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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

CATEDRAIS MEDIEVAIS Os pastores de Belém – conto de natal




CATEDRAIS MEDIEVAIS






Posted: 10 Dec 2013 11:30 PM PST





Anúncio aos pastores. Universidade de Califórnia-Berkeley

UCB029





Naquela noite misteriosa, encoberta de nuvens, um grupo de pastores tinham uma diferente sensação de tranquilidade interna em suas almas. 




Algo estava para acontecer, mas nenhum deles ousava exprimir aos outros aquilo que pensavam ser um sentimento meramente pessoal.




Sentados em roda, conversavam sobre a chuva que poderia cair durante a madrugada e o cuidado redobrado que teriam para cuidar de suas ovelhas. 




Mas aquela noite misteriosa parecia que desejava revelar-lhes um segredo e à medida que o tempo passava uma mistura de temor e alegria os inundava cada vez mais.




Embora externassem uns aos outros as preocupações com a chuva, suas atenções segundas estavam voltadas para aquela serena sensação interna, cheia de calma e alegria. 




O silêncio, muitas vezes, é a atitude primeira da alma em face do mistério quando este se apresenta carregado de uma beleza inefável.




Todo mistério tem algo de obscuro como a noite. Quando obra da graça, esse obscuro é acompanhado por estrelas radiantes que fazem a alma entrever, apesar do escuro do mistério, a luz da verdade inatingível pela razão. 




Se se trata de um mistério divino, esse obscuro não é culpa do mistério, mas da razão humana que é finita e incapaz de abarcar tudo aquilo que Deus revela.




E Deus deu a alma humana uma sede misteriosa pelo mistério. Tanto que quando o homem, por um ato de revolta, nega os divinos mistérios sobrenaturais e os julga como contrários a sua razão – tão pequena, aliás, e tão debilitada pelo pecado original; minúscula como um grão de poeira se comparada com o tamanho do universo – a alma do homem, assim turvada, se volta ainda assim para os mistérios, mas para as trevas misteriosas do preternatural, do esoterismo e do ateísmo. 




Sim, nada mais sinistramente misterioso do que as trevas do ateísmo e nada é tão inexplicável à razão quanto a fé de seus adeptos.




Naquela noite, toda a natureza parecia sorrir para os pastores. Mas, como? Se era... noite? Durante a noite não se sente apenas medo e terror do perigo iminente e do sombrio das trevas que acobertam os ladrões e as feras? 







Anúncio aos pastores. Free Library of Philadelphia,

Rare Book Department


Como era possível sentir aquela misteriosa sensação de calma, tranquilidade e paz? Havia realmente algo diferente. Um misterioso mistério perfumava aquela noite nos campos próximos à Belém.




Mas, entre os pastores, diversas eram as atitudes de alma que cada um tomava em face daquela sensação misteriosa que os invadia. 




Uns percebiam que aquilo poderia significar que Deus interviria novamente no curso da História. 




Lembravam-se dos profetas que anunciavam a vinda do Messias, da paganização que cobria a Terra, da história misteriosa e paradoxal de uma Virgem que havia concebido e das opressões que sofriam os fiéis às Leis de Deus naquela Jerusalém decadente.




Outros pastores apenas identificavam aquela sensação com uma esperança de que a chuva não viesse e assim pudessem ter uma noite mais tranquila.




Alguns outros, dentre eles, viam naquele sentimento algo que contrariava seu modo de vida libertino e desregrado. 




Entregues às paixões desordenadas e à desordem temperamental que os vícios morais causavam, eles se achavam indignos daquele sentimento de alegria primaveril que, há tantos anos, haviam afogado na fanfarronice febricitante de uma vida onde a virtude não passava de uma palavra. A saudade desse período de inocência perdido os sensibilizava.




O tempo corria e a noite se firmava. A escuridão parecia pesar cada vez mais. Em certo momento, os pastores notaram que seus rebanhos estavam silenciosos como nunca antes estiveram. Os animais pareciam participar daquela sensação aprazível e serena de algo misterioso.




Quando menos esperavam, uma luz misteriosa apareceu. Tão forte e intensa que os cegou por instantes e não conseguiam abrir os olhos por mais que tentassem. O temor tomou conta de suas almas. 




Segundos depois, a luz perdeu sua intensidade e eles então puderam ver um anjo pairando no ar. Mas a luz que emanava de seu interior ainda impedia que aqueles homens fixassem suas vistas naquele ser. 







Adoração dos pastores. Giorgio Barbarelli da Castelfranco,

dito Giorgione, por volta de 1500.


Pela primeira vez eles sentiam-se impotentes e como que diante de algo que poderia lhes tirar a vida com um só ato de vontade. O temor aumentara.




"Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor", disse-lhes o anjo num tom de voz que eles nunca antes haviam ouvido. 




E o escuro do céu subitamente deu lugar a um coro do exército celeste, que louvava a Deus e dizia como num brado de guerra e ao mesmo tempo como num canto de vitória contra o demônio conspirador da perdição dos homens: 




— "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina". 




Todos olhavam para o firmamento e contemplavam aquele espetáculo que em um instante sumiu dando lugar novamente à escuridão da noite. 




Um bezerrinho encostou-se em seu pastor e este, olhando para o céu, tirou o tecido que lhe cobria a cabeça e apontou para o horizonte dizendo: olhem!




As nuvens começaram a se abrir e por detrás delas uma estrela desconhecida brilhava fortemente. No alto da colina, os pastores divisaram uma pequena caravana com três camelos que rumava na direção daquele astro.




"Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou", falaram entre si os pastores. 




E, assim, naquela noite misteriosa, a luz resplandeceu na Terra ( Jo. 1, 5). 





















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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905