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sábado, 28 de dezembro de 2013

Rodrigo Constantino




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VEJA

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27/12/2013 às 20:28 \ Comunismo, Cultura



O assunto “unhas nojentas do Mujica” deu o que falar. Uma quantidade enorme de esquerdistas apareceu por aqui para me xingar, vociferando que o tema é supérfluo (não para eles, pelo visto) e que eu sou um reacionário, autoritário, burguês, comentarista de moda, ou algo do tipo.

Percebi o que eles realmente querem: um novo porco como Che Guevara para chamar de herói! Como todos sabem, Che Guevara não era chegado a um banho. Gostava mesmo é do odor de sangue – de suas vítimas inocentes. Mujica foi guerrilheiro comunista. Já tem essa outra semelhança com Che, idolatrado pelos idiotas úteis latino-americanos.

Todos esses esquerdistas estão enaltecendo a suposta humildade do presidente uruguaio. Confundem porcaria ou pobreza (estilo pobre, na verdade) com humildade. Não são sinônimos. Nem de perto!

Humildade, para começo de conversa, não combina muito com quem tem sede para chegar ao poder. Presidente humilde é algo muito raro. As pessoas realmente humildes que conheço não têm a pretensão de “salvar o mundo” ou de chegar ao cargo máximo de poder de seu país.

Além disso, humildade é reconhecer que existem normas, regras, convenções e protocolos que estão acima de nossos simples desejos pessoais. Eu posso ter vontade de usar bermuda e chinelo em um evento oficial, e posso ter muito poder a ponto de ninguém me impedir de fazer isso.

Mas eu deveria ser humilde o suficiente para saber que há mais coisa em jogo, e que meus caprichos não são uma carta branca em minhas mãos (ou pés). Nem sempre aquilo que pode ser feito deve ser feito. O humilde verdadeiro sabe disso, e respeita os outros.

Outro ponto engraçado das ofensas pessoais que recebi dos fãs irracionais de Mujica diz respeito ao Uruguai ter sido elogiado pela revista The Economist. Ora, esquerdistas citando este ícone capitalista como fonte é sempre hilário! Ignoram, ainda, que o país é uma coisa, e seu atual presidente outra.

O Uruguai está melhor do que alguns vizinhos porque não mergulhou no bolivarianismo, não porque Mujica anda de Fusca e sandálias ou estatizou a maconha! No mais, o pequeno país é uma espécie de paraíso fiscal na região, e os brasileiros sabem bem disso. O esquerdista Brizola adorava suas fazendas também.

Paraíso fiscal não é aquilo que a esquerda mais abomina por aí? Ter um setor financeiro amplamente livre, com baixos impostos para atrair o capital estrangeiro virou, agora, uma bandeira da esquerda? Eu não sabia, mas fico feliz ao saber…

Em suma, esse caso todo já deu o que tinha que dar. Serviu para mostrar como os “humildes” seguidores de Mujica não toleram críticas, não aceitam divergências, e precisam cuspir em todos os protocolos e convenções “burguesas” e “capitalistas” em nome do combate ao preconceito – aquele que eles destilam com ódio contra todos os capitalistas burgueses ou simplesmente quem acha que certas ocasiões pedem um mínimo de etiqueta.

São rebeldes contra o “sistema” – e isso, pelo visto, inclui lutar contra essa “imposição” burguesa de que tomar banho ou cortar a unha são coisas importantes na vida em sociedade…

PS: Freud chegou a afirmar que era um bom indicador de progresso da civilização o uso do sabonete. Estamos fritos!





27/12/2013 às 12:24 \ Religião


Meus caros leitores, como puderam notar, esse blog continuou bastante ativo mesmo durante o Natal. Agora é chegado o momento de um rápido e, creio eu, merecido descanso. Nada muito longo, que me impeça de aparecer por aqui com um ou outro comentário, ou moderar os comentários de vocês. Mas a atividade deve cair um pouco.

Eis o paraíso que me chama, para compreenderem melhor meus motivos:


Convenhamos, entre essa vista e Paulo Ghiraldelli ou Barbara Gancia, não há muita dívida do que é mais saudável para fechar um excelente ano. A vida precisa do belo para tornar tanta feiura suportável. E quando digo feiura, não falo apenas ou principalmente da estética, mas acima de tudo da moral, aquela da “alma”.

Esse pôr do sol de ontem, fotografado por minha mãe, me remete àquela constatação que um dos maiores arquitetos da história, grande influência em Ayn Rand, fez:

“I believe in God, only I spell it Nature.” (Frank Lloyd Wright)

(Eu acredito em Deus, apenas o soletro Natureza)

O mistério da vida, da beleza, da natureza! Coisas que certos ateus militantes insistem em negar em nome de um novo Deus, a “ciência” (na verdade, acabam no cientificismo, pois muitas coisas simplesmente não têm explicação ou nossa imensa ignorância não é capaz de compreender).

Talvez seja o efeito do Natal, mas este ateu aqui está em um dia de contemplação quase religiosa. E, para fechar esse post, segue uma música que gosto muito:



I don’t need no one to tell me about heaven

I look at my daughter, and I believe.

I don’t need no proof when it comes to God and truth


I can see the sunset and I perceive

(Eu não preciso que ninguém me fale sobre o paraíso

Eu olho pra minha filha, e acredito.

Eu não preciso de provas quando se trata de Deus e a verdade


Eu posso ver o pôr do sol e eu percebo)

Um feliz 2014 para todos!




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27/12/2013 às 11:26 \ Cultura

Fonte: G1

Falei aqui das sandálias de Mujica na cerimônia de posse de seu ministro, e houve muita reação negativa, de vários tipos. Vou rebater as principais acusações.

Em primeiro lugar, meu foco principal foi o culto do pobrismo, essa ideia de que fazer estilo humilde é o máximo. Algumas pessoas acharam que há contradição com meus ataques à esquerda caviar. Não leram o livro. Se tivessem lido, saberiam que é justamente algo da esquerda caviar enaltecer o estilo pobre. Eis um trecho do livro:

Em A elegância do ouriço, Muriel Barbery usa uma das narradoras, uma menina muito inteligente de 13 anos, para descrever o desconforto com essa atitude de sua mãe. Elas moram em um endereço de luxo em Paris, repletas de conforto. Não obstante, sua mãe vive a pregar o socialismo, entre uma conversa e outra com suas plantas. E claro, mesmo depois de dez anos de terapia, ela ainda precisa tomar remédio para dormir…

O autor coloca na outra narradora da história, uma concierge humilde, porém extremamente culta, as palavras de desprezo em relação ao grupo de riquinhos mimados que tentam aparentar um estilo artificial de pobreza cool:

Se tem uma coisa que abomino, é essa perversão dos ricos que se vestem como pobres, com uns trapos que ficam caindo, uns bonés de lã cinza, sapatos de mendigo e camisas floridas debaixo de suéteres surrados. É não só feio mas insultante; nada é mais desprezível que o desprezo dos ricos pelo desejo dos pobres.

No entanto, basta frequentar uma faculdade privada para ver a quantidade de jovens que aderem a esse estilo “riponga”, com suas camisetas do Che Guevara, apenas para entrar depois em seus carros importados do ano. São os “revolucionários de Facebook”, que escrevem em seus perfis da rede social americana o quanto odeiam o sistema capitalista americano e o lucro que tornou o instrumento viável.

Portanto, meu ataque foi justamente a essa gente da esquerda caviar, que adora a “humildade” de Mujica só porque não é pobre. Afinal, como sabia Joãozinho Trinta, pobre gosta mesmo é de luxo!

Mas alguns alegam que, ao menos, ele é coerente com o que prega, que eu pegaria em seu pé (com aquelas unhas, Deus me livre!) se ele tivesse calçando um caro sapato italiano. Ora, a resposta está no próprio texto: não é preciso comprar ternos Armani como fazia Lula, mas quem não tem capacidade de comprar um simples par de sapatos?

Outros me atacaram por falar de “moda” ou por não ser coerente com meu liberalismo. Balela dupla. Não é questão de moda, mas de respeito à liturgia do cargo, aos protocolos da função que ocupa. Pensar que podemos nos lixar para toda norma social ou convenção não é coisa de liberal, mas de idiota mesmo, de rebelde imaturo.

Há, ainda, a questão do respeito aos demais presentes na cerimônia. Theodore Dalrymple escreveu em um de seus livros que gostava de respeitar certas tradições e cerimônias, sendo uma delas o hábito de se vestir à rigor para enterros. Na pior das hipóteses, ao menos seria uma forma de demonstrar que tal evento não era tão trivial quanto ir ao cinema ou comer uma pizza. Exigia um grau de esforço maior, uma postura adequada diante da ocasião.

Tive críticas de quem alegou ser melhor um honesto mulambo do que um arrumadinho hipócrita ou corrupto. O óbvio ululante. Mas que tal um arrumado honesto? Em primeiro lugar, não sei se Mujica é honesto mesmo, ou se faz estilo pelas aparências, como estratégia de marketing pessoal (que, como vimos, funciona para os inocentes úteis).

Em segundo lugar, eu mesmo já elogiei Mujica, como quando ele detonou a esquerda bolivariana latino-americana. Mas isso não me impede de apontar as falhas. Por que os brasileiros têm tanta dificuldade de separar as coisas? Podem continuar admirando sua gestão, se for o caso, mas criticar a postura (deliberadamente?) desleixada na ocasião. Não era condizente, simples assim.

Mantenho integralmente minhas palavras, e continuo achando que esse culto do pobrismo é ridículo, e uma doença em nosso país. Também acho que não é preciso falar de “moda” para compreender que nossas roupas importam! São nossa carta de apresentação, já falam em parte de quem somos, e do que desejamos expressar aos outros. Tanto é verdade que as tribos adotam estilos próprios de vestimenta.

Se eu convidasse um grupo de pessoas para um jantar em minha casa, em homenagem a um ilustre amigo de fora nos visitando, gostaria que os convidados se dessem ao mínimo trabalho de se vestir adequadamente, ainda que sem rigor excessivo, e não como se estivessem indo na esquina comprar pão pela manhã. Hipocrisia é fingir que isso não é nada importante…

Tags: Mujica




27/12/2013 às 9:46 \ Cultura, Filosofia política


O baixo nível de boa parte da esquerda sempre foi um fato. Mas, de uns tempos para cá, parece estar batendo desespero. Estão deixando a tentativa de se manter as aparências de lado, e partindo para ofensas pessoais – o que mais sabem fazer – com uma fúria impressionante.

Primeiro a ombudsman da Folha partiu para um desnecessário ataque a Reinaldo Azevedo após sua estreia no jornal, rotulando-o de “rotweiller” gratuitamente. Depois a jornalista Míriam Leitão endossou tal rótulo, e me incluiu em ofensas sem sentido. Aí veio Barbara Gancia demonstrar que não saiu do jardim de infância ainda. Fora tantos outros que em seus canais de Twitter e Facebook ficam xingando a turma da direita.

O que acontece? A esquerda é hegemônica na cultura, nas academias e na política. A direita começa a ensaiar uma reação, e isso já basta para levar os esquerdistas ao pânico? Não estavam mais acostumados a serem rebatidos, expostos, confrontados com ideias, fatos e argumentos?

Vejam o caso mais recente e também chocante. O filósofo Paulo Ghiraldelli, professor e colaborador esporádico da própria Folha, teria feito essa abjeta declaração em seu canal do Facebook ontem, já devidamente apagada (mas salva em “print screen” por várias pessoas – você pode ver o caso em maiores detalhes no blog do meu vizinho Felipe Moura Brasil):


Como diria Lobão: Para que isso, meu Deus?! Que coisa triste e nojenta ao mesmo tempo! Adoraria focar apenas em argumentos e ideias aqui, pois é assim que deve ser em um país decente. Infelizmente, é preciso chafurdar na lama de vez em quando, para conhecer e expor como essa esquerda realmente é. A visão, como podem ver, não é nada agradável.

Não estamos falando de um jovem querendo chamar a atenção com ataques chulos, e sim de um sujeito que dá aulas, escreve de vez em quando para o maior jornal do Brasil, e dá entrevistas na grande imprensa. Ghiraldelli já foi até participar do Programa do Jô (aguardo meu convite para falar da Esquerda Caviar até hoje, mas algo me diz que ele não vai sair…), para falar de filosofia e amor:



Aqui, o professor Ghiraldelli sofreu do veneno que costuma usar. Quem semeia vento colhe tempestade, diz o ditado. Vejam o que alguns alunos fizeram em sua aula, como protesto, e sua reação estridente e infantil:



Em resumo, Paulo Ghiraldelli é alguém que, em um mundo ideal e um país razoável, seria simplesmente ignorado por todos. Como não é, como ele recebe espaço na grande imprensa para expor suas “ideias”, como é um ícone da esquerda patética e raivosa, merece menção aqui. Apenas por isso. Apenas para efeito pedagógico, para mostrar ao leitor como essa gente realmente é. E que imagem horrível!!!





26/12/2013 às 20:38 \ Cultura

Fonte: G1

O presidente do Uruguai, Mujica,destoava dos pares na cerimônia de posse do ministro das Finanças, calçando sandálias e deixando unhas estilo Zé do Caixão à mostra.

Nos comentários, há muitos elogiando a postura “humilde” do excêntrico presidente, que anda de Fusca e mora na velha casa. Ridículo.

Isso não passa do culto do pobrismo, típico das esquerdas latino-americanas. Uma coisa é humildade legítima, oposta a soberba; outra, bem diferente, é ser desleixado e “mulambo”, ignorando a liturgia do cargo e os protocolos.

Alguém acharia legal um visitante chegar de bermudão e chinelo para ser recebido pela rainha da Inglaterra? Ou, quem sabe, visitar o papa direto da praia, de sunga? Isso não seria sinal de descolamento ou humildade, mas de falta de educação e respeito. Simples assim.

Talvez a postura de Mujica já seja efeito da estatização da maconha em seu país. Não saberia dizer. Só sei que elogiar esse desleixo como se fosse o máximo, por supostamente demonstrar alguma humildade, é coisa de quem cultua o pobrismo. Não precisa comprar ternos Armani, como fazia o ex-presidente Lula, homem do “povo”. Mas retire as sandálias da “humildade” e coloque os sapatos do bom senso, Mujica!

Tags: Mujica




26/12/2013 às 20:11 \ Economia


Eis a manchete no G1: Novo salário mínimo vai colocar R$ 28,4 bilhões a mais na economia:

O novo salário mínimo de R$ 724, que passa a vigorar a partir de janeiro, irá gerar um incremento de R$ 28,4 bilhões na economia, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Estudo do Dieese sobre os impactos do novo mínimo mostra ainda que, em termos de médias anuais em reais o valor de R$ 724 é o maior valor real (descontada a inflação medida pelo Índice do Custo de Vida – ICV) desde 1983, considerando a série histórica do salário mínimo no país.

“Com o valor de R$ 724, a vigorar a partir de janeiro, o piso acumula ganho real de 72,35%, desde 2002″, destaca o Dieese.

O novo valor representa um reajuste de 6,78% sobre o salário mínimo atual, de R$ 678.

Eis uma matéria que desinforma mais do que informa. Acaba confundindo o leitor, que fica com a impressão de que basta aumentar o salário mínimo por decreto que recursos brotam na economia do nada. Já expliquei em maiores detalhes aqui a falácia disso. Segue um trecho:

Ora, o que acontece quando o governo decreta um salário mínimo? Se ele for acima do de mercado, ele vai produzir informalidade ou desemprego. Não é difícil entender: ao determinar que o mínimo é R$ 722, ele retira do mercado legal aqueles trabalhadores cuja produtividade não chega a esse valor. Se não justificar para a empresa pagar tal montante para contratá-lo, ele ficará desempregado, ou fechará algum acordo informal.

Por isso os economistas liberais sempre apontaram para os perigos das boas intenções sem respaldo nas leis econômicas. O Brasil é mestre nisso. Temos cerca de um terço da mão de obra na informalidade não é por acaso. As “conquistas trabalhistas” celebradas pelos sindicatos favorecem aqueles que já estão empregados, à custa dos que procuram trabalho ou estão na informalidade.

Voltando à chamada do G1: o aumento do salário mínimo vai injetar quase R$ 30 bilhões a maisna economia? E de onde vai sair essa quantia? Como diria Bastiat, há aquilo que se vê, e aquilo que não se vê. Se o aumento do mínimo simplesmente injeta recursos na economia, por que não dobrá-lo de vez? Tripicá-lo? Colocá-lo em R$ 10 mil?

Quando fazemos esse simples exercício hipotético, fica claro o absurdo da afirmação. O aumento do mínimo não injeta recursos na economia; apenas transfere. Normalmente à custa dos trabalhadores mais pobres, na informalidade ou desempregados.

Nenhum país do mundo ficou rico ou reduziu a pobreza aumentando o salário por decreto. É preciso ser mais realista, e entender um pouco mais de economia…





26/12/2013 às 18:50 \ Previdência Social


O déficit da Previdência aumentou 10% e acumula quase R$ 60 bilhões de janeiro a novembro desse ano. Isso com uma população ainda jovem, no auge de nosso “bônus demográfico”. Como já disse o economista Fabio Giambiagi, parafraseando Churchill: “Os defensores do status quoem matéria previdenciária tiveram a oportunidade de escolher entre o sacrifício e o progresso fácil; escolheram o progresso fácil; terão o sacrifício”. 

Será que um pai que ama de verdade seu filho faria vista grossa para um problema seu com drogas, na esperança de que aquilo que os olhos não veem o coração não sente? Parece evidente que enfrentar a realidade, por mais dura que ela possa ser, é uma medida mais racional e adequada para quem realmente gosta. Infelizmente, quando o assunto é a Previdência Social, tema de profunda relevância para o futuro dos nossos filhos, muitos preferem agir como se o problema sequer existisse. Não é nada racional.

O ideal mesmo seria o modelo de capitalização individual, onde cada indivíduo recebe de acordo com sua própria poupança. É o modelo mais justo, mas politicamente complicado de ser aprovado. O Chile é um claro exemplo que vem à mente, cujo sucesso é estudado no mundo todo. Mas em política, o ótimo é muitas vezes inimigo do bom. Como disse Amyr Klink, “no mar, o menor caminho entre dois pontos não é necessariamente o mais curto, mas aquele que conta com o máximo de condições favoráveis”.

Giambiagi enriquece o debate sobre a Previdência com fartos dados – muitos assustadores – e uma lógica inquestionável. Derruba inúmeros mitos sobre o problema, repetidos de forma automática sem a devida reflexão ou conhecimento. Alguns dados deixam claro que, se nada sério for feito, a tendência é explosiva e insustentável.

O INSS gastava com aposentadoria e pensões 2,5% do PIB em 1988, quando foi sancionada a nova Constituição, e hoje já gasta mais de 8% do PIB. A velocidade do crescimento da população de idosos no Brasil deve acelerar bastante nos próximos anos, agravando muito o problema. Nos próximos 25 anos, a população idosa crescerá aproximadamente 4% ao ano. A demografia nacional não mais ajudará a ocultar a irresponsabilidade do modelo previdenciário. A Previdência é uma bomba-relógio, um acidente esperando para acontecer.

A expectativa de vida média no Brasil pode ser mais baixa que a de países desenvolvidos, mas isso deve-se, em boa parte, à elevada taxa de mortalidade infantil e de jovens. Entretanto, se a pessoa chega viva aos 60 anos, sua expectativa de vida passa da média de 72 anos ao nascimento para 81 anos. Ou seja, se um “garotão” de meia idade se aposenta com 50 anos, provavelmente ainda viverá uns 30 anos, sustentado por uma população ativa cada vez mais penalizada pelos pesados impostos necessários para fechar a conta. Na média, as pessoas no Brasil que se aposentam por tempo de contribuição vivem apenas em torno de um a dois anos menos do que na Suécia, mas se aposentam oito anos antes.

O Brasil, quando comparado a outros países do mundo, encontra-se claramente num caso sui generis, com população ainda muito jovem, mas com gasto previdenciário relativamente elevado, a pior combinação possível. Como conclui Giambiagi, “um quadro em que seis de cada dez pessoas se aposentam com menos de 55 anos, em um país com todas as carências que o Brasil tem, é algo que faz qualquer estrangeiro arregalar os olhos de incredulidade”.

Enquanto os Estados Unidos gastam 6% do PIB com aposentadorias, para 12% de idosos na população, o Brasil é o inverso, gastando cerca de 12% do PIB para apenas 6% de idosos. Ninguém quer assumir o problema. Como Giambiagi coloca, “é como se tivéssemos um elefante na sala e todos fingissem que está tudo normal”.

O debate sobre a Previdência mexe com muitas emoções, e por isso acaba gerando mais calor que luz. Entretanto, as leis inexoráveis da economia não aceitam mágica, tampouco toleram irresponsabilidade. Abdicar da razão e deixar a retórica dominar o debate é o caminho da desgraça.

Sabemos que politicamente é muito complicado defender as reformas necessárias, pois os custos são imediatos enquanto os benefícios ficam dispersos no tempo. Um famoso economista costumava dizer que no longo prazo estaremos todos mortos. Sem dúvida, já que todos, algum dia, morrerão. Mas a trajetória para este encontro certo pode ser melhor ou não, e isso fará toda a diferença do mundo, tanto para os que viverão até lá, como para seus descendentes.

Deixar de fazer os sacrifícios necessários no presente porque morreremos no futuro é irresponsabilidade total. Aí é que a morte chega mais rápido mesmo, e com sofrimento. De nada irá adiantar negarmos os fatos. Eles continuarão existindo. Temos um encontro marcado com a reforma da Previdência, queiramos ou não. Quanto antes, melhor. Os esforços e sacrifícios serão infinitamente maiores depois.

Qual partido vai abraçar esta bandeira impopular, porém totalmente necessária para o futuro do Brasil?





26/12/2013 às 15:53 \ Economia

Fonte: Estadão

A Associação dos Lojistas de Shopping (Alshop) considerou as vendas do Natal o pior resultado dos últimos cinco anos. O crescimento das vendas foi de 5%, de acordo com a Alshop. Dados da Serasa Experian também apontam desempenho fraco do comércio na semana da data (18 a 24 de dezembro), na comparação com igual período do ano anterior. As consultas ao serviço de proteção ao crédito para o Natal cresceram 2,7% em todo o país, pior resultado desde 2003, quando o levantamento começou a ser realizado.

Segundo os economistas da empresa, o encarecimento do crédito, com as sucessivas altas nas taxas de juros, foi o motivo para o desempenho, além do elevado nível de endividamento e a diminuição da confiança dos consumidores.

As vendas de Natal mais fracas sem dúvida apontam para uma direção preocupante: o desaquecimento visível de nossa economia. O governo tentou estimular a demanda de todas as formas, achando que, com isso, haveria aumento dos investimentos. Carlos Alberto Sardenberg, em sua coluna de hoje, resumiu bem a coisa:

Tudo somado e subtraído, pode-se dizer que algumas ideias e práticas saíram errado. Por exemplo: estimular o consumo não leva naturalmente ao aumento dos investimentos, como acreditavam (ainda acreditam?) a economista Dilma e seus seguidores. Mais consumo sem investimentos deu em inflação e déficit nas contas externas, pela via do aumento das importações.

Ainda assim, o foco obsessivo do governo e da imprensa nos resultados de vendas de varejo já denota um viés keynesiano equivocado, em minha opinião. A ideia de que é o consumo maior que gera mais crescimento econômico, puxando a oferta, é análoga a colocar a carroça na frente dos bois, achar que o rabo é que balança o cachorro.

O economista Mark Skousen aponta um exemplo dessa típica falha: “Especialmente durante as festas natalinas, a mídia informa quase diariamente sobre as perspectivas das vendas a varejo, sugerindo que, se as vendas do Natal subirem, a economia está saudável e sólida. Por trás desses relatórios está a noção de que, se as festas natalinas durassem o ano inteiro, a economia poderia se expandir ainda mais”.

Entre vários problemas no cálculo do PIB, talvez o mais importante seja esse foco excessivo nos gastos, tanto dos consumidores como do governo. Isso passa a ideia de que são os gastos que geram a produção e, portanto, o crescimento econômico. O lado da oferta acaba esquecido.

O governo adora essa carta branca para expandir seus gastos em nome do estímulo ao crescimento do PIB. E o resultado acaba sendo uma redução tanto da capacidade produtiva da economia como do bem-estar geral. O PIB poderá até mostrar algum crescimento no curto prazo. Mas não será sustentável.

Para o país voltar a crescer aceleradamente e de forma sustentável, precisa aumentar sua produtividade. É o lado da oferta que importa! É preciso investir mais, ter regras do jogo mais claras, menos intervencionismo estatal, mais liberdade econômica.

Sem isso, cada Natal que passar ficaremos discutindo o crescimento pontual das vendas, sem se dar conta de que a capacidade produtiva da nossa economia perde força vis-à-vis os pares globais.





26/12/2013 às 11:45 \ Cultura


Na “Carta dos Leitores” do GLOBO de hoje consta essa mensagem de um leitor, sobre meuartigo publicado na terça:




Carlos Coutinho capturou perfeitamente a mensagem, e escreve bem. Obrigado pelo apoio, assim como aproveito para agradecer novamente a todos os leitores desse blog. Só posso dizer que continuarei o intenso trabalho, para que cada vez mais gente se dê conta de que a nossa “malandragem” cultural é sinônimo de imbecilidade.

Os “espertos” só conseguiram criar uma sociedade de otários! Precisamos mudar essa cultura chinfrim mesmo. E é o que vamos, juntos e aos poucos, realizar.

São meus votos para 2014.

Tags: otário




26/12/2013 às 9:27 \ Humor, Politicamente Correto


Recebi de um americano e repasso, em tradução livre e adaptada:

Aos colegas de esquerda, por favor aceitem, sem obrigação ou compromisso, implícito ou não, os meus melhores votos para uma socialmente responsável, ecologicamente consciente, de baixo estresse, livre de vícios e dependência, celebração neutra de gênero do feriado do solstício de inverno do Hemisfério Norte, praticado dentro das tradições mais agradáveis da persuasão religiosa de sua escolha, ou práticas seculares de sua escolha, com respeito pela escolha religiosa/secular e/ou tradições de outros, ou sua escolha de não praticar as tradições religiosas ou seculares de forma alguma.

Também lhes desejo um ano fiscal bem-sucedido, pessoalmente gratificante e clinicamente sem complicações, do calendário geralmente aceito para 2014, mas não sem o devido respeito aos calendários da escolha de outras culturas cujas contribuições para a sociedade têm ajudado a tornar a América grande. Não quer dizer que a América é necessariamente melhor do que os outros países, nem a única “América” no Hemisfério Ocidental.

Além disso, esse desejo é feito sem levar em conta a raça, o credo, a cor, a idade, a capacidade física, a fé religiosa ou a preferência sexual dos destinatários.

Aos amigos liberais e conservadores, um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!




Tags: Natal







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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905