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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
11/01/2014 às 6:57
LEIAM ABAIXO
— São Paulo é agora refém dos sem-teto de Fernando Haddad. Ou: A capital paulista desce aos infernos;
— Em e-mail enviado ao blog, Aécio nega que sua irmã vá coordenar campanha e diz que “seria um erro primário”Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014 às 6:10
Cerca de 5 mil manifestantes, sob o comando do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), promoveram um protesto nesta sexta, em São Paulo, e chegaram a obstruir o trânsito na marginal Pinheiros, na ponte do Socorro e na estrada do M’Boi Mirim. Era um protesto contra uma declaração do prefeito Fernando Haddad, que defendeu que uma área invadida no Jardim Ângela, conhecida como Nova Palestina, seja transformada em parque. Eles exigem que a região seja destinada a moradias. Já volto ao ponto. Antes, algumas considerações importantes.
O dito MTST não é formado por pessoas sem teto, assim como o MST não é formado por pessoas sem terra. Os dois movimentos são, deixem-me ver como chamar, empresas de produzir ideologias, de produzir valores. Quando alguém ingressa num desses grupos que se dizem sem-teto, é obrigado a cumprir determinadas tarefas para ganhar pontos e ascender na hierarquia interna. Uma das tarefas, por exemplo, é promover paralisações cidade afora. Outra é invadir prédios públicos, moradias em construção e áreas destinadas à construção de casas populares.
Boa parte desses ditos sem-teto já tem um teto, obtido na marra. Essas invasões têm coordenadores, chefes, que formam o núcleo duro do movimento. Eles é que decidem quem pode e quem não pode permanecer nas áreas invadidas. E qual é o critério? MILITÂNCIA. Para que o sujeito possa ficar nas invasões ilegais, é obrigado a ajudar a promover… novas invasões ilegais. Entenderam?
É o modelo vigente no MST — que forneceu aos tais sem-teto a régua e compasso. O MST é, sim, mais sofisticado e infinitamente mais rico porque já estabeleceu os canais para receber dinheiro público, especialmente da agricultura familiar. Explico também. A massa de manobra do MST se divide em dois grupos: os acampados e os assentados. Os acampados podem estar às margens de rodovias ou em alguma área pública ou privada invadida. Em qualquer caso, o sujeito é obrigado a se submeter à rígida disciplina do MST, de caráter quase militar. Para ter o “direito” de ficar no local, tem de cumprir tarefas — uma delas é… invadir mais novas áreas.
E há os assentados. Não pensem que estes, de posse de sua terra, se livram do jugo de João Pedro Stedile. De jeito nenhum! A produção nos assentamentos é organizada e mediada por cooperativas. São elas que recebem o dinheiro da agricultura familiar, por exemplo. E quem controla essas cooperativas é justamente o MST. Mesmo com a sua terra assegurada, o assentado é obrigado a promover novas invasões. Ou cumpre as suas “obrigações” ou será um marginal na comunidade.
Assim, meus caros, movimentos de sem-teto e de sem-terra tendem a não ter fim, já que não basta dar — e a palavra é esta: DAR — a casa e a terra. Sem-teto e sem-terra viraram uma espécie de casta, de grupo social ao qual se pertence para sempre. Se o assentado morre, a “obrigação” é transferida para os filhos. Por que afirmo que se trata de máquina de produzir ideologias? Porque cada um desses movimentos tem a ambição de, a partir de sua causa, conduzir a revolução social no Brasil. Mais recentemente, assistimos à “versão coxinha” dessa concepção política, que é o Movimento Passe Livre, formado, em boa parte, de jovens da fina flor da elite brasileira. Alguns vão de motorista particular para a escola e, de lá, saem para depredar uns ônibus por aí… O MPL já disse que o socialismo começa… pela catraca. Mas volto ao MTST.
Aliados de Haddad
O MTST, assim como o MPL, ajudou a fazer a campanha de Fernando Haddad. Alguns dos líderes dos sem-teto são também militantes petistas. No fim das contas, é a base do PT que agora procura impedir, na prática, o prefeito de formular e executar uma política de moradia. Os chefões da causa — muitos deles moram em residências confortáveis, bem longe da confusão — exigem que o prefeito lhes entregue o controle do setor. Eles querem os recursos e os bens púbicos para distribuir entre seus militantes.
Informa a Folha: “A Nova Palestina é o maior acampamento de São Paulo hoje. Começou com 2.000 famílias em 29 de novembro e, um mês depois, já tinha 8.000. Há lista de espera para ter um barraco no local. A área invadida, de um milhão de metros quadrados, é particular e foi declarada de interesse social para preservação ambiental. Por lei, 10% dela podem ser destinados à habitação, mas os sem-teto querem aumentar esse percentual para 30%. Para isso, eles querem que a prefeitura apoie a mudança no zoneamento, que precisa passar pela Câmara.”
Viram só? Em pouco mais de um mês, uma invasão com 2 mil pessoas passou a reunir 8 mil. Por quê? O apressadinho de bom coração e cérebro distraído logo responde: “Porque o déficit habitacional na cidade é grande!”. Resposta errada! A expansão tão rápida se dá porque invadir passou a ser um bom negócio. O invasor poderia se cadastrar nos programas habitacionais, submeter-se a critérios objetivos, esperar a sua vez… Mas quê! A área é hoje refém dos grupos que integram o tal movimento, e engrossar as suas fileiras passou a ser um caminho mais curto para ganhar a casa. E os outros, os que já haviam se cadastrado, igualmente pobres? Ora, se quiserem, que passem a integrar também as fileiras do MTST. É, insisto, o modelo do MST transplantado para a cidade.
Assim, observem que a política pública deixa de ser voltada para os cidadãos e passa a ser propriedade privada dos que se proclamam os donos da causa. Como eles todos acham que estão promovendo a revolução social no Brasil, não veem mal nenhum em paralisar a cidade — ameaçam fazê-lo caso Haddad não ceda — e submeter o conjunto dos paulistanos a seus desígnios.
É evidente que isso se parece mais com uma milícia fascistoide do que com um movimento social. Esses truculentos, de resto, aproveitam-se do fato de contar com a simpatia da imprensa. Como já escrevi aqui tantas vezes, boa parte dos jornalistas costuma ser sensível ao que julga ser o cheiro do povo. Um autoproclamado sem-qualquer-coisa será sempre tratado como herói pelo jornalismo brasileiro. Consolidou-se no país a visão espantosa de que uma reivindicação nasce necessariamente de um direito e que sua consequência óbvia é a plena satisfação.
Haddad prometeu uma São Paulo como ninguém havia antes visto. Parece que vai mesmo cumprir a promessa, se é que me entendem…Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014 às 5:55
Por Juliana Coissi e Marlene Bargamo, na Folha:
A crise sem precedentes no sistema penitenciário do Maranhão não foi suficiente para reverter a frágil segurança na entrada e saída do complexo de Pedrinhas, em São Luís, onde 62 pessoas foram assassinadas desde 2013. Ontem, a Folha entrou sem ser incomodada na Casa de Detenção, uma das principais unidades do conjunto de cadeias maranhense. O presídio foi palco, em outubro passado, de uma rebelião com dez mortos e dezenas de feridos, que resultou, entre outras consequências, no envio da Força Nacional de Segurança ao Estado, administrado pela governadora Roseana Sarney (PMDB).
A chegada dos jornalistas à portaria da Casa de Detenção ocorreu ao lado de umgrupo de religiosos, que participariam de um culto evangélico pouco depois. Na portaria, um pedido a todos feito pelo responsável pelo local: “Celulares e RGs aqui [na mesa], por favor”. Repórter e repórter-fotográfica, que entraram na unidade sem se identificar como jornalistas, entregaram os documentos, mas deixaram os celulares nos bolsos. Ultrapassada a portaria, nos 20 minutos seguintes a Folha circulou livremente pelos pavilhões, conversou com detentos, leu anotações pessoais e registrou parte da cerimônia religiosa.
Em nenhum momento, os visitantes foram revistados, submetidos a detectores de metais ou a qualquer outro procedimento padrão de segurança em penitenciárias.
(…)Por Reinaldo Azevedo
11/01/2014 às 5:53
Na VEJA.com:
O governo de Roseana Sarney (PMDB) impediu na sexta-feira que uma comitiva formada por deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão e por integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrasse no presídio de Pedrinhas, informou o jornal O Estado de S. Paulo. A deputada Eliziane Gama (PPS) tentou conseguir autorização para o ingresso no local, mas teve pedido negado pelo secretário de Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa.
Antes de ser barrado, o grupo, que havia chegado de surpresa, ainda conseguiu visitar o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas e constatar as péssimas condições das instalações, onde 21 presos se aglomeram em celas para seis. A negativa à entrada de Eliziane, presidente da Comissão de Direitos Humanos e provável candidata de oposição ao governo Roseana, ocorre dois dias depois da visita da Comissão de Segurança, presidida por um aliado da família Sarney, o deputado Roberto Costa (PMDB). Em entrevista à imprensa após sair do local, Costa elogiou o governo.
Um agente afirmou que o grupo só entraria se alguém fizesse “alguma ligação”. “Quer dizer que só pode entrar aliado”, disse a deputada enquanto aguardava autorização. “Peço-lhe a compreensão e uma comunicação prévia para realizarmos o plano de segurança para visitação de autoridades às nossas unidades prisionais”, disse Sebastião Uchôa, por mensagem de texto, para a comitiva. Desde o ano passado, 62 presos morreram no Complexo de Pedrinhas.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Maranhão, Roseana Sarney
10/01/2014 às 16:57
Delinquentes intelectuais e morais — alguns deles disfarçados de jornalistas, financiados com dinheiro público — resolveram censurar a Folha e a VEJA.com por terem divulgado, respectivamente, os vídeos com os decapitados de Pedrinhas e o incêndio do ônibus em São Luís, em que a menina Ana Clara aparece com o corpo em chamas.
A divulgação seria, sustentam esses delinquentes, coisa típica de jornalismo sensacionalista, de uma “mídia” (como eles dizem) comprometida com a agenda da oposição.
Que bando! Se essa gente chegar a ter o poder que almeja, o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do ditador Getúlio Vargas será fichinha; a censura havida durante o regime militar será brincadeira de criança.
O PT que sempre contou com a liberdade de imprensa, quando era oposição, para veicular mesmo as suas denúncias infundadas acha que, agora, os fatos atrapalham a história, entendem?
Sim, é verdade. Não fosse a divulgação dos dois vídeos, é bem possível que o Brasil não tivesse se dado conta da gravidade do problema. Até porque, em 2011, 14 foram decapitados no mesmo complexo de Pedrinhas. E ninguém deu bola.
Os vídeos têm de ser exibidos simplesmente porque aquelas coisas aconteceram. De fato, há similaridade entre a imagem do corpo da menina Ana Clara em chamas e a foto (no alto) da então garota vietnamita Kim Phuc (de autoria de Huynh Cong “Nick” Ut), que corre nua depois de sua aldeia ter sido atacada com napalm pelas forças americanas, em 1972.
Todos sabiam dos horrores da Guerra do Vietnã. Faltava um emblema. Todos sabiam da tragédia do Maranhão. Faltava conferir ao ocorrido a sua trágica humanidade.
Se os petistas pudessem impedir, no entanto, nada disso viria a público — não enquanto o partido estivesse no poder ao menos. A realidade atrapalha a mística e a mistificação petistas. Os valentes acham que o compromisso com os fatos transforma a “mídia” em força de oposição.
Eles gostam é do subjornalismo de situação, financiado por estatais — o que, parece-me, caracteriza uma variante do peculato, já que se trata de se apropriar de dinheiro público a serviço dos interesses particulares de um grupo. Não passarão!Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014 às 15:56
Por Chico de Goios, no Globo Online:
A Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão contratou a Atlântica Segurança para atuar nos presídios. A empresa pertence a Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, numa pousada em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses. Em 2002, quando a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na empresa Lunus, que pertencia a Murad, o marido de Roseana alegou que metade desse montante era de empresa de Cantanhede, que confirmou a versão.
A Atlântica recebeu no ano passado, somente da Secretaria de Administração Penitenciária, R$ 7,642 milhões, o dobro do ano anterior. Como presta serviço para outros órgãos do governo do estado, no total ela ganhou R$ 12,942 milhões da gestão de Roseana Sarney em 2013 — em 2012, foram R$ 7,428 milhões.
A terceirização do sistema carcerário é apontado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão como um dos grandes problemas nos presídios. Em 2009, quando Roseana voltou ao poder após a cassação do então governador Jackson Lago (PDT), o estado contratou a VTI Serviços, Comércio e Projetos para administrar o sistema. Sem nunca ter atuado no setor — pois tem como principal atividade locação de equipamentos de informática e desenvolvimento de softwares —, a VTI recebeu, desde então, R$ 153,9 milhões. Em 2012, foram R$ 48,9 milhões e, em 2013, R$ 66,3 milhões, sem que o governo tenha construído qualquer novo presídio.
O governo maranhense informou, em nota, que a terceirização dos presídios não tem qualquer relação com a atual onda de violência. Para o governo, a manutenção do sistema requer investimentos em infraestrutura, mão de obra e qualificação.
Pagamento antecipado
Uma empresa contratada para reformar o presídio de Pedrinhas, onde detentos foram mortos, recebeu adiantado pelo serviço, que ainda não foi concluído. A Nissi Construções foi contratada pela Secretaria de Administração Penitenciária em 4 de novembro do ano passado, com dispensa de licitação, por R$ 1,167 milhão.
Menos de um mês após a assinatura do contrato, em 28 de novembro, a empresa recebeu o primeiro pagamento, no valor de R$ 491,3 mil. Na véspera do Natal, foram mais R$ 526,3 mil, totalizando R$ 1,017 milhão. Os serviços ainda estão sendo executados. Operários disseram que ainda serão necessários mais cerca de 20 dias para a conclusão dos serviços.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Maranhão, Roseana Sarney
10/01/2014 às 15:25
A presidente Dilma Rousseff — ou melhor: a equipe que cuida do assunto — recorreu ao Twitter para se pronunciar, pela primeira vez, sobre a tragédia no Maranhão. Escreveu estas irrelevâncias.
Como se vê, a turma do marketing optou por fazer de conta que tudo está resolvido, que a governadora Roseana Sarney (aquela que acha que o Maranhão se tornou violento porque enriquece) está no comando da situação e que, afinal, as coisas não são assim tão graves porque situações similares já teriam acontecido em outros estados.
Já demonstrei aqui, com números, que se trata de uma falácia. O Maranhão tem uns 5.500 presos, não mais do que isso. Há muitos anos a situação está fora do controle. Relatórios do CNJ apontavam o descalabro. O governo não se mexeu.
No Twitter de Dilma, nem mesmo o lado humanitário: poderia, ao menos, ter se solidarizado com a família na menina Ana Clara. Nada disso. Quando houve a desocupação do Pinheirinho, sem mortes nem feridos graves, em São Paulo, Dilma mandou Gilberto Carvalho anunciar que ela achava uma “barbárie”.
Barbárie que, agora, ela não vê no Maranhão. É bem possível que essa estupidez das elites dirigentes não seja característica exclusiva do Brasil. Uma coisa, no entanto, é certa: é coisa rara no mundo.
A foto, vejam na home, de José Eduardo Cardozo a acompanhar, mudo como estátua, as barbaridades que dizia Roseana é um bom emblema da miséria moral brasileira, de novo ilustrada com essas intervenções no Twitter.Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014 às 15:04
José Genoino e sua buliçosa família começaram a me dar uma preguiiiça!!! Cheguei a me comover um pouquinho com Miruna, sua filha. Vislumbrei o amor de uma filha preocupada com seu pai. Bonito. Isso nada tem a ver com política. Agora não mais. Vejo na moça uma pré-candidata a alguma coisa. Parece ser a pessoa vocacionada para levar adiante o nome da família.
Ela é a principal porta-voz de um site criado para arrecadar dinheiro para pagar a multa a que o pai foi condenado pelo STF: R$ 667,5 mil. Genoino é o tal “homem pobre”, que “mora numa casa modesta há 30 anos”, que nunca fez política para “enriquecimento pessoal”.
Até parece que a única forma de cometer crimes é investir no… enriquecimento pessoal.
Não vou doar dinheiro, não. Genoino pode até ser pobre, mas seu partido é o mais rico do Brasil. Ele fez o que fez para o PT, certo? Que a legenda pague. Não é tanto dinheiro assim para uma estrutura multimilionária, né?
E por que essa presepada toda? Para continuar a alimentar a imagem do mártir e, intuo, conservar na política o DNA da família Genoino.
Está tentado a dar um dinheirinho para o petista, leitor amigo? Doe para uma criança pobre.Por Reinaldo Azevedo
Tags: José Genoino, PT
10/01/2014 às 14:19
O IPCA subiu 0,92% em dezembro. É o mais alto em 10 anos para o período. Certo, leitor amigo, há fatores sazonais e coisa e tal. Há o Natal… Mas sabem como é: se há uma constante na economia, a gente poderia dizer que são as sazonalidades, né? Natal, então, nem se diga: também houve nos nove anos anteriores e faço aqui uma previsão: haverá Natal neste 2014…
A inflação do ano ficou em 5,91%, bem acima, de novo, do centro da meta. E vamos ser claros, não? O índice só não furou o teto de 6,5% porque o governo decidiu reprimir as tarifas. Assim, esses 5,95% foram conquistados de modo artificial; não refletem a realidade da economia.
A presidente Dilma pode até achar que eu estou “nervosinho”, mas asseguro que não. Nervosinhos estão alguns preços da economia, né? Segundo economistasespecialistas ouvidos por VEJA.com, a inflação não dará trégua neste ano. Leiam texto publicado na VEJA.com.
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2013 com alta de 5,91%, pressionado pelo preço dos alimentos. O dado fica dentro da meta oficial do governo, cujo teto é 6,5%, mas acima do centro da meta (4,5%) e maior do que a inflação do ano anterior, de 5,84%.
O indicador divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio também acima do esperado por analistas. O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira previa alta de 5,74%. A expectativa de especialistas ouvidos pela Reuters era de que o indicador avançasse 5,82% segundo a mediana de 22 projeções que foram de 5,73% a 5,88%. Só em dezembro, o IPCA subiu 0,92%,o maior resultado mensal desde abril de 2003 (0,97%), segundo o IBGE. Com isso, 2013 marcou o quarto ano seguido em que a inflação brasileira fica próxima ou acima de 6%, repetindo a marca de 2010. Em 2011, a inflação no ano acelerou a 6,50%, para depois enfraquecer a 5,84% em 2012.
Alimentos
De acordo com o IBGE, em 2013 o principal impacto veio de Alimentação e Bebidas, com alta acumulada de 8,48%. Embora tenha desacelerado ante 2012 (9,86%), o grupo ainda teve impacto de 2,03 pontos porcentuais no índice do ano passado.
O resultado do IPCA no ano só não foi pior porque, em janeiro, o governo promoveu forte redução no valor das tarifas de energia elétrica e, em meados do ano, o aumento dos preços do transporte público foi revogado em várias capitais após intensas manifestações populares.
Os preços de energia elétrica residencial fecharam o ano passado com queda de 15,66%, tendo impacto negativo de 0,52 ponto porcentual no IPCA, segundo o IBGE. Já Transportes, apesar da revogação da alta das tarifas, ainda subiu 3,29% no ano, ante 0,48% em 2012, com impacto de 0,64 ponto porcentual no IPCA fechado em 2013.
O IBGE informou ainda que, na variação mensal, o maior destaque do IPCA em dezembro coube ao grupo Transportes, com alta de 1,85%, ante 0,36% em novembro.
Juros — Sem conseguir colocar a inflação na trajetória para a meta, o governo acabou assumindo o discurso de que entregaria o IPCA do ano passado abaixo do visto em 2012. Em agosto passado, por exemplo, o próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou a afirmar que esse era o objetivo.
Para tanto, em abril o BC deu início a um ciclo de aperto monetário que não terminou ainda e tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% para o atual patamar de 10%. A expectativa de economistas era de que a taxa básica de juros vá a 10,50% no final deste ano segundo última pesquisa Focus do BC.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará sua primeira reunião de 2014 e as estimativas são de que haverá alta de 0,25 ponto porcentual na Selic.Por Reinaldo Azevedo
Tags: inflação
10/01/2014 às 5:43
— A condescendência da democracia brasileira com a tortura e com a violência e uma grande imposturaPor Reinaldo Azevedo
10/01/2014 às 5:31
Roseana durante entrevista coletiva, observada por José Eduardo Cardozo, o silencioso (foto: Marlene Bergamo/Folhapress)
Santo Deus! Chega a ser difícil saber por onde começar. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Garboso, foi nesta quinta ao Maranhão. O homem normalmente falastrão e buliçoso quando se trata de depredar a reputação de governos de oposição manteve o silêncio que o notabilizou diante da carnificina maranhense. A razão é simples. O PT foi vice na chapa que elegeu Roseana Sarney. Seu pai, o senador José Sarney (AP), tem influência decisiva em fatia considerável do PMDB. E Dilma não quer confusão com essa gente. Por isso a presidente também está calada. Nem mesmo uma miserável manifestação de solidariedade com a família da menina Ana Clara. Nada! O ministro e a governadora anunciaram um pacote de medidas. Numa impressionante, estarrecedora, estupefaciente entrevista coletiva, Roseana fez jus ao clichê segundo o qual quem sai aos seus não degenera. Li as coisas que ela disse, olhei bem para a foto acima e tive de voltar no tempo — 360 anos para ser mais preciso.
Trezentos e sessenta anos? É. Voltei ao “Sermão da Quinta Dominga da Quaresma”, pronunciado por Padre Vieira em São Luís no ano de 1654. Escreveu o padre:
“Os vícios da língua são tantos, que fez Drexélio um abecedário inteiro e muito copioso deles. E se as letras deste abecedário se repartissem pelos estados de Portugal, que letra tocaria ao nosso Maranhão? Não há dúvida, que o M. M-Maranhão, M-murmurar, M-motejar, M-maldizer, M-malsinar, M-mexericar, e, sobretudo, M-mentir: mentir com as palavras, mentir com as obras, mentir com os pensamentos, que de todos e por todos os modos aqui se mente.”
Mais adiante, referindo-se à instabilidade do tempo e às chuvas repentinas, Vieira afirmou:
“De maneira que o sol, que em toda a parte é a regra certa e infalível por onde se medem os tempos, os lugares, as alturas, em chegando à terra do Maranhão, até ele mente. E terra onde até o sol mente, vede que verdade falarão aqueles sobre cujas cabeças e corações ele influi.”
Vieira, como é sabido, protegia os pequenos e os pobres em suas invectivas, voltadas invariavelmente contra os poderosos do seu tempo — e justamente os instalados no Maranhão, base de sua atuação jesuítica.
Roseana estava mesmo com a Família Sarney no corpo. Ela encontrou uma curiosa explicação para o recrudescimento da violência no estado — o que me ajudou a entender a atuação do clã nos últimos 50 anos:
“O Maranhão está atraindo empresas e investimentos. Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes”.
Agora entendi o que, a esta altura, a gente poderia considerar um esforço determinado, consciente e, sem dúvida, bem-sucedido dos Sarneys em favor do atraso. Antes, os maranhenses eram pobres, pacíficos e felizes. Aí, sabem como é, foi chegando o progresso e… piorou tudo! Notem que a fala da governadora traz a sugestão de que a violência vem de fora, não é coisa dos maranhenses — o “aumento do número de habitantes” só pode se referir aos forasteiros… Outro trecho de sua fala reforça esse especioso ponto de vista:
“O que aconteceu me chocou, e a todo o Maranhão, porque o povo do Maranhão não é violento. O que aconteceu lá é algo inexplicável. Estou até agora chocada com o que aconteceu lá, porque o que existe são brigas de facções. E elas são muito violentas. Acaba havendo problemas de morte no presídio.”
Roseana também disse, sabe-se lá por quê, ter sido “pega de surpresa”. É mesmo? Aí vem um trecho de sua fala que teria emudecido até Padre Vieira, aquele que não se calou nem diante do Tribunal do Santo Ofício:
“Até setembro, Pedrinhas tinha constatado 39 mortes. Em 2012, tinha 4 mortes. Então, até setembro, 39 estava dentro do que era o limite que se esperava. Em setembro teve a destruição da Cadet [Casa de Detenção] e lá tiveram (sic) mais mortes. Tivemos de tomar providência. Isso não significa que não tomamos providências antes.”
José Eduardo Cardozo, aquele que gosta de conceder entrevistas esculhambando a segurança pública de estados governados pela oposição, ouvia a tudo, em silêncio, com olhar pensativo. Vamos entender direito o que falou esta senhora.
Há mais de 550 mil presos no Brasil. No ano passado, 218 foram assassinados. Dos 550 mil, sabem quantos estão no Maranhão? Pouco mais de 5 mil — 5.417 em 2012. Digamos que os assassinatos tivessem parado nos 39 — o número que a governadora considera “o limite que se esperava”: fosse assim, com menos de 1% dos presos, o Maranhão já responderia por 17,8% da mortes. E Roseana consideraria tudo dentro de certo padrão de normalidade. Acontece que a coisa não parou nos 39, não. Chegou a 62 — menos de 1% dos presos e mais de 28% dos mortos. E ela, coitada, sem entender nada porque, afinal, a índole do povo maranhense é mesmo pacífica…
Roseana está surpresa? Numa rebelião em Pedrinhas, em 2011, ao menos 14 presos foram decapitados. Só não houve comoção e pressão, inclusive de organismos internacionais, porque imagens da tragédia não vieram a público.
Endossando um discurso engrolado também por José Eduardo Cardozo, a governadora afirmou: “É uma disputa praticamente por causa do crack, que tem uma força muito grande, uma disputa de espaço. O que aconteceu em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul não é diferente do que está acontecendo aqui.”
Com a devida vênia, governadora, sou obrigado a dizer: “Uma ova!”. Com 41 milhões de habitantes, São Paulo mantém presas 195.695 pessoas — 36% do total nacional, embora abrigue apenas 22% da população. O Maranhão, onde moram 3,5% dos brasileiros, tem menos de 1% dos presos, mas responde por mais de 28% dos assassinatos nas prisões. Há, em São Paulo, 633,1 presos por 100 mil habitantes com mais de 18 anos; no Maranhão, apenas 128,5. Para que a proporção fosse a mesma, seria preciso multiplicar por 5 os presos no estado governado por Roseana. Se, com pouco mais de 5.400 presos, assistimos a esse descalabro, imaginem com 27 mil…
Ah, sim: Roseana e Cardozo anunciaram a criação de um comitê gestor de crises juntando várias autoridades, remoção de detentos para presídios federais, aumento do efetivo da Força Nacional de Segurança, aumento dos mutirões carcerários… De fato, nada no curto prazo.
Intervenção
A Procuradoria-Geral da República anunciou que vai pedir a intervenção federal no Maranhão. Ainda que peça, não terá. O STF é arredio a esse tipo de procedimento — e, se querem saber, seria realmente algo muito difícil de administrar. É bem verdade que, ao ler as intervenções de Roseana, sou tomado, assim, de um espírito verdadeiramente… interventor. Mas sei que não ocorrerá.
Ficou brava
A governadora ficou brava com uma pergunta, bastante procedente, que a reportagem da Folha fez a Cardozo. A jornalista quis saber se o silêncio da presidente Dilma estava relacionado com a aliança política do PT e do Planalto com o PMDB e a família Sarney. Roseana nem esperou a resposta do ministro:
“Olha, a família, só um minuto, ministro. Quero dizer uma coisa a vocês: isso não existe como família. Eu sou a governadora, eu sou Roseana Sarney. Meu sobrenome é Sarney. Mas eu sou uma pessoa que tenho passado, presente e, se Deus quiser, terei futuro. Isso não é a família. E quem está mandando aqui não é a família. Quem está no governo sou eu, que fui eleita em primeiro turno pelo povo maranhense. Assim como representei o Maranhão no Congresso Nacional. Fui deputada e senadora. Então, vocês querem o quê? Querem penalizar a família? Não. Se vocês tiverem de penalizar alguém, eu, Roseana, governadora do Maranhão, sou a responsável pelo que acontecer no nosso Estado. Muito obrigada”.
Foi aplaudida entusiasticamente. Pelos assessores…
Faço o quê? Tenho de voltar a Padre Vieira:
“E terra onde até o sol mente, vede que verdade falarão aqueles sobre cujas cabeças e corações ele influi.”
Texto publicado originalmente às 3h27Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014 às 5:21
Segue trecho de minha coluna de hoje na Folha:
Se ninguém dá bola quando bandidos matam pais de família, por que haveria indignação quando presos resolvem decapitar seus pares no Maranhão, onde José Sarney é a fé, a lei e o rei? Que se virem! As trevas maranhenses são apenas um sintoma de um desastre humanitário silencioso.
Em novembro, veio a público o Anuário Brasileiro de Segurança Pública com os dados referentes a 2012. Os “crimes violentos letais intencionais” (CVLI) somaram 50.108, contra 46.177 em 2011. A taxa saltou de 24 para 25,8 mortos por 100 mil habitantes. Na Alemanha, é de 0,8. No Chile, 3,2. Os “CVLI” incluem homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Nota: esses são números oficiais. A verdade deve ser mais sangrenta.
Segundo a ONU, na América Latina e Caribe, com população estimada em 600 milhões, são assassinadas 100 mil pessoas por ano. Com pouco menos de um terço dos habitantes, o Brasil responde por mais da metade dos cadáveres. O governo federal, o PT, o PMDB, o PSDB e o PSB silenciaram. Esse é um país real demais para produtivistas, administrativistas e nefelibatas. A campanha eleitoral já está aí. Situação e oposição engrolarão irrelevâncias sobre o tema. Prometerão mais escolas e mais esmolas. Presídios não!
Para ler a íntegra, clique aqui.Por Reinaldo Azevedo
10/01/2014 às 3:19
Por Evandro Éboli, no Globo:
Acusado pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), de ter mentido em seu relatório que apontou falhas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas (MA), o juiz Douglas Martins, do CNJ, reafirmou nesta quinta-feira suas críticas sobre aquela unidade do sistema carcerário do estado. Na reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), Martins afirmou que a governadora não cumpriu as recomendações do órgão feitas ainda em 2008 e nem as mais recentes. O juiz, que é relator do sistema carcerário do CNJ, disse ainda que os presos que chegam do interior para o presídio da capital, no caso o de Pedrinhas, são obrigados a se filiar automaticamente ao crime organizado, optando por uma das facções existentes.
“Foram quatro anos de inspeções e vários relatórios do CNJ. Foram feitas recomendações que não foram cumpridas. Houve advertência sobre as facções, que acabaram crescendo. Tentamos entrar recentemente numa unidade prisional e fomos proibidos. Tem vídeo disso. O CNJ, ainda na época de Ayres Britto presidente do STF, sequer deu respostas às recomendações do conselho. E ele (Britto) já se aposentou”, disse Douglas Martins. ”É preciso acabar com a centralização dos presos num único presídio. Tem presos em Pedrinhas de comarca que fica distante até 1.200 quilômetros de distância”, completou.
A procuradora Ivana Farina, do Ministério Público de Goiás, apresentou seu relatório sobre Pedrinhas, elaborado para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ela é relatora desse tema no CNMP. Ela descreveu o cenário das más condições da penitenciária de Pedrinhas e disse que a situação lá é diferenciada de todo o país. Ela também citou a presença de duas facções na unidade – 1° Comando do Maranhão e Bonde dos 40 – e repetiu Martins ao afirmar que os presos do interior sofrem nas mãos dos detentos da capital. Ela afirmou que além de aparelhos celulares, até tablets foram apreendidos dentro do presídio.
”É uma situação de total descontrole, de total insalubridade. É um absurdo atrás do outro. O preso que não é de uma facção é chamado, convidado pela direção do presídio para se filiar a uma. Assinamos um termo com a governadora Roseana, em 2013, e até agora nenhuma medida foi adotada”,disse Ivana Farina.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Maranhão, Roseana Sarney
09/01/2014 às 20:16
Leiam o que vai na VEJA.com. Comento mais tarde.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem mãos o pedido de intervenção federal no Maranhão, elaborado após o assassinato brutal de detentos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, e os ataques nas ruas de São Luís orquestrados de dentro dos presídios. Janot analisa qual o melhor momento para encaminhar o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, historicamente, opta por não acatar esse tipo de pleito.
Paralelamente, para tentar evitar o desgaste de uma intervenção em solo maranhense, a presidente Dilma Rousseff enviou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a São Luís para oferecer ajuda à governadora Roseana Sarney (PMDB). Além de mobilizar a Força Nacional de Segurança para patrulhar os presídios, Dilma busca alternativas para tentar esvaziar um pedido judicial de intervenção federal e socorrer Roseana, aliada preferencial do Palácio do Planalto. Em ano eleitoral, a intervenção seria um duro golpe para a família Sarney.
No fim do ano passado, Janot encaminhou pedido de informações ao governo do Maranhão depois da morte de detentos. Segundo integrantes do Ministério Público, as explicações repassadas pelo governo estadual, com promessas de construção de novos presídios, não indicam uma solução urgente para o caso de Pedrinhas. A alternativa, na visão do Ministério Público, seria a intervenção. Nesta quinta, o subprocurador-geral da República Aurélio Veiga Rios, subordinado a Janot, disse ser favorável à intervenção federal no Maranhão durante reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, em Brasília. Após o encontro, o colegiado cobrou que o governo maranhense apresente um plano emergencial para Pedrinhas, mas não deliberou sobre intervenção federal.
Caso faça o pedido de intervenção nas próximas semanas, uma decisão liminar sobre o caso caberia à ministra Cármen Lúcia, que substitui Joaquim Barbosa – em férias – na presidência do STF até a próxima semana, ou ao ministro Ricardo Lewandowski, que assumirá a cadeira no dia 20.
Histórico
Apesar das críticas de diversos setores da sociedade, a chance de uma intervenção federal ocorrer imediatamente no Maranhão é muito pequena. Em 2008, o Ministério Público Federal pediu intervenção federal em Rondônia. O presídio de Urso Branco apresentava quadro similar ao de Pedrinhas – superlotação, disputa de facções criminosas rivais e assassinatos bárbaros. Mas o pedido feito pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando, até hoje não foi analisado pelo Supremo.
Em outros casos, o Supremo negou pedidos de intervenção feitos porque governos estaduais não pagaram precatórios judiciais. No mais recente, o Ministério Público pediu a intervenção federal no Distrito Federal. Na época, investigações revelaram um esquema de pagamento de mesada a deputados distritais, escândalo que levou à queda o governador José Roberto Arruda, e de seu vice, Paulo Octávio. Apesar disso, o STF negou o pedido de intervenção. Os votos proferidos em todos esses casos mostram que o tribunal considera a intervenção uma medida excepcional. E lembram os ministros que a Constituição estabelece como regra a não intervenção: “A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal”, determina o artigo 34. A intervenção poderia ser decretada, excepcionalmente, para assegurar os “direitos da pessoa humana”.
Além da jurisprudência do tribunal, questões práticas decorrentes da intervenção levam a Corte a negar pedidos feitos pelo MP. Decretada a intervenção, o governo federal passaria a comandar as ações no Estado, podendo, inclusive, nomear um interventor. Outro efeito seria a paralisação de emendas constitucionais. Para que uma alteração seja feita na Constituição, é preciso que a federação esteja funcionando normalmente, sem interferências do governo federal. Sendo autorizada a intervenção, um dos Estados da federação estará com sua autonomia comprometida.Por Reinaldo Azevedo
09/01/2014 às 20:07
Cardozo, o Garboso, foi sentir a coisa de perto no Maranhão
Opa!
Então o ministro da Justiça, José Eduardo Cadozo, o Garboso, resolveu sair do berço esplêndido e rumar para o Maranhão para acompanhar mais de perto a crise de segurança pública no estado?! Já não era sem tempo.
Cheguei a pensar que ele estivesse achando que ainda não havia cadáveres o suficiente, não em número compatível ao menos com a sua augusta presença. Não custa lembrar que existe um sistema penitenciário nacional e que seu gerenciamento está a cargo do ministro da… Justiça.
Sim, sou obrigado a lembrar. Quando houve um período de recrudescimento da violência em São Paulo, e este senhor ainda era considerado um pré-candidato ao governo de São Paulo, ele concedia uma média de uma entrevista a cada dois dias atacando a gestão da área no estado.
Não perdeu a oportunidade de criticar a Polícia Militar de São Paulo durante a desocupação do Pinheirinho e da cracolândia e nas jornadas de protesto de junho. Sobre o Maranhão, o homem é de um silêncio realmente eloquente.
Por que só agora? 2013 terminou com 59 mortes no Complexo de Pedrinhas — nada que o mobilizasse. Foi preciso que a imprensa tornasse públicas as cenas de barbárie absoluta para que o Garboso se mexesse.
Lá vai ele. Mas em obsequioso silêncio, contrariando a sua vocação buliçosa quando se trata de alvejar o governo de São Paulo, por exemplo. Não quer melindrar José Sarney, o imperador do Maranhão.Por Reinaldo Azevedo
Tags: José Eduardo Cardozo, Maranhão
09/01/2014 às 19:38
A se dar crédito ao discurso oficial, o Brasil se divide hoje entre “nervosinhos” e “calminhos”. Os primeiros tendem a reconhecer alguns problemas e irresoluções na economia brasileira. Já a turma que tomou Maracugina tenderia a achar que tudo vai bem e segue conforme o planejado, certo?
Os petistas e seus vogais na imprensa — sim, na grande imprensa também — fazem ainda outra clivagem. Os “nervosinhos” seriam os que eles chamam, com esgar de nojo, os “rentistas”. Já os calminhos seriam a esmagadora maioria da população, que só encontra, parece, motivos para rir.
De quais “rentistas” exatamente falam os bate-paus do petismo? Não dá para saber. Qualquer brasileiro que coloque o seu dinheiro na poupança, a rigor, é um… rentista. Quando o governo põe seus títulos no mercado, esperando que apareçam pessoas interessadas em comprá-los, está esperando contar, ora vejam!, com a ajuda dos… rentistas.
Estabelecer esse tipo de divisão é só uma tentativa de demonizar a crítica e de transformá-la em coisa de gente movida por interesses menores. Assim, se você é uma pessoa bacana, que pensa no bem do próximo e não se deixa mover por interesses cúpidos, vai, necessariamente, aplaudir o governo.
Por que essa longa introdução? Parece que Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, passou a integrar a ala dos “nervosinhos”. Nesta quinta, ele cobrou que o governo seja mais claro em relação à política fiscal. Leiam o que informa a VEJA.com.
*
O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa disse nesta quinta-feira que o governo precisa ser mais claro em relação à política fiscal. Barbosa, considerado um dos principais interlocutores da presidente Dilma no início de seu mandato, pediu exoneração do governo em maio de 2013 por “razões pessoais”. Contudo, fontes apontaram, à época, problemas de relacionamento com membros da equipe econômica, sobretudo o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Barbosa também havia perdido influência junto ao Palácio do Planalto por discordar de algumas ideias da presidente e havia sido, de certa forma, substituído por Augustin. Nesta quinta-feira, o economista, que agora se dedica à carreira acadêmica, palestrou em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
Barbosa prevê para este ano um superávit primário na ordem de 1,8% a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Questionado se um superávit primário abaixo de 2% seria uma ameaça à nota de crédito soberano do Brasil, já que as agências de classificação de risco aguardam um resultado de 2% a 2,1%, ele negou. “Acho que a diferença entre 1,8% e 2% não é muito grande para justificar uma mudança de rating. Acho que tudo pode ser explicado, desde que se converse com as agências de risco. Mais que números, as agências querem saber sobre trajetórias”, afirmou.
Para o economista, quando o governo sinalizar que fará um primário de 1,8% ou 1,9% e traçar trajetórias para 2015 a 2018, as preocupações em torno da política fiscal vão se dissipar. De acordo com ele, tais sinalizações deverão ser dadas até fevereiro, quando todos os membros do governo voltarem das férias. “Se tiver mais explicações, a maior parte das preocupações do mercado será dissipada”, disse. “O problema é que, normalmente, as explicações vêm depois da tomada de decisões. Acho que é isso que as pessoas mais têm criticado.”
O temor das agências sobre o crescimento da dívida bruta em relação ao PIB não preocupa Barbosa, apesar da perspectiva negativa que paira sobre a avaliação do Brasil. “Hoje a dívida bruta está em torno de 62% e seu crescimento vai depender de quanto recurso o governo vai colocar no BNDES. Como o governo já sinalizou que vai colocar menos recursos, não vejo grandes pressões para o crescimento da dívida pelo lado da emissão de títulos” disse o ex-secretário, em tom ligeiramente otimista.
Segundo ele, se houver algum crescimento da dívida bruta, será devido à desaceleração do PIB. “A discussão sobre o crescimento da dívida é uma discussão sobre crescimento do PIB. E se a economia crescer mais, a dívida bruta deve ficar estável ou cair”, afirmou.
Barbosa entrou no governo em 2003 e fez parte das equipes do ministro Guido Mantega desde sua gestão no Ministério do Planejamento. Na Fazenda, ocupou as secretarias de Acompanhamento Econômico (2007/2008) e de Política Econômica (2008/2010), antes de ser levado por Mantega ao posto de secretário executivo, sucedendo Nelson Machado, em 2011.Por Reinaldo Azevedo
Tags: economia, Governo Dilma
09/01/2014 às 18:41
Por Felipe Frazão, de São Luís, na VEJA.com:
Enquanto os moradores de São Luís, a capital do Maranhão, tentam retomar a rotina após uma onda de ataques criminosos nas ruas na semana passada, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas permanece em estado de alerta geral, com a presença da Tropa de Choque da Polícia Militar.
A quinze quilômetros da capital, as oito unidades de Pedrinhas tomam as duas margens da BR-185 e ficam isoladas do dia a dia da cidade. O único poder até então instituído no local, o dos presos, resiste a mudanças. Embora a PM tente quebrar a dinâmica do local com revistas em série nas celas e nos visitantes, ainda há quem tente burlar a segurança. Uma mulher foi presa em flagrante nesta quarta-feira com dois tabletes de maconha, dois celulares e oito lâminas de serra escondidos dentro de caixas de remédios que ela tentava entregar ao marido, um dos 2.200 detentos do “Cadeião do Diabo”, como Pedrinhas é chamado pelos internos.
Depois de terceirizar a segurança nos presídios, o governo maranhense apostou que a entrada da PM arrefeceria o pavor no mais sangrento conjunto de cadeias do Estado. O clima de desconfiança mantém detentos, familiares e policiais numa intensa guerra velada de olhares cruzados e reclamações.
“Vai piorar”, afirmou R.J., um jovem negro de 25 anos da periferia de São Luís, ao dar os primeiros passos do lado de fora do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas na noite desta quarta. O CDP é uma das unidades mais lotadas do complexo, com cerca de 700 detentos. No local, ocorreram pelo menos dezesseis das 62 mortes registradas no complexo, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspem). Acusado de homicídio, R.J (não são iniciais de seu verdadeiro nome) ganhou liberdade condicional para responder ao processo em liberdade. Com olhar assustado, ele aceitou conversar com o site de VEJA desde que não fosse identificado. Motivo: o medo de sofrer represálias dos líderes de facções criminosas caso tenha de voltar para o “Cadeião do Diabo”.
R.J. ficou encarcerado com 27 outros detentos numa cela apertada de Pedrinhas. O espaço tinha “camas” de concreto para apenas quatro presos – a maioria dormia na “praia”, apelido do chão do cárcere. “A sensação é de terror, terror. Como é que a gente não fica com medo? Logo que eu cheguei, eles [detentos] me deram facas para amolar. E eu tive que amolar…”. Nesta quarta, ele relatou que houve um princípio de confronto entre detentos e policiais. Horas antes de deixar a cadeia, a Polícia Militar tentou fechar as trancas para manter todos os presos dentro das celas. Mas os internos resistiram ao confinamento: “[Sic] É tranca aberta porque tem muito preso lá dentro, e fica muito calor. Então fica todo mundo andando no pavilhão, e aí os PMs queriam fechar as grades. Os presos não deixaram, porque não cabe. Eles chegaram dando paulada, jogando bomba de efeito moral, spray de pimenta e atirando de doze [espingarda calibre 12] com bala de borracha”.
Armas
A PM montou base na entrada de cada unidade de Pedrinhas e só entra nas galerias e pavilhões quando convocada. Os policiais já apreenderam 300 facões e armas artesanais, uma pistola 380, munição e mais de 40 celulares. Os policiais devem ficar no complexo por noventa dias, embora a tropa não esteja satisfeita. É uma previsão otimista, reconhece o comandante do Batalhão de Operações Especiais, Ivaldo Barbosa: “A gente que é PM tem de saber trabalhar e intervir nessas situações. Vamos completar a missão para poder voltar para o quartel”.
Os policiais dizem que monitores e vigilantes de segurança patrimonial, contratados para suprir a falta de agentes penitenciários — apenas 382 em todo o Estado —, são constantemente desrespeitados. Eles são identificados por coletes verdes e trabalham desarmados. O presidente do Sindspem, Antonio Portela, diz que a terceirização fragilizou a segurança e facilitou a entrada de armas. “Eu já considero os monitores mais vítimas do que qualquer outra coisa.”
Após a chegada da PM, a entrada de visitantes está mais restrita. Agora, somente mulheres e mães podem visitar os detentos, mas precisam preencher um cadastro. Duas delas mantiveram esperança de entrar no cadeião para entregar comida na noite nesta quinta, mesmo depois de uma forte chuva. Mas foi em vão. “Tem plantão que é bacana, mas tem plantão que é nojento. Eles pensam que a gente é igual ao preso; só porque é meu marido acham que eu sou do mesmo jeito e faço a mesma coisa que ele faz”, reclamou Maiane, de 29 anos, mulher de um detento preso por homicídio. “Queria entregar um biscoito, sabonete, escova de dente e pasta. Eles só comem o que a gente leva. A comida deles vive estragada, macarrão e feijão azedos.” Os familiares de presos relatam que eles convivem com ratos, lixo e comida estragada.
“Daqui a pouco, eles vão nos obrigar a usar uma farda”, disse a mãe do preso Thiago, recém-chegado ao CDP, acusado de homicídio. Ela não quis se identificar por medo de represálias contra o filho, que trocou tiros com a polícia no dia do crime. Thiago passa os dias deitado na galeria Gama 12 do cadeião, depois de ter sido operado para retirar uma bala do corpo.Por Reinaldo Azevedo
09/01/2014 às 16:00
Maria Antonieta, aquela, não disse a frase célebre que entrou para a história, quando lhe relataram que o povo pedia pão: “Que coma brioches”. Até porque o “brioche” não tinha, então, essa inflexão chique, superior ao pão, que é o que acaba conferindo um sentido moral à falsa historieta. Tudo indica, ademais, que ela não era a tonta alienada que fez fama.
Já Roseana Sarney… Bem, a governadora do Maranhão parece estar disposta a ser a encarnação não de Maria Antonieta, mas a de sua caricatura. Já escrevi aqui que, a rigor, não há nada de errado com o fato de os governos comprarem, digamos assim, comida e bebida chiques para jantares, coquetéis, recepções e coisa e tal. Assim se faz no mundo inteiro.
O que é verdadeiramente espantoso no caso do Maranhão é constatar que setores da administração — o da gestão penitenciária em particular — vivem à beira da anomia, enquanto outros, como o encarregado dos frufrus e acepipes, são de uma precisão e de um rigor quase cartesianos.
A gente nota também que a turma que cerca a governadora e ela própria vivem num planeta distante, justamente aquele onde habitava a caricatura de Maria Antonieta. Divulgado o vídeo com as decapitações, o governo preferiu vir a público para espancar a língua pátria e o bom senso, censurando o jornalismo por ter feito o seu trabalho. Dada a necessidade óbvia de transferir presos para presídios federais, o responsável pela área tem o desplante de dizer que a medida é inútil e pode até ser contraproducente. Quanto às licitações para os regabofes, suspendê-los era só uma medida prudencial. Mas quê…
A compra de lagostas e camarões foi, sim, suspensa, mas, nesta quinta, foi aberto o pregão eletrônico para a compra de caviar, champanhe e uísque… A impressão que se tem é que Roseana está perdida e já não governa — apenas se arrasta de crise em crise. É patético. Fazendo uma ironia, vai ver o governo está entregue a algum agente secreto do ex-deputado Flávio Dino, político do PCdoB que, atualmente, preside a Embratur e deve se candidatar, mais uma vez, ao governo do estado neste ano. Leiam o que informa Bruna Fasano na VEJA.com. Volto para encerrar.
*
Às voltas com uma crise no sistema prisional do Estado, o governo do Maranhão abriu um pregão para comprar uísque escocês, champanhe, caviar e vinhos importados, no valor de 1,4 milhão de reais. O edital foi publicado nesta quinta-feira no site da Comissão Central Permanente de Licitação. O pregão está marcado para o próximo dia 17 e o contrato terá vigência até o final do ano.
Esta é a segunda compra de luxo publicada pelo governo do Maranhão. Na quarta-feira, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que a administração estadual havia aberto licitação para comprar 80 quilos de lagosta fresca e uma tonelada e meia de camarão para abastecer a residência oficial e a casa de praia da governadora Roseana Sarney (PMDB). A compra, entretanto, foi adiada nesta quinta.
O novo edital determina que a empresa vencedora da licitação deverá fornecer champanhe para as recepções, jantares, coquetéis e brunchs oficiais. As bebidas devem ser servidas em “mil copos e taças de cristal para vinho branco, tinto, água, champanhe, licor e uísque”. O edital alerta que “durante os eventos, deverão ser servidos em quantidades suficientes para todos os convidados bebidas, entradas, almoços e jantares”.
No menu de entradas, constam caviar, petiscos com carne de siri, bolinhos de bacalhau e patinhas de caranguejo. Como prato principal, estão na lista filé mignon ao molho de gorgonzola, salada de camarão, carne de carneiro, bacalhau com natas, pato ao molho de laranjas, risoto de lagostas e peru.
Para ornamentar jantares e coquetéis, a empresa que vencer a licitação deverá providenciar tapetes estilo persa Golpayagan Sherkat Floral – um modelo similar está à venda na internet por até 24.000 reais.
Voltei
O Maranhão, já lembrei aqui, não padece daquela seca, digamos, tipicamente nordestina. A natureza é mais generosa com o estado do que com qualquer outro do Nordeste. Mas há, sim, a estiagem, que, neste ano, castiga 81 dos 217 municípios.
Está tudo pronto para Roseana dizer: “Se o povo não tem água, que beba champanhe”. Caricatura!Por Reinaldo Azevedo
Tags: Maranhão, Roseana Sarney
09/01/2014 às 14:39
O senador Aécio Neves (MG), que será o candidato do PSDB à Presidência da República, enviou-me um e-mail, do qual transcrevo um trecho. Volto em seguida:
“Caro Reinaldo,
Lamento que vc tenha tratado como verdade mais uma dessas notícias que são publicadas sem serem checadas antes com as pessoas envolvidas. Refiro-me à ideia — nunca cogitada — de minha irmã Andrea vir a ocupar a função de coordenação da minha eventual campanha em 2014.
Jamais foi tratada essa hipótese, nem na campanha em si nem na área de comunicação. Não sei exatamente a quem atribuir mais essa “plantação”.
Como vc bem observou, seria um erro primário demais…”
(…)
Comento
Começo pelo fim. Folgo em saber que o futuro candidato tucano concorda com o que parece óbvio: seria um erro primário demais. No post que escrevi a respeito, exponho os motivos.
Meu comentário, notem lá, começa com uma ressalva: “A se confirmar a informação publicada no Estadão Online, o PSDB e Aécio Neves acabam de cometer o primeiro grande erro (…)”. De fato, a informação me pareceu tão exótica e pouco razoável, que cheguei a duvidar da sua veracidade. Notem bem: não pus em dúvida a apuração dos jornalistas, não. Até porque a coisa toda aponta, então, para a necessidade de um freio de arrumação. Na reportagem, lê-se o seguinte trecho (em vermelho):
“A entrada dela na campanha é natural pelo currículo na área e pela afinidade que tem com o Aécio”, diz o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e um dos mais próximos aliados do senador. Ele explica, ainda, que Andrea terá um papel central na campanha, mas a coordenação geral será feita por um político de “envergadura nacional”, provavelmente um senador ou ex-governador.
Retomo
Depois de certo tempo, a gente sabe como surgem as notícias. Não vou ficar especulando a respeito das fontes dos repórteres Pedro Venceslau e Ricardo Chapola, mas dá para saber que a notícia não surgiu, vamos dizer, nas “hostes inimigas”. Se é plantação, trata-se de “plantação tucana”, que deveria, então, de pronto, ter sido rebatida — negada com a veemência com que faz Aécio — pelo deputado Marcus Pestana. Afinal, ele é nada menos do que presidente do PSDB de Minas. Sabidamente, é um político próximo do senador. Sua fala, no entanto, reforçava a informação, que o futuro candidato tucano diz ser falsa.
A assessoria de imprensa de Aécio afirma que, sem dúvida, Andrea Neves fará parte da equipe em razão de “sua experiência de mais de 30 anos na área”, mas que ela não terá, como diz o senador, nenhuma função de coordenação — nem na campanha nem na área de comunicação.
Obviamente é o mais sensato. Seria, como reafirma o tucano, um “erro primário”.Por Reinaldo Azevedo
09/01/2014 às 6:09
— A condescendência da democracia brasileira com a tortura e com a violência e uma grande impostura;
— O PT, a produção de automóveis e Haddad, o “faixista”Por Reinaldo Azevedo
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