lucianohenrique publicou: " Última atualização: 11 de janeiro de 2014 - [Índice de Rotinas] - [Página Principal] Essa eu vi na seção de comentários deste blog. Um esquerdista, tentando manipular as emoções da plateia, disse que "só pode ser racista quem for de classe dominante". "
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Última atualização: 11 de janeiro de 2014 - [Índice de Rotinas] - [Página Principal]
Essa eu vi na seção de comentários deste blog. Um esquerdista, tentando manipular as emoções da plateia, disse que "só pode ser racista quem for de classe dominante". Como sempre, os esquerdistas mandam a lógica às favas quando tentam usar discursos deste naipe.
Verdade seja dita: em nossa história recente, tivemos uma grande chaga, que foi a escravidão, algo que deve deixar enojado todo e qualquer cidadão decente. Também é verdade que os negros foram vítimas de escravidão, principalmente no Ocidente. Mas nada disso pode levar, em termos lógicos, à conclusão de que "há uma classe opressora" (brancos) e "outra classe oprimida" (negros). Muito menos há como se chegar à conclusão de que "não é possível um branco ser vítima de racismo, pois racismo é da classe dominante contra a classe dominada".
Na verdade, o racismo não passa da crença de que há qualquer forma de superioridade de uma raça sobre outra, usado como forma de beneficiar pessoas ou grupos em detrimento de pessoas ou grupos. Não há absolutamente nada na definição de racismo que nos leve, logicamente, a alcançar a noção de que "não é possível um branco ser vítima de racismo". É exatamente o oposto: essa mera asserção é extremamente racista, pois tanto um negro como um branco podem ser vítimas de racismo, e todas potenciais vítimas devem ser protegidas de racismo. Quando é dito que um branco não merece a mesma proteção que um negro (quando sofre uma ataque similar), estamos testemunhando um ato inaceitável e monstruoso de preconceito racial.
Mas como chegamos a assistir tão constantes demonstrações de irracionalidade e desprezo por qualquer forma de civilidade? Simples. Tudo se inicia com base em dois jogos: simulação de guerra de classes e coletivismo exacerbado. Quando joga estes jogos, o esquerdista manipula a realidade para não mais tratar as pessoas como indivíduos, mas como classes de indivíduos.
Para entendermos melhor o absurdo de todo esse truque, imaginemos que, estatisticamente (e hipoteticamente), seja descoberto que as Ferraris são, em média, mais multadas por excesso de velocidade do que Honda Civics. A partir daí, alguém que usa o marxismo poderia dividir os carros em classes: os carros "opressores" (que cometem barbeiragens) e os carros "oprimidos" (que normalmente não são vistos com excesso de velocidade). Pensando marxisticamente, a coisa pode até parecer lógica para alunos que foram doutrinados a partir de cartilhas do MEC, mas vejamos como a realidade observada destrói essa percepção.
Imaginemos, por exemplo, que o motorista de um Honda Civic seja pego em excesso de velocidade. Quando o guarda diz: "Você estava acima da velocidade", se o motorista usar truques de criação de classes artificiais para se safar, pode discursar desta forma: "Não é possível, pois a classe dominante de carros é a Ferrari, não os Honda Civic, portanto não é possível que a classe Honda Civic seja acusada de excesso de velocidade". Qualquer guarda que não seja um completo bocó dirá: "Que p#$#@ de classe Honda Civic você está falando? Estou multando você!".
Aliás, não estou fazendo juízo de valor entre Ferraris e Honda Civics, mas tomando-os como exemplos de uma hipótese onde poderia ser até possível que amostras dos primeiros tivessem mais chances de serem encontradas em situações de excesso de velocidade que amostras dos segundos. Assim como é possível que brancos ocupem maior posição social, em média, que os negros. Da mesma forma que não se pode negar que negros foram escravizados por brancos no Brasil, embora até Zumbi, líder negro, tivesse escravos.
O que estou demonstrando aqui é que, se indivíduos de uma amostra (cientificamente falando), podem ter comportamentos em cima dos quais podem ser feitos juízos de valor de qualquer tipo, temos que fazer a valoração considerando o comportamento do indivíduo da amostra. Ignorar o comportamento do indivíduo da amostra (seja um ser humano, uma folha de árvore, uma célula ou um floco de neve) em detrimento da "classe" ao qual o indivíduo da amostra pertence não é apenas uma baita desonestidade intelectual, como também uma demonstração de estupidez científica digna das eras tribais.
A refutação a esta rotina, então, se baseia em demonstrar o quão estúpido, irracional e anticientífico é julgar classes da amostra ao invés do comportamento dos indivíduos da amostra.
Qualquer visão racional e intelectualmente honesta da realidade nos levará obrigatoriamente a ver as coisas como elas são. E, em um mundo real, veremos indivíduos brancos podendo discriminar negros, assim com indivíduos negros podendo discriminar brancos. Podemos ver, por exemplo, um negro riquíssimo desprezar um branco. Assim como podemos ver um branco cheio da nota desprezar um negro. Podemos ver retirada de direitos de negros, assim como de brancos. E assim por diante.
Eis o melhor argumento para determinar a falsidade não apenas deste truque, como também a de qualquer instância do truque que for usado para julgar indivíduos pelas "classes" a que eles pertencem: classes são na verdade apenas abstrações para facilitar a coleta e organização dos dados vistos na realidade, mas os comportamentos devem ser julgados e observados no nível dos indivíduos das amostras sob observação.
A mera observação da vida como ela é, além da lógica aplicada ao entendimento de como se comportam indivíduos que estejam sob observação, nos mostrará que a afirmação "Não existe racismo contra brancos, pois racismo é só do opressor contra o oprimido" é fraudulenta até dizer chega.
lucianohenrique | 11 de janeiro de 2014 às 12:58 am | Tags: direita, esquerda, esquerdismo, falsa guerra de classes, marxismo cultural, método científico, racismo | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-7FC
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