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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com



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Reinaldo Azevedo

Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



30/04/2014 às 22:17

Dilma na TV: “Lupus pilum mutat, non mentem”



Dilma fez nesta quarta o seu pronunciamento de Primeiro de Maio, tentando atingir o maior público possível, ainda antes do feriado prolongado. Pergunta óbvia: ela foi bem? Eu acho que não! “Ah, você não vale porque é um crítico da presidente Dilma…” Então tá.

Começo pelos mistérios da imagem. Televisão — ou vídeo — é um troço meio perverso. É claro que todas as providências foram tomadas para que ela parecesse e aparecesse bem e altaneira. Mas não pareceu nem apareceu. Não me perguntem exatamente o quê — depois passo o vídeo para o meu amigo Gerald Thomas avaliar, um especialista também na linguagem não-verbal. O fato é que transmitia a impressão de cansaço. Mostrou-se algo desenxabida e meio brava. A coisa vinha do fundo dos olhos, reforçada por um discurso meio infeliz.

“Lupus pilum mutat, non mentem”. Era uma frase popular já entre os latinos. O lobo muda de pelo, mas não de caráter, de personalidade, de mentalidade. Essa é uma versão mais comum entre os ingleses. Em português, ganhou uma tradução que acho excelente: “O lobo muda de pelo, mas não de vício”. Pois é… Todos os pronunciamentos oficiais de Dilma Rousseff são eleitoreiros — ou alguém se esqueceu do pré-anúncio da redução da tarifa de energia elétrica em 2012, coisa que só aconteceria no ano seguinte, em 2013, com os resultados desastrosos de todos conhecidos. Ocorre que Dilma, naquele tempo, navegava lá nas alturas. A expectativa era de que a eleição seria um passeio; um mero ritual homologatório. Logo, tudo era festa.

João Santana cometeu a imprudência de não mudar o tom, mas de manter o conteúdo ufanista. O que quero dizer com isso? O pronunciamento continuou a ser eleitoreiro, mas num momento em que, sabidamente, a presidente não vai bem. Resultado: o discurso soou defensivo e cheio de desculpas.

Dilma disse inconveniências e, mais do que isso, ilegalidades como: “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros”. Ora, é evidente que ela não está se referindo ao período que separa maio de dezembro. Refere-se à reeleição. Como o feriado do Dia do Trabalho também pertence a quem não votou nem votará nela; como o feriado do Dia do Trabalho pertence também a quem reprova o governo; como o feriado do Dia do Trabalho também é da oposição, é evidente que isso caracteriza campanha eleitoral antecipada.

O discurso teve o seu melhor pior momento quando a presidente afirmou: “Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem ‘o quanto pior, melhor’. Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira.”

Vamos lá. A inflação, no momento, está estourando o teto da meta. Então está sob o controle, mas no alto. Apontar os descaminhos nessa área é uma obrigação intelectual, não uma aposta “no quanto pior, melhor”. Reduzir as críticas da oposição a essa antítese boçal é desrespeitar a democracia — como se já não fosse agressão o bastante usar a rede nacional para fazer campanha. Quanto ao compromisso dos últimos 11 anos, só não naufragamos na hiperinflação porque o PT foi derrotado na sua luta contra o Real e depois nas eleições de 1994 e 1998. O partido recorreu ao Supremo contra o plano de estabilização.

Mas fazer o quê? A exemplo dos lobos, eles não sabem ser de outro jeito, não é? Podem mudar de aparência, mas não de vício, não de caráter. Antigamente, Dilma dizia essas coisas e tinha pela frente uma esmagadora maioria que apostava na continuidade. Hoje, dizem as pesquisas, a maioria aposta é em mudança. E boa parte quer mudar também de presidente. Por isso Dilma fez um discurso agressivo, eleitoreiro, na defensiva e passou a imagem de quem está um pouco cansada.

Muitos brasileiros também estão.

Pois é…

Dilma anunciou a correção de 10% no Bolsa Família. Tá. Quem já votava nela por isso não poderá votar de novo; quem não votava mesmo já recebendo o benefício não o fará por causa dos 10%. Quem acha que Bolsa Família é caça-votos acaba ficando meio irritado. E quem já é petista faça chuva ou faça sol não precisa disso.

A presidente também anunciou a correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5%. Pois é… Podem apostar: haverá muita gente brava por ela ter feito isso logo depois do fim do prazo da entrega dos dados à Receita… Medidas como essas correm o risco de ser contraproducentes.



Por Reinaldo Azevedo

Tags: Governo Dilma, pronunciamento oficial


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30/04/2014 às 22:10

Acuada, candidata Dilma parte para o ataque



Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
Esta foi a quarta-feira em que a candidata Dilma Rousseff partiu para o ataque. Depois de começar o dia afirmando que “tocará em frente” sua campanha à reeleição mesmo se aliados desistirem de apoiá-la, Dilma usou a cadeia nacional de rádio e televisão para fazer um discurso em tom eleitoral, abordando pelo menos doze temas, numa mistura de anúncios de medidas, prestação de contas e ataque – sem citar nomes — “àqueles que defendem o quanto pior, melhor”, numa retomada da retórica palanqueira do “nós contra eles” ensaiada em pronunciamentos anteriores.

O pronunciamento, cujo pretexto era o Dia do Trabalho, foi feito num momento em que Dilma enfrenta a pior crise do seu governo, às voltas com a abertura de uma CPI no Congresso Nacional para investigar a Petrobras. Em sua fala, ela acusou — sempre sem dizer a quem estava se referindo — de “utilizar problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem” da estatal petroleira.

“Não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas”, disse, exortando o trabalho de órgãos de fiscalização do governo e da Polícia Federal. “O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência.”

O discurso no rádio e na TV também foi redigido para tentar responder às pesquisas de intenções de voto e avaliação do seu governo, sucessivamente em queda livre. Uma das constatações das sondagens dos institutos de pesquisas é que o brasileiro afirma que buscará mudança nas urnas neste ano. “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros”, disse. “Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.”

Dilma também fez dois anúncios: disse que assinou uma Medida Provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda – coincidentemente, hoje é o último dia para o contribuinte entregar sua declaração à Receita Federal – e reajustará em 10% o valor do Bolsa Família.

Inflação
“Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem ‘o quanto pior, melhor’. Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira.”
Não é bem assim
De fato, entre 2003 e 2014, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está, em média, abaixo do que foi apurado nos onze anos imediatamente anteriores — afinal, o Plano Real e seus pilares foram implementados a partir de 1994, período em que a inflação ultrapassava 1 000% ao ano. Eliminar uma doença econômica que afligiu o país durante décadas consumiu anos da administração de Fernando Henrique Cardoso. Com a chegada do governo Lula e a manutenção da política fiscal desenhada pelo time de FHC, o IPCA conseguiu se manter, durante três anos, abaixo do centro da meta de 4,5% ao ano. Contudo, desde a chegada de Dilma ao Planalto, o índice se manteve mais próximo do teto da meta, de 6,5%, passando a mensagem ao mercado de que os 4,5% deixaram de ser o porcentual perseguido pela equipe econômica. Em 2014, economistas consultados pelo Banco Central já preveem que o IPCA terminará acima da meta. Para tentar frear a disparada dos preços, o governo Dilma lançou mão de expedientes nada ortodoxos, proibindo o aumento do preço da gasolina e forçando a redução do preço da energia. O preço pago pelo país é caro e a Petrobras é o maior exemplo disso: a estatal passa por situação financeira delicada, com endividamento acima de 200 milhões de reais.

Contas públicas
“Meu governo também será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas.”
Não é bem assim
A presidente não só fez uma afirmação incorreta, como também ignorou todas as consequências decorrentes justamente do aumento da gastança pública. Exemplo disso é o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. A agência relatou a deterioração fiscal como fator preponderante para o rebaixamento. O resultado primário divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira resume bem a situação: a economia do governo para pagar os juros da dívida em março deste ano é a mais baixa desde junho de 2009 — período em que o mundo assimilava o impacto de uma crise financeira sem precedentes. Hoje, não há a desculpa da crise. Mas os indicadores estão convergindo cada vez mais para os parâmetros daquele ano, quando a economia brasileira teve contração de 0,6%. No acumulado de 2013, o Brasil teve o pior superávit primário dos últimos 12 anos.

Mobilidade urbana
“O pacto pela mobilidade urbana está investindo 143 bilhões de reais, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos. Com isso, estamos melhorando o sistema viário e o transporte coletivo público nas cidades brasileiras.”
Não é bem assim
A presidente exaltou o total de investimento do seu governo, porém, a rubrica específica de mobilidade urbana do PAC 2 aponta que somente 2% das 253 obras previstas saíram do papel.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Dilma, eleição 2014


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30/04/2014 às 16:53

Petistas ficarão felizes com prisão de Genoino; o partido, ultimamente, só tem vilões; faltam os “heróis”



O ministro Joaquim Barbosa — na verdade, foi uma instituição chamada STF — determinou a suspensão da prisão domiciliar de José Genoino e a sua volta para o regime semiaberto da Papuda. Como se trata, então, do semiaberto, logo ele poderá arrumar um emprego — poderia ser auxiliar de Delúbio Soares na CUT, por exemplo — e deixar a cadeia para trabalhar.

Vai haver uma chiadeira danada entre os petistas, que decidiram que Genoino é seu mártir oficial. A Justiça tem de tomar decisões com base em laudos técnicos. Não tem de ceder ao alarido e à pressão das ruas. Sucessivos exames médicos demonstraram que a patologia cardíaca do ex-deputado não é incompatível com a sua presença na Papuda. De resto, insisto: em breve, ele estará apenas dormindo na cadeia.

Torço para que Genoino tenha vida longa. Também conversei com especialistas. São unânimes em dizer que o risco de ele ter um evento cardíaco fatal é o mesmo da larguíssima maioria das pessoas. Logo…

Nada disso, no entanto, vai conter a turba. No fim das contas, há quem esteja feliz entre os petistas. Ultimamente, o PT anda com falta de heróis. Sobram é vilões por lá.Por Reinaldo Azevedo

Tags: José Genoino, PT


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30/04/2014 às 16:45

STF manda Genoino voltar para Papuda



Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Volto no próximo post.
Quase seis meses depois de autorizar o ex-presidente do PT José Genoino a cumprir pena temporariamente em casa, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou nesta quarta-feira que ele volte para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Condenado a quatro anos e oito meses de prisão no julgamento do mensalão, ele tem prazo de 24 horas para se apresentar após ser notificado oficialmente da decisão judicial. A defesa do petista disse que foi surpreendida pela notícia e que ele cumprirá a decisão. Genoino deverá ser novamente encaminhado para o Centro de Internamento e Reeducação, onde cumpre pena o ex-ministro José Dirceu.

Desde novembro, quando se entregou à Polícia Federal com os demais mensaleiros condenados para começar a cumprir pena, Genoino pleiteia a prisão domiciliar definitiva. Ele chegou a ser levado para a Papuda, mas passou mal e conseguiu aval de Barbosa para cumprir pena provisoriamente em casa até a conclusão das perícias médicas. Genoino alega que possui problemas cardíacos e necessita de cuidados especiais, embora sucessivos laudos médicos elaborados por cardiologistas tenham atestado que sua cardiopatia não é grave. O mais recente foi anexado ao processo do mensalão na última segunda-feira e aponta que o petista apresenta “quadro clínico plenamente estabilizado”. A recente avaliação médica, assinada por quatro médicos do Hospital Universitário de Brasília.

“Como anteriormente, Genoino encontrava-se em pleno gozo de suas faculdades mentais, que se mostraram normais, exceto por certo grau de ansiedade, em ótimo aspecto físico, deambulando normalmente sem restrições e em boas condições clínicas aparentes. Não apresenta qualquer queixa clínica”, diz o laudo. Sobre a necessidade de cumprir prisão domiciliar, o laudo médico é assertivo: “Em bases estritamente objetivas e definitivas, não se expressa no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando o acompanhamento e tratamento do paciente em apreço”.

Genoino foi submetido a uma cirurgia cardíaca em julho do ano passado para a correção de um rompimento da artéria aorta. De acordo com os médicos que agora avaliaram o petista, o procedimento cirúrgico foi um “sucesso”.Por Reinaldo Azevedo

Tags: José Genoino, Mensalão


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30/04/2014 às 16:39

Ainda que se confirme hipótese de passaportes falsos, lei contra o terror é necessária



O Itamaraty afirma que a possível presença de brasileiros entre os terroristas da Al Qaeda mortos no Iêmen pode se explicar em razão de passaportes falsos. Vale dizer: seriam falsos brasileiros (leiam post abaixo). Vamos ver.

Isso não muda uma vírgula — ao contrário: só reforça — a necessidade de o país ter uma lei antiterror, conforme escrevi nesta manhã. Tanto mais necessária se torna a lei se existe uma indústria de falsificação de passaportes brasileiros.

Ainda que a hipótese do Itamaraty se confirme, isso não nega as evidências de que o terrorismo islâmico já opera em nosso território. Não é matéria de opinião, mas de fato.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: lei antiterrorismo, terrorismo


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30/04/2014 às 16:25

Itamaraty diz que passaportes falsos podem explicar terroristas brasileiros no Iêmen



Por Diego Braga Norte, na VEJA.com. Volto no próximo post.
O uso de passaportes falsos é uma das principais suspeitas para a existência de brasileiros entre os terroristas da Al Qaeda mortos no Iêmen. Ontem, o governo do Iêmen comunicou que seu Exército havia atacado uma célula da Al Qaeda que atua no país. A ação resultou na morte de quinze soldados e doze membros da rede terrorista. Segundo o presidente Abdu Rabo Mansur Hadi, entre os terroristas mortos há um ou mais jihadistas brasileiros, além de franceses, holandeses, alemães e árabes.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério das Relações Exteriores informou ao site de VEJA que até agora não foi notificado sobre o caso e que ainda não dispõe de nenhuma informação concreta. O uso de passaportes falsos não foi confirmado, mas a assessoria informou que esta é uma das hipóteses possíveis. O embaixador brasileiro na Arábia Saudita, Flávio Marega, entrou em contato com a chancelaria do Iêmen para solicitar informações sobre os supostos brasileiros.

Por não ter uma representação diplomática no Iêmen, o Ministério das Relações Exteriores vai deslocar um funcionário locado em Riad para acompanhar o caso. Ainda segundo a assessoria, o Brasil está em contato com os demais países citados no episódio – França, Holanda, Alemanha e Arábia Saudita. O objetivo é a troca de informações sobre os terroristas mortos.

Os modelos antigos do passaporte brasileiro – com a capa verde – eram considerados documentos fáceis de falsificar e, com isso, eram visados no mercado negro internacional. O modelo novo – com a capa azul – é mais moderno e conta com registros biométricos e outros itens de segurança similares aos existentes em cédulas, como marcas d’água e outros detalhes difíceis de serem forjados. Mesmo assim, nenhum documento está 100% imune às falsificações.

Se a nacionalidade dos terroristas for confirmada, será o primeiro caso da existência de jihadistas brasileiros. A Polícia Federal sempre negou a existência de células terroristas no país. Em 2009, um cidadão libanês foi preso em São Paulo e, na época, a PF confirmou que ele tinha ligações com a Al Qaeda. Identificado apenas como ‘Senhor K.’, o libanês foi detido por fazer propaganda de ideias antissemitas.

Ataques
Os terroristas foram mortos em uma emboscada armada pelos combatentes da Al Qaeda durante a ofensiva do Exército contra a organização. Insurgentes atacaram um comboio militar perto da cidade de Azzan, no centro-sul do país, e o confronto resultou na morte de quinze militares e doze terroristas, segundo o governo. Outros três soldados morreram e sete ficaram feridos em outra emboscada contra um comboio de sete veículos militares perto de Lahmar, uma localidade da província de Abyan. De acordo com o presidente Hadi, o número de insurgentes mortos na ofensiva pode chegar a trinta.Por Reinaldo Azevedo

Tags: terrorismo


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30/04/2014 às 14:34

Graça, presidente da Petrobras, tenta a saída quântica. Acho que não dá…



O escândalo da Petrobras “pegou”, como sabem os institutos de pesquisa. Boa parte da população — que, em ano de disputa, costuma ser chamado de eleitorado — entendeu o que se passou por lá. E, não custa lembrar, com uma ajudinha da presidente da República, que se disse ludibriada por um diretor da estatal. Graça Foster, em nova audiência no Congresso (leia post), voltou a falar da compra da refinaria de Pasadena. Mudou um pouco o tom: repetiu que, à época, a compra poderia ser um bom negócio, o que não se verificou depois. E afirmou, sem dizer por quais caminhos, que o prejuízo pode ser revertido. Pode? No ano passado, ela tentou vender a refinaria. O mercado oferecia US$ 118 milhões por aquilo que a Petrobras pagara mais de US$ 1,3 bilhão.

O que determina essa mudança de tom é a proximidade da CPI. Como é que o governo pode se defender se todos, inclusive esse mesmo governo, sustentam tratar-se de um mau negócio? Mas se defender como? Graça, se vocês observarem bem, está tentando uma saída, digamos, quântica, o universo das coisas que são e que não são ao mesmo tempo.

Ora, se ela diz que, à época, a compra se mostrava um bom negócio, então Nestor Cerveró tem certa razão ao dizer que as cláusulas “Put Option” e “Marlim” eram irrelevantes. Entendo que, ainda que o conselho tivesse consciência da sua existência, teria dito “sim” ao negócio, já que afinado com o plano estratégico, como ela diz.

Acontece que a presidente da Petrobras precisa, ao mesmo tempo, sustentar a fala da presidente Dilma, que deixou claro ter sido, vamos dizer, enganada por Cerveró. E aí Graça sustenta que as tais cláusulas deveriam, sim, ter sido explicitadas ao conselho. Pergunto: e se tivessem sido? O negócio não teria sido realizado? Num julgamento puramente lógico, convenham, Cerveró então fez um bem a Dilma Rousseff: ela tem hoje, ao menos, a desculpa de que decidiu sem ter todas as informações.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Graça Foster, Petrobras


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30/04/2014 às 14:20

Graça diz que prejuízo com Pasadena pode ser revertido



Por Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto no próximo post.
Em nova audiência no Congresso Nacional, a presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou a admitir nesta quarta-feira que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não foi um bom negócio para a petroleira brasileira, mas defendeu que o prejuízo acarretado pela transação poderá ser revertido. ”Naquele momento [de 2006 a 2008], o que a Petrobras fez foi um projeto muito razoável para o momento econômico. Foi um projeto potencialmente bom, porque havia potencial de ganho por tudo que foi desenhado naquele momento. No conjunto, se olharmos agora toda essa situação que aconteceu em Pasadena, definitivamente não foi um bom negócio no conjunto das análises”, afirmou ela em audiência na Câmara dos Deputados. “Não foi um bom negócio, mas na época era potencialmente bom”, resumiu.

Graça Foster, porém, disse que a Petrobras poderá reverter “total ou parcialmente” o prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares “com a melhora nas margens de refino, o aumento no consumo de derivados [o que depende do mercado dos Estados Unidos] e novos projetos de investimento”. Há duas semanas, ela havia dito em audiência no Senado que a compra da refinaria “tornou-se um projeto de baixa probabilidade de retorno”, embora fosse “um bom projeto no início”.

Para Graça, o plano estratégico da petroleira, em 1999, previa a expansão do parque de refino no exterior e, em uma fase anterior à crise econômica mundial, a compra de Pasadena permitiria que a Petrobras passasse a agregar valor à produção de óleo pesado pela estatal brasileira. “A orientação, em 1999, e a confirmação da estratégia da Petrobras, em 2004, era que devíamos expandir a produção para fora do Brasil”, disse Foster. Atualmente o portfólio de refino no exterior da Petrobras, incluindo a refinaria de Pasadena, totaliza 230.000 barris por dia.

Aos deputados, Graça Foster voltou a rebater o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Segundo ela, as cláusulas Marlim e Put Option, usadas na compra de Pasadena, eram “de grande relevância” para a consolidação do negócio. Cerveró foi o funcionário apontado pela presidente Dilma Rousseff como responsável pelo “parecer falho” que levou o Conselho de Administração da petroleira a avalizar a compra da refinaria. Em seu depoimento à Câmara, Cerveró disse que as duas cláusulas não era importantes.

No resumo executivo redigido por Cerveró, não havia referência a essas ressalvas. A Marlim previa à empresa belga Astra Oil uma lucratividade de 6,9% ao ano independentemente das condições de mercado, enquanto a Put Option obrigava a empresa brasileira a comprar a outra metade da refinaria caso os dois grupos se desentendessem.

“No resumo executivo e na apresentação feita pela Área Internacional ao Conselho de Administração não constavam as duas cláusulas que imputamos de grande relevância: a Put Option, que promove a saída do parceiro, e a Marlim, que garante rentabilidade. A Put Option, ainda que bastante comum, é de absoluta relevância porque precifica a saída pelo outro”, afirmou Foster.Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Graça Foster, Petrobras


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30/04/2014 às 14:15

Pessoas dentro da farda. Ou: Enterros sem artistas da Globo



Ruy Castro escreveu na Folha de hoje uma coluna que eu gostaria de ter escrito, a despeito das minhas divergências com aspectos da política de segurança pública do Rio. Leiam.
*
A 13 de março último, o aspirante a oficial da PM, Leidson Alves, 27 anos, foi morto com um tiro na cabeça por traficantes durante um patrulhamento no morro do Alemão. Foi o 19º PM morto neste ano no Rio, sendo 13 em emboscadas parecidas –alguns quando estavam de folga. A 7 de abril, ao voltar para casa, outro PM, Lucas Barreto, 23, foi capturado em São Gonçalo e levado para uma favela. Deram-lhe oito tiros, a maioria nas pernas, e o jogaram num matagal.

Desde então, não sei a quantas anda a estatística de PMs cariocas mortos ou feridos –não em combate, como de praxe no ofício, mas pelas costas, à traição. Nem sempre os jornais registram que o policial assassinado era jovem, recém-casado, filho exemplar ou pai de filhos. Artistas da Globo não vão a seus enterros. Não se sabe de missas por suas almas e, na verdade, ninguém está interessado. É como se não houvesse uma pessoa dentro da farda.

Nas últimas “manifestações” no Rio, elementos brandiram cartazes dizendo “Fora UPP” e “UPP assassina”. É fácil protestar contra as Unidades de Polícia Pacificadora. Quando um policial comete um excesso ou mata alguém, pode enfrentar processo, ser expulso da polícia ou ir preso. Mas ainda não se viu nenhum cartaz dizendo “Fora traficantes”. E, no entanto, contra a violência destes, não há recurso –a comunidade tem de aceitar calada os tapas na cara, o estupro de suas filhas e as execuções sumárias de quem eles considerem suspeitos.

É difícil acreditar que essa hostilidade à polícia parta de gente de bem nas comunidades. Os números mostram que, com as UPPs, as mortes diminuíram, os serviços aumentaram e sua economia cresceu.

Tais dados são lesivos, isto, sim, aos traficantes, às milícias, aos que vivem das migalhas do crime e a políticos que, para sobreviver, precisam que as UPPs fracassem.Por Reinaldo Azevedo

Tags: narcotráfico, Rio, violência


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30/04/2014 às 14:02

Dilma está falando é com o PT. Ou: Será que a presidenta inteligenta leu Marx ou Santo Tomás de Aquino?



Pois é… A presidente Dilma Rousseff afirmou na Bahia, vejam post abaixo, que será candidata com ou sem apoio dos aliados. E resolveu dar uma filosofada, que é sempre a hora que mais temo, em que meu coração verdadeiramente dispara, e meu cérebro entra em ebulição porque sei que virá algo grande. Referindo-se a membros da base aliada que não a querem candidata, afirmou: “Sempre, por trás de todas as coisas, existem outras explicações”.

Pô, que presidenta inteligenta! Talvez esteja citando Karl Marx — consta que ela até deu aulas sobre marxismo na juventude; Jesus! —, segundo quem, se a aparência das coisas coincidisse com a essência, a ciência seria inútil. Mas vejam aonde isso nos leva, e posso imaginar os tumultos de pensamento da governanta. O raciocínio em busca das causas não tem fim. Ou tem: Dilma deve ter chegado a Santo Tomás de Aquino e a uma das provas da existência de Deus, que é, como definiu o grande pensador, a causa não causada das causas.

Mas pode ser também que não estivesse pensando em imanências e só na forma como o governo costuma alimentar a base aliada: com cargos, não é mesmo? Ou seja: por trás de todo apoio, sempre há dinheiro público. Isso não é nem Marx nem Santo Tomás. É só o jeito de o PT governar.

Agora vamos pensar no conteúdo político da fala, para além da filosofada presidencial. Ao afirmar que será candidata com ou sem o apoio da base aliada, Dilma não está enviando um recado aos outros partidos, não, mas aos petistas mesmo! Está é falando com a turma da sua legenda que está engajada no chamado “Volta, Lula!”.

É evidente que, ao fazê-lo, emite um sinal óbvio de fragilidade. Ninguém faz uma afirmação nesse tom, com sotaque entre o heroico e o sacrificial, se está bem na fita, não é?, se está forte, seguro, certo da vitória. Até porque isso faria dela uma candidata invulnerável — e certamente não haveria risco de deserções, como há agora.

Que fique claro: a presidente tem se ressentido é da falta de entusiasmo dos próprios petistas, o que levou Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, nesta terça, a usar uma entrevista para convocar os próprios companheiros a fazer a defesa de Dilma. A coisa está feia. Quem diz que será candidata com ou sem o apoio da base aliada não será candidata sem o apoio da base aliada. E ponto!Por Reinaldo Azevedo

Tags: Dilma, Eleições 2014


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30/04/2014 às 11:22

Dilma diz que será candidata com ou sem apoio dos partidos aliados



Na VEJA.com:

Constrangida por aliados que já defendem abertamente o “Volta, Lula” e índices de aprovação de governo derretendo, a presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã desta quarta-feira que será candidata com ou sem o apoio dos partidos que integram sua base no Congresso Nacional.

“Gostaria muito que, quando for candidata, eu tivesse o apoio da minha base, da minha própria base. Agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar em frente”, disse, em entrevista a rádios da Bahia. Na sequência, ela emendou uma frase enigmática e encerrou o assunto: “Sempre, por trás de todas as coisas, existem outras explicações.”

As declarações mostram uma mudança no tom adotado pela presidente, que havia minimizado um manifesto lançado por deputados do PR pedindo a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Isso não me pega”, disse Dilma em jantar com jornalistas esportivos no Palácio do Alvorada, na noite de segunda-feira. “Ninguém vai me separar do Lula nem ele vai se separar de mim.”

O PR (ex-PL) apoia o PT em eleições desde 2002, quando José Alencar, morto em 2011, aceitou concorrer como vice na chapa de Lula. A aliança ajudou a romper a resistência de parte do empresariado e do setor financeiro à candidatura do petista. Mais tarde, após a descoberta do mensalão, o então PL acabou arrastado para o centro do escândalo – o ex-presidente da sigla Valdemar Costa Neto foi um dos condenados a prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo esquema de corrupção.

Além dos problemas com o PR, reportagem de VEJA desta semana mostrou que a Dilma enfrenta um momento inédito de fragilidade. Além de ter problemas na economia, como o crescimento baixo, a inflação persistente e o desmantelamento do setor elétrico, ela perdeu apoio popular e força para barrar, no Congresso, iniciativas capazes de desgastá-la. A aprovação ao governo caiu a um nível que, segundo os especialistas, ameaça a reeleição. Partidos aliados suspenderam as negociações para apoiá-la na corrida eleitoral. Já os oposicionistas conseguiram na Justiça o direito de instalar uma CPI para investigar exclusivamente a Petrobras.

Acuada, Dilma precisa mais do que nunca da ajuda do PT, mas essa ajuda lhe é negada. Aproveitando-se da conjuntura desfavorável à mandatária, poderosas alas petistas pregam a candidatura de Lula ao Planalto e conspiram contra a presidente. O objetivo é claro: retomar poderes e orçamentos que foram retirados delas pela própria Dilma. A seis meses da eleição, o PT está rachado entre lulistas e dilmistas — e, para os companheiros mais pragmáticos, essa divisão, e não os rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), representa a maior ameaça ao projeto de poder do partido.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Dilma, Eleições 2014


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30/04/2014 às 6:05
LEIAM ABAIXO


Iêmen diz que há brasileiros entre terroristas da Al Qaeda mortos no país. País segue sem uma lei antiterror. E a lembrança de uma estupidez dita por Tarso Genro;
Alckmin sobre a exportação de haitianos pelo Acre: “É preciso ter responsabilidade”;
Renan agora diz que vai instalar duas CPIs exclusivas da Petrobras; é a marcha da irracionalidade. E a questão do medo;
PT ainda comanda tentativas de livrar a cara de Vargas; 5 de seus 6 membros faltaram à reunião do Conselho de Ética;
Após adiamentos, Conselho de Ética dribla manobra e aprova investigação contra Vargas;
O Zé nunca se apertou como estudante, como guerrilheiro, como clandestino, como ministro e como ex-ministro. E não se aperta como presidiário;
Papuda: nesta terça, na cela do detento 95.413, teve futebol na TV de plasma;
É isto mesmo, Padilha! Não desista! Vá até o… fim!;
Doleiro prometeu a doleira um cargo na Polícia Civil de SP se Padilha, do PT, vencer a eleição;
Os lulocêntricos estão em festa… Dilma despenca;
PF desmonta rede de doleiros usada para abastecer campanhas;
Pesquisa CNT/MDA: há empate entre os que aprovam e desaprovam Dilma; cai intenção de voto na petista; Aécio e Campos crescem;
Hora de falar, hora de calar;
Comissão de Direitos Humanos vai visitar Dirceu na Papuda. Um Engov antes e um depois, leitores!;
Coronel Malhães: foi crime comum. Eu bem que avisei. Ou: Quando o jornalismo ignora os fatos e a lógica em favor da ideologia;
Lula tem é ódio à democracia; seu mundo é o da troca de favores; do toma-lá-dá-cá; das relações viciosas;
Manifesto do PR em favor de Lula nasceu numa cadeia. Fernandinho Beira-Mar e Marcola não vão opinar também?;
Deputados do PR assinam manifesto pela volta de Lula;
Sócio de laboratório diz que ex-assessor de Padilha era ponte com pasta da Saúde;
Barbosa: “Lula tem dificuldade em lidar com o Judiciário independente”Por Reinaldo Azevedo


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30/04/2014 às 3:56

Iêmen diz que há brasileiros entre terroristas da Al Qaeda mortos no país. País segue sem uma lei antiterror. E a lembrança de uma estupidez dita por Tarso Genro




Por que essa imagem está aí? Vocês vão entender.

Algo de muito grave aconteceu caso se confirme mesmo a notícia — e não creio que possa haver desmentidos: numa ação do Exército do Iêmen contra forças da Al Qaeda, a maior desde 2012, foram mortos 26 terroristas, ou jihadistas, como eles próprios se definem. No grupo, dizem as autoridades iemenitas, estão… brasileiros. Sim, caros leitores, vocês leram direito: havia brasileiros em campos de treinamento da Al Qaeda. Segundo Abdu Rabo Mansur Hadi, presidente daquele país, há ainda terroristas mortos oriundos da Holanda, França, Austrália e outros países.

Por que a notícia é especialmente grave no que nos diz respeito? Porque o Brasil, e não será a primeira vez que escreverei isso aqui, é uma das poucas democracias do mundo — na verdade, deve ser a única — que não dispõe de uma lei para punir ações terroristas. Se esses brasileiros que morreram no Iêmen tivessem sido presos e eventualmente deportados para o Brasil, não haveria, acreditem, como puni-los aqui. Da mesma sorte, este país não tem como aplicar penas adequadas para ações terroristas praticadas por estrangeiros ou por nativos em solo brasileiro. Teria de apelar a alguma outra legislação.

E por que não temos essa lei, a menos de dois meses da Copa do Mundo? Porque as esquerdas, muito especialmente os petistas, não aceitam. Aliás, a imprensa, com as exceções de praxe, não tem sido muito sábia quando debate o assunto.

Em maio de 2009 foi preso no Brasil o libanês Khaled Hussein Ali, identificado na imprensa brasileira como o “libanês K”. Era ligado à Al Qaeda. Foi, acreditem, solto! No dia 26 de maio daquele ano, diante da evidência de que a rede terrorista já estava entre nós, o inefável Tarso Genro, então ministro da Justiça, tratou o terrorismo como uma variante de “corrente de opinião”. No dia seguinte, sustentou que o país realmente não precisa tipificar esse crime porque a legislação comum dá conta do recado — o que é conversa mole.

Reportagens da revista VEJA de abril e dezembro de 2011 demonstraram que o terrorismo islâmico já operava no Brasil e recrutava pessoas para a sua causa. A revista revelou as conexões de cinco grupos extremistas no Brasil. Mais tarde, a análise de processos judiciais e de relatórios do Departamento de Justiça, do Exército e do Congresso americanos expôs laços de extremistas que vivem no Brasil com a Fundação Holy Land (Terra Santa, em inglês), uma entidade que, durante treze anos, financiou e aparelhou o Hamas, o grupo radical palestino que desde 2007 controla a Faixa de Gaza e cujo objetivo declarado é destruir o estado de Israel.

A Holy Land tinha sede em Dallas, no Texas, e era registrada como instituição filantrópica. Descobriu-se que havia enviado pelo menos 12,4 milhões de dólares ao Hamas e que ajudava o grupo a recrutar terroristas nos Estados Unidos e na América do Sul. Em 2001, entrou para a lista de organizações terroristas da ONU e, em 2008, seus diretores foram condenados na Justiça americana por 108 crimes, entre os quais financiamento de ações terroristas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A maior pena, de 65 anos de prisão, foi para Shukri Abu Baker, fundador, presidente e diretor executivo da Holy Land. Curiosamente, passou despercebido o fato de que Baker é brasileiro. Mais do que isso: durante muitos anos ele manteve operações no Brasil, e alguns de seus comparsas ainda estão por aqui.

Sem lei
Muito bem! Todas as vezes em que se tentou votar uma lei contra o terrorismo no Brasil, a esquerda impediu o debate. Chegaremos à Copa sem ela. E é provável que às Olimpíadas também. A Comissão de Juristas que propôs a reforma do Código Penal chegou a prever, sim, a pena para ações terroristas, mas o fez de maneira muito particular: livrava de qualquer sanção quem cometesse desatinos em nome de causas socais, o que é, obviamente, piada. Na maioria das vezes, um terrorista sempre alega uma motivação nobre, não é mesmo? De resto, pode até haver causas nobres que mobilizam fanáticos. O que os tolos têm de entender é que não há causa legítima o bastante que justifique o ataque contra alvos ilegítimos: os inocentes.

Precisamos agora saber quem são esses brasileiros, sua origem, seus vínculos no Brasil, suas conexões. É claro que a votação de uma lei antiterror se tornou ainda mais urgente.Por Reinaldo Azevedo

Tags: lei antiterrorismo, terrorismo


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30/04/2014 às 3:21

Alckmin sobre a exportação de haitianos pelo Acre: “É preciso ter responsabilidade”


Governador Geraldo Alckmin sobre “exportação” de haitianos: “É preciso ter responsabilidade”

Em entrevista na noite desta terça ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que vai ao ar, todos os dias, às 18h, o governador Geraldo Alckmin afirmou que é uma irresponsabilidade o governo do Acre enviar imigrantes haitianos para São Paulo sem qualquer critério.

Não há exagero nenhum nisso, não. Mas moderação. O governo do Acre merece é ser denunciado em organismos internacionais de defesa dos direitos humanos. De resto o governador Tião Viana, do PT, ultrapassou todos os limites do bom senso. Resolveu, apenas para criar caso, processar, alegando danos morais, a secretária de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Eloisa de Souza Arruda. Por quê? Porque ela considerou inaceitável a forma como os haitianos foram despachados para São Paulo.

Na entrevista concedida ontem ao programa, Alckmin também decidiu pôr os pingos nos is. O governador comentou como se deu a chegada dos haitianos a São Paulo: “Fomos totalmente pegos de surpresa. Não recebemos nenhum comunicado, nenhuma informação, nenhum aviso prévio, nem do governo do Acre nem do governo federal, que é responsável pela imigração. O responsável pelo visto de entrada, pelo visto de imigração, é o governo federal. A carteira de trabalho também é área federal. Simplesmente foram chegando ônibus, ônibus e ônibus aqui a São Paulo, uma coisa até desumana, porque as pessoas não têm local adequado para se instalar”.

Diante da acusação feita por Tião Viana de que as críticas à chegada dos haitianos eram uma manifestação de preconceito, Alckmin afirmou: “Está no nosso DNA um estado sem preconceito, um estado aberto, cosmopolita, um estado multirracial. Agora nós não podemos fazer é irresponsabilidade… Chegar pessoas, sem aviso nenhum. Não são cinco ou seis… São 500, 600, 800. Isso não é adequado. E o governo federal tem responsabilidade. É responsabilidade federal”.

É isso aí. E que fique claro! Pergunto: as entidades que defendem os direitos humanos não pensam, por exemplo, em denunciar Tião Viana para a Corte Interamericana de Direitos Humanos? Ou petistas têm licença para despachar imigrantes como quem se livra de um entulho?Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alckmin, governo de SP, Tião Viana


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30/04/2014 às 2:41

Renan agora diz que vai instalar duas CPIs exclusivas da Petrobras; é a marcha da irracionalidade. E a questão do medo


Aloysio Nunes: governo está com medo porque, na CPI, as línguas se destravam

Em vez de uma, podem ser instaladas duas CPIs da Petrobras. Eis um sintoma da mais absoluta irracionalidade que tomou conta das hostes governistas. Vamos pensar um tantinho e pôr um pouco de lógica nessa conversa. Os defensores da CPI mista conseguiram o número necessário de assinaturas no Senado e na Câmara, que é um terço em cada Casa. Nesta última, aliás, houve a adesão de 230 deputados — bastavam 171. Há 30 senadores — bastavam 27. Ora, deixar de instalar, então, a comissão conjunta por quê?

A crispação era tal entre os deputados que muitos, e não só os formalmente ligados à oposição, ameaçavam recorrer ao Ministério Público e ao Conselho de Ética do Senado contra Renan. Há mais: a decisão de Rosa Weber, do STF — em favor da CPI exclusiva da Petrobras — não determinou a sua instalação nesta ou naquela Casa. A ministra se pronunciou sobre a essência e a natureza do processo de investigação como um direito fundamental da minoria — logo, alcança também uma comissão mista.

Em entrevista concedida nesta terça à noite ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB, afirmou que a oposição indicaria, sim, os nomes da CPI do Senado, mas que não havia aberto mão, de jeito nenhum!, da comissão mista, também com os deputados. E, como ele observou, é claro que esta é preferível àquela. Mas, se for o caso, afirmou Nunes, que se façam, então, duas comissões.

O governo quer agora restringir a investigação apenas ao Senado porque considera ter mais controle sobre essa Casa Legislativa do que sobre a Câmara — coisa, aliás, que deveria deixar os senadores irritados porque passam a ser tratados como capachos do Executivo.

No fim da noite desta terça, Renan convocou líderes da oposição e afirmou que vai instalar, na próxima terça-feira, as duas CPIs exclusivas da Petrobras: uma só com senadores e outra mista. Faz sentido? Nenhum! Se o governo não queria CPI nenhuma e, depois, acabou concordando com a do Senado ao menos, em que esta comissão mudaria o conteúdo da mista?

Pior: o homem que anunciou a disposição de instalar as duas comissões anunciou que não desistiu de apelar ao Supremo para impedir as CPIs só da Petrobras. Ele quer porque quer aquela comissão X-Tudo…

Na entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, Aloysio Nunes resumiu: “O governo não queria de jeito nenhum a CPI da Petrobras. Está apavorado com essa história. A CPI é um catalisador de informações que já estão vindo de todo lado. Dentro da Petrobras, você tem muita gente, técnicos qualificados, que não se conformam com aquilo que aconteceu, que vem acontecendo na Petrobras. Então, muitas línguas vão se destravar”.

Tomara! E só para concluir: ter duas CPIs é um troço de tal sorte irracional que me parece que o mais provável é que se instale mesmo a CPI mista!Por Reinaldo Azevedo

Tags: Aloysio Nunes Ferreira, CPI da Petrobras, Renan Calheiros


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30/04/2014 às 1:21

PT ainda comanda tentativas de livrar a cara de Vargas; 5 de seus 6 membros faltaram à reunião do Conselho de Ética



O Conselho de Ética da Câmara conseguiu, finalmente, abrir o processo contra o deputado André Vargas, que, no momento, é um sem-partido. O placar diz um pouco como são as coisas: 13 a zero. Sem dúvida, uma vitória e tanto do relator, Júlio Delgado (PSB-MG). Ocorre, meus caros, que o conselho tem 21 titulares — e isso significa que oito de seus integrantes não compareceram para votar, o que era uma tentativa óbvia de livrar a cara daquele que, apenas no papel, é um ex-petista. Sim, pediu sua desfiliação do PT, mas o PT continua filiado a Vargas, e o que os une é o método.

Cinco dos oito faltosos são petistas. Além de um deles ter pedido inicialmente vista do processo, os membros do partido vinham sistematicamente esvaziando as sessões. Na última, nesta terça, que conseguiu aprovar o relatório de Delgado, só Fernando Ferro (CE) estava presente. Ausentaram-se Sibá Machado (AC), Zé Geraldo (PA), Amauri Teixeira (BA), Luiz Couto (PA) e Margarida Salomão (MG). Ou por outra: os petistas ainda fizeram de tudo para livrar a cara de Vargas, o amigão do doleiro Alberto Youssef.

Houve chicana de toda natureza para tentar impedir a votação. Vargas não compareceu, e então se levantou uma questão: ela poderia ser considerada válida, uma vez que a defesa não se pronunciou? Bem, prevaleceu o óbvio. Vargas não poderia, com a sua ausência, determinar o ritmo dos trabalhos. Ele simplesmente desapareceu; é uma espécie de foragido.

O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), fez a coisa certa: publicou no dia 25 um aviso no Diário Oficial da União e no Diário da Câmara a convocação para a reunião desta terça-feira. Assim, Vargas não compareceu para se defender porque não quis. A convocação havia se tornado pública.

Delgado, o relator, afirmou esperar concluir o processo até o fim do semestre, antes do início do recesso parlamentar, mas admitiu que tudo vai depender das manobras protelatórias, que ainda estão sendo comandadas pelos petistas.

Tão logo Vargas seja notificado, ele terá 10 dias para apresentar a defesa e uma lista de cinco testemunhas que possam depor em seu favor. E se, mais uma vez, ele não der as caras, impedindo a notificação? Restará ao Conselho apelar, de novo, ao Diário Oficial da União e ao Diário da Câmara. Afinal, não há tribunal ou conselho no mundo em que o acusado determine o andamento do processo.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, André Vargas


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29/04/2014 às 22:21

Após adiamentos, Conselho de Ética dribla manobra e aprova investigação contra Vargas



Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Comento mais tarde.
Após sucessivas manobras, o Conselho de Ética da Câmara aprovou na noite desta terça-feira o parecer que defende a investigação do deputado licenciado André Vargas (Sem partido-PR) por sua estreita relação com o doleiro Alberto Youssef, preso por comandar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. O colegiado enfrentou a resistência de deputados petistas e se reuniu três vezes nesta terça para conseguir aprovar o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

O parecer foi aprovado por unanimidade: 13 a 0. Com o aval do colegiado, abre-se a contagem do prazo de dez dias para apresentação da defesa de Vargas. O Conselho tem até o início de julho para encerrar os trabalhos e determinar se o ex-petista deve ou não ser submetido a um processo de cassação.

Nesta tarde, petistas esvaziaram a sessão numa tentativa de inviabilizar a votação por falta de quórum. Depois de aberta, porém, integrantes do PT questionaram no colegiado a legitimidade da votação, já que, ao mesmo tempo, o plenário da Casa estava reunido para votar projetos. O Regimento da Câmara não permite que o colegiado faça deliberações se simultaneamente já estiver aberta a ordem do dia de votações em plenário.

Após a manobra do PT, os partidos de oposição e o relator ainda tentaram aproveitar um intervalo entre as sessões do plenário da Câmara – que impedem o funcionamento simultâneo de qualquer colegiado ou comissão – para aprovar o parecer contra Vargas. Porém, a Secretaria-Geral da Mesa invalidou a votação. Horas depois, o colegiado retomou a sessão que havia sido suspensa e deu aval ao relatório contra o parlamentar.

O ex-petista deve ser notificado presencialmente em até dez dias. Considerado um “foragido” do Conselho de Ética, o colegiado enfrenta dificuldades para encontrá-lo. Após enviar cartas e telegramas para os dois endereços de residência registrados e para seu escritório em Londrina (PR), tentar contato telefônico em quatro números diferentes, enviar e-mail e torpedos, o conselho teve de recorrer ao Diário Oficial da União na última semana para oficializar o andamento do processo e evitar futuras manobras de Vargas. Pelo Twitter, ele reclama não ter recebido comunicações sobre seu processo e diz que não lhe foi garantido o direito de defesa.

Investigações
No Conselho de Ética, as provas da relação de Vargas com o doleiro detido incluem uma carona em um jatinho para o deputado e sua família passar férias em João Pessoa (PB) e interceptações da Polícia Federal que apontam tráfico de influência do deputado em favor do laboratório Labogen, do doleiro Youssef.

Desde que foi apresentada a representação contra congressista, novos fatos vieram à tona. VEJA revelou que Padilha indicou o executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura para o laboratório Labogen. Moura trabalhou como assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT. O relator pretende ampliar as investigações para incluir Ferreira e o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Augusto Grabois Gadelha, que, conforme revelou VEJA, “garantiu” que iria ajudar nos interesses da dupla Vargas-Youssef.

No relatório de mérito, o relator também deve abordar a relação entre o fundo de pensão Funcef, da Caixa Econômica, com o doleiro Youssef. Na última semana, em mais uma evidência de que o deputado licenciado usava sua influência política para favorecer o doleiro, o Funcef confirmou que Youssef participou de reunião com a diretoria a pedido de André Vargas. As negociações para o encontro foram feitas por troca de mensagens telefônicas interceptadas pela PF.Por Reinaldo Azevedo


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29/04/2014 às 21:58

O Zé nunca se apertou como estudante, como guerrilheiro, como clandestino, como ministro e como ex-ministro. E não se aperta como presidiário



Que vida boa, hein José Dirceu! A partir das 15h45, quando começou a surra do Real Madrid sobre o Bayern de Munique, eu estava ocupado em fazer o blog, em pôr no ar um programa de rádio às 18h, em ler a respeito das peripécias dos políticos brasileiros, em saber, afinal de contas, que diabos a Comissão de Direitos Humanos havia encontrado na Papuda.

É estupefaciente que essa comissão tenha se deslocado até a Papuda para constatar como sofre este patriota! Até parece que há poucos problemas nos presídios brasileiros, não é mesmo? Ou que outros grupos vulneráveis não estejam sujeitos às mais duras agressões. Eis uma das razões por que as esquerdas não suportavam que a comissão fosse presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Aquela história de “cura gay” — projeto que, de resto, nunca existiu; esta é uma das maiores mentiras contadas na política brasileira nos últimos anos — era pura cascata. Esses valorosos moralistas gostam de aparelhar entes do estado para proteger os de sua turma.

Vejam lá: o presidiário Dirceu fez o que Reinaldo Azevedo — presidiário do trabalho e do suor do próprio rosto — não pôde fazer: ver o show de bola do Real Madrid e de Cristiano Ronaldo. De resto, está caracterizado: ele tem privilégios no presídio — cujo chefe, na prática, é o governador Agnelo Queiroz, do PT — a ninguém mais concedidos.

Não me surpreende. Eis o Zé. Isso o define. Quando militante estudantil, ele não era exatamente um carregador de piano; gostava era dos grandes momentos, das apoteoses. Quando treinou guerrilha em Cuba, ganhou fama de preguiçoso; não deve ter matado ninguém com as próprias mãos porque, de fato, nunca aprendeu a atirar. Quando voltou ao Brasil como clandestino, virou marido de uma pequena empresária, levando vida boa. Chegou a Anistia, e ele se mandou. No governo Lula, sempre foi fiel à causa, mas tinha o seu próprio aparato. Cassado e sem o cargo, virou um “consultor” de empresas privadas, que operava em quartos de hotel, onde recebia autoridades da República.

O Zé, em suma, não se aperta. O socialismo, também o seu, é um sistema para assegurar privilégios.Por Reinaldo Azevedo

Tags: José Dirceu, Mensalão, Papuda


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29/04/2014 às 21:39

Papuda: nesta terça, na cela do detento 95.413, teve futebol na TV de plasma



Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Nesta terça-feira, uma comissão de deputados federais de diferentes partidos fez uma visita ao mais destacado detento da Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro José Dirceu. O objetivo do grupo, formado majoritariamente por aliados do petista, era tentar atestar que o petista não detém regalias na cadeia e pressionar a Justiça a liberá-lo para trabalhar fora da Papuda durante o dia. Mas não foi o que ocorreu. Ao chegar ao presídio, os parlamentares encontraram o detento 95.413 em uma cela privilegiada, eufórico diante de uma televisão de plasma que exibia a vitória do Real Madrid sobre o Bayern de Munique pela Liga dos Campeões da Europa. “Estou assistindo ao Real dar uma surra no Bayern”, disse o mensaleiro, sorridente, ao receber a comitiva em sua cela. O time espanhol goleou o rival alemão por 4 a 0.

Segundo relato do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), a cela do petista é a maior do complexo, equipada com micro-ondas, chuveiro quente, televisão e uma cama diferente das demais. Dirceu foi colocado em um espaço de 23 m² no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), cujas celas têm padrão de 15 m² e reúnem até quatro detentos. O local servia de cantina, mas passou por uma reforma para receber o ex-ministro.

“A cela do Dirceu é completamente diferente das outras que a gente viu, não há dúvidas. Vimos pessoas com deficiência física que deveriam ficar separadas porque os presos pegam parte da cadeira de rodas para fazer armas. Mas elas seguem misturadas, dormem em colchões piores e tomam banho em chuveiro frio”, afirmou a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é cadeirante.

Os deputados de oposição reclamaram que o coordenador-geral da Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário), João Feitosa, impôs uma série de restrições durante a visita: “Ele queria nos mostrar a cantina, as melhores celas e que seguíssemos o roteiro definido por ele. Disse ainda que não poderíamos ir a outros setores por falta de acessibilidade para a deputada Mara”, disse Jordy. Após a insistência, foram liberados três dos cinco parlamentares para visitar outras alas da penitenciária — inclusive a própria Mara Gabrilli, que negou ter enfrentado dificuldades durante o trajeto. Além de Jordy e Mara Gabrilli, integraram a comitiva os deputados Nilmário Miranda (PT-MG), Luiza Erundina (PSB-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Podólogo
No mês passado, VEJA revelou uma série de mordomias de Dirceu na Papuda. O petista passa a maior parte do dia no interior de uma biblioteca onde poucos detentos têm autorização para entrar. Lá, ele gasta o tempo em animadas conversas, especialmente com seus companheiros do mensalão, e lê em ritmo frenético para transformar os livros em redações, o que lhe pode garantir dias a menos na cadeia. O ex-ministro só interrompe as sessões de leitura para receber visitas – incluindo um podólogo –, muitas delas fora do horário regulamentar e sem registro oficial algum, e para fazer suas refeições, especialmente preparadas para ele e os comparsas.

Comandada pelo PT, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou a diligência até a Papuda com o objetivo de negar a existência de benefícios aos condenados no julgamento do mensalão e, dessa forma, evitar sanções aos mensaleiros. Além de pressionar pela liberação do trabalho externo para Dirceu, petistas temem que seus companheiros sejam transferidos para uma penitenciária com regime mais duro.

Dirceu está sendo investigado pela Justiça por ter usado um celular dentro da cadeia do secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia, James Correia, no dia 6 de janeiro. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, cobrou investigações sobre essa e outras regalias de Dirceu e aguarda um parecer para decidir sobre a autorização para ele trabalhar em um escritório de advocacia.Por Reinaldo Azevedo

Tags: José Dirceu, Mensalão


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29/04/2014 às 21:04

É isto mesmo, Padilha! Não desista! Vá até o… fim!



Pois é… Quanto mais Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e atual pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, tenta se desvencilhar do caso Alberto Youssef-Labogen, mais ele insiste em sair do armário e bater à sua porta, como uma cadáver ambulante que ainda procria; como um zumbi. As palavras de efeito têm adiantado muito pouco.

Nesta segunda, no programa “Roda Viva”, ele anunciou que seu advogado acionaria na Justiça, nesta terça, o deputado André Vargas, agora sem partido. Por quê? Em conversa com Youssef, Vargas afirmou que Padilha indicara Marcus Cezar Ferreira de Moura para a direção do laboratório-fachada Lobogen — sim, o rapaz ganhou mesmo o cargo. Escrevi aqui o óbvio: ainda que venha realmente a recorrer aos tribunais, e não consta que o tenha feito, a decisão é inócua, não serve pra nada. Aquela foi uma conversa privada, captada pela PF. É claro que Vargas vai desmentir.

Ocorre que, enquanto Padilha se ocupava dessa operação despiste, Leonardo Meirelles, sócio do laboratório Lobogen, afirmou à PF que Marcus Cezar — ex-assessor do então ministro e seu amigo; o petista o chama de “Marcão” — era, sim, o contato entre o labarotório-fantasma e o Ministério da Saúde. Só para lembrar: esse Meirelles é um “autônomo”, sem profissão definida. Outro suposto sócio do Labogen é o frentista Esdra Ferreira. Ambos são considerados meros laranjas de Youssef.

Já era o bastante para atrapalhar a vida de Padilha. Mas agora há outra coisa. Veio a público, nesta terça (leia post), a informação de que Youssef, em conversa com a parceira de profissão Nelma Kodama, também doleira, prometeu que, se o petista vencer a eleição, um delegado indicado por ela seria premiado com um cargo na Polícia Civil.

Nelma pergunta a Youssef: “Você tem acesso ao delegado-geral do Estado de São Paulo?”. A mulher queria, ora veja, indicar um delegado para o Deic, que é Departamento Estadual de Investigações Criminais, justamente a unidade especializada no combate a organizações criminosas, como as chefiadas por… Youssef! E o que responde o doleiro? Isto: “Se o Padilha ganhar o governo, ajudo ele e muito”.

O ex-ministro, claro, pode dizer que Vargas mentiu quando afirmou que ele indicara o diretor da Lobogen e que Youssef, o amigão do deputado, também está mentindo quando diz que poderá ajudar a nomear um delegado amigo se o PT vencer as eleições. Resta saber por que essa gente toda recorre tanto ao nome de Padilha, justamente o ex-titular do ministério que havia feito o acordo com a Lobogen.

Padilha está tentando manter o nariz fora d’água, mas está difícil. Os petistas dizem que isso não muda em nada a sua campanha. Dou um conselho ao petista: “É isto mesmo: não desista! Vá até o fim, valente! Torço para que não haja mudança de planos. Ninguém tem tanto a cara do PT como o senhor”.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Alberto Youssef, Alexandre Padilha


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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905