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quarta-feira, 30 de abril de 2014

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Felipe Moura Brasil

Cultura e irreverência

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30/04/2014 às 2:09 \ Cultura

Olavo tem razão. Parabéns, professor





Olavo de Carvalho completou 67 anos nesta terça-feira, 29 de abril, o dia em que comemorei o recorde de 1.217.590 visitas que meu blogrecebeu na véspera. Isto seria impossível – tanto o espaço que ocupo hoje quanto o recorde – se não existisse a obra do maior educador brasileiro vivo (e, por isso mesmo, o mais odiado e difamado do país), que facilitou a minha compreensão da cultura ambiente e apontou o caminho para que me elevasse acima dela.

Na grande imprensa, que se derrama anualmente por qualquer Chico Buarque da patota, não houve nem uma palavra sobre o seu aniversário, é claro. Nas redes sociais, dezenas de milhares de leitores e alunos lhe prestaram a merecida homenagem, ainda que ele cisme em dizer: “Isto é muito mais do que mereço”, com o que seus “críticos” decerto concordam.


Falar em críticos de Olavo de Carvalho sem aspas é impossível, porque só o que há – para além dos ingratos vaidosos que aprenderam com ele, mas fingem ter descoberto tudo sozinhos – são militantes do anti-olavismo, que nunca leram um livro sequer do autor, muito menos escreveram uma crítica ou têm uma obra própria a apresentar, mas se julgam aptos para condenar a sua pessoa, o seu pensamento e os seus alunos, como se estes nunca tivessem estudado mais nada senão a sua obra mesma – e como se esta não levasse a outras milhares.

Para que os incautos não caiam no engodo desses impostores cínicos (como os que comentarão no seu compartilhamento, leitor), e para que uma nova geração de jornalistas crie vergonha na cara ao menos durante esses 3 anos até Olavo completar 70, faço aqui um resuminho educativo, incluindo (no item VI) o prefácio que escrevi para o seu best seller, idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, um dos livros mais vendidos do Brasil em 2013 e 2014.

Só os idiotas, de fato, não sabem ainda que #OlavoTemRazão.

Parabéns, professor. A minha gratidão é eterna como o seu legado.

I. OS ADMIRADORES:

Em sentido horário: Jorge Amado, Carlos Heitor Cony, Paulo Francis, José Osvaldo de Meira Penna, Herberto Salles, Rodrigo Gurgel, Ângelo Monteiro, Roberto Campos. No centro: Bruno Tolentino

“Admiro Olavo de Carvalho não apenas pelo alto valor de sua obra intelectual, que inclui livros importantes sobre a filosofia aristotélica, sobre o relacionamento entre Epicuro e Marx e sobre a ‘revolução cultural’ provocada por Gramsci, mas também pelo vigor polêmico com que está enfrentando o que ele mesmo classifica como as ‘atualidades inculturais brasileiras’.”

J. O. DE MEIRA PENNA

“Temível inteligência e imbatível domínio filosófico.”

ÂNGELO MONTEIRO

“Olavo de Carvalho vai aos filósofos que fizeram a tradição ocidental de pensamento, dando ao leitor jovem a oportunidade de atravessar esses clássicos.”

PAULO FRANCIS

“Estupendo. Sua obra tem como que o sopro de uma epopéia da palavra, a palavra destemidamente lúcida e generosamente insurgente, rebelde e justa, brava e exata.”

HERBERTO SALES

“De reconhecida competência na área da filosofia, tem obtido grande sucesso tanto em suas pesquisas como no trato com seus alunos.”

JORGE AMADO

“Curiosamente, [Otto Maria] Carpeaux e Olavo [de Carvalho] não se conheceram. Um dos desencontros que eu considero mais cruéis do destino, uma vez que os dois, guardadas as posições radicalmente pessoais de cada um, tinham um approach idêntico da condição humana. Até mesmo na capacidade da exaltação e da polêmica. De minha parte, considero-me redimido por encontrar na presente edição das obras de Carpeaux o sonho que persegui durante anos mas para a qual não tive tempo e competência para realizá-lo.”

CARLOS HEITOR CONY

“Inexaurível erudição e incontornável honestidade intelectual… O clarim de uma adiada e temida ressurreição da independência crítico-filosófica da nação.”

BRUNO TOLENTINO

“Filósofo de grande erudição.”

ROBERTO CAMPOS

“Olavo de Carvalho leva-nos mais longe na busca pela sabedoria, salientando que não esquecer nossa condição mortal é o ponto de partida da investigação metafísica. Aqui, ele ultrapassa a filosofia – e assemelha-se aos mestres da espiritualidade monástica, que recomendam a reflexão sobre a própria morte para curar uma das mais nocivas doenças da alma: a acídia.”

RODRIGO GURGEL

*****

Mas não foi desses renomados intelectuais brasileiros o elogio favorito do filósofo:

“O maior elogio que já recebi na vida foi quando dei trinta reais a um mendigo negão no Rio de Janeiro. Ele olhou as notas com ar incrédulo e me chamou de CB: Çangue Bão. Vale por um Prêmio Nobel.” (O. de C.)

Veja também a lista mais completa:

- Alguns admiradores e detratores do Olavo de Carvalho. Comparem o nível.


II. OBRAS DE OLAVO DE CARVALHO

Em 26 de agosto de 2013, Olavo postou no Facebook a seguinte introdução à lista de seus livros, trabalhos editoriais, vídeos e cursos, que segue no link abaixo:

MODESTA CONTRIBUIÇÃO À EDUCAÇÃO DOS MEUS CRÍTICOS

Como determinados sujeitos adquiriram o hábito de condenar integralmente a minha obra com base em dois ou três programas de rádio que ouviram e um ou dois artigos de mídia que leram, forneço aqui uma breve lista dos meus trabalhos, a qual, embora ainda incompleta, lhes dará os recursos essenciais para que, conhecendo o meu pensamento com base documental suficiente, possam, com aquela pujança intelectual que os caracteriza, demoli-lo, desmascará-lo, reduzi-lo a pó num estalar de dedos e brilhar ante seus queridos aluninhos e devotas leitoras para todo o sempre. Peço aos visitantes desta página que, quando lerem por aí análises profundíssimas da minha pessoa e obra como aquelas que me dedicaram os srs. Apanhman, Bostone, Pirula, Poeteu e tutti quanti, sem contar outros mais conhecidos nos meios universitários e jornalísticos, enviem cópias desta lista aos autores de tais maravilhas, para reforçá-los naquele sentimento de domínio absoluto do assunto, que os levou a escrever o que escreveram.

VER A LISTA DAS OBRAS (até fim de 2013) – AQUI.

III. O ANTI-OLAVISMO

Organizei abaixo algumas respostas de Olavo de Carvalho às vigarices da militância:

1) Teses fundamentais

Em 16 de janeiro:

Teses fundamentais da filosofia do Olavo de Carvalho, refutadas e reduzidas a pó por Frank Jaava, Pirula, Maestro Bogs, Punheteu, Paulo Ghiraldelli, Eli Vieira e uma plêiade de outros doutores em filosofia internacionalmente reconhecidos:

1. A Pepsi faz adoçante com fetos abortados.
2. O Sol gira em torno da Terra.
3. O destino está nos astros, ligue já!
4. O petróleo não é combustível fóssil.
5. Cigarro não faz mal à saúde.
6. Lula é comunista.
7. Tudo neste mundo é decidido por meia dúzia de conspiradores.

Depois disso, que resta da obra desse astrólogo embusteiro metido a filósofo? Nada, picas, p@*** nenhuma. O homem está destruído, acabado, f****inho da silva. Só quem o leva a sério são jovens semi-analfabetos, olavettes que o idolatram e o obedecem cegamente.

2) Truques

Em 15 de janeiro:

É a mesma coisa de sempre: pepsi-cola, geocentrismo, cigarros, astrologia. Esse sujeito diz que leu, mas não leu nada, apenas reuniu várias críticas youtubísticas, todas baseadas nos mesmos truques de dar sentido absoluto a afirmações relativas, inflar hiperbolicamente o que eu disse ou negar fatos só porque parecem estranhos aos ouvidos de quem não os conhece. Vejam e dêem sua opinião livremente, like it or hate it.


Os anti-olavistas em atividade não têm a mínima idéia do que se passa no debate científico internacional e por isso não sabem que as leis científicas que aprenderam no ginásio continuam sendo discutidas, contestadas e aperfeiçoadas no mundo civilizado. Imaginam que elas são verdades definitivas das quais só um louco ousaria duvidar. Para complicar mais as coisas, eles não conhecem duas regras elementares de lógica, segundo as quais (1) negar uma afirmação não é afirmar a sua oposta e (2) negar as provas de uma afirmação não é negar a afirmação mesma. Assim, pois, se digo que não há provas cabais do heliocentrismo e que a questão continua em discussão, concluem que estou defendendo o geocentrismo e, pior, fazendo-o contra todo o consenso cientítico atual. E, se digo que a teoria de Newton se baseia em premissas metafísicas que em si mesmas são impossíveis de provar (espaço e tempo absolutos), concluem que “refutei a lei da gravidade” e que portanto sou um doido. Soma-se a isso a compulsão irresistível de dar sentido absoluto a afirmações relativas, ou de atribuir a mim a autoria de notícias que simplesmente retransmiti de passagem, e tem-se então o panorama completo da mentalidade anti-olavista, ela mesma, talvez, o mais nítido sintoma da estupidez nacional.

3) Astrólogos

Em 5 de novembro de 2013:

Trabalhei de astrólogo por dois anos, entre 1978 e 1980. Por achar que a técnica astrológica, embora não totalmente desprovida de valor, não entregava os bens que prometia, larguei a profissão há 33 anos. Daí as Genizahs e os Ghiraldellis tiram a conclusão altamente científica: “Olavo de Carvalho não é filósofo, é astrólogo.” Com muito mais razão, tendo em vista o maior tempo de prática, deveriam concluir também que:

Fernando Pessoa [foto 1] não foi poeta, foi astrólogo.
Henry Miller [foto 2] não foi escritor, foi astrólogo.
Johannes Kepler não foi astrônomo, foi astrólogo.
Carl G. Jung não foi psiquiatra, foi astrólogo.
Sto. Alberto Magno não foi frade nem filósofo, foi astrólogo.
Mohieddin Ibn ‘Arabi não foi filósofo, foi astrólogo.
Francis Bacon não foi filósofo, foi astrólogo.
Roger Bacon não foi frade nem cientista, foi astrólogo.
Giordano Bruno não foi filósofo, foi astrólogo.
Tommaso Campanella não foi escritor, foi astrólogo.
Geoffrey Chaucer não foi escritor, foi astrólogo.
Nicolau Copérnico não foi astrônomo, foi astrólogo.
William Drummond não foi poeta, foi astrólogo.
Abraham Ibn Ezra não foi rabino nem filósofo, foi astrólogo..
Marsilio Ficino não foi filósofo, foi astrólogo.
Philip Melanchton não foi teólogo protestante, foi astrólogo.
Galileu Galilei não foi matemático, foi astrólogo.

Hipócrates não foi médico, foi astrólogo.
André Breton não foi poeta, foi astrólogo.
Raimundo Lulio não foi filósofo, foi astrólogo.
John Napier não foi matemático, foi astrólogo.
Carl von Reichenbach não foi químico, foi astrólogo.
O Papa Silvestre II não foi papa, foi astrólogo.
William Butler Yeats não foi poeta, foi astrólogo.

E assim por diante. A erudição dos meus críticos me deslumbra cada vez mais.

4) Erros

Em 6 de setembro de 2013, respondendo àqueles que usam erros banais de detalhe para invalidar a obra inteira e desmerecer o autor:

Aristóteles escreveu que as mulheres têm mais dentes que os homens. Se fosse brasileiro, haveria mil pirulas em cada esquina para zombar: Filósofo? Ha-Ha-Haaaaaaaa!

5) Anti-Olavettes



IV. COMO SUPERAR OLAVO DE CARVALHO (segundo ele mesmo)

§ 1: Se você está tão ansioso para superar o Olavo de Carvalho, é fácil:

(1) Escreva dezesseis livros melhores que os dele, sem contar milhares de artigos de jornal não recolhidos em livros, e mais 20 mil páginas de aulas transcritas;

(2) Eduque alguns milhares de pessoas;

(3) Fure, sozinho, o bloqueio esquerdista na mídia e abra espaço para dezenas de opinadores dissidentes que antes não tinham a menor chance;

(4) Introduza na cultura do seu país algumas centenas de autores e livros indispensáveis, até então amplamente desconhecidos no meio editorial, acadêmico e jornalístico nacional;

(5) Produza, ao longo de décadas, análises políticas com previsões acertadas, em assuntos onde todo mundo errava;

(6) Escreva num estilo tal que mereça aplausos de escritores do porte de um Josué Montello, de um Herberto Sales, de um Antonio Olinto, de um Jorge Amado.

(7) Sem nunca ter feito um curso universitário, receba convites para dar conferências na Unesco, na Universidade Georgetown, na Atlas Foundation, no Unilog, no Hudson Institute e em mais não sei quantas instituições culturais e acadêmicas internacionais;

(8) Obtenha do governo dos EUA um certificado de que você é autor de uma obra literária e filosófica de valor internacional, habilitado portanto a receber um visto de permanência em razão das contribuições relevantes que possa fazer à cultura americana. Feito isso, cante vitória. Eu serei o primeiro a aplaudi-lo.

§ 2: Em qualquer campo da atividade humana, para superar alguém você tem de CONCORRER com ele na mesma atividade em que ele se destacou. Se é futebol, você tem de jogar futebol. Se é música, você tem de tocar música. Entendeu ou quer que eu desenhe? Se você quer, portanto, superar alguém que se destacou como escritor, filósofo, jornalista e educador (e – a pedidos – “até astrólogo”), você tem de começar a concorrer com ele nesses campos, criando uma obra de escritor, filósofo, jornalista e educador (“e até astrólogo”). A pergunta, então, é: Quando vai começar? Se tudo o que você faz é falar mal do sujeito e pentelhá-lo com mensagens ranhetas no Facebook, você não está concorrendo com ele de maneira alguma, e não poderá superá-lo JAMAIS. Você não está atuando no campo dele e sim no da PENTELHAÇÃO, onde ele não se destacou no mais mínimo que fosse e no qual dificilmente ele desejará concorrer com você.

§ 3: Ninguém jamais construiu uma obra notável em qualquer área de atividade movido pelo desejo de superar alguém. Se você entra em campo com essa idéia, em vez de tentar prestar ao distinto público algum serviço que ele considere relevante, o distinto público não vai lhe prestar a mais mínima atenção, porque só quem está interessado em alardear que você é maior do que fulano ou beltrano é você mesmo e, na mais generosa das hipóteses, talvez a sua mãezinha.

§ 4: Se você está tão interessado em superar fulano ou beltrano, tudo o que você faz é em função dele e não de algum objetivo próprio e distinto. Você não terá portanto nenhuma existência própria e nunca passará de uma sombra, apêndice ou até caricatura daquele a quem deseja superar. Beethoven não se tornou Beethoven porque desejasse superar Haydn, mas porque desejava compor as músicas de Beethoven. Quando você vai parar de pensar no Olavo de Carvalho e começar a pensar no que quer fazer da sua porca vida?

§ 5: Lamento plagiar a Campanha da Fraternidade, mas, de fato, só o amor constrói. Pare de encher o saco e comece a fazer alguma coisa boa, ok?

V. ENTREVISTA DE OLAVO DE CARVALHO A GUILHERME MACALOSSI

Trecho: “Se o sujeito está seriamente desconfiado de que ele é um idiota, e em geral tem razão, então ele tem motivos para se sentir ofendido pelo título [do livro "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota"]. Agora: a mim, se me oferecem uma chance para deixar de ser um idiota, eu agarro essa chance com muita gratidão, como tive essa chance muitas vezes na vida. A idiotice é o destino do ser humano. Ninguém nasce sabendo. E nós, desde que nascemos, nós vivemos situações que são infinitamente mais complexas do que a nossa inteligência pode alcançar. Então estamos sempre sendo atropelados pela complexidade dos fatos. Então a idiotice é uma espécie de destino, é difícil escapar disso. Se alguém lhe oferece uma chance, estende uma corda quando você está se afogando, você tem que ficar grato em vez de ficar ofendido.”

Em outra ocasião, aliás, Olavo já sentenciou:

“A facilidade de sentir-se ofendido é sinal de mesquinharia.”



VI. PREFÁCIO DE FELIPE MOURA BRASIL PARA O BEST SELLER “O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA

O mínimo que você precisa saber sobre a idiotice, o autor e o livro

A idiotice

Em grego, idios quer dizer “o mesmo”.
Idiotes, de onde veio o nosso termo “idiota”,
é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo,
que julga tudo pela sua própria pequenez.
Olavo de Carvalho

Você conhece pessoalmente algum idiota?

Só de ler a pergunta, talvez já lhe tenham vindo um ou dois à cabeça. Eu mesmo, enquanto escrevo, estou pensando em vários. Quem não conhece, não é? Que os idiotas estão por aí, creio estarmos todos de acordo (você, eu, Platão, Sertillanges, Nelson Rodrigues — um timaço, o nosso). Vou passar para a próxima pergunta.

O que você realmente faz para não ser um idiota, nem ser feito de idiota?

Bom, talvez esta seja um pouquinho mais difícil. Talvez você precise de um momento de reflexão e autoanálise. Se quiser, pode desviar os olhos do livro (eu costumo olhar para os pés) e pensar por mais alguns segundos em suas atividades anti-idiotice. Pensou?

Agora confesse: você já se fez essa pergunta antes? Sim? Não? Inconscientemente? Formulada de outra maneira? Ok. Mas alguma vez, ou agora, você respondeu a si mesmo, por exemplo, que estuda as estratégias dos canalhas? Seus métodos? Suas técnicas de manipulação? Suas ocultações? Seu legado no ambiente cultural?

Diga-me: como você pretende não ser um idiota, nem ser feito de idiota, se você pouco ou nada sabe sobre a história e os avanços da canalhice? Sim: os avanços. A canalhice é a ciência mais avançada do mundo atual— opera em escala global, inclusive — e o seu resultado é justamente a multiplicação de idiotas que jamais se dão conta de sê-lo.

Lembre-se:
Os pequenos canalhas se aproveitam da idiotice pronta. Os grandes a fabricam.

Nelson Rodrigues já alertava: “O mundo só se tornou viável porque antigamente as nossas leis, a nossa moral, a nossa conduta eram regidas pelos melhores. Agora a gente tem a impressão de que são os canalhas que estão fazendo a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias. Ou são os canalhas ou são os imbecis, e eu não sei dizer o que é pior. Porque você sabe que são milhões de imbecis para dez sujeitos formidáveis.”

Se estou chamando você de idiota? Claro que não. Estou convidando você a escapar desse estado, ainda que futuro, conhecendo para isso, entre outras coisas, a influência de canalhas (ou imbecis) sobre “a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias”, “as nossas leis, a nossa moral, a nossa conduta”, através da obra de um (hum) sujeito formidável, que vale por dez. Estou convidando você a enxergar não além, mas muito além do seu umbigo (e em benefício dele), ampliando a sua imaginação para conceber uma realidade infinitamente mais complexa (embora aqui mastigadinha, como se pode ver pelo índice) do que qualquer idiota supõe existir.

É melhor ser persuadido do que ser manipulado.

“Ninguém, hoje em dia”, escreve Olavo de Carvalho, “pode se dizer um cidadão livre e responsável, apto a votar e a discutir como gente grande, se não está informado das técnicas de manipulação da linguagem e da consciência, que certas forças políticas usam para ludibriá-lo, numa agressão mortal à democracia e à liberdade.”

Em outras palavras:
Você não precisa ser um gênio. Mas convém descobrir qual é O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.

O autor

É um grande sinal de mediocridade elogiar sempre moderadamente. (Leibniz)

Olavo de Carvalho é uma inteligência demolidora.

Você vem com a frase feita, ele vem com a britadeira. Você vem com o reflexo condicionado, ele vem com o tratamento de choque. Você vem com o senso comum, ele vem com a história universal.

Para cada ideia compactada em slogan, ele tem um unzip terapêutico. Para cada cretinice repetida pelo processo inconsciente de copy and paste, ele tem um arsenal de rastreadores que localizam a fraude na origem, não sem revelar o seu percurso.

Como um educador de verdade, Olavo dinamita o mal que paralisa a sua inteligência e oferece as ferramentas com as quais você pode erguê-la, deixando claro que não fará isso por você, porque a educação é uma conquista pessoal.

“Educação”, ensina ele, “vem de ex ducere, que significa levar para fora”, exatamente o contrário do que se costuma fazer no Brasil, onde o simples diálogo entre pessoas de áreas profissionais ou “tribos” distintas tornou-se, senão impossível, no mínimo deprimente.

Se as universidades formam habitantes de cada departamento, Olavo orienta você a ser um habitante da cultura. Se as escolas fabricam um exército de militantes, Olavo indica o caminho para voltar a ser gente, de preferência madura. Se a mídia encobre a realidade com eufemismos, Olavo alfabetiza você de novo, chamando as coisas pelo nome, doa a quem doer. Se o empresariado dá provas de ódio ao conhecimento, Olavo dá receitas de como alcançá-lo, incutindo ao mesmo tempo este desejo. Se o ambiente visual urbano torna o essencial indiscernível do irrelevante, Olavo conduz você pela selva, enquanto vai ordenando o caos. Se o acesso a lazeres e prazeres ilimitados infunde nas pessoas um sentimento de culpa traiçoeiro, Olavo mostra com quantos sacrifícios se restitui a sanidade, em prol de uma felicidade duradoura.

Tudo com o mais autêntico bom humor. Tudo com o mais envolvente dos estilos.

Seja em livros, artigos de jornal, apostilas de curso, aulas, vídeos ou programas de rádio, Olavo une a linguagem popular à alta cultura, no todo e nas partes, variando apenas, de acordo com o formato, a intensidade de cada uma, mas sempre com o poder de educar e divertir ao mesmo tempo os seus milhares de leitores, ouvintes e alunos, e com a coragem de expor ao ridículo a quadrilha de “intelectuais” que corrompe o país.

É um homem de fé, sem dúvida. “A fé”, dizia José Ingenieros, “se confirma no choque com as opiniões contrárias; o fanatismo teme vacilar diante delas e intenta afogá-las, enquanto agonizam suas velhas crenças”. Incapazes de manter suas ideias de pé no choque com as opiniões e argumentações demolidoras de Olavo, seus adversários tentam afogá-las, marginalizá-las e xingá-las — não raro fingindo-se alvos de insultos injustificados ou afetando superioridade à base de risadinhas — no intuito de afastar o público do mais breve contato com o autor.

Se você quiser obedecer ao comando e maldizê-lo sem ler ou fugir, fique à vontade.

Olavo de Carvalho não é para frouxos.

O livro

Regra: a busca da perfeição não é nada se não for inseparável da necessidade de difundir todo o bem que se possui. (Louis Lavelle)

Este livro é fruto espontâneo dos meus estudos da obra de Olavo de Carvalho e da necessidade incontornável de divulgá-la aos amigos, parentes, leitores e brasileiros em geral, da maneira que julgo mais objetiva, educativa e contundente para despertar suas inteligências e orientá-los em questões fundamentais da existência e da convivência humanas, sem deixar de mostrar como o ambiente cultural do país e a canalhice global interferem em cada uma.

Dado o abismo cada vez maior entre o universo midiático-educacional e a realidade, e portanto entre o povo exposto às classes falantes e os verdadeiros sábios, as recomendações de leituras esparsas via e-mail ou link nas redes sociais, muito embora importantes, não me pareciam suficientes para cumprir estes objetivos, de modo que tratei de montar um material ao mesmo tempo consistente e abrangente que eu pudesse atirar no colo das pessoas ao meu redor, sobretudo as mais dispostas a discutir o que não estudaram, e dizer:

“Toma. Sem isto aqui, não dá nem para começar a conversar.”

Sim. É verdade que Olavo de Carvalho publicou outros livros extraordinários, que também devem ser lidos por quem queira avançar na vida intelectual, mas nenhum deles facilita tanto a vida do leitor comum — leigo ou iniciante em assuntos políticos e técnicas filosóficas — quanto este, do qual só não se pode dizer que o pega pela mão porque seria mais correto dizer que o pega pela orelha, não sem lhe dar umas boas e merecidas palmadas por ter vivido tanto tempo como um bichinho, sem saber que diabos está acontecendo.

Se “a suprema alegria de um professor (…) é a de poder abrir a seus alunos um horizonte bem maior que a circunferência de um prato de lentilhas”, a do organizador de sua obra é torná-la ainda mais atraente e acessível ao grande público, em prol da formação de uma elite pensante não apenas capaz de distinguir um prato de lentilhas de todo o legado da cultura universal, mas também de perceber que a absorção deste último pode ser bem mais nutritiva.

Em busca deste resultado, nada mais natural do que recorrer aos artigos jornalísticos de Olavo de Carvalho, chamarizes instigantes de uma obra quase inabarcável e sob o impacto dos quais muitos de seus leitores — os menos frouxos, modéstia à parte — saem em busca de suas aulas, descobrindo, então, as dimensões infinitamente maiores da sabedoria do filósofo — para muito além, é claro, da caricatura que dele fazem seus adversários políticos e do próprio rótulo de “polemista”, quase sempre usado no Brasil para rebaixar quem exibe provas, documentos e análises lógicas irrefutáveis a um nível igual ou inferior ao daqueles que fazem discurso histérico-militante.

Na maior parte dos casos, a polêmica está nos olhos de quem não lê.

Este livro, no entanto, não é uma simples compilação de artigos, mas sim uma compilação de temas essenciais — todos eles renegados à obscuridade no país —, sobre os quais os artigos vêm lançar luz, importando para a seleção menos a data e o veículo em que foram publicados do que o potencial de cada um em iluminar esses temas, ainda que, em favor da abrangência, eu tenha priorizado os mais sintéticos entre os milhares que reli ou descobri durante este trabalho, enquanto me perdia, como tantos leitores, ouvintes e alunos, nas páginas virtuais do site de Olavo de Carvalho.

Tratei, pois, não apenas de organizar aquele empilhamento sem fim de textos, mas de resgatar na obra jornalística recente e antiga do autor o que ela tem de atemporal, de ferramenta útil à compreensão da realidade em outras circunstâncias para além daquelas das quais cada texto emergiu, não sem a intenção de exemplificar o quanto o jornal também é, ou deveria ser, um espaço para análises capazes de sobreviver ao tempo — e até de prever, com acerto, uma infinidade de acontecimentos —, sendo bem mais do que o simples comentário das notícias da semana. Não é porque a notícia envelhece, afinal, que a reflexão correspondente deve envelhecer junto.

Se há (e garanto: como há!) uma dificuldade em agrupar textos de Olavo de Carvalho por temas para fins editorais, isto se deve não à obsolescência deles, mas, pelo contrário, ao fato de o autor buscar sempre a unidade por trás das manifestações isoladas e os fundamentos por trás das discussões públicas, o que torna cada texto seu um amálgama (duradouro) dos elementos mais díspares, entre os quais só um organizador irresponsável (ou obsessivo) como eu ousaria procurar um fio condutor interno e comum a outros textos, capaz de justificar o nome e a composição de capítulos e seções — uma raridade compreensível, aliás, em seus livros, cujas seleções costumam ser justificadas apenas pelo título geral da obra e limitadas aos artigos recentes.

De todo modo, como os textos de Olavo de Carvalho são sobre tudo e mais alguma coisa, cada capítulo deste livro contém um tanto dos temas de outros; e, portanto, nenhum se esgota em si mesmo, mas sim fornece a base mínima para a compreensão dos demais. Por exemplo: como falar de Cultura sem falar de Conhecimento? Pior: como falar de Obama sem falar de Mídia, Ocultação e Manipulação? No entanto, há seções ou capítulos isolados com cada um (ou dois) desses nomes, podendo o leitor recorrer às suas especificidades para entender melhor o todo, sem deixar de ter alguma visão do todo dentro de cada um.

Se seguir a ordem é importante? Sim e não. Ela tem decerto um propósito, qual seja, o de guiar o leitor a partir das questões individuais de formação da personalidade, de busca da sinceridade, do sentido da vida e do conhecimento, de obtenção enfim das ferramentas mentais e morais necessárias para não ser um idiota, para depois introduzi-lo gradativamente (ou violentamente, dependendo do caso) em problemas culturais, sociais, políticos e intelectuais, cujos efeitos sobre a sua visão de mundo, a sua psique e as suas ações são bem maiores do que ele (você?) talvez imaginasse antes.

Por viver no Rio de Janeiro (e no facebook), entre inúmeras pessoas que só de ouvir a palavra “política” saem correndo desinteressadas do que quer que se diga depois, quisera eu ter empurrado para o fim — ou para fora — deste livro as partes referentes a ela, mas a culpa não é minha nem de Olavo de Carvalho se a politização de tudo, da linguagem à vida humana, foi e é instrumento e causa da idiotização geral, da qual já não se pode escapar sem entender minimamente a atuação dos grupos que disputam ou monopolizam o poder, manipulando e demolindo as consciências. Se o capítulo Revolução, portanto, vem antes de Educação, Religião e Linguagem, por exemplo, é porque já não se pode compreender o estado destas sem compreender o estágio daquela.

Contudo, convém ressaltar: este é um livro educativo; não didático. O leitor seguramente encontrará pelo caminho referências a questões que só serão examinadas em detalhe mais adiante — ou mesmo fora do livro, posto que seu objetivo também é servir de convite à obra do autor —, de modo que pode usar e abusar da liberdade de escolher a sua própria ordem de leitura e até os temas de sua predileção, como se estivesse diante de uma minienciclopédia carvalheana, eterna fonte de consultas para esclarecimentos variados.

Se, em vez de encher o índice de descrições, usei apenas uma palavra (Vocação; Inveja; Democracia) para nomear os capítulos, e uma ou duas — ora em par (como Analfabetismo & Glória; História & Besteirol), ora em oposição (como Sociedade x Culpa; Revolucionários x Mundo Melhor) — para as seções, não é (só) porque sofro de TOC literário (e você não imagina com que dor me rendi ao famigerado “Mundo Melhor”, composto por abomináveis duas palavrinhas em vez de uma), nem (só) porque quero atrair o maior número de leitores, mas pelo simples fato de que, salvo algum novo padrão revolucionário de conduta, ninguém vai a um restaurante (nem a um bordel, soprou-me o diabo) para comer o cardápio. Quanto mais preciso e visual ele for, creio, mais favorecerá o apetite — agora e para sempre.

De resto, só a assimilação do conteúdo fará o leitor notar que Gayzismo, por exemplo, não é, no mundo real, um capítulo isolado como é no livro; mas se alguns temas não vêm dentro de outros que o englobam ou que lhe deram origem, é justamente pelo motivo citado, isto é: eu não quis transformar o índice em uma árvore genealógica mais complexa do que já é, incluindo itens como o 3.7.4.2 da seção 5.6.1 do capítulo 8 parte B; muito menos deixar metade do livro dentro do capítulo Revolução. Ou seria Criminalidade?

Jorge Luis Borges escreveu em O Aleph: “O que viram meus olhos foi simultâneo; o que transcreverei, sucessivo, pois a linguagem o é. Algo, entretanto, registrarei.” Olavo de Carvalho, como Borges, vê tudo simultaneamente na realidade, transcreve de forma sucessiva em cada texto — embora muitos pareçam em 3-D —, e eu, contando que o leitor vai tirar conclusões menos do índice do que da leitura do livro, organizo-os de forma sucessiva, também, por seções e capítulos. Algo, entretanto, registraremos.

Neste “algo”, estará decerto o analfabetismo funcional e moral das classes falantes, tema recorrente na obra do autor e no presente livro, ainda que este não seja uma documentação, como o best seller O imbecil coletivo, da “redução da vida intelectual a megafone de interesses partidários” através da análise do discurso de seus representantes. Digo isto para o caso de leitores desconfiados ou mal-intencionados não encontrarem nesta compilação — temática, repito — prova suficiente de que o sistema de ensino e os meios de comunicação brasileiros foram quase inteiramente ocupados pela pseudointelectualidade esquerdista, já que aqui a prioridade é, além de descrever o quadro geral, oferecer, em doses homeopáticas, os meios de descontaminação moral e linguística de seus venenos idiotizantes.

Da juventude à maturidade, do fingimento à sinceridade, da economia à cultura, da ciência à religião, da linguagem à discussão, da militância à vocação, do regime militar ao petismo de Lula e Dilma, do governo de George W. Bush ao de Barack Hussein Obama (passando pela Guerra do Iraque e pela crise financeira americana), da democracia à ditadura mundial, do capitalismo ao socialismo — de tudo a mais um pouco, enfim, não há tema obscuro que os donos do microfone não obscureçam ainda mais. E não há melhor antídoto para o provincianismo mental brasileiro do que ler Olavo de Carvalho.

Este livro, cuja gestação também me serviu de automedicação, é, portanto, uma tentativa dupla: a de organizar o saber — “condição mais óbvia para o desenvolvimento da inteligência”, segundo Olavo — e a de compartilhá-lo, a fim de “levar para fora” o leitor e consolidar aquilo que o nosso maior filósofo e educador definiu em “Espírito e cultura: o Brasil ante o sentido da vida”:

Acontece que a esse impulso fundamental [para o conhecimento] corresponde um outro, derivado mas não menos forte: aquele que leva o homem que entreviu a ordem e o sentido a desejar repartir com os outros homens um pouco daquilo que viu. Não há certamente maior benefício que se possa fazer a um semelhante: mostrar-lhe o caminho do espírito e da liberdade, pelo qual ele pode se elevar a uma condição que, dizia o salmista, é apenas um pouco inferior à dos anjos. Tal é, substancialmente, a forma concreta do amor ao próximo: dar ao outro o melhor e o mais alto do que um homem obteve para si mesmo. Amamos o nosso próximo na medida em que o elevamos à altura dos anjos. Fazemos-lhe o mal quando o rebaixamos à condição de bichinho, seja com maus-tratos, seja com afagos. Nessas duas exigências está contida, dizia Cristo, toda a lei e os profetas.

Neste livro está contido, digo eu, um pouco do melhor e do mais alto que obtive para mim mesmo.

Eu vi Olavo de Carvalho. E agora o reparto com você, leitor, na esperança de que também se afaste da condição de bichinho e se eleve à altura dos anjos.

Se eu acho que você deve agradecer a mim, à Editora Record e a quem lhe indicou ou deu de presente este livro por tamanho gesto de amor?

“Ora porra!”, como diria Olavo.

Sem dúvida que sim.

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil


“Guardamos no coração as sementes do velho Brasil, na esperança de replantá-las um dia.” (O. de C.)

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Livro: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, eleito o melhor de 2013 pela Arata Acadamy.

Página oficial - AQUI.

Ver também: Os palavrões de Olavo de Carvalho (Org. FMB)

Posts relacionados:

- Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil
- Faça a sua parte: estude
- O mínimo que você precisa saber para não ficar histérico
- “Nós estamos enfrentando não é o PT, nós estamos enfrentando séculos de culto da ignorância”
- Sucesso e Sader-masoquismo
- O Brasil é um grande Lulu

Tags: antiolavismo, astrólogo, filósofo, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, olavettes,Olavo de Carvalho, Olavo tem razão, Pepsi


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29/04/2014 às 18:49 \ Sucesso

Recorde do blog: 1.217.590 visitas na segunda. Obrigado!



Não sei se os militantes sabem ler números, então vou escrever por extenso o recorde deste blog, ainda que as palavras tampouco lhes sejam de fácil apreensão:

Um milhão, duzentas e dezessete mil quinhentas e noventa visitas só na segunda-feira, com a repercussão do artigo Traficantes assistiram ao “Esquenta” comendo pipoca? – o quarto da minha série sobre o caso do dançarino DG, morto no Pavão-Pavãozinho -, que já rendeu mais de200.000 curtidas (duzentas mil, ok?) e dezenas de milhares de compartilhamentos nas redes sociais, além dos milhares de comentários que ainda aguardam aprovação por aqui.

Fico quase tentado a agradecer a “especialistas” e artistas por se reunirem no programa de Regina Casé, confirmarem as empulhações do show business brasileiro que denuncio há anos em artigos e no livro que organizei, e me permitirem assim fazer um verdadeiro strike moral e intelectual. Não é todo dia que a gente tem a chance de acertar por escrito tantos esquerdistas voluntários e involuntários de uma vez só.

Os militantes virtuais do PT, do PSOL e companhia podem jogar bananas à vontade no meu gramado que, ao melhor estilo Daniel Alves, eu descasco e como. Não há elogio maior do que o ódio puro e simples que os histéricos devotam aos autores ou veículos das obras que eles não podem refutar.

Obrigado, meus leitores!

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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ALGUNS TEXTOS DESTE BLOG PARA QUEM CHEGOU AGORA:

CASO DG / TRÁFICO / UPP / POLÍCIA / CRIMINALIDADE:
- Traficantes assistiram ao ‘Esquenta’ comendo pipoca?
- Ruim com UPP, pior sem UPP
- Dançarino Douglas sentia “saudades eternas” do traficante Cachorrão. De luto em janeiro, postou no Facebook que “o bico” ia “fazer barulho”, porque “os amigos” estavam “cheio de ódio na veia”. Pode ser vítima, mas santo não era
- A paz brasileira é uma guerra – Dançarino morre em favela dita “pacificada” e movimentos pela desmilitarização exploram o caso. “Desmilitantize” o seu pensamento já!
- Avisei em 2010: pacificar é prender bandido. Traficantes atacam PMs e UPPs porque – imagine – estão soltos!
- O perigo e a falácia da desmilitarização da polícia
- Artigo do psolista Vladimir Safatle é reduzido a pó por professor de Direito Penal. Números comprovam relação entre mais prisões e menos homicídios. Freixo: “Prisão é um mau negócio.” Eu avisei: “Mau negócio é o PSOL.”
- A moral “Black Bloc” do PSOL: Marcelo Freixo e seus partidários, antes e depois da morte de Santiago
- Os “pensadores” que deveriam ir ao velório do cinegrafista da Band, a carta de sua filha e as declarações da viúva

CENSURA A RACHEL SHEHERAZADE:
- A CENSURA COMO ELA É – Ministro Thomas Traumann pressionou SBT para calar Sheherazade. Reunião foi em Brasília com o “companhêru” Marcelo Parada. Cadê o escândalo na imprensa? Cadê as manchetes nos jornais?
- O Brasil Parada-Dura do PT e a censura à Sheherazade – Se “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, o ano eleitoral começou mesmo diabólico no SBT
- O curioso caso de Fabio Porchat contra Rachel Sheherazade – Caixa é coisa do passado. Campanha agora é “Vem pedir cabeças você também!”
- Major Olímpio defende Rachel Sheherazade: “Esta jornalista está dizendo a verdade: que o crime está dominando no país, nossas leis são defasadas, menor tem licença para matar, polícia está desaparelhada, policial virou alvo preferencial dos criminosos.”
- Vamos comparar Rachel Sheherazade e Francisco Bosco, em homenagem ao PSOL e ao Sindicato dos Jornalistas
- O curioso caso de Ghiraldelli contra Sheherazade / Ghiraldelli não é esquerdista? Querem mais prints?

O MAIOR INIMIGO DO BRASIL:
- Conheça o Foro de São Paulo
- A verdadeira insanidade

A FARSA DO IPEA:
- País de estupradores, uma ova! IPEA admite que… eu estava certo! Ai, que chato! Maioria discorda de ataques às mulheres! Só falta o instituto, os jornais, a TV e os ativistas admitirem o proselitismo ideológico também
- Carta aberta a Manoel Carlos com sugestão de cena para a novela “Em família” – Autor acreditou em pesquisa do IPEA, chamou “mais da metade dos brasileiros” de “machistas” e “da idade das pedras”, fez proselitismo e deve desculpas

PARÓDIAS:
- Águas de junho
- Pais e filhos de esquerda
- O bando

SUGESTÕES DO DIA:
- O mundo inteiro está cheio de todo mundo
- A miséria espalhada no breu
- Da neurose à censura
- O rolezinho dos “parça” e o dos “companhêru”
- A emoção erótica do brasileiro (e 20 motivos para evoluir)
- Hollywood e o Bonequinho do Globo manipulam você
- Como colar sua imagem à dos grandes (ou falsos) heróis
- Sucesso e Sader-masoquismo
- O Brasil é um grande Lulu – Texto de apresentação de FMB.

RESUMÕES:
- Faça a sua parte: estude
- Che Guevara
- O mínimo que você precisa saber para não ficar histérico
- “Nós estamos enfrentando não é o PT, nós estamos enfrentando séculos de culto da ignorância”
- Vamos educar contra o aborto – Ben Carson, Brit Hume, Ann Coulter e Papa Francisco contra Barack Obama

LITERATURA:
- O que é o flerte?
- Capítulo 1
- Capítulo 2
- O pequeno escritor
- Falta de dinheiro e amor ao lucro, com Faulkner e Lobato

SONETOS:
- Soneto do estudante sério & Sonetinho a três

Tags: Daniel Alves, DG, Esquenta, Recorde, Regina Casé, traficantes


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27/04/2014 às 21:43 \ Cultura

Traficantes assistiram ao “Esquenta” comendo pipoca?





Alguém falou umas palavrinhas contra os traficantes no especial do “Esquenta” em homenagem ao dançarino DG, morto na favela Pavão-Pavãozinho, em Copacabana? Contra Pitbull, um dos mais procurados do Rio – e que, segundo fontes da polícia civil, estava no mesmo churrasco do qual o dançarino fugiu pulando de uma laje ao muro de uma creche quando os seguranças do primeiro começaram a atirar contra a PM para “fazer contenção” e possibilitar a fuga do chefe? Algumas palavrinhas contra a pressa em culpar a polícia antes de concluídas as investigações (que,segundo o delegado, apontam que DG estava mesmo próximo e na direção dos traficantes em relação aos policiais)? Algo contra os “bicos” nas mãos dos “amigos”? O contrabando de armas? As más companhias? A ESCOLHA imoral dos bandidos pela criminalidade? Contra “microondas”, “mulas”, “aviões”? Contra o arruinamento das famílias de crianças e adolescentes viciados em drogas? Contra o sustento que os próprios artistas usuários dão ao império do crime? Contra a exploração política do caso por militantes profissionais como Sininho, alguns dos quais a polícia já suspeita de estar orientando a mãe de DG em “media coachings”? Contra a morte do comandante Leidson e dos soldados Alda e Rodrigo Paes Leme, enquanto trabalhavam nas UPPs?

Ou só mostraram o trecho de um curta-metragem em que um policial apontava a arma para o personagem de DG, para que a polícia fosse vaiada pela plateia e se chegasse à conclusão precoce de que a vida imita a arte? Ou ainda se limitaram a ecoar a tese de um “especialista” emluta de classes que afirmou no programa que “Não tem nada mais perigoso no Brasil do que ser negro, jovem e pobre”, usando a velha estratégia esquerdista de mostrar os negros como vítimas predominantes de crimes violentos, sem perguntar se não são também predominantemente ou em grande parte os autores desses crimes?


Anuário brasileiro de segurança pública (2013)

Alguém lembrou que o respaldo para essas meias verdades veio de outra pesquisa fajuta do famigerado IPEA, que tirou do número maior de vítimas negras a conclusão estapafúrdia sobre crimes raciais sem levar em conta a cor dos assassinos, sendo que, nos EUA, por exemplo, onde a esquerda utiliza a mesma estratégia, simplesmente 93%(!!!) dos negros assassinados foram mortos por outros negros? Alguém lembrou que a taxa de homicídios de policiais é o dobro da relativa à população negra e parda? Que a chance de ser morto sendo policial é 100,83% superior à chance de ser morto sendo negro ou pardo? Que a possibilidade de um policial brasileiro ser vítima por um crime de homicídio é 196,70% superior do que seria com qualquer outra pessoa? Que o risco de ser morto, sendo policial, é quase três vezes superior do que sendo outro não integrante das forças policiais? Que as taxas de PMs mortos em serviço é de 17,8 e FORA DE SERVIÇO(!!!) de 58,7(!!!) por grupo de 100 mil habitantes, sendo que a OMS considera taxas de homicídio acima de 10 por grupo de 100 mil já como sintomas de violência epidêmica? Alguém lembrou que a taxa de homicídios de PM e Policial Civil (em serviço e fora) chega a 72,1(!!!) por 100 mil habitantes, praticamente o triplo da taxa de homicídio nacional (de 24,3)? De quantas entrevistas, participações em programa de TV ou eventos em homenagem aos policiais mortos os especialistas e artistas convidados pelo “Esquenta” já participaram?


Soldado Alda, da UPP do Parque Proletário, morta por traficantes. Por esta negra, a esquerda não chorou

(E de quantas por jovens como Victor Hugo Deppman, cujo assassinato por um ”dimenó”, protegido por leis endossadas pelo mesmo PSOL que explora a tragédia de DG, completa um ano neste mês?)

Será que o único minimamente sensato foi o coreógrafo Carlinhos de Jesus quando disse “Eu acredito na instituição policial”, mas “é claro que há elementos que não merecem estar ali”, ainda que ninguém tenha reiterado que até o momento não há provas conclusivas contra supostos “elementos” assim no caso DG?

Não é maravilhoso que, não bastasse a campanha “Eu não mereço ser estuprada” – baseada na pesquisa errada e embusteira do IPEA – ter dissuadido (aham…) milhares de estupradores de cometer seus crimes pelo irresistível apelo de moças seminuas cobertas com plaquinhas na internet, surja não somente outra como “Eu não mereço morrer assassinado”, capaz de levar assassinos às lagrimas e ao divã, mas também a da hashtag “A vida é sagrada” [#avidaesagrada], proposta por Regina Casé ironicamente na mesma emissora cujas novelas fazem propaganda escancarada do aborto?

(E não era justamente a abortista Leandra Leal, outra “especialista” a palestrar sobre a “sociedade” no programa, aquela que dava uma forcinha aos Black Blocs no vídeo “Grito pela liberdade”, culpando o Estado pela violência dos terroristas nas manifestações, violência esta que depois resultaria na morte do cinegrafista da Band Santiado Andrade, por cuja “vida sagrada” nenhum dos globais do vídeo fez campanha depois, pedindo desculpas à família pelo estímulo ao caos?)

Alguém da família “Esquenta” afinal mencionou o medo que os moradores de bem da favela sentem de abrir a boca para falar mal dos traficantes (ou mesmo para narrar o que sabem deste episódio), enquanto um bando de militantes “especialistas” usam a sua liberdade de expressão para falar em nome deles exclusivamente contra a polícia, fomentando o ódio às instituições que, a despeito dos erros, excessos ou mesmo crimes de alguns de seus integrantes, são as únicas que podem livrá-los daqueles marginais? Ou hashtag ganha de fuzil?

A dor de parentes e amigos de DG é legítima e deve ser respeitada, mas se nada justifica a sua morte como se deu, nada tampouco justifica tanto cinismo, tanta ignorância, tanta ideologia barata em função dela, como se viu no “Esquenta” deste domingo (e em todos os jornais).

Na TV aberta, a voz que se erguia contra o tráfico e lamentava a morte de policiais e o silêncio dessa turma dos “direitos humanos” quando isso acontecia era a de Rachel Sheherazade, a apresentadora censurada em pleno ano eleitoral pelo governo do PT (com testas-de-ferro do PSOL e do PCdoB) sob ameaça de corte de verbas da Caixa Econômica Federal ao SBT. O que resta na TV brasileira é isso: o programa de Regina Casé, a garota-propaganda da Caixa.

Os traficantes que lutam pelo fim das UPPs devem ter assistido a tudo comendo pipoca.



Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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- O Brasil Parada-Dura do PT e a censura à Sheherazade – Se “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, o ano eleitoral começou mesmo diabólico no SBT
- O curioso caso de Fabio Porchat contra Rachel Sheherazade – Caixa é coisa do passado. Campanha agora é “Vem pedir cabeças você também!”
- Conheça o Foro de São Paulo
- Os “pensadores” que deveriam ir ao velório do cinegrafista da Band, a carta de sua filha e as declarações da viúva
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Tags: Caixa, censura, DG, Esquenta, esquerda, Leidson, Rachel Sheherazade, Regina Casé, Rodrigo Paes Leme, SBT, soldado Alda


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25/04/2014 às 18:59 \ Cultura

Ruim com UPP, pior sem UPP





[VEJA O ARTIGO POSTERIOR: Traficantes assistiram ao 'Esquenta' comendo pipoca?]

George Orwell dizia:

“Jornalismo é publicar algo que alguém não quer que seja publicado. Todo o resto é publicidade.”

Como publiquei aqui o print do post em que o dançarino DG lamentava a morte do traficante Patrick Costa dos Santos, o “Cachorrão”, em confronto com a polícia ocorrido um dia antes, um monte de militantes voluntários e involuntários me xingou e uma mocinha escreveu no Facebook, dando o link para o meu artigo:

“Felipe Moura Brasil, sou estudante de jornalismo e não quero, em hipótese alguma, ser essa vergonha pro jornalismo brasileiro que você é.”

Obrigado mesmo. Fico muito honrado pelo elogio ao meu trabalho e agradeço pela divulgação. O futuro promete. Teremos mais uma publicitária na imprensa brasileira.

Já Reinaldo Azevedo, jornalista, citou meu artigo em seu blog na VEJA.com, falou das coisas incômodas que precisam ser ditas e acrescentou a imagem que lhe chamou a atenção na reportagem do Jornal Nacional – uma camiseta com os mesmos termos com os quais Douglas lamentava a morte de Cachorrão. Ele escreveu:



Pouco importa o que fazia o rapaz quando não estava dançando no “Esquenta” da [Regina] Casé, uma coisa é certa: não poderia ter morrido como morreu. E é preciso saber quem o matou e meter em cana, use farda ou não. Mas não dá para ignorar os fatos. Contam-me que a expressão “Saudades eternas” é uma espécie de lema ou de senha macabra com que o narcotráfico e seus aliados objetivos celebram a memória dos que lhes são caros ou dos que serão usados como estandartes. “Minha avó tem ‘saudades eternas’ do meu avô e não é narcotraficante”, diz o bobinho…

E o que apareceu de “bobinho” no meu blog não foi brincadeira.

Reinaldo, que, assim como eu, critica a política de segurança pública do Rio pela opção de espantar bandidos, em vez de prendê-los, e rejeita o nome de “polícia pacificadora” porque fica parecendo que a função dos policiais é promover a paz entre bandidos e gente decente, defende obviamente a presença e a manutenção de unidades policiais nas ditas “comunidades”:

Cobrar a rigorosa apuração do caso? Sim! Meter em cana os assassinos? Sim! Pedir uma polícia mais preparada nos morros e em toda parte? Sim! Exigir que as UPPs deixem as favelas? Aí, não!

Aí é o que interessa aos bandidos do narcotráfico, cuja guerra de propaganda já se fortaleceu no enterro de DG com a participação de black blocs e dos militantes profissionais de sempre, treinados para transformar em apelos publicitários o sentimento difuso de revolta popular. Em determinado momento da manhã do dia 15 de abril, comandando o protesto de um grupo de invasores, em frente à prefeitura do Rio, Elisa Quadros, a Sininho, “orienta um grupo de mulheres”, segundo matéria da VEJA.com, e “coincidência ou não, essas manifestantes partem para cima dos guardas municipais quando eles tentam desobstruir o trânsito. Cria-se a tensão e jovens com câmeras registram o conflito, para abastecer as redes sociais com denúncias de truculência.” No enterro de DG, sabe quem comandou as vaias contra os policiais, que ganhariam a repercussão da mídia? Ela mesma: Sininho – aquela que fazia a ponte dos Black Blocs com os políticos nas manifestações e que responsabilizou a Band e até as demais emissoras pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, vítima dos terroristas.

Já nos bastidores do Palácio da Guanabara, circula o comentário de que o secretário de segurança José Mariano Beltrame é pé-frio, porque, nos dois casos que mais abalaram as UPPs, os delegados responsáveis pelas investigações seriam no mínimo pouco simpáticos a ele. No caso Amarildo, era o delegado Orlando Zaccone, aquele garoto-propaganda do PSOL que marcou presença justamente com Sininho na premiação do “Molotov de Ouro”, em festa decorada por um manequim roubado da loja Toulon no “melhor ato de vandalismo de 2013”. Uma coleção básica de suas pérolas feicebuquianas pode ser vistaaqui, incluindo ataque às UPPs e uma singela “Homenagem aos vândalos de todo o mundo!”. Agora, no caso DG, assume as investigações o delegado Gilberto da Cruz Ribeiro, ex-chefe de Polícia Civil, o primeiro da gestão Beltrame. Gilberto caiu cinco anos atrás depois de divergir da cúpula quanto ao acesso de PMs ao Portal da Segurança, site em que policiais fazem consultas de dados de cidadãos. As notas oficiais dele e de Beltrame foram amenas na ocasião, mas ainda resta dúvidas quanto à afinidade entre ambos. Beltrame já disse que o caso de DG não vai se arrastar tanto quanto o de Amarildo, de modo que se espera que os eventuais rancores entre o delegado e o secretário não atrapalhem as investigações, assim como a ideologia de Zaccone – cujo apelido prefiro não citar – encheu de suspeitas as do famigerado e interminável caso do pedreiro-estandarte da militância, crime pelo qual há 25 policiais denunciados.

A mãe de DG chegou a dizer que tinha visto cápsulas de calibre .45 junto aos documentos do filho, ao que Beltrame teve de explicar que a PM não usa esse tipo de arma – e, mesmo assim, as opiniões e acusações desta senhora continuam servindo de laudo técnico informal àqueles que não precisam de apuração alguma para apontar seus culpados favoritos, com o mesmo nível de preconceito de que acusam quem informa os fatos que lhes desagradam.

(E já tem gente culpando os próprios militares pelo dito “assassinato” do coronel Paulo Malhães…)

A opinião negativa da maioria dos cidadãos de bem da favela sobre os bandidos locais não aparece nos noticiários em função do medo que eles sentem de ser punidos (no mínimo com a expulsão do morro, sem direito a levar os próprios pertences), mas a gritaria pelo “fim da UPP” é ditada pelos próprios narcotraficantes por motivos óbvios; e amplificada pela militância partidária e jornalística anti-PM por motivos políticos e ideológicos, com a sua velhaexploração revolucionária do ressentimento alheio, não importa se justo ou injusto.

Zelar pelos moradores de bem da favela é, entre outras coisas, exigir investigação e prisão de criminosos de fato e de farda, não o território livre de policiais para que os narcotraficantes possam dominar o morro e aterrorizar a cidade. Há policiais (e até delegados) que não prestam e devem ser punidos, mas narcotraficantes não prestam todos. Em todo caso, informo que os cursinhos de relações públicas deles estão abertos nas melhores faculdades do ramo.

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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[VEJA O ARTIGO POSTERIOR: Traficantes assistiram ao 'Esquenta' comendo pipoca?]

* A moderação de comentários está atrasada em função do recorde de audiência do blog nesta semana, mas estará atualizada neste sábado. Podem caprichar.

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- A paz brasileira é uma guerra – Dançarino morre em favela dita “pacificada” e movimentos pela desmilitarização exploram o caso. “Desmilitantize” o seu pensamento já!
- O perigo e a falácia da desmilitarização da polícia
- Avisei em 2010: pacificar é prender bandido. Traficantes atacam PMs e UPPs porque – imagine – estão soltos!
- Conheça o Foro de São Paulo

Na Veja.com:
- A armadilha montada para moradores do Pavão-Pavãozinho: protesto pede “fim da UPP”
- Tiro matou dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG
- Mãe de dançarino morto no Rio acusa policiais militares
- Dançarino morto: armas de PMs serão recolhidas

Tags: Black Bloc, dançarino Douglas, delegado, DG, Esquenta, Gilberto da Cruz Ribeiro, Molotov de Ouro,Orlando Zaccone, PSOL, Sininho


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24/04/2014 às 3:11 \ Cultura

Dançarino Douglas sentia “saudades eternas” do traficante Cachorrão. De luto em janeiro, postou no Facebook que “o bico” ia “fazer barulho”, porque “os amigos” estavam “cheio de ódio na veia”. Pode ser vítima, mas santo não era



[AVISO: Veja os artigos posteriores, já postados aqui no blog: Ruim com UPP, pior sem UPP e Traficantes assistiram ao 'Esquenta' comendo pipoca?]

Já imaginou como estariam as redes sociais se alguém descobrisse um post dos PMs do Pavão-Pavãozinho que os vinculasse mesmo que indireta e sentimentalmente a algum traficante ou falasse em ódio após a morte de um deles? Pois é. Seria um Deus-nos-acuda – quer dizer: um Capeta-nos-guie! – nas páginas dos jornais e da militância da desmilitarização.

Mas agora é do outro lado.

Em 18 de janeiro, um dia após uma troca de tiros no Pavão-Pavãozinho resultar na morte de Patrick Costa dos Santos, o Cachorrão, de 25 anos – que tinha duas condenações por tráfico e obteve livramento condicional em outubro de 2012 -, o dançarino do “Esquenta” Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG e encontrado morto nesta semana na mesma favela que os jornalistas insistem em chamar de “pacificada”, postou no Facebook:

PPG TA DE LUTO, E OS AMIGOS CHEIO DE ODIO NA VEIA, MAS TARDE O BICO VAI FAZER BARULHO….

‪#‎SAUDADES‬ ETERNAS CACHORRAO !

Passando a limpo a tradução de um policial civil:

- “PPG” é a dita “comunidade” Pavão, Pavãozinho e Galo.

- “Bicos” são fuzis de uso restrito das forças armadas, de grosso calibre (7,62mm e 556mm) e altíssima letalidade, como COLT AR 15, M-16, AK-47, G3 e outros.

- “Os amigos” são os integrantes das quadrilhas que traficam drogas, cometem homicídios, sequestros, roubos e crimes variados.

- “Fazer barulho” é efetuar centenas de disparos, aterrorizando a população ordeira.

- “Cheio de ódio na veia” eu preciso explicar? Não é decerto o sentimento lindo de “miguxos” que querem obedecer a lei naquela noite e nos dias (meses e anos…) seguintes.


Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Muita calma nessa hora. Aqui não se vai culpar ninguém pela morte de Douglas, muito menos ele mesmo, e que dirá justificá-la, sem que as investigações estejam concluídas. Mas quando morre um morador da favela, ele é logo tratado como um santo inocente vítima de um PM criminoso – na verdade, de toda a PM criminosa que deveria sumir da face da Terra -, de modo que é preciso trazer à luz as informações de todos os lados, sem ceder à polícia do pensamento. Por mais humano que seja sentir saudade de alguém que escolheu o caminho errado, falar publicamente dos “amigos” que vão dar tiros de fuzil em função de sua morte, no momento mesmo em que se revela o luto e a saudade, faz parecer que não se julga a escolha pelo crime e o comportamento dos criminosos coisas assim muito erradas, não é mesmo? Pelo menos a intimidade com os traficantes resta evidente – e é um dado a mais a ser observado. **

O SALTO DE DOUGLAS
O Globo Online informa:

Segundo amigos, o dançarino estaria participando de um churrasco na laje de um prédio de três andares quando, por volta de 1h de terça-feira, bandidos e policiais da UPP que faziam uma ronda começaram um tiroteio. Para sair da linha de tiro, Douglas e um outro rapaz teriam se lançado no ar, a fim de tentar alcançar o telhado de um outro imóvel, cerca de dois metros à frente. Segundo eles, o outro rapaz conseguiu escapar ileso, mas Douglas teria batido com as costelas em um muro divisório e caído cerca de 15 metros, nos fundos da creche vizinha. Eles não sabem dizer se Douglas teria sido atingido no momento do salto.

No momento do salto ou não, sendo verídica ou não essa versão do “churrasco”, o fato é que foi um “tiro transfixante” que matou Douglas e, segundo o delegado da 13ª DP, Gilberto da Cruz Ribeiro, nenhum projétil foi encontrado em seu corpo, nem cápsula na creche onde ele foi descoberto. A Polícia Civil solicitou a apreensão das armas dos dez policiais da UPP, embora haja o risco de adulteração. A seguir nesse ritmo, o caso tem tudo para durar tanto quanto o do pedreiro Amarildo de Souza, da Rocinha – crime pelo qual há 25 policiais denunciados -, fornecendo bastante munição verbal para a militância anti-PM e para os adversários do candidato da situação ao governo do estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, ”fazerem barulho”.


Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo

O secretário José Mariano Beltrame afirmou que facções criminosas orquestram ações como a de terça – assim como no Alemão e no Jacaré – porque está perdendo territórios. Eu prefiro dizer, desde que começou a falsa “Pacificação”, que é porque os integrantes não estão sendo presos – ou foram soltos. O chefe da venda de drogas na favela, Adauto do Nascimento Gonçalves, o Pitbull, de 33 anos, foi preso em 2008, quando apresentou aos policiais crachá de vigia das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade, mas está foragido desde julho, quando passou para o regime semiaberto e não retornou à cadeia. Pitbull participou do confronto desta semana e conseguiu escapar.

A RAIZ DO PROBLEMA
O que está na raiz da guerra que vitimou Douglas não é a “ideologia militar” da polícia, ainda que possa haver PMs culpados, mas a proteção legal que bandidos do naipe de Pitbull dispõem para se livrar da prisão e continuar tocando o terror na cidade e sobrecarregando as forças policiais. Os militantes que exploram a morte do dançarino do “Esquenta” em favor de causas políticas como a desmilitarização estão em boa parte a serviço do PT e do PSOL, os partidos que fazem de tudo para proteger bandidos como Cachorrão e Pitbull contra a sociedade.

Douglas não era Cachorrão nem Pitbull, mas tampouco era santo, de modo que convém no mínimo indagar se, de uma forma ou de outra, alguns daqueles “amigos” – os “cheios de ódio na veia” e de “bico” na mão – foram corresponsáveis pela sua morte. Nem que seja pelo efeito educativo de instruir as crianças a rejeitar as más companhias…

Eu não sou a favor de pena de morte para traficantes. Mas que os nossos (futuros?) legisladores deveriam ouvir menos petistas e psolistas, e mais o Sargento Fahur a respeito deles, para evitar as tragédias diárias de milhares de brasileiros, não resta a menor dúvida.

A cachorrada tem de latir é na cadeia.



[PS: Veja os artigos posteriores, já postados aqui no blog: Ruim com UPP, pior sem UPP e Traficantes assistiram ao 'Esquenta' comendo pipoca?]

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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[** Pós-escrito: Só analfabetos funcionais e morais me acusam de afirmar que DG está "envolvido com o tráfico", ou que "é bandido". Pura distorção de quem não sabe ou finge não saber ler. Quem tem intimidade com traficante não é necessariamente traficante e quem talvez possa parecer(!) não julgar errado o tráfico, tampouco. O post dele não evidencia crime algum, mas é informação que precisa ser divulgada e levada em consideração por investigadores e pelo público em geral, queira ou não essa polícia do pensamento em patrulha. Considerar inadequada uma declaração qualquer não é chamar ninguém de criminoso. Picaretagem é me acusar de chamar de criminoso quem eu nunca chamei de tal coisa. Aqui, não passarão!]

Artigos mencionados:
- A paz brasileira é uma guerra – Dançarino morre em favela dita “pacificada” e movimentos pela desmilitarização exploram o caso. “Desmilitantize” o seu pensamento já!
- O perigo e a falácia da desmilitarização da polícia
- Avisei em 2010: pacificar é prender bandido. Traficantes atacam PMs e UPPs porque – imagine – estão soltos!
- Conheça o Foro de São Paulo

Na Veja.com:
- Tiro matou dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG
- Mãe de dançarino morto no Rio acusa policiais militares
- Dançarino morto: armas de PMs serão recolhidas

No Globo Online:
- Polícia decide solicitar apreensão de armas de PMs que participaram de operação no Pavão-Pavãozinho
- Em velório de DG, amigos cobram explicações sobre sua morte

Tags: Beltrame, Bonde da Madrugada, Cachorrão, criminalidade, dançarino, desmilitarização, Douglas Rafael da Silva Pereira, Esquenta, Pavão-Pavãozinho, Pitbull, PM, polícia, Regina Casé, UPP


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155 COMENTÁRIOS


23/04/2014 às 15:32 \ Cultura

A paz brasileira é uma guerra – Dançarino morre em favela dita “pacificada” e movimentos pela desmilitarização exploram o caso. “Desmilitantize” o seu pensamento já!



“A imprensa aplaudia a tal Pacificação, como se o nome atribuído a uma ação política se convertesse magicamente em realidade.”

Escrevi isto em 2010, mas os jornalistas doGlobo Online, do G1, do Bom Dia Brasil e outros tantos ainda chamam de “favela pacificada” – em vez de favela com UPP – locais como o Pavão-Pavãozinho, em Copabacana, no momento mesmo em que se lamenta a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG e atuante no programa “Esquenta”, cujo corpo foi encontrado em uma creche pela Polícia Civil durante a perícia realizada após um tiroteio entre policiais e traficantes na madrugada de terça.

O que traficantes ainda fazem em uma “favela pacificada”, ninguém conseguiu explicar até agora. Se as manifestações “pacíficas” quebravam e incendiavam o patrimônio público e privado, quando não as pessoas mesmo, como ocinegrafista da Band Santiado Andrade, em 2013, as “favelas pacificadas” continuam sendo praça de guerra em 2014. A mágica jornalística está aí para converter em realidade a propaganda política e transmitir a guerra com o nome de paz. Faz sentido: a paz brasileira é uma guerra com 50 mil assassinatos por ano.

Nas redes sociais, os movimentos peladesmilitarização da PM já estão explorando o caso de Douglas em favor de sua causa (misturada ainda ao repúdio contra a “guerra às drogas”, como se fossem estas as responsáveis pelos crimes dos traficantes). Foi só eu falar daqueles que, sem dizer uma palavra quando os PMs morrem [ver tabela abaixo], projetam “contra as instituições os erros, excessos e, sim, crimes que eventualmente cometem, como em qualquer outra instituição humana, alguns de seus homens” que o exemplo da projeção veio logo em seguida, ainda que ninguém soubesse ao certoo que acontecera.

Na dúvida, morador de favela morto é vítima da PM, como o suposto “líder comunitário” Carlos Henrique Júnior disse ter sido Douglas no Facebook; assim como gay morto é vítima de algum assassino homofóbico, como Jean Wyllys, Leonardo Sakamoto e companhia disseram ter sido o jovem Kaique, antes que as investigações indicassem e a família admitisse o suicídio. A histeria fabricada pelos grupos militantes já deixa na manga do povo os culpados de todos os crimes, muitas vezes antes mesmo que eles aconteçam. Como dizia o texto que eu havia reproduzido:

“Se numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que não houve confronto, mas execução, então que o policial seja punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar para proteger vidas.”

Policiais podem ter sido responsáveis pela morte de Douglas e devem ser exemplarmente punidos com prisão se o foram à toa, mas daí para a desmilitarização da PM é mais um caso de solução agravante proposta por militantes a serviço do PT e do PSOL, justamente os partidos que mais estimulam a criminalidade no país. O PT, com as Farc no Foro de São Paulo, a instrumentalização da PF, o próprio exemplo nos casos Celso Daniel, mensalão, aloprados etc. O PSOL, com aaliança dissimulada com os terroristas Black Blocs, aproteção legal aos delinquentes menores de idade, odiscurso contra a eficácia das prisões etc. Ambos, com o apoio a ditaduras socialistas assassinas como a de Nicolás Maduro na Venezuela. Eles querem é mais poder, com controle federal e oficiais “sindicalizáveis”.

O Brasil não precisa desmilitarizar a polícia.

Os brasileiros, especialmente os jornalistas, é que precisam “desmilitantizar” o pensamento.

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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Principais artigos mencionados:
- O perigo e a falácia da desmilitarização da polícia
- Avisei em 2010: pacificar é prender bandido. Traficantes atacam PMs e UPPs porque – imagine – estão soltos!
- Conheça o Foro de São Paulo

Na Veja.com:
- Tiro matou dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG
- Mãe de dançarino morto no Rio acusa policiais militares

Tags: dançarino, desmilitarização, Douglas Rafael da Silva Pereira, Esquenta, Mídia Ninja, pacificação, PF, PM,PSOL, PT, UPP


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19 COMENTÁRIOS


22/04/2014 às 20:32 \ Brasil

O perigo e a falácia da desmilitarização da polícia



[AVISO: Sim, o post ficou grande, mas se divide em Introdução, Vídeo e Artigo. Julguei necessário reunir tudo num link só, para facilitar a vida dos interessados.]

Morrem cerca de 50 mil pessoas assassinadas por ano no Brasil, resultado evidente de umgoverno que fomenta a criminalidade, de legisladores que protegem os bandidos e dahegemonia cultural esquerdista que alçou ambos ao poder, com seus “pensadores” quelegitimam moralmente os crimes e atacam as forças policiais, sobretudo se militares, projetando contra as instituições os erros, excessos e, sim, crimes que eventualmente cometem, como em qualquer outra instituição humana, alguns de seus homens.

Isto sem que esses pensadores – e os políticos que os macaqueiam – jamais se pronunciem quando morre um policial, como acontece a cada 32 horas no país.

É preciso expor os nossos problemas de segurança pública.

Delegados e agentes estão se engalfinhando até agora na seção de comentários deste blog, porque escrevi aqui sobre a crise da Polícia Federal e as manifestações dos EPAS(escrivães, papiloscopistas e agentes), cuja pauta – a despeito de pontos aparentemente justos – inclui a PEC 51, de autoria de Lindbergh Farias (PT), que ora tramita no Senado e que – também a despeito de pontos aparentemente justos – propõe a desmilitarização da PM.

Minha questão é: como pode boa parte dos EPAs lutar ao mesmo tempo contra a instrumentalização da PF pelo PT e a favor do projeto de um petista que, seguindo a cartilha da ONU, centraliza ainda mais o poder federal, como aconteceu na Venezuela de Chávez e Maduro? Em nome da reestruturação da carreira, os agentes estão dispostos a fornecer este imenso poder ao adversário que agora denunciam? Ou eles não o teriam?

Não me venham com a conversa mole de que a proposta deve ser discutida sem partidarismos, ao mesmo tempo em que condenam a “ideologia militar” e o “legado ditatorial” da PM, com um discurso inteiramente contaminado de ideologia esquerdista em seu sentido mais embusteiro, ou seja, psolista. Eu quero saber é qual a proteção que a população brasileira teria contra o controle do governo federal sobre as polícias, inclusive no que concerne à inoculação de uma ideologia infinitamente mais perniciosa que os valores militares na formação dos novos policiais.

Seguem abaixo duas críticas fundamentais à desmilitarização da PM que reforçam esses pontos:

Item I – No programa “Tratamento de Choque” da Rádio Vox, que transcrevo de forma resumida, Diogo Fontana mostra o perigo de entregar 500 mil homens armados nas mãos do PT;

Item II – O sociólogo e jornalista José Maria e Silva contextualiza a polêmica em artigo, com todas as suas questões acadêmicas, culturais, vocacionais, institucionais e prisionais que a propaganda das partes interessadas sempre encobre.

Por fim, um vídeo de Paulo Eduardo Martins, só para colocar a ONU no seu devido lugar.

O blog está aberto para este debate complexo, o que não quer dizer que vai aprovar as infâmias de militantes histéricos.

I.

O perigo da desmilitarização da polícia: 500 mil homens armados nas mãos do PT



DIOGO FONTANA: (…) O fim da PM é uma bandeira que foi lançada de forma publicitária no filme “Tropa de Elite 2″, que foi feito por psolistas para o PSOL e para a esquerda.

Na cena final, o Capitão Nascimento fala: “A PM do Rio tem que acabar.”



…Então soltaram esta ideia, que vem crescendo. Ela ganhou as ruas com os Black Blocs e outros apadrinhados do PT e já virou Proposta de Emenda Constitucional.

É a PEC-51 criada pelo senador Lindbergh Farias, do PT. Essa PEC visa a desmilitarização da Polícia Militar.

Antes disso, eu quero explicar como funcionam as Forças Armadas no Brasil.

O efetivo atual é o seguinte:

Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) - 370 mil homens (servindo agora);
Forças de Reserva – 1 milhão de homens.

Desse 1 milhão, mais ou menos metade são pessoas que já serviram o Exército – desde o sujeito de 45 anos que serviu quando tinha 18 até o cara que serviu no ano passado.

São pessoas que tiveram pelo menos um ano de treinamento militar, mas que estão em casa, fora de forma etc. Custa dinheiro e muito esforço mobilizar e treinar esse pessoal e provavelmente nem existe arma disponível para todos eles.

Os outros 500 mil das Forças de Reserva são justamente os policiais militares de todos os estados do Brasil. Ou seja: metade da Reserva é a PM.

O que é que o PT está propondo, através de Lindbergh Farias?

Acabar com metade das Forças de Reserva das Forças Armadas.

Eles querem amputar quase 40% do tamanho das Forças Armadas. É isto que eles estão fazendo. Quando você ouvir alguém falando em fim da PM, entenda: eles querem cortar quase pela metade o tamanho das Forças Armadas brasileiras.

Se tirar essa polícia, vão colocar outra: uma polícia civil unificada, estadual.

A lei prevê organização municipal da polícia, organização metropolitana, setorial, isto até seria interessante, se não fosse uma artimanha…

As polícias civis unificadas vão ser estaduais, sob o comando do estado, mas a armadilha é a seguinte: mesmo havendo uma multiplicidade de forças policiais neste novo modelo, todas elas serão submetidas a diretrizes federais.

Ou seja: o Governo Federal vai ditar as regras. Vai ter a polícia metropolitana de São Paulo, do Rio, de Sergipe, em cada estado, mas todas elas vão obedecer no fim das contas a um Ministério em Brasília. Ou seja: centraliza o poder ainda mais.

Querem substituir cerca de 500 mil homens sob o comando das Forças Armadas por 500 mil homens dirigidos de Brasília, em última instância pelo Poder Executivo.

Com mais um detalhe:

As instituições de formação dessas novas forças policiais serão também deferais, ou seja: vai ser a oportunidade perfeita de inocular também ideologia na cabeça dos oficiais.

De uma hora para outra, com muita rapidez, o PT vai ter 500 mil homens armados.

Por isto que eu falei: fujam! Se isto acontecer, é “game over” mesmo.

As Forças Armadas estão estado de penúria, sucateadas, os 370 mil homens têm hoje poucos recursos e equipamentos, enquanto que os novos vão certamente receber muito mais investimentos e vão estar praticamente sob o comando de Brasília. O PT vai garantir para si o comando bélico do Brasil.

Vai quebrar a espinha das Forças Armadas, cuja resistência se não for inócua, estará muito fragilizada.

De largada, já vai haver uma desvantagem númerica dos homens da ativa. São 370 mil das três Forças Armadas contra o efetivo inicial de 500 mil na ativa sob o comando do Executivo.

É o controle militar do país. É o golpe final nas Forças Armadas. Isso aí é muito importante e muito perigoso.

Os governadores nominalmente vão ter o poder sobre os seus efetivos policiais, mas as diretrizes vão ser federais e quem vai estar inoculando ideologia serão as escolas federais também. Os policiais vão obedecer a Brasília, isto é lógico.

II.

A falácia da desmilitarização da polícia
José Maria e Silva (nov/2013)

Criar um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a PM de sua farda – eis as propostas que prometem revolucionar a segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2 de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT).

“O sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido” – com essa declaração, proferida numa audiência pública realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais militares colocando em descrédito a própria corporação a que pertencem. É o caso do livro O Guardião da Cidade (Editora Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político Celso Lafer.

Nesse trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como forma de combater a tortura. Em artigo anterior, procurei demonstrar que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta, nos direitos da pessoa humana.

Sobrevivendo na Gestapo brasileira
Em vários momentos do livro, influenciado por pensadores de esquerda, que vêm na polícia um braço armado do sistema capitalista, Paes de Souza, de modo quase indisfarçável, compara a Polícia Militar brasileira com a Gestapo de Adolf Hitler. Chega a descrever o produto das ações da PM como um novo campo de concentração nazista. Com base em artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência, Massacre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os 493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos – todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o faz em sua tese.

Para a psicóloga Maria Auxiliadora Arantes, citada no livro O Guardião da Cidade, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte frase: “De fato, Auschwitz faz-se presente”. Reparem: Paes de Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar – instituição em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel – com a violência das forças nazistas nos campos de concentração de Hitler. Justamente num momento em que a PM está sob o fogo cerrado dos formadores de opinião.

O cientista político Celso Lafer, responsável pela dissertação de mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho: “Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?” Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar, apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra universitária, o tenente-coronel deveria ter respondido para si mesmo essa pergunta. Na condição de tenente-coronel da Gestapo brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza foi cúmplice do holocausto que denuncia ou foi omisso diante dessa carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria refletir com mais profundidade sobre o assunto, antes de se arvorar a defender tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas universidades.

Não é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em seu livro, citando o economista Albert Hirschman, Paes de Souza fala que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se esconde numa carreira burocrática, evitando o confronto das ruas e, com isso, pode pontificar sobre direitos humanos sem correr riscos. O tenente-coronel sobreviveu ao horror que denuncia foi por essa terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.

Depoimentos de PM homicidas
Para exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo jornalista Bruno Paes Manso, do jornal O Estado de S. Paulo. Em junho de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos da escolha homicida e das carreiras no crime”. Essa tese de Manso já havia lhe rendido o livro O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma do Assassino em São Paulo(Editora Record, 2005), no qual o tenente-coronel buscou os dois depoimentos.

Os policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve” e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas. O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”, afirma o policial. De origem nordestina, ele contou que seu pai era PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão. Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na polícia, por meio de concurso público.

“Fui designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal, prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar com a criminalidade na região. O PM conta que, numa ocasião, prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado, inclusive deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.

“Nesse momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”, afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade dos bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda: “Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam delatados, em virtude de outras ocorrências.

Um dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito horas regulamentares pagas pelo Estado somadas às oito em que combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de quatro anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento, achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de Souza.

Mais confrontos, mais mortes
Esse é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3) justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e transferência da culpa para a corporação militar. O livro Sangue Azul (Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel, também segue esse padrão. E, de acordo com as entrevistas concedidas pelo autor, parece que o recém-lançado Como Nascem os Monstros (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também não foge à regra.

Um sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que “se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais armada e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais mortes.

Ora, simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos de experiência como policial, deixa-se seduzir pela inútil retórica da academia e utiliza esses depoimentos para corroborar teses injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. Quando atribuem à Polícia Militar o suposto “genocídio da juventude negra”, calúnia que já foi corroborada até por membros do Poder Judiciário, os acadêmicos escondem dois detalhes cruciais: primeiro, muitos jovens negros das periferias são recrutados pelo narcotráfico e matar ou morrer são verbos que conjugam diariamente; segundo, a Polícia Militar emprega muito mais negros do que as universidades que a criticam. Então, a ser verdade o que diz a academia, esses policiais não seriam genocidas, mas suicidas: estariam matando deliberadamente seus próprios familiares.

O tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre segurança pública acreditam que basta perorar sobre direitos humanos no ouvido de um soldado para que ele saia à rua com flores na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças no colo, até que surja um marginal armado e esse policial, consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos, para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado com dignidade. É óbvio que a terrível complexidade da segurança pública não se rende a golpes de retórica sobre direitos humanos.

Policial só se equipara a médico
Uma análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação, do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação os transformou em violentos. O potencial de violência já estava presente neles ou não teriam sonhado em ser policial, uma profissão que, em algum momento, há de exigir violência para que as leis sejam cumpridas. Afinal, se bandido ouvisse conselho, não entraria no crime.

Polícia não é assistência – é contenção. Ela é chamada justamente quando as normas da cultura e os mandamentos da lei já não são suficientes para manter o indivíduo no bom caminho e alguém precisa contê-lo. Por isso, a polícia tem de ser viril. A testosterona que faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Daí a importância de se separar ontologicamente o policial do criminoso. Ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho – por maior que seja – não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a natureza mais profunda de ambos e o ambiente em que vivem se alimentam da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90% dos crimes violentos em qualquer cultura humana em todos os tempos.

O policial de rua, obrigado a enfrentar o crime de arma em punho e não de uma sala refrigerada da USP, é como um médico num campo de refugiados ou em meio a uma epidemia letal: se trabalhar só pelo dinheiro, ele voltará para casa na hora, pois não há salário que pague sua própria vida, permanentemente em risco. Para compensar os riscos da profissão, o policial precisa ser tratado como herói. Especialmente num país como o Brasil em que a criminalidade soma cerca de 63 mil homicídios por ano (de acordo com estudos do Ipea). O policial precisa ter a certeza de que, ao tombar no campo de batalha, sua morte não será em vão: a sociedade irá cultuá-lo como herói diante de sua família enlutada e o bandido que o matou será severamente punido.

No Brasil, ocorre justamente o contrário: enquanto a morte de bandidos é cercada de atenção pelas ONGs dos direitos humanos e gera violentos protestos de rua em São Paulo e Rio, a morte de um policial não passa de uma efêmera nota de rodapé no noticiário e, em muitos casos, sua família não recebe nem mesmo a visita das autoridades da própria segurança pública, temerosas do que possam pensar os formadores de opinião. Já em países como os Estados Unidos, um bandido reluta em matar um policial, pois sabe que o assassinato será motivo de comoção pública e a pena que o aguarda será à altura dessa indignação cívica com a morte de um agente da lei.

Completa inversão de valores
Mas não basta tratar como herói o policial – também é preciso tratar o bandido como bandido. O ser humano é um ser relativo e não consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação. Por isso, ao mesmo tempo em que se enaltece o policial corajoso e honesto, é preciso punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a diferença entre ambos. O policial se revolta ao proteger de linchamento o estuprador de uma criança ou ao levar para o hospital o bandido ferido que tentou matá-lo porque sabe que seu trabalho heroico e humanitário foi inútil: logo, esses bandidos serão postos na rua para cometer novos homicídios e estupros.

Mesmo o estuprador de uma criança ou o homicida que queima viva sua vítima têm direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas de direitos humanos. Até criminosos que matam ou estupram mulheres gozam de benefícios absurdos, como a famigerada visita íntima. A Resolução CNPCP Nº 4, de 29 de junho de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, instituiu de vez a visita íntima como um direito do preso qualquer que seja a gravidade do seu crime. No seu artigo 4º, a resolução deixa claro que “a visita íntima não deve ser proibida ou suspensa a título de sanção disciplinar”; ou seja, mesmo se o preso promover rebeliões e mortes na cadeia, a visita íntima continuará sendo assegurada a ele como um direito sagrado, à custa da segurança da sociedade. É óbvio que a mulher que se presta a lhe servir de repasto sexual também há de lhe fazer outros favores associados diretamente ao crime, como passar recados para seus comparsas que estão fora das grades.

É por isso que quando uma patrulha da PM leva um criminoso ferido para o hospital, muitas vezes junto com um policial também ferido na troca de tiros, os policias que assim agem precisam ser tratados como heróis. É sua única recompensa. Não há salário que pague esse gesto. Não é fácil para nenhum ser humano salvar a vida de seu próprio algoz sabendo que aquele criminoso que tentou matá-lo não será punido como merece, pois, na cadeia, continuará comandando o crime, com direito a saídas temporárias, visitas íntimas e outras regalias. A legislação penal é tão moralmente hedionda que um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, depois de preso, jogou água quente em sua companheira dentro da própria cela. E esse novo crime bárbaro só foi possível porque o Estado brasileiro – cúmplice contumaz de bandidos – garante a famigerada visita íntima até para um monstro dessa espécie.

Feministas contra a polícia
Mas, por incrível que pareça, até as feministas – que criticam violentamente a polícia – defendem as visitas íntimas para presos, consideradas uma extensão dos direitos humanos e classificadas como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é como o direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la. O preso não pode ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer solitariamente sua libido. Mas isso não significa que ele tem o direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a visita – e sempre usa – para transmitir recados aos comparsas fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.

O mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida morrer de fome e sede na cadeia é garantir-lhe um direito humano básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas. Hoje, até o criminoso que queima sua vítima viva tem direito a remissão de pena não por dias trabalhados, por horas de estudo e, pasmem, até pela simples leitura de romances na cadeia. Ou seja, o que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade, privilégios civis, que deveriam ser privativos do cidadão que respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua pena.

Hoje, a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das políticas públicas do governo federal, o policial militar se tornou o inimigo público número um, enquanto se concede ao criminoso o monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário, estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção policial”.

A alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um auto de resistência levante suspeitas, a não ser que as autoridades responsáveis pelo controle externo da polícia se omitam. Prova disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da corporação em todo o País. Classificar esse tipo de ocorrência como “resistência seguida de morte” é uma questão de respeito com o policial. É um absurdo que, após uma troca de tiros com assaltantes de bancos armados de fuzil, o policial tenha de descrever a morte de um dos bandidos como “homicídio decorrente de intervenção policial”.

Criminoso é “reeducando”, policial é “homicida”
A sociedade honesta e trabalhadora, que não se acumplicia com bandidos, não pode aceitar essa calúnia legalizada contra a polícia, tachando previamente de “homicida” o policial que mata para proteger a sociedade, cumprindo seu dever constitucional. Se numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que não houve confronto, mas execução, então que o policial seja punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar para proteger vidas. Na prática, é essa a mancha que o policial terá de carregar em sua imagem, caso seja obrigado a registrar a morte de um bandido em confronto como “homicídio”. Isso é ainda mais grave quando se compara o tratamento de “homicida” que querem dar ao policial com o tratamento de “reeducando” que a Justiça dá a latrocidas e estupradores nas cadeias.

Atentem para esta fórmula de inversão dos valores: policial que mata um sequestrador é “homicida”, até que prove o contrário; já o sequestrador que mata o refém vira “reeducando” quando é preso e condenado pela Justiça. Como se pode notar, há uma completa inversão dos valores morais: o policial é culpado até que prove sua inocência; já o bandido é inocente como uma criança de escola (“reeducando”), justamente quando sua culpa foi provada e sentenciada nos tribunais. Esses fatos mostram que os acadêmicos que criticam a Polícia Militar não estão preocupados com a segurança da população honesta e trabalhadora – querem é atacar a sociedade capitalista, como se não fossem justamente os mais pobres os que mais perdem com o enfraquecimento da polícia? Os ricos podem contratar segurança privada. E os pobres? E a classe média? O que será deles sem a polícia?

A grande verdade é que a Polícia Militar não é necessariamente pior do que as demais instituições humanas. Convém relembrar uma máxima do economista Albert Hirschman não aproveitada na tese do tenente-coronel Paes de Souza: “Sob qualquer sistema econômico, social ou político, indivíduos, firmas e organizações, em geral estão sujeitas a falhas de eficiência, racionalidade, legalidade, ética ou outros tipos de comportamento funcional. Não importa quão bem estabelecidas as instituições básicas de uma sociedade; alguns agentes, ao tentarem assumir o comportamento que deles se espera, estão fadados ao fracasso, ainda que por razões acidentais de quaisquer tipos”.

Ou seja, todas as demais instituições indispensáveis à Justiça, como o Judiciário, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Federal e a Polícia Civil, para citar as principais, estão sujeitas a gravíssimas falhas por parte de seus membros. Um juiz que mata um inofensivo e desarmado vigilante de supermercado, como já ocorreu no Brasil, é infinitamente mais criminoso do que um policial desesperado, que, depois de escapar por pouco das balas de um assaltante, resolve terminar de matá-lo ao se dar conta de que ele está ferido. É errada essa atitude do policial? Sem dúvida. Mas é compreensível, tanto que a maioria da população, equivocadamente, a aprova. E a única forma de inibir essa justiça vicária feita com a própria farda é dar ao policial a certeza de que ele pode entregar o bandido aos tribunais, que a sociedade será vingada mesmo assim – sem visitas íntimas, sem saídas temporárias, sem indultos de Natal, sem celulares na prisão, sem regime semiaberto, sem remissão de pena e sem as demais regalias dadas ao criminoso.

É bom lembrar que leis mais duras serviriam inclusive para punir os maus policiais, que também existem, mas, hoje, acabam ingressando no crime organizado ao serem expulsos da corporação. Se os maus elementos de cada instituição humana fossem enforcados nas tripas dos maus elementos das outras, não sobrariam condenados nem tripas. A maldade humana está relativamente bem distribuída em todas as instituições. Por isso, é tolice creditar os problemas da segurança pública à Polícia Militar, como insistem em fazer os acadêmicos e até policiais influenciados por eles. Tortura, corrupção e truculência não são privativas da PM. E a injustiça com a PM é ainda mais grave quando se leva em conta o contexto em que a corporação atua – a miséria moral dos mais ferozes criminosos, que não têm o menor respeito pela vida humana. Por isso, é tolice achar que, desmilitarizando a PM, se resolvem todos os problemas da segurança pública. Mesmo se isso fosse verdade, seria um desatino desmilitarizar a polícia justamente quando os bandidos andam com fuzis nas ruas e transformaram até as cadeias em quartéis crime.

Texto publicado no Jornal Opção e reproduzido no Mídia Sem Máscara e neste blog da Veja.com.

III.



* Ver também: Depreciar, desmerecer, desmilitarizar, de Alvaro Batista Camilo, ex-comandante geral da PM de São Paulo.

Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil

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Matéria do Jornal Opção [abril/2014]:

- Proposta no Congresso muda radicalmente a polícia brasileira

Tags: Capitão Nascimento, criminalidade, crise da PF, desmilitarização, Diogo Fontana, EPA, José Maria e Silva, Lindbergh Farias, PEC 51, PM, polícia, PSOL, PT, Tropa de elite


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21/04/2014 às 23:14 \ Cultura

@Dilmabr é um Traumann para o Brasil



Quem administra a conta de Twitter da presidente Dilma Rousseff é Thomas Traumann, o ministro de Comunicação Social quepressionou o SBT para calar a apresentadora Rachel Sheherazade. Faz sentido: @dilmabr é um Traumann para o Brasil.

Em seu tuíte sobre a morte do escritor e cúmplice da ditadura comunista de Fidel Castro, Gabriel García Márquez, @dilmabr postou a frase da imagem ao lado:

“Dono de um texto encantador, Gabo conduzia o leitor pelas suas Macondos imaginárias como quem apresenta um mundo novo a uma criança.”

Dono de um texto publicitário, Traumann conduz o leitor pela sua Dilma imaginária como quem apresenta uma nova presidente a uma criança.

“Seus personagens singulares e sua América Latina exuberante permanecerão marcados no coração e na memória de seus milhões de leitores“, concluiu.

No coração e na memória de Dilma, os personagens singulares e a América Latina exuberante de García Márquez certamente não ficaram marcados, como a célebre resposta sobre seus livros preferidos comprova. Ou será que se ela falar um pouco sobre a novela, ela lembra o nome de “Cem anos de solidão”, pelo menos? “Uma coisa assim de infância, sabe…”



Quando a presidente Dilma supostamente almoçou com o escritor cubano Leonardo Padura e sua mulher, Lucía, a personagem singular @dilmabr comentou:

“Padura é o autor do livro ‘O Homem que Amava os Cachorros’, um dos melhores romances que li nos últimos tempos.”

Isso mesmo: “um dos melhores romances”. Isso mesmo: “nos últimos tempos”. Imagino o quão difícil é chegar à tal posição na hierarquia rousseffiana, dado o vasto repertório de leituras da presidente, decerto com ampla lista de livros de contos, crônicas, ensaios, teoria política, filosofia etc. Padura não chega a ser o melhor de todos os tempos, é verdade, posição que deve caber ao memorável – como é mesmo? – “As brasas”, mas na lista desses “últimos tempos”, quando Dilma tem aproveitado escândalos como Petrobras, obras da Copa, Mais Médicos, Porto de Cuba etc. para ficar em dia com a literatura, Padura entrou! – sinal evidente de que se trata de coisa assim muito boa. Só faltou esclarecer se “O Homem que Amava os Cachorros” foi a fonte de inspiração para Dilma dizer que o Dia das Crianças “é também o dia dos animais”, afinal “sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás”.

De qualquer modo, @dilmabr – a figura oculta atrás da censura à Sheherazade – recomendou a leitura de seus livros. Quem dispensará a sugestão de um leitor tão seletivo como Thomas Traumann, não é mesmo? #Ficaadica.

Segundo o ministro, Dilma sugere tópicos para a conta e não deixa que ele publique uma letra sem sua aprovação prévia, o que nos faz imaginar Dilma corrigindo qualquer letrinha errada com seu olhar clínico de copidesque.

— O perfil da Dilma é um dos 50 mais populares do Twitter. Ela tem mais seguidores do que a Juliana Paes (2,245 milhões). Isso, para um político, não é trivial. O uso que ela faz das redes é muito bom, se você comparar com o que é feito por outros chefes de Estado. Ela pauta a imprensa. Dá furos e informa sobre assuntos que não interessam à imprensa, como a formatura de uma turma do Pronatec — declarou Traumann ao Globo, elogiando o seu próprio trabalho.

Isso, para um político como ele, é absolutamente trivial.

Os militantes virtuais que compareceram ao “camping digital” – o acampamento promovido pelo PT para adestrá-los com aulinhas de como criar perfis falsos, adotar a linguagem do “meme”, usar Michael Jackson e Valeska Popozuda para atrair públicos variados, e impedir o “estrago” feito pelos “idiotas de direita”, com direito a palestra do “companheiro” Franklin Martins sobre a importância da censura, quer dizer, de aumentar a “regulação de emissoras de TV e rádio” – deverão se espelhar no exemplo de Traumann para fabricar a Dilma desejada, quiçá do tipo que adora “conviver” com os livros e agora lê até e-books, como ela declarou ao Fantástico.

García Márquez morreu, Fidel ainda não, mas o ano eleitoral brasileiro está só no começo.

O Brasil imaginário da propaganda petista vai ficar cada vez mais encantador.

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Artigo relacionado:
- A CENSURA COMO ELA É – Ministro Thomas Traumann pressionou SBT para calar Sheherazade. Reunião foi em Brasília com o “companhêru” Marcelo Parada. Cadê o escândalo na imprensa? Cadê as manchetes nos jornais?
- A verdadeira insanidade
- A tragicomédia de Dilma e Obama

Tags: @dilmabr, Dilma, Gabriel García Márquez, PT, Thomas Traumann, Twitter


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21/04/2014 às 16:43 \ Cultura

Num país em que a PM faz greve e a PF ameaça fazer, toda campanha de desarmamento civil é um convite ao suicídio



Escrevi esta frase-título em 2012 – mas sem falar da PF, na ocasião – e repito agora, dias após a greve da Polícia Militar na Bahia resultar em mais uma onda de assassinatos e saques e os EPAs da Polícia Federal ameaçarem greve durante a Copa.

Seguem alguns trechos e artigos meus sobre o desarmamento, que eu precisava reunir neste blog, até mesmo para linkar quando vier a mencionar o tema de passagem, já que o Brasil se repete.

O governador petista Jaques Wagner – que recebeu os ótimos comentários do ex-Secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Jr. e outros reaças [ver o print abaixo] ao celebrar no Facebook a mudança do nome do Colégio Médici para Colégio Marighella, em referência ao terrorista de extrema esquerda Carlos Marighella, que defendia abertamente execuções sumárias em seu “Minimanual da Guerrilha Urbana” - tem participação especial, é claro.

E, como se vê adiante no item II, fica a pergunta:



Os políticos revolucionários providos de escolta armada vão proibir as vaginas também?

I.

A pontualidade do nosso atraso
Felipe Moura Brasil, 08/04/2011 – publicado no Mídia Sem Máscara

Eu antecipei no Twitter: “Massacre no Rio será usado por militantes do desarmamento. Não se engane! Eles querem só bandidos e psicopatas armados”. Eram 13 horas. Dali a pouco, o ex-policial Rodrigo Pimentel já falava na TV em “retirar armas da rua”. Depois vieram “especialistas”. Jornalistas. Ministro da Justiça. José Sarney. Todo o front do atraso nacional querendo a nossa família tão indefesa quanto as crianças na escola de Realengo.

Como eu sabia? Ora. A única coisa que não se atrasa no Brasil é o atraso. Ele sempre chega na hora. Às vezes, até se adianta. Mas atrasar? Nunca! Um drama comove o país e lá está ele: pontual, previsível, irremediável – com o mesmo kit de ideias retrógradas, argumentos chinfrins e omissões providenciais já tantas vezes desmoralizado em outros lugares e épocas. Dilma Rousseff alegou ainda que o massacre “não é característica nossa”. Nossa característica, eu dizia no artigo anterior, é sermos assassinados aos pouquinhos e espaçadamente, sem reparar na soma total. Matemática não é o nosso forte. Entre 65 países, tiramos o 57º lugar.

Para justificar a eficácia do desarmamento, Pimentel sacou as palavrinhas mágicas da persuasão contemporânea: “Está provado. É científico!”. Nem precisou mostrar o estudo comprobatório, ou explicar por que bandidos e psicopatas “devolveriam” [o certo é "entregariam"] suas armas. Vai ver assistiu aos filmes do Michael Moore e acreditou. Nos Estados Unidos, o que é “científico”, na verdade, é justamente o contrário. Segundo o estudo dos economistas John Lott e Bill Landes, “de 1977 a 1999, os estados que adotaram leis que permitiam o porte livre de armas apresentaram uma queda de 60% nos ataques contra indivíduos e uma queda de 78% nas mortes em consequência de tais ataques”. Os motivos? Tanto o temor de uma reação pode dissuadir um criminoso quanto a presença de alguém armado pode interrompê-lo. E a maioria dos americanos sabe que nem sempre há tempo para esperar pela polícia.

Na imprensa e na internet, o Brasil inteiro comparou a tragédia no Rio às Columbines americanas. Prontamente, os jornais publicaram uma listinha de episódios similares. Mas e quanto aos massacres que não chegaram a acontecer? Ninguém vai publicar? É uma desfeita com os dois estudantes que, em 2002, na Virginia, pegaram suas armas no carro para neutralizar um colega atirador; com o policial de folga, porém armado, que levava sua filha à escola no dia em que um aluno resolveu matar os outros em Santee, em 2001; com o dono de um restaurante em Edinboro, que, em 1998, usou sua arma para render o aluno que matara um professor e ferira mais três; com o diretor que também pegou sua arma no carro para apontar a um estudante homicida em Pearl, em 1997. E por aí vai (sem contar episódios em casas, restaurantes etc.). Em vez de 12 mortos até a chegada da polícia, como em Realengo, cada um desses teve no máximo três. A propósito: três são menos que doze.

Mas, assim como criminosos e psicopatas não seguem leis, esquerdistas dispensam a realidade e criam suas próprias relações de causa e efeito. Se o porte de armas no Brasil dos 26 mortos por 100 mil habitantes fosse tão comum quanto nos Estados Unidos dos 6 mortos por 100 mil, nada garante, de fato, que o massacre teria sido evitado ou interrompido, embora isto fosse, ao menos, possível. O improvável, senão impossível, é que o desarmamento das pessoas de bem tivesse alterado o resultado da tragédia. O único efeito do desarmamento, ao contrário, seria deixar o caminho aberto para as próximas – para Farc, PCC, Comando Vermelho, ADA, atiradores escolares etc. Sem prender bandidos, sem vigiar fronteiras, sem combater o tráfico, sem investir em cadeias e manicômios, o governo já nos trouxe a “pacificação”. Agora, só pede que entreguemos nossas armas.

Um dos avisos mais comuns nos jardins das casas e mansões americanas é o de “Armed response” – o primo sarado do tradicional “Cuidado com o cão”. Aqui, a depender de Rodrigo Pimentel, José Sarney, e do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, você já tem todo o direito de escolher o seu: “Roube sem bater”, “Mate após o café” ou “Estupre devagar, que é mais gostoso”.

II.

O monopólio das vaginas
Felipe Moura Brasil, 11/04/2011 - publicado no Mídia Sem Máscara

Uma mulher de Rio Preto passou veneno na vagina e convidou o marido para o sexo oral. Tonteado com o cheiro da coisa, ele interrompeu o ato a tempo de se dirigir ao hospital mais próximo. O caso logo repercutiu na internet. A polícia investigou a tentativa de homicídio. Eu só tenho uma dúvida: onde estão os desarmamentistas? Não seria o caso de proibir as vaginas?

Em minha imaginação, alguém argumenta que letal mesmo é o veneno. Eu contraponho: o veneno é a munição; a arma é a vagina. Uma arma triplamente perigosa, porque entorpecente, estupefaciente e de fogo. Antes que seja tarde demais, convém ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, promover o primeiro referendo vaginal brasileiro. Está provado. É científico. O porte legal de vagina aumenta a criminalidade.

É hora de pôr em prática as palavras do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux:

“Não [se] entra na casa das pessoas para ver se tem dengue? Tem que ter uma maneira de entrar na casa das pessoas para desarmar a população”. Tem que ter. Caso contrário, as armas pularão da gaveta e sairão atirando; ou pularão na cama e sairão envenenando; ou transmitirão doenças pelo ar. Há uma epidemia de armas legais sob o nosso nariz. O Brasil só estará seguro quando homens e mulheres de bem entregarem suas pistolas e vaginas.

O governo Dilma sabe disso. Se antes o PT não dava a menor pelota para as fronteiras, agora menos ainda. O corte no orçamento da Polícia Federal para 2011 já reduziu o efetivo desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. Faltam recursos para diárias de delegados e agentes, manutenção de carros, compra de combustíveis e coletes à prova de bala. Delegacias operam com menos da metade do pessoal, postos pararam de funcionar, blitzes foram suspensas, patrulhas retiradas. O oxi, um derivado da cocaína mais nocivo que o crack, veio da Bolívia e do Peru, arruinou jovens e crianças no Acre e se espalhou pelo país. Com ou sem armas e drogas, os bandidos e terroristas são cada vez mais bem-vindos: “Sorria, você está no Brasil”. A única fronteira preocupante para o PT é a do nosso armário, contra o qual basta um referendinho de R$ 300 milhões. Ou dois. Ou três. Ou dez. Até o povo consentir: “Você quer trocar a sua legítima defesa por um cacho de bananas?” Siiiiiiiiiim!

Não basta, porém, facilitar a tarefa de invasores. É preciso premiá-los, como se faz na Bahia. Em 2009, o governador petista Jaques Wagner gastou R$ 161,3 mil em aluguel de ônibus para levar os sem-terra de volta ao interior após uma invasão de prédio superanimada. Em 2010, instalou quatro banheiros químicos, um tanque d’água e um barracão como “apoio logístico” para outro protesto. Agora, para comemorar o circuito de 40 fazendas invadidas, fornece 600 quilos de carne por dia, verduras, 32 banheiros químicos, dois chuveiros improvisados e toldos. A infraestrutura do trio “Abril Vermelho” aumenta a cada ano. Só faltam os camarotes com Open Bar, o Asa de Águia e o Chiclete com Banana.

A micareta nacional do PT distribui dois tipos de abadás: o dos bandidos sem causa, que podem entrar e brincar à vontade; e o dos bandidos com causa, que têm direito a banho e bufê de carne de sol. Que cidadãos armados sejam um risco para essa folia social, é evidente. Que a proibição da maconha limite a participação de jovens e crianças, também. O líder do partido na Câmara, Paulo Teixeira (SP), se dirige diretamente a esse público quando defende a liberação do plantio de maconha, dizendo que droga mesmo é um lanche do McDonald’s. O líder do Senado, Humberto Costa (PE), e do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), além do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apoiam a discussão. A campanha “Troque o seu Big Mac por um baseado” está lançada. Ainda chegaremos ao dia do referendo “dois em um”.

Camuflar a própria incompetência no combate à criminalidade, ou mesmo fomentá-la para depois culpar os homens de bem pela tragédia, é a receita básica para deixar uma sociedade doidona, de pernas abertas (mas sem veneno) para os seus governantes. Daí a tornar legal o ilegal, e ilegal o legal, é só uma questão burocrática. O petismo está adiantado. A imprensa dá cobertura. A oposição nunca foi capaz de sentir o cheiro da coisa a tempo de interromper o ato. Intelectual, moral e – sobretudo – politicamente, o Brasil se desarmou até os dentes, aumentando o coro do consentimento. Com um tantinho de persistência e uns R$ 300 milhões aqui e ali, é possível que a resposta da população não tarde:

- Você quer trocar o monopólio da sua vagina por um membro do MST?

- Siiiiiiiiiim!

III.

[Trecho de um artigo meu de fevereiro de 2012:]

(…) Reinaldo Azevedo já mostrou que Jaques Wagner estimulava a farra da PM quando era da oposição em 1991/92 (hoje, chama os grevistas de “bandidos”). Mas isto não é apenas o retrato do modo petista de fazer política, apoiando tudo que denigra a imagem de um governo adversário. Isto é o feitiço agindo contra o feiticeiro de rabo preso.

Entre todos os freios morais que o PT removeu de vez do ambiente cultural brasileiro, um dos mais graves foi aquele que impediria a polícia de deixar a população a mercê da bandidagem, mesmo em caso de reivindicação por melhores salários. E o partido – imagine! – ainda quer o desarmamento civil…

Os policiais militares que hoje praticam abertamente o terrorismo estadual - em nome do bem, claro… – tiveram ótimos professores de motim: Jaques Wagner, José Dirceu, Lula, toda a ala de micareteiros da moralidade nacional, sempre protegida pela imprensa cordeira (com duplo sentido, para quem entende de folia baiana). (…)

Num país em que a PM faz greve, toda campanha de desarmamento civil é um convite ao suicídio.

IV.

[Trecho de um dos meus artigos sobre a pesquisa fajuta do IPEA, em março de 2014:]

(…) No ambiente cultural brasileiro, na verdade, o que existe há décadas é a legitimação moral que a esquerda faz da criminalidade em função da pobreza e das desigualdades sociais, sem falar na proteção legal que ela concede aos criminosos, inclusive aos estupradores! O resto é pura tentativa de transferir essa cumplicidade para a população de bem do país, induzindo e distorcendo suas opiniões sobre os culpados de estupro; e desviar a atenção da criminalidade que o PT sempre fomentou e da segurança que nunca ofereceu [veja os índices dos estados governados por petistas] para o suposto “machismo” onipresente, como se ele fosse a causa da existência de estupradores. É a velha tática esquerdista de culpar a “sociedade”, repetida por um bando de ativistas histéricos.

Isto sem falar na patetice das campanhas de desarmamento, “A guerra contínua da esquerda contra as mulheres“, como já escreveu a colunista americana Ann Coulter: “Uma arma na mão de uma mulher maltratada muda a dinâmica do poder (…). A grande maioria dos estupradores, por exemplo, não se dá ao trabalho de utilizar uma arma porque, conforme destacou o famoso criminalista Gary Kleck, eles costumam ter ‘uma grande vantagem de poder sobre a vítima’, tornando o uso da arma redundante.” Mulheres em geral são mais fracas fisicamente que os homens e, se lutassem pelo direito ao porte legal de arma, fariam muito mais em seu favor do que acusar os não estupradores de machismo. A taxa de estupros em Orlando, por exemplo, caiu 88% quando elas aprenderam a usar armas em cursos promovidos pela mídia, segundo o estudo de Kleck “Crime Control Through the Private Use of Armed Force” (February 1988, p. 13). (…)

****

PS: Ver também os três artigos consecutivos sobre o embuste do desarmamento (p. 574-582) no fim da seção “Obama” do livro best seller de Olavo de Carvalho, idealizado e organizado por mim, “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota“. Trecho fundamental, em tom de deboche:

(…) [O] número total de homicídios naquele país [os EUA] vem caindo despudoradamente nas últimas três décadas, passando de 9,8 por cem mil habitantes em 1981 para menos da metade (4,7) em 2011, malgrado o aumento prodigioso do número de armas legais em posse da população civil.

No nosso país, ao contrário, com um controle de armas cada vez mais severo, a proibição total de brinquedos em forma de armas e as sucessivas campanhas de entregas voluntárias de revólveres, pistolas, rifles e espingardas ao governo, o número de homicídios duplicou no mesmo período, chegando a uns 36 por cem mil habitantes em 2010. Oh, mundo injusto!

Ainda assim, continuam existindo na república americana mentes lúcidas e corajosas, como a do presidente Barack Hussein Obama, que prometem eliminar, mediante a proibição das armas, os oito mil homicídios anuais que ali se verificam. É verdade que, no mesmo período de um ano, segundo as estatísticas oficiais, quatrocentos mil cidadãos e cidadãs dos EUA salvam suas vidas reagindo a bala contra serial killers, assaltantes, estupradores etc. Desgraçadamente as almas de pedra dos reacionários e sócios da National Rifle Association ainda se recusam a entender que para impedir oito mil assassinatos vale a pena fomentar outros 392 mil.

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Tags: Carlos Marighella, desarmamento, Dilma, EPA, greve da PM, Jaques Wagner, Michael Moore, Obama,PF, PT, Romeu Tuma Jr.


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20/04/2014 às 17:31 \ Cultura

Esquerdistas, conservadores e idiotas úteis



Notinhas da semana [e uma de 9 de abril], que deram o que falar no Facebook. Feliz Páscoa.

I.

Há um prato com arroz, feijão, carne, mandioca, farofa, torresmo, laranja, couve e… cocô.

O esquerdista diz: é feijoada!

O conservador diz: é feijoada com cocô!

O esquerdista diz: feijoafóbico!

O conservador diz: analfabeto!

E o idiota útil na plateia: não sei não, é um assunto muito polêmico…



II.

Morreu o comunista de maior vocabulário entre todos os comunistas do mundo, o que só tornava ainda mais imoral o seu apoio ao comunismo.

Se juntar o vocabulário de todos os comunistas do Brasil, não se chegará ao número de palavras existentes em um só capítulo de Garcia Márquez.

Mas há uma solução: contar cada “k” dos “kkkkkkkkkkkks” dos militantes.



III.

O problema são as doações ilegais para campanhas eleitorais. Solução: proíbem as doações legais. O problema são as armas ilegais nas mãos dos bandidos. Solução: proíbem as armas legais nas mãos da população civil.

E assim vamos, no país das soluções agravantes. A canalhada mete no seu rabo e propõe que você ate as suas mãos e ainda dê uma reboladinha.



IV. [Do dia 9 de abril:]

Eu estou desde cedo pensando: que saco ter de falar as coisas mais óbvias do mundo! Primeiro, um sujeito esfaqueia 20 pessoas nos EUA – a esquerda vai proibir as facas também? Segundo, ele vai ser julgado como adulto – ah, se no Brasil fosse assim! Terceiro, menor rouba cordão de entrevistada do RJTV em frente à câmera – não há limites para osinimputáveis de Marcelo Freixo!, nunca foi tão fácil ser assaltado no Rio!

Quarto, quinto, sexto… Todo dia é isso. A gente tem de repetir as mesmas obviedades para um bando de bocós que ainda acredita em esquerdista.



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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905