma legião de anjos que havia lido o manual de guerrilha do Marighella?



Tudo indica que o coronel Paulo Malhães, aquele que confessou ter torturado pessoas durante o regime militar, tenha morrido de ataque cardíaco. Falarei a respeito daqui a pouco. Mas tenho algumas considerações prévias. Obsessão emburrece. Sempre. Quando veio a público a notícia da morte do coronel, escrevi algo curtinho porque processei todas as coordenadas, e a hipótese óbvia me pareceu fantasiosa. Escrevi então:



Voltei ao assunto nesta manhã e, movido pela pena de um certo sarcasmo lógico, afirmei que mais sentido faria que remanescentes da extrema-esquerda o tivessem matado, não da extrema-direita. Razão óbvia: aqueles estão organizados — alguns de seus próceres ou descendentes ideológicos estão no poder, afinal. Já o mais jovem membro do um eventual esquadrão de torturadores vingadores deve andar pelos 80 anos — o coronel tinha 76. Mas, como está lá evidente, escrevi que não acreditava nem numa coisa nem noutra. Só em crime comum.

É claro que tive de aguentar a malta de cretinos, afirmando que eu estaria tentando esconder alguma coisa. É mesmo? Por quê? Em nome de quê? Em defesa do regime que me perseguiu? Vão se catar!

Há muito tempo já, determinados temas não podem mais ser submetidos a um tratamento apenas jornalístico. Perca as esperanças de haver alguma serenidade e objetividade na cobertura da morte do dançarino Douglas Rafael da Silva, por exemplo. A hipótese — plausível, mas hipótese ainda — de que tenha sido morto por policiais serve para encobrir fatos óbvios, que compõem a equação: o narcotráfico preparou um happening durante o seu enterro, pedindo o fim das UPPs no morro; ele próprio, há três meses, expressou, em termos muito característicos, o seu lamento pela morte do traficante “Cachorrão”; o confronto com a polícia no dia do enterro contou com a ativa participação de black blocs, dos “militantes de sempre” e de agentes do tráfico.

Se foi mesmo a polícia, isso muda as responsabilidades ou as culpas? Não! Cadeia para os assassinos, uniformizados ou não, depois da devida apuração. Mas são fatos. Por que são omitidos dos telespectadores, dos leitores, dos ouvintes, dos internautas? Eles não têm o direito de saber e formar seu próprio juízo? Está em curso um processo de seleção de notícias para não provocar a fúria dos milicianos das redes sociais — aqueles asquerosos, muitos a soldo, que ficam patrulhando os meios de comunicação.

O mesmo se deu no caso de Paulo Malhães. Nem mesmo nos ocupamos de perguntar quem, afinal, havia atestado a morte por sufocamento. Alguém o encontrou de bruços, parece, com o rosto posto num travesseiro, e concluiu: “Foi asfixiado”. Agora, o guia de sepultamento traz como provável causa da morte um ataque cardíaco: edema pulmonar, isquemia de miocárdio e miocardiopatia hipertrófica.



Vejam bem: um guia de sepultamento não vale por uma autópsia. Mas um médico — a menos que fizesse parte, também, da quadrilha de assassinos, né? — não atestaria doenças degenerativas como causa da morte se fosse evidente a hipótese de assassinato por asfixia, o que deixa marcas. Mas fazer o quê?

Vivemos dias em que a mãe do bailarino assassinado ganha o status de perita criminal, o mesmo acontecendo com familiares de possíveis vítimas do coronel Paulo Malhães. Vivemos dias em que se buscam menos os fatos do que reconstruir uma narrativa do passado que esteja adequada aos valores influentes. Ainda voltarei a esse tema: Maria Rita Kehl, da Comissão da Verdade, por exemplo, parece não se conformar com o fato de que os mortos da ditadura sejam menos de 500. Para que a “narrativa ideológica” faça sentido, é preciso falar em milhares. Como não há fatos que justifiquem a sua tese ideológica, ela decidiu agora investir na hipótese de que sete mil índios tenham sido massacrados pela ditadura. Com base em quê? Ora, em relatos de alguns deles, escolhidos a dedo — jamais atestados por ninguém. A julgar pela fala de alguns deles, fica parecendo que os militares brasileiros jogaram napalm na selva. Mas deixo isso para outro post.

NÃO! NÃO ESTOU DESCARTANDO QUE O CORONEL POSSA TER SIDO ASSASSINADO. NÃO SOU LEGISTA. MAS O DOUTOR QUE ASSINA O GUIA DE SEPULTAMENTO É. Sim, nas redes sociais já começou a conversa mole de que também isso está sendo falsificado.


Se, amanhã, algum lunático afirmar que os militares, durante a ditadura, mandaram prender uma legião de anjos militantes, vinda do céu, para organizar no Brasil a luta de libertação do povo, com base do Minimanual da Guerrilha, de Carlos Marighella, muita gente vai acreditar. Afinal de contas, não há idiotas que sustentam até hoje que o próprio Marighella era um anjo? Ou, então, o outro Carlos, o Lamarca? Até de “poetas” eles já foram chamados. Malhães, porque torturava pessoas, era um bandido. E, para mim, essa designação lhe cai bem. Quanto aos outros dois, seja esmagando crânios de pessoas já rendidas, seja explodindo pessoas, viraram santos.

Mentir em pequenas ou em grandes proporções e criar marolas ideológicas são tarefas próprias da militância política. O jornalismo não tem o direito de fazer nem uma coisa nem outra. Ou passa a ser, também, militância política.Por Reinaldo Azevedo

Tags: ditadura, Paulo Malhães


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26/04/2014 às 18:39

NA VEJA DESTA SEMANA – A disputa de poder no PT expõe um racha inédito na história do partido




Por Daniel Pereira e Adriano Ceolin, na VEJA.com:

A presidente Dilma Rousseff enfrenta um momento inédito de fragilidade. Além de ter problemas na economia, como o crescimento baixo, a inflação persistente e o desmantelamento do setor elétrico, ela perdeu apoio popular e força para barrar, no Congresso, iniciativas capazes de desgastá-la. A aprovação ao governo caiu a um nível que, segundo os especialistas, ameaça a reeleição. Partidos aliados suspenderam as negociações para apoiá-la na corrida eleitoral. Já os oposicionistas conseguiram na Justiça o direito de instalar uma CPI para investigar exclusivamente a Petrobras. Acuada, Dilma precisa mais do que nunca da ajuda do PT, mas essa ajuda lhe é negada. Aproveitando-se da conjuntura desfavorável à mandatária, poderosas alas petistas pregam a candidatura de Lula ao Planalto e conspiram contra a presidente. O objetivo é claro: retomar poderes e orçamentos que foram retirados delas pela própria Dilma. A seis meses da eleição, o PT está rachado entre lulistas e dilmistas — e, para os companheiros mais pragmáticos, essa divisão, e não os rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), representa a maior ameaça ao projeto de poder do partido.

Com carreira política construída na resistência à ditadura militar e posteriormente no PDT, Dilma nunca teve alma petista. Ao assumir a Presidência, ela herdou boa parte da cúpula do governo Lula, como ministros, dirigentes de estatais e até a então chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha. O governo era de continuidade mesmo nos nomes escalados para comandar o país. O plano de Dilma era dar uma feição própria à sua gestão de forma gradativa, reduzindo a influência do antecessor ao longo do tempo. Antonio Palocci, seu primeiro chefe da Casa Civil, ilustrou a estratégia: “No primeiro ano de mandato, será um governo Lula-Dilma. No segundo, um governo Dilma-Lula. No terceiro, será Dilma-Dilma”. Esse cronograma, no entanto, foi atropelado pelos fatos. Já em 2011 a presidente foi obrigada a demitir seis ministros acusados de corrupção e tráfico de influência — quatro deles egressos do governo anterior. Dilma se mostrava intransigente com os malfeitos, ao contrário de Lula, acostumado a defender políticos pilhados em irregularidades. Com a chamada faxina ética, ela atingiu recordes de popularidade e conseguiu força para tirar das mãos de notórios esquemas partidários setores estratégicos da administração. Nem mesmo o PT foi poupado nessa ofensiva.

O partido perdeu terreno em fundos de pensão e na Petrobras, que teve sua diretoria reformulada em 2012. A faxina ética era acompanhada da profissionalização da gestão. Com essas mudanças, muitos petistas estrelados, como o mensaleiro preso José Dirceu, perderam influência. Havia um distanciamento crescente entre a presidente e a engrenagem partidária, mas Lula mantinha o PT unido e silencioso. Ele alegava que a “mídia conservadora” — ao exaltar as demissões promovidas pela sucessora, com o intuito claro de atacá-lo — ajudava Dilma a conquistar eleitores que historicamente tinham aversão ao PT. Ou seja: a comparação entre os dois beneficiava o partido. Se alguns petistas registravam prejuízos em casos isolados, o conjunto estava sendo fortalecido. Esse discurso manteve a companheirada sob controle até 2013, quando a popularidade da presidente despencou devido à inflação e às manifestações populares de junho. Petistas, então, passaram a criticar Dilma, conspirar contra ela no Congresso e defender a candidatura de Lula. A cizânia interna se desenhava, mas ainda era incipiente e restrita aos bastidores. Esse dique foi rompido pelo escândalo da Petrobras.

Hoje, o PT testemunha uma batalha pública e cruenta entre a soldadesca dos dois presidentes. Palocci não previu, mas o último ano de mandato também tem seu epíteto: governo Dilma versus Lula.
*
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet, no iPhone ou nas bancas.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Governo Dilma, Lula


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26/04/2014 às 7:03
LEIAM ABAIXO


André Vargas, o Demóstenes adiado, mas com algumas diferenças. Ou: Ele agora é um petista sem partido;
O assassinato do coronel — Pode ter sido a extrema-direita? Pode! Mas por que não a extrema-esquerda? O que eu acho? Crime comum!;
Justiça aceita denúncia contra ex-diretor da Petrobras e Youssef;
Moreira Franco reconhece risco de apagão no Galeão durante a Copa;
Funcef diz ter recebido doleiro a pedido de André Vargas;
Janot é contra quebra de sigilo em investigação sobre telefonema de Dirceu;
Coronel que confessou tortura aparece morto. Têm início as teorias conspiratórias;
Tráfico presta homenagem a bailarino morto;
Oposição quer ouvir Padilha e diretor de laboratório fantasma;
Padilha, Dilma e o “Marcão”;
Conversa de Vargas com Youssef sugere um Padilha no comando. O ex-ministro, claro!, nega;
O PT começou a morrer. Que bom!;
Refinaria de Pasadena teve saque de US$ 10 milhões sem registro, só com autorização verbal. Petrobras disse achar isso “normal”;
Exigir que as UPPs deixem os morros é reivindicação de bandidos, de narcotraficantes, de larápios. Ou: Em muitos anos, essa é a maior vitória do narcotráfico na guerra de propaganda;
COPA DO MUNDO E TIRO PELA CULATRA: Governo federal organiza evento antiprotesto e local vira área de… protesto!;
Tião Viana, o petista exportador de negros, acusa terceiros de racismo, higienismo e discriminaçãoPor Reinaldo Azevedo


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26/04/2014 às 6:57

André Vargas, o Demóstenes adiado, mas com algumas diferenças. Ou: Ele agora é um petista sem partido



No dia 2 de abril, escrevi aqui — leia post — que o deputado André Vargas estava começando a ficar com cheiro de Demóstenes Torres. Os passos, até agora, são os mesmos, embora haja algumas diferenças. Todos pararam no Senado para ouvir Demóstenes, que negou relações extravagantes com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O mesmo aconteceu com André Vargas em relação a Alberto Youssef. Nos dois casos, houve um certo voto de confiança dos pares — “quem sabe não seja como parece…”. Em ambos, a realidade se mostrou pior do que as conjecturas. Demóstenes não renunciou e acabou cassado. Antes, foi expulso do DEM. Vargas também resiste. Anunciou nesta sexta-feira que pediu a sua desfiliação do PT. Agora é um, com o perdão da graça, petista sem partido… Acabará cassado — porque bem poucos sairão em seu socorro.

Desde o começo, o grande temor dos petistas é que Vargas prejudicasse as candidaturas de Alexandre Padilha e de Gleisi Hoffmann aos governos de São Paulo e do Paraná, respectivamente. E, claro!, teme-se também por Dilma. Padilha, que nunca deixou de estar na dança, acabou no meio do salão. A conversa interceptada pela PF em que Vargas anuncia ao doleiro que Padilha indicara o diretor da Labogen, Marcus Cezar Ferreira de Moura, foi a gota d’água.

Padilha concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta. Nega tudo, claro! Diz que não indicou ninguém, apesar da sua proximidade com “Marcão”. O fato inegável é que um laboratório-fantasma conseguiu atravessar os filtros do Ministério da Saúde e firmar uma parceria com o governo. Em sua defesa, Padilha afirma que a pasta nunca fez nenhum pagamento ao Labogen. Pois é… Só não aconteceu porque a tramoia veio a público, e o processo foi suspenso. Ou tudo estaria caminhando às mil maravilhas.

O ex-ministro e atual candidato ao governo de São Paulo prometeu processar todos aqueles que o ligarem a Youssef e coisa e tal. Entendi que se refere a políticos, a gente que circula nesse estranho meio. Ou estaria se referindo também à imprensa, deixando claro que só aceita notícia positiva a seu respeito? Acho que não. Volto a Vargas.

Os passos do deputado, até agora, seguem os de Demóstenes, mas pode haver algumas diferenças. As relações do ex-senador com Cachoeira, ficou evidenciado, eram suas, não de seu partido. No caso do petista Vargas, isso ainda não está claro. Gente que andou conversando com ele diz que sua mágoa e a resistência à renúncia se devem ao fato de que considera trabalhar para o partido, não para si mesmo. Nesse contexto, a viagem de avião seria só um presentinho a um mero interlocutor.
Texto publicado originalmente às 5h27Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Alexandre Padilha, André Vargas


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26/04/2014 às 6:28

O assassinato do coronel — Pode ter sido a extrema-direita? Pode! Mas por que não a extrema-esquerda? O que eu acho? Crime comum!



Já escrevi brevemente a respeito, mas volto ao ponto. O coronel Paulo Malhães, 76, que confessou ter torturado pessoas — e, a meu juízo, fantasiou um pouco, mas não entro no mérito agora —, foi morto. A chácara em que morava foi invadida. Algumas coisas foram roubadas, inclusive dois computadores. Fala-se abertamente em queima de arquivo. Acho essa hipótese tão plausível como a de vingança de grupos de extrema-esquerda. Vale dizer: as duas coisas me parecem… implausíveis.

Então haveria ainda um grupo ativo, organizado e operacional o bastante para praticar esse tipo de coisa? Que se investigue tudo, mas a hipótese me parece fantasiosa. Convenham: se considerarmos os grupos ativos nos chamados anos de chumbo, mais organizados, hoje em dia, estão os ex-extremistas de esquerda — alguns deles no poder — do que os que participaram da repressão, não é mesmo? “Ah, mas só extremistas de direita fariam isso; os de esquerda nunca!” Epa! Aí, não!

De resto, eventuais remanescentes da repressão matariam o coronel por quê? Ele não entregou nomes. Quando tratou do mérito da tortura, fez raciocínios horripilantes e muito pragmáticos sobre a “eficiência” do método. “Ah, mas levaram os computadores; pode ser que houvesse informações lá…” Se ele estivesse interessado em fazer alguma delação depois de morto, creio que tinha experiência o bastante para entregar o arquivo a alguém. Matá-lo, então, seria uma burrice porque apressaria a divulgação — o meu raciocínio é puramente lógico.

Mais: considerando os que participaram da linha de frente da repressão ilegal, bem poucos restam vivos, não é mesmo? Quantos poderiam ser prejudicados se ele falasse? Se a intenção fosse espalhar o terror e se esse grupo é organizado a ponto de planejar assassinatos, uma advertência mais clara seria atacar algum familiar próximo, não o próprio coronel. Pergunto ainda: então esse grupo seria operante e violento o bastante para eliminar um dos seus, mas não para atacar militantes de esquerda?

Ora, se é o caso de entrar em conjecturas, posso inferir, por exemplo, que extremistas de esquerda que ainda estão por aí sabem que dificilmente haverá a revisão da Lei da Anistia. Mais: há muita gente descontente com a baixa voltagem desse tema. A população nem sequer sabe exatamente o que é essa tal Comissão da Verdade. Por que não, então, matar o coronel, já que a hipótese da queima de arquivo será a mais influente? Por que não criar um evento para demonstrar que os “inimigos” ainda estão entre nós?

Se eu fosse obrigado a fazer uma escolha, diria que a possibilidade de ser uma vingança da esquerda é maior porque faria mais sentido. Mas, de fato, acho que Malhães foi apenas vítima de bandidos comuns. Sua morte pode até estar relacionada ao depoimento que deu, mas de outra maneira. Ninguém sabia da sua existência. Levado para aquele banco oficioso dos réus, tornou-se uma figura nacionalmente conhecida. Dadas as suas vinculações com o antigo regime, podem ter imaginado uma figura ainda poderosa, eventualmente endinheirada — não parece que fosse o caso, considerando o lugar em que morava.

Nem tudo o que vem antes é causa do que acontece depois. Mas não vou tentar convencer ninguém. A hipótese da queima de arquivo é sedutora demais, não é mesmo? Tem mais cara de roteiro de filme policial. “E se você estiver errado, Reinaldo?” Sempre estou preparado para essa possibilidade.Por Reinaldo Azevedo

Tags: ditadura, Paulo Malhães, tortura


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25/04/2014 às 19:01

Justiça aceita denúncia contra ex-diretor da Petrobras e Youssef



Por Laryssa Borges, na VEJA.com:

A Justiça Federal do Paraná aceitou denúncia contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e outras nove pessoas pelo crime de lavagem de dinheiro. A ação inclui o doleiro Alberto Youssef, De acordo com a justiça, há indícios de que todos eles, agora na condição de réus, participaram de um esquema de desvio de dinheiro público envolvendo a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, entre 2009 e 2014. Essa é a segunda vez que Youssef tem uma denúncia relacionada à Operação Lava-Jato aceita pela Justiça do Paraná — na quarta-feira, o doleiro e outros seis foram denunciados por um esquema de evasão de divisas no valor de 444,6 milhões de dólares entre 2011 e 2014.

Nesse processo, o método utilizado pelo ex-diretor da Petrobras, preso na Operação Lava-Jato, consistia em pagar contratos superfaturados a empresas que prestaram serviços à estatal brasileira de petróleo. Como cabia a Paulo Roberto a responsabilidade por projetos técnicos para construção de refinarias da petroleira e pela fiscalização da execução dos aspectos técnicos do projeto, ele próprio conduzia o esquema criminoso de desvio de recursos.

“O posicionamento de Paulo Roberto Costa nas duas pontas do esquema criminal, em uma como responsável pela construção da Refinaria Abreu e Lima, tanto na condição de Diretor de Abastecimento da Petrobrás como membro do Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima, e, na outra, como beneficiário de parcelas das ‘comissões’ ou ‘repasses’, constantes nas planilhas MO/GDF [empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef], autoriza, nessa fase, o reconhecimento da presença de provas suficientes de autoria”, diz o juiz Sergio Moro em sua decisão de transformar todos os suspeitos em réus pelo crime de lavagem de dinheiro.

O esquema – No contrato a cargo do consórcio liderado pela Camargo Corrêa, por exemplo, há registros de superfaturamento com a cumplicidade das empresas Sanko Sider Ltda. e Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento. Quebras de sigilo fiscal revelaram que as companhias, contratadas pela empreiteira para fornecimento de materiais e serviços, receberam repasses ilegais de cerca de 113 milhões de reais. Entre 2009 e 2013, mais de 26 milhões de reais foram transferidos por essas duas empresas à MO Consultoria, empresa de fachada ligada ao doleiro Youssef.

Na sequência, os valores destinados à MO Consultoria foram pulverizados para outras empresas do esquema de Youssef, entre as quais o laboratório Labogen, ou remetidos para o exterior por meio de contratos fraudulentos de câmbio para o pagamento de importações fictícias. Parte dos recursos da trama criminosa – 250.000 reais – foi usado para comprar um veículo Land Rover, utilizado pelo ex-diretor da Petrobras. A defesa de Costa alega que o utilitário foi recebido como pagamento por serviços de consultoria prestados.

“Paulo Roberto Costa persistiu recebendo e lavando valores provenientes dos desvios mesmo após deixar o cargo de Diretor de Abastecimento da Petrobrás, o que pode ser explicado, como afirma o MPF, pela sua eventual continuidade no Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima, pela persistência de sua influência no mercado em questão e junto à empresa estatal e seus fornecedores e pela própria parceria estabelecida com Alberto Youssef”, diz o juiz Sergio Moro em sua decisão.

Para ele, há indícios de que o repasse dos recursos não tem justificativa econômica lícita, o que aponta para o superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima. De acordo com a acusação, as operações de usar empresas de Youssef para dar ares de veracidade à movimentação dos recursos desviados da refinaria configuram lavagem de dinheiro. “Alberto Youssef e Paulo Roberto seriam os líderes do grupo criminoso e seriam os principais responsáveis pela lavagem de dinheiro dos recursos desviados”, diz o Ministério Público.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Petrobras


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25/04/2014 às 18:27

Moreira Franco reconhece risco de apagão no Galeão durante a Copa



Na VEJA.com:

O ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), afirmou nesta sexta-feira ao site de VEJA que há risco de apagão no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, durante os jogos da Copa do Mundo. O ministro participou de um bate-papo promovido na tarde desta sexta pela rede de microblogs Twitter e pelo site de VEJA e respondeu às perguntas da redação e de seguidores, por meio da marcação #MoreiraResponde.

A 47 dias da abertura da Copa do Mundo, o ministro foi questionado pelo site de VEJA sobre o risco de apagão durante o torneio mundial. Moreira Franco afirmou que convocou empresas e governo para alinhar os ponteiros. “O único risco atual é o Galeão. Para evitá-lo, já marquei reunião no próximo dia 5 de maio com o concessionário, o Ministério de Minas e Energia, a Light e a Infraero para garantir que não haja esse problema”, disse o ministro.

Na sexta-feira passada, dia 18, um apagão ocorrido por volta das 22 horas deixou o aeroporto sem energia por mais de uma hora. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o problema afetou os terminais 1 e 2 do aeroporto. “Já tivemos falta de energia várias vezes, por pouco tempo, mas muito prejudiciais. A Light diz que é o Galeão e o Galeão diz que é a Light. Por isso vou colocar Light e Galeão frente a frente no próximo dia 5, para esclarecer a questão”, afirmou o ministro.

Infraero — Questionado sobre os sucessivos prejuízos arcados pela Infraero e a crescente necessidade de investimentos da estatal, financiada por recursos do Tesouro Nacional, Moreira Franco afirmou que a empresa deve não deve sair da sociedade dos aeroportos que já foram privatizados. Porém, para novas privatizações, as parcerias podem ser diferentes. “Não acho bom negócio ela sair dos 49% das concessões, já que terá ganhos como acionista. Afinal, quem dá 19 bilhões de outorga acha que o negócio será rentável. Porém, acho que devemos debater a manutenção dessa participação nas operações futuras”, afirmou.

Aeroportos regionais — O ministro foi muito questionado pelos seguidores de VEJA no Twitter sobre o plano de aviação regional, que prevê a construção (ou expansão) de 270 aeroportos pequenos. “Estamos na primeira fase, com 270 aeroportos pelo Brasil escolhidos de acordo com a realidade econômica de cada região. A escolha também levou em conta as necessidades das empresas para garantir uma prestação de serviço adequada”, escreveu o ministro.

A execução dos financiamentos para as obras ficará a cargo do Banco do Brasil e as empresas que farão os projetos já foram licitadas, disse Moreira Franco. Como se trata de aeroportos geridos por estados e municípios, algumas obras têm potencial de se tornar um ônus incontornável para as administrações regionais. Contudo, o ministro garantiu que os projetos só serão aprovados para municípios com mais de 1 bilhão de reais de orçamento e estados que tiverem estrutura administrativa para gerenciar o empreendimento.Por Reinaldo Azevedo

Tags: aeroportos, apagão, Copa do Mundo, Moreira Franco, setor elétrico


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25/04/2014 às 17:58

Funcef diz ter recebido doleiro a pedido de André Vargas



Por Marcela Mattos, na VEJA.com

Em mais uma evidência de que o deputado licenciado André Vargas (PT-PR) usava sua influência política para favorecer o doleiro Alberto Youssef, preso em operação da Polícia Federal, a Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa Econômica Federal) afirmou nesta sexta-feira, por meio de nota, que Youssef participou de reunião com a diretoria a pedido do próprio Vargas. As negociações para o encontro foram feitas por troca de mensagens telefônicas interceptadas pela PF.

Em nota, a Funcef afirma que Carlos Borges, o diretor que participou do encontro, não conhecia Youssef, “mas o recebeu, na qualidade de empresário, a pedido do deputado André Vargas”. “No encontro, o empresário apresentou proposta de investimento à Funcef. Entretanto, identificamos que o investimento proposto não se adequava à política de investimentos da Fundação, momento em que foi prontamente descartado”, continuou o órgão. O fundo de pensão é dono de uma carteira de ativos de 52 bilhões de reais.

Conforme interceptações da PF, em 3 de dezembro de 2013 Youssef pergunta se Vargas tem acesso a um superintendente da Caixa Econômica Federal. Logo depois, o doleiro lembra o petista da necessidade de marcar uma reunião na Funcef. No dia 11 de março deste ano, o doleiro e o deputado combinam de participar, juntos, de um encontro em Brasília com um representante do fundo de pensão. De última hora, Vargas avisa que não poderá comparecer e dá as coordenadas para que Youssef chegue ao lugar combinado – a sede da Funcef. O doleiro pergunta então se pode usar o nome de Vargas – e recebe o aval do deputado. Ao final do encontro, Youssef dá satisfação a Vargas: “Acabei de ser atendido. Falo com você como foi”.

Na nota, a Funcef nega ter parceira, negócios ou estar analisando qualquer projeto com empresas vinculadas a Youssef. O órgão diz ainda que o diretor Carlos Borges conhece Vargas “em razão das funções institucionais que ambos exercem”.

Acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou 10 bilhões de reais, Youssef está preso desde março. As investigações da Operação Lava-Jato, da PF, apontam que um dos braços do esquema do doleiro agia no Ministério da Saúde por meio do Labogen, laboratório de fachada de Youssef. Apesar de nunca ter fabricado qualquer tipo de medicamento, o Labogen obteve um contrato de 31 milhões de reais com a pasta para produzir o princípio ativo do Viagra, medicamento usado para combater a impotência sexual. O diretor do laboratório, de acordo com a PF, teria sido indicado pelo então ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo.

Após as revelações da proximidade de Vargas com o doleiro, o deputado renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e pediu licença de 60 dias do mandato. Temendo que o desgaste político atinja as candidaturas de Padilha ao governo de São Paulo e da senadora Gleisi Hoffman ao governo do Paraná, o PT pressiona Vargas a renunciar.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, André Vargas, Funcef, fundos de pensão


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25/04/2014 às 16:09

Janot é contra quebra de sigilo em investigação sobre telefonema de Dirceu



Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu parecer contrário ao pedido de quebra de sigilo telefônico feito pelo Ministério Público do Distrito Federal para investigar se o ex-ministro José Dirceu utilizou um telefone celular na prisão. Se concedida, a solicitação da promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa obrigará as empresas de telefonia celular a fornecer dados sobre ligações feitas não só na área do presídio da Papuda, onde está Dirceu, mas também no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal. O período citado vai de 1º a 16 de janeiro.

Janot argumenta que o pedido da promotora é descabido. “A pretensão de quebra de sigilo, nos termos em que foi feita, viola princípios da proporcionalidade”, afirmou o procurador em seu relatório. O chefe do Ministério Público Federal também aponta um “descompasso” entre o pedido feito e o objetivo alegado. O caso ainda vai ser analisado pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Sindicância
A apuração sobre o telefonema de Dirceu tem por base as afirmações do secretário da Indústria, James Correia. Em janeiro, ele relatou ter conversado com o petista por telefone – e depois recuou. A sindicância aberta pelas autoridades penitenciárias do Distrito Federal não comprovou a conversa de Dirceu com James Correia. Por isso, alegando que as providências administrativas foram “insuficientes”, a promotora Márcia solicitou a quebra do sigilo telefônico com base em coordenadas geográficas.

Para investigar o possível telefonema, a promotora pediu que as cinco principais operadoras de telefonia móvel informem as chamadas efetuadas e recebidas por meio de Estações de Rádio Base (ERBs) que captam os sinais de duas áreas identificadas pela promotora. Uma corresponde ao presídio da Papuda, onde está Dirceu. A outra é a do Palácio do Planalto. Neste caso, as antenas que transmitem os dados de telefonia celular também cobrem a área do Congresso e do STF, além da Esplanada dos Ministérios.

A Advocacia-Geral da União reagiu contra o pedido da promotora e apresentou uma queixa disciplinar contra Márcia Milhomens ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), alegando que ela teria ultrapassado suas atribuições legais ao pedir os dados de telefonemas feitos na Praça dos Três Poderes.Por Reinaldo Azevedo

Tags: José Dirceu, Rodrigo Janot


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25/04/2014 às 16:07

Coronel que confessou tortura aparece morto. Têm início as teorias conspiratórias



Leiam o que vai no Estadão. Volto em seguida.

O coronel reformado do Exército Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira, 25, no sítio em que morava em Nova Iguaçu (cidade na Baixada Fluminense). O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil.

Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade em que relatava ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Dias antes, à Comissão Estadual da Verdade do Rio, afirmou ter sido um dos chefes do grupo envolvido com a prisão do ex-deputado Rubens Paiva, morto sob tortura em dependências do Exército em 1971. Na ocasião, admitiu ter participado da operação de sumiço do corpo do parlamentar, mas ao falar à Comissão Nacional voltou atrás nas declarações e negou envolvimento no caso.

De acordo com o relato da viúva do coronel, Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio de Malhães na noite desta quinta-feira, 24, à procura de armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divisão de Homicídios da Baixada que estiveram na propriedade. Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às 22h desta quinta-feira pelos invasores.

Em seu blog, o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou que Malhães foi assassinado e, no mesmo texto, lembrou a morte de outro coronel, também ex-agente da ditadura, Júlio Miguel Molina Dias, ocorrida em 2012. Ustra comandou o DOI-CODI, em São Paulo, entre 1970 e 1974. No fim de março, durante atos que lembraram os 50 anos do golpe militar, Ustra foi alvo de manifestações de grupos de direitos humanos que pedem a punição de ex-agentes da ditadura.

Comento
O fato já vem pronto para as teorias conspiratórias. Alguns dirão que foi vítima de grupos de extrema-direita, que estariam interessados no seu silêncio. Outros dirão que morreu em razão da ação de vingadores da extrema-esquerda. Tudo é possível? Gente como esse coronel perde o direito de ser vítima de crime comum — o mais provável, acho eu.

Durante seu depoimento, pareceu-me já um tanto alheio à realidade. O espetáculo foi deprimente. Fez confissões que me soaram um tanto megalômanas e depois recuou. Vamos ver. Uma coisa é certa: a investigação tem de ser cercada de todos os cuidados. Qualquer nota fora do tom dará início a reações paranoicas.Por Reinaldo Azevedo

Tags: ditadura


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25/04/2014 às 15:47

Tráfico presta homenagem a bailarino morto



Pois é… O dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG, já está morto e não pode responder por aqueles que o homenageiam nem por nada mais. Isso não deve nos impedir de pensar. O fato é que o narcotráfico decidiu fazer pichações em sua homenagem, como informam Leslie Leitão e Pamela Oliveira, na VEJA.com.

Vejam esta foto:



Uma pichação em um muro da favela junta o nome de Douglas ao símbolo da facção criminosa Comando Vermelho – que traz a tradicional referência ao fundador da quadrilha, Rogério Lemgruber (RL). A inscrição surgiu no dia seguinte à morte do dançarino. Não se sabe o que seria o R.C. da pichação. O “22”, antigo artigo do Código Penal que definia a inimputabilidade para os deficientes mentais, é uma referência a “maluco”, irreverente, extrovertido.

Douglas havia deixado, em sua página no Facebook, uma homenagem ao traficante conhecido como Cachorrão, em janeiro. “PPG TA DE LUTO, E OS AMIGOS CHEIO DE ODIO NA VEIA, MAS TARDE O BICO VAI FAZER BARULHO…. #?SAUDADES ETERNAS CACHORRAO !”


Já escrevi a respeito. Douglas podia sentir saudade de quem quisesse. Se era amigo do chefe do tráfico, é compreensível que manifestasse a sua dor. O problema é que a tradução da frase acima, como já se sabe, não é boa.

  • - “PPG” é a dita “comunidade” Pavão, Pavãozinho e Galo.
  • - “Bicos” são fuzis de uso restrito das Forças Armadas, de grosso calibre.
  • - “Os amigos” são os integrantes das quadrilhas de traficantes.
  • - “Fazer barulho” é efetuar centenas de disparos, aterrorizando a população.


Todo cuidado é pouco nessa história cheia de estridência e com pouca informação.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Rio, violência


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25/04/2014 às 14:33

Oposição quer ouvir Padilha e diretor de laboratório fantasma



Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, na VEJA.com:
A oposição vai pedir que o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, compareça à Câmara dos Deputados para falar sobre sua ligação com o laboratório Labogen, de propriedade do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal. Líderes do DEM e do PPS vão apresentar o requerimento na próxima semana. A intenção é que o petista fale aos colegiados da Comissão de Fiscalização e Controle e de Seguridade Social. Ao mesmo tempo, o PSDB deve pedir que o Ministério Público Federal investigue o caso, além de cobrar esclarecimentos do Ministério da Saúde.

Além de Padilha, o DEM vai convidar Marcus Cezar Ferreira de Moura, diretor do Labogen – laboratório fantasma usado, de acordo com as investigações, como um instrumento de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Para a Polícia Federal, Marcus Cezar foi indicado por Padilha, com quem havia trabalhado na coordenação de eventos do Ministério da Saúde. “Nada mais justo do que o ex-ministro Padilha ter o espaço público da Câmara para se explicar. Aliás, essa não é primeira suspeita de irregularidade envolvendo a sua gestão”, diz o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS. Como já não ocupa cargo público, o ministro não pode ser convocado, apenas convidado a comparecer.

“É um fato gravíssimo que envolve a prática de crimes contra o erário numa área extremamente sensível para a população, que é a saúde pública”, afirma o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). “O governo perdeu o controle e está dominado pelo aparelhamento da máquina e por relações de patrocínio de operações irregulares e corruptas. A presidente Dilma Rousseff sempre declarou que não iria tolerar o malfeito. Mas parece que o malfeito está tomando conta do governo dela”, continuou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Apesar de nunca ter fabricado qualquer tipo de medicamento, o Labogen obteve um contrato de 31 milhões de reais com o Ministério da Saúde para produzir o princípio ativo do Viagra, medicamento usado para combater a impotência sexual.

De acordo com a Polícia Federal, o deputado André Vargas (PT-PR) foi um dos intermediários na negociação para que o contrato fosse firmado. E foi através de mensagens trocadas entre Vargas e o doleiro que a Polícia Federal acredita ter descoberto que o nome de Marcus fora uma indicação do ministro. Youssef foi preso na Operação Lava-Jato, que desmontou uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Indícios
Em 26 de novembro de 2013, em mensagem a Youssef, André Vargas diz que falou com “Pad”, que a PF acredita ser Padilha. “Falei com Pad agora e ele vai marcar uma agenda comigo”, escreveu o deputado ao doleiro. As referências a Padilha aparecem novamente em mensagens trocadas dois dias depois pela dupla. André Vargas conversava com o doleiro sobre a contratação de um executivo para a Labogen, o laboratório-fantasma do doleiro, que servia à lavagem de dinheiro. O deputado avisa que o executivo escolhido encontraria Youssef dias depois. E avisa que quem indicou o executivo para a Labogen foi Padilha. Ele passa o número do tal executivo, um celular registrado em Brasília, e na sequência arremata: “Foi Padilha que indicou”. Pelo número de telefone, os investigadores identificaram o “indicado” como Marcus Cezar Ferreira da Silva. “O executivo indicado por Alexandre Padilha”, como os investigadores se referem a Marcus no relatório, trabalhou como assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT.

Em nota, Padilha negou ter indicado alguém para a Labogen. “Se, como diz a Policia Federal, os envolvidos tinham preocupação com as autoridades fiscalizadoras, eles só poderiam se referir aos filtros e mecanismos de controle criados por Padilha dentro do Ministério da Saúde justamente para evitar ações deste tipo”, diz o comunicado enviado por e-mail por sua assessoria de imprensa.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Alexandre Padilha


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25/04/2014 às 13:01

Padilha, Dilma e o “Marcão”



No Painel da Folha:
Recursos humanos
O executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura, que a PF suspeita ter sido indicado pelo petista Alexandre Padilha para dirigir o Labogen, do doleiro Alberto Youssef, trabalhou na campanha de Dilma Rousseff em 2010. Moura recebeu R$ 27.391,24 pelo trabalho, em cinco pagamentos feitos de 30 julho a 29 de outubro —antevéspera do 2º turno. O nome do executivo está listado na prestação de contas registrada no TSE. Ele também foi filiado ao PT paulista de 1994 a 2008.

Intimidade
Aliados de Padilha sentiram o impacto da revelação da ligação de Moura com o laboratório do doleiro e dizem que não será fácil ao pré-candidato do PT negar seu vínculo com o ex-assessor, a quem sempre tratou como “Marcão”.


Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Alexandre Padilha


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25/04/2014 às 6:05
LEIAM ABAIXO


Conversa de Vargas com Youssef sugere um Padilha no comando. O ex-ministro, claro!, nega;
O PT começou a morrer. Que bom!;
Refinaria de Pasadena teve saque de US$ 10 milhões sem registro, só com autorização verbal. Petrobras disse achar isso “normal”;
Exigir que as UPPs deixem os morros é reivindicação de bandidos, de narcotraficantes, de larápios. Ou: Em muitos anos, essa é a maior vitória do narcotráfico na guerra de propaganda;
COPA DO MUNDO E TIRO PELA CULATRA: Governo federal organiza evento antiprotesto e local vira área de… protesto!;
Tião Viana, o petista exportador de negros, acusa terceiros de racismo, higienismo e discriminação;
A armadilha montada para os moradores do Pavão-Pavãozinho: protesto pede “fim da UPP”;
O dia em que Padilha nomeou o homem indicado para a direção do laboratório de doleiro;
Um enigma que não quer calar;
Pré-candidato ao governo de SP pelo PT indicou diretor de laboratório-lavanderia de doleiro preso;
Na Haddadolândia, traficante de crack tem crachá e uniforme da Prefeitura e usa os hotéis pagos com dinheiro público para fornecer pedras aos viciados. Parabéns, Supercoxinha!;
O Brasil dos barbudos junto com Antígua e Barbuda — já ouviu falar?;
As Quatro Leis da Entropia Petista;
Dilma está fora da lista de “Mais Influentes” da “Time”. Até Mujica, o esquisito, está lá, ao lado de Maduro, o asqueroso;
A parte da ditadura que o PT reverencia;
A nota abjeta de Renan Calheiros, com inverdades e imprecisões a cada linha;
Ministra do Supremo manda instalar CPI da Petrobras. Sua decisão tem lado: o da democracia e do estado de direito;
Governo petista do Acre teve uma ideia para resolver problema com a imigração de haitianos: despachá-los para São Paulo! Ou: PT cria o problema, orgulha-se dele e joga batata quente no colo alheio;
Lava Jato: Justiça aceita denúncia contra Youssef e outros seis;
Se eu fosse o PT, tomaria cuidado com Vargas; se eu fosse Vargas, tomaria cuidado com o PTPor Reinaldo Azevedo


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25/04/2014 às 5:55

Conversa de Vargas com Youssef sugere um Padilha no comando. O ex-ministro, claro!, nega


Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de SP: gravação sugere que ele estava no controle

Pô, vou mudar de profissão, hehe, e comprar uma bola de cristal. Os porcos vão dizer que é tudo coisa da “imprensa golpista”… Na noite desta quarta, publiquei um post em que se lia o seguinte:



Pois é…

Vieram a público gravações feitas pela Polícia Federal que evidenciam que Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, indicou um diretor do laboratório-fachada Labogen, que pertence ao doleiro Alberto Youssef. Trata-se de Marcus Cezar Ferreira da Silva, que já foi, ora vejam!, assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT e executivo da pasta então comandada por Padilha. O mais curioso é que o deputado petista André Vargas (PR), aquele, é quem anuncia ao doleiro o futuro diretor, deixando claro tratar-se de uma indicação do então ministro. Vocês entenderam direito: aquele que, em tese, seria o futuro patrão de Cezar Ferreira da Silva, Youssef, nem conhecia aquele que seria seu funcionário. Tratava-se de uma escolha pessoal de Padilha. Eu estou enganado ou quem decide, no fim das contas, é o chefe, seja lá do que for?

Vamos nos lembrar. O Labogen, que nunca havia produzido um comprimido, tinha conseguido fechar um contrato com o Ministério da Saúde no valor de R$ 31 milhões para o fornecimento de citrato de sildenafila, o princípio ativo do Viagra, remédio também indicado para combater a pressão alta pulmonar. Havia entendimentos para a produção de outras substâncias que chegavam a R$ 150 milhões. Tão logo Youssef foi preso e o caso veio à luz, o Ministério da Saúde anunciou a suspensão do contrato e uma sindicância. Padilha, até havia pouco, se comportava como se não tivesse nada com isso. A interlocutores, Vargas já tinha dado a entender que sabia de fatos que poderiam comprometer o agora pré-candidato petista.

Também o deputado petista Cândido Vaccarezza se enrola um pouco mais. A troca de mensagens deixa claro que recebeu em sua casa, para uma reunião, o doleiro Youssef, Vargas e Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro de Collor e sócio oculto do Labogen. Por quê? Ele diz ser apenas amizade. A coisa vai mais longe e evidencia que Vargas também abriu para o doleiro as portas do Fundo de Pensão da Caixa Econômica Federal. Em nota, como era de esperar, Padilha negou que tenha feito a indicação de Cezar Ferreira da Silva, que já foi executivo da área de eventos do Ministério da Saúde.

Dizer o quê? O mundo petista é uma espécie de realidade paralela, em que as coincidências acontecem com uma frequência, também ela, escandalosa. Se bem se lembram, as primeiras conversas que vieram a público entre Vargas e Youssef diziam respeito justamente ao agendamento de uma reunião com um executivo da pasta para que o Labogen obtivesse o sinal verde do órgão federal para a produção de remédio.

Ninguém nunca acreditou que o Ministério da Saúde fosse, assim, a casa da mãe joana, com a qual uma biboca qualquer faz contrato. A conversa de Vargas com Youssef faz supor que, de fato, não é assim. Convenham: o papo sugere que o então ministro estava no controle.
Texto publicado às 21h49 desta quintaPor Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Alexandre Padilha, Ministério da Saúde


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25/04/2014 às 5:53

O PT começou a morrer. Que bom!



Leia trecho da minha coluna na Folha desta sexta:
O PT ensaiou uma reação quando veio a público a avalanche de malfeitorias óbvias na Petrobras: convocou o coração verde-amarelo da nação. Tudo não passaria de uma conspiração dos defensores da “privataria”, interessados em doar mais essa riqueza nacional ao “sagaz brichote”, para lembrar o poeta baiano Gregório de Matos, no século 17, referindo-se, em tom de censura, aos ingleses e a seu espírito mercantil. Não colou! A campanha não pegou. A acusação soou velha, do tempo em que a ignorância ainda confundia capitalismo com maldade.

Desta vez, parece, os larápios não vão usar o relincho ideológico como biombo. Até porque, e todo mundo sabe disto, ninguém quer nem vai vender a Petrobras. Infelizmente, ela continuará a ser nossa, como a pororoca, o amarelão e o hábito de prosear de cócoras e ver o tempo passar –para lembrar o grande Monteiro Lobato, o pai da campanha “O petróleo é nosso”. A intenção era certamente boa. Ele não tinha como imaginar o tamanho do monstro que nasceria em Botocúndia.

Há nas ruas, nas redes sociais, em todo canto, sinais claros de enfraquecimento da metafísica petista. Percebe-se certo cansaço dessa estridência permanente contra os adversários, tratados como inimigos a serem eliminados. Se, em algum momento, setores da sociedade alheios à militância política profissional chegaram a confundir esse espírito guerreiro com retidão, vai-se percebendo, de maneira inequívoca, que aquilo que se apresentava como uma ética superior era e é apenas uma ferramenta para chegar ao poder e nele se manter.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, PT


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25/04/2014 às 4:26

Refinaria de Pasadena teve saque de US$ 10 milhões sem registro, só com autorização verbal. Petrobras disse achar isso “normal”



A refinaria de Pasadena, nos EUA, tinha US$ 10 milhões depositados na conta da corretora MP Global — que foi a falência em novembro de 2011, diga-se. No dia 5 de fevereiro de 2010, alguém na estatal brasileira — não se sabe quem — deu uma autorização verbal para sacar a dinheirama. Foi sacada. Não se conhece o seu destino porque não há registro documental. Em 2010, é? No Brasil, foi um ano eleitoral. Sigamos adiante. A revelação foi feita ontem pelo jornal O Globo.

A reportagem da Folha entrou em contato com a direção da Petrobras para ouvi-la a respeito do saque. Segundo a empresa, uma operação assim é “normal”. A movimentação do dinheiro só foi descoberta porque houve uma auditoria na refinaria de Pasadena, feita pela Gerência de Auditoria de Abastecimento para verificar a gestão dos combustíveis produzidos e comercializados. O Globo teve acesso ao resultado do trabalho. Se a Petrobras considera tudo normal, a auditoria concluiu o contrário e apontou a “falta de autorização documental para saque em corretora”.

Segundo o Globo, a auditoria teria apontado também a existência de operações simultâneas de entrada e saída de combustíveis nos tanques, o que dificulta o controle. Constatou-se ainda uma falta de integração entre o sistema financeiro e o de controle de estoque. De acordo com o jornal, detectou-se também uma diferença de US$ 2 milhões no estoque em maio de 2010 em razão de lançamentos incorretos.

Nesse período, a Astra Oil ainda era sócia da Pasadena, mas havia deixado a administração por conta da Petrobras e já ingressara na Justiça americana para obrigar a empresa brasileira a comprar os outros 50% da refinaria.

À Folha, a Petrobras afirmou que o saque autorizado verbalmente é “normal” por ser “uma atividade usual de trading (comercialização de combustíveis)”. Acrescentou que “não foram constatadas quaisquer irregularidades no saque”. Mesmo assim, a empresa disse que “foi acatada a recomendação de formalizar e arquivar a documentação de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras”.

Eu não sou especialista em “trading”. Os especialistas, como sabemos, são aqueles gênios da Petrobras. Mas me darei o direito ao espanto, como os auditores — gente bem mais treinada do que eu: então US$ 10 milhões são movimentados assim, na base da saliva, sem rastro documental?

A Petrobras é uma piada que custa alguns bilhões aos brasileiros. Dá para entender por que essa gente teme tanto uma CPI, mesmo com maioria governista.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Petrobras


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25/04/2014 às 3:28

Exigir que as UPPs deixem os morros é reivindicação de bandidos, de narcotraficantes, de larápios. Ou: Em muitos anos, essa é a maior vitória do narcotráfico na guerra de propaganda


Manifestações contra a violência das UPPs marcaram o funeral do dançarino DG (JC Pereira/AgNews)

Quem assistiu apenas a alguns noticiários de TV na noite desta quinta não ficou sabendo, porque a informação lhes foi sonegada, que a manifestação de protesto contra a Polícia do Rio — e especialmente contra a presença das UPPs nos morros — contou com a adesão de black blocs e dos militantes profissionais de sempre. Havia moradores de favelas, especialmente de Pavão-Pavãozinho, protestando nas ruas de Copacabana? Havia, sim. Mas os “ideólogos” do asfalto estavam lá para, mais uma vez, usar um cadáver como estandarte — desta feita, o de Douglas Rafael da Silva, encontrado morto no Pavão-Pavãozinho, sua comunidade de origem, mas onde ele já não morava mais. Teria ido ao local para levar sua namorada, que mora na “comunidade”, que é como se deve falar “favela” em carioquês castiço e politicamente conveniente.

Seu corpo foi enterrado ontem, num grande happening, que contou até com fogos de artifício. Ninguém vai perguntar quem financiou porque há perguntas que o jornalismo só podia fazer antigamente.

Eu sou um crítico, como sabem todos, não das UPPs, mas da política de segurança pública do Rio, que opta por espantar bandidos, em vez de prendê-los. Mas é evidente que defendo a presença de unidades policiais nos morros. Rejeito ainda o nome de “polícia pacificadora” porque fica parecendo que a função dos policiais é promover a paz entre bandidos e gente decente. E lugar de bandido é na cadeia, não fazendo acordos com quem quer que seja.

É evidente que as palavras de ordem dos protestos de ontem, como “Fora UPP” e “UPP assassina”, foram ditadas pelo narcotráfico, o mesmo narcotráfico que enfrentou policiais a bala na madrugada em que Douglas, que era dançarino do programa “Esquenta”, de Regina Casé, foi assassinado. É possível que os assassinos sejam policiais? É, sim. Mas também podem ter sido os traficantes. Até que não se faça a devida apuração, transformar a opinião da mãe do rapaz numa espécie de laudo técnico informal é uma temeridade. Que se apure tudo e que se mandem os responsáveis para a cadeia. Mas vamos devagar!

E se não foi a polícia? Vão aceitar o resultado? Douglas era uma celebridade local, já não precisava mais viver na favela, embora circulasse por ali. Para o narcotráfico — estou apenas lidando com a lógica — ele está sendo mais útil morto do que vivo. E que fique claro: ainda que seus assassinos tenham sido policiais, é evidente que os morros precisam de UPPs — formada por policiais decentes.

Há coisas incômodas nessa história toda que precisam ser ditas. Felipe Moura Brasil publicou em seu blog esta imagem.



No dia 18 de janeiro, no Facebook, Douglas lamentava a morte do traficante Patrick Costa dos Santos, o “Cachorrão”, num confronto com a polícia, ocorrido um dia antes. Até aí, vá lá. O cara podia ser seu amigo. Felipe traduz para o português o que vai ali escrito:
- “PPG” é a dita “comunidade” Pavão, Pavãozinho e Galo.
- “Bicos” são fuzis de uso restrito das Forças Armadas, de grosso calibre.
- “Os amigos” são os integrantes das quadrilhas de traficantes.
- “Fazer barulho” é efetuar centenas de disparos, aterrorizando a população.

Pois é… Na reportagem do “Jornal Nacional” de ontem, prestei atenção a esta camiseta:



Os mesmos termos com os quais Douglas lamentava a morte de Cachorrão. Não! Eu nunca insinuo nada nem falo coisas oblíquas. Pouco importa o que fazia o rapaz quando não estava dançando no “Esquenta” da Casé, uma coisa é certa: não poderia ter morrido como morreu. E é preciso saber quem o matou e meter em cana, use farda ou não. Mas não dá para ignorar os fatos. Contam-me que a expressão “Saudades eternas” é uma espécie de lema ou de senha macabra com que o narcotráfico e seus aliados objetivos celebram a memória dos que lhes são caros ou dos que serão usados como estandartes. “Minha avó tem ‘saudades eternas’ no meu avô e não é narcotraficante”, diz o bobinho…

Cobrar a rigorosa apuração do caso? Sim! Meter em cana os assassinos? Sim! Pedir uma polícia mais preparada nos morros e em toda parte? Sim! Exigir que as UPPs deixem as favelas? Aí, não!

Isso é reivindicação de bandido, de narcotraficante, de larápio! Em muitos anos, muitos mesmo!, os bandidos não obtinham tamanha vantagem contra o estado na guerra de propaganda. Usasse ou não farda, é possível que o assassino de Douglas soubesse muito bem o que estava fazendo. A polícia e a política de segurança pública não ganharam nada com essa morte. Mas o crime organizado pode comemorar o resultado.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Rio, UPPs


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24/04/2014 às 23:40

COPA DO MUNDO E TIRO PELA CULATRA: Governo federal organiza evento antiprotesto e local vira área de… protesto!


Enquanto Gilberto Carvalho (em pé) tentava falar em evento antiprotesto, aconteciam os… protestos (Foto:Danilo Verpa/Folhapress)

Tsc, tsc, tsc… Acho que eles estão perdendo a mão. Leiam o que informa Eduardo Costa, na Folha:
Um evento organizado pelo governo federal, Diálogos Governo-Sociedade Civil, cujo objetivo era mostrar os benefícios trazidos pela Copa à população e desestimular manifestações, virou palco de protestos de manifestantes. Cerca de trezentas pessoas, representantes de 70 instituições, como sindicatos, movimentos sociais, como os dos sem-teto, entre outras lideranças locais, lotaram hoje um salão na Casa de Portugal, no centro de São Paulo.

Enquanto o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, fazia uma apresentação sobre “o que o Brasil ganhou com a Copa”, uma faixa estendida por manifestantes por trás dele informava: “Não vai ter Copa”. Um grupo que vestia camisetas que traziam a inscrição “O povo de rua é o primeiro eliminado da Copa” ironizava todas as informações divulgadas pelos palestrantes.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Copa do Mundo de 2014


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24/04/2014 às 23:27

Tião Viana, o petista exportador de negros, acusa terceiros de racismo, higienismo e discriminação




O governador do Acre, Tião Viana, do PT, fez uma coisa asquerosa, de um oportunismo odiento; de um mau-caratismo político como raramente vi. Aproveitou os aviões que chegaram ao Estado carregando mantimentos para abastecer o Estado, que está ilhado por causa das chuvas, e os lotou de haitianos, despachando-os para outros Estados. Os que levaram comida para o seu povo — coisa de que sua gestão não deu conta — receberam , em troca, imigrantes, dos quais ele decidiu se livrar.

Há coisa de três anos, teve início um fluxo imigratório para o Acre. Os haitianos deixam o seu país, voam para a Bolívia e, principalmente, para o Peru e, depois, entram no Brasil, onde recebem um visto temporário para poder trabalhar no país.

Desde que a onda começou, como já disse aqui, o governo federal nada fez. O Ministério da Justiça jamais se interessou pelo caso. Os haitianos vivem em acampamentos em condições deploráveis. Mesmo assim, o governo petista faz praça de sua tolerância, incentivando a imigração ilegal. O assunto virou até tema de redação do Enem em 2012. A tarefa dos estudantes era elogiar a gestão petista.

Muito bem! Para São Paulo, Viana despachou cerca de 500 imigrantes. Não entrou em contato com o governo do Estado. Não falou nem mesmo com seu correligionário, o prefeito Fernando Haddad. Não se ocupou de fazer um cadastro. Nada! Cinicamente, um secretário seu afirmou que o destino dos haitianos é mesmo o sul do Brasil. A secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa Arruda, apontou o quer chamou de “irresponsabilidade” do governo do Acre. Viana decidiu reagir pelo Twitter com as seguintes mensagens:

“Como é que a elite paulista quer obrigar o povo do Acre a prender imigrantes haitianos em nosso território, preconceito racial? Higienização?”,

“As elites preconceituosas querem o quê? Que prendamos essas pessoas? Que não as deixemos encontrar pais, mães e esposas que já estão no Brasil?”.

Racista, preconceituoso e higienista, senhor governador, é despachar negros imigrantes como se fossem gado, procurando apenas se livrar do problema. Em vez de Viana cobrar ajuda de Dilma Rousseff, sua aliada , prefere transferir suas dificuldades para terceiros.

Ontem, recebi uma frase que tem a sua graça e é absolutamente verdadeira: debater com petistas é como jogar xadrez com pombos — eles derrubam as peças, fazem cocô no tabuleiro e saem arrulhando vitória, com o peito estufado.

Flagrado num ato racista, discriminatório e elitista, Viana estufa o peito e acusa os outros de racismo, discriminação e elitismo. Depois, claro, de derrubar as peças do jogo e de sujar o tabuleiro. A propósito: Marina Silva e sua “Rede” são aliados incondicionais de Tião Viana. A noção de ecologia da agora pré-candidata à Vice-Presidência pelo PSB inclui também os seres humanos? Ou ela só vai reagir se seu amigo começar a maltratar sapos, bagres e passarinhos?Por Reinaldo Azevedo

Tags: Acre, Tião Viana


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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905