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sábado, 19 de outubro de 2013

Aquilo que Gleisi Hoffmann não conta e o que inventa a ainda ministra da Casa Civil







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18/10/2013 | Escrito por Ucho Haddad


(*) Ucho Haddad –



Não se trata de exagero da minha parte quando escrevo que o governo do PT é formado por incompetentes que governam o Brasil do mesmo jeito que o dono de um boteco de esquina qualquer administra seu negócio. E isso vale para a ainda ministra da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann, que dá um espetáculo de incompetência ao interpretar ações judiciais, em especial a que tem como réu este jornalista.

Representada na ação que corre na Justiça do Paraná por um advogado que terá de provar que estou a serviço de partidos políticos que fazem oposição ao PT, sob pena de se tornar alvo de processo de indenização, a ainda ministra parece não saber diferenciar intimação de decisão judicial. E comemora com antecedência nada inteligente aquilo que ainda não é fato consumado.

Gleisi Hoffmann, na condição de chefe da Casa Civil e cumprindo ordens presidenciais, passou a articular no Congresso Nacional um projeto do Executivo que prevê a transferência à rede convencional de ensino a educação de jovens e adolescentes com necessidades especiais. Em matéria publicada no ucho.info abordei o fato que outros veículos midiáticos, como o jornal Folha de S. Paulo, também noticiaram.

Gleisi, que é candidata do PT ao governo do Paraná, se incomodou com a repercussão da minha matéria no estado, onde o site tem grande e crescente universo de leitores, e decidiu processar-me, mas não faz o mesmo com a Folha, o que caracteriza perseguição. Esse comportamento de Gleisi Hoffmann, a ainda ministra que em breve engrossará a fila da degola presidencial marcada para dezembro, mostra que na verdade ela não se incomodou com a notícia sobre a desestabilização das Apaes, mas, sim, com as matérias que temos publicado sobre a nomeação de um pedófilo contumaz para cargo de confiança na Casa Civil.

A ainda ministra por certo não sabe, até porque quando foi indicada para chefiar a Casa Civil ouviu de Nelson Jobim que sequer conhecia Brasília, que sou um ferrenho ativista contra a exploração sexual infantil, fazendo parte de um projeto – “VIDA DE CRIANÇA” – que se dedica ao tema. Fora isso, como homenagem, a líder do projeto batizou com o meu nome um dos bonecos que aparecem na cartilha que é distribuída às crianças como forma de orientá-las sobre o perigo de se aproximar de pessoas como o ex-assessor que trabalhou a poucos metros da presidente da República.

A ainda ministra Gleisi, por meio de seu advogado, explicita na ação que “não pretende questionar o direito de ser oposição no Brasil”, mas o faz de maneira acintosa ao não processar os jornalistas que primeiro noticiaram o fato. Ora, quem não quer questionar o direito de ser oposição deveria se conter em ações que têm esse objetivo específico. Ou será que jornalista torna-se oposição quando publica mais de uma matéria com críticas a determinada autoridade? Se for verdadeira e válida tal tese, toda a imprensa brasileira mostrou ser de oposição no caso do Mensalão do PT, assunto que está na pauta da imprensa nacional há pelo menos oito anos. E cruzará o ano de 2014 com muita tranquilidade.

Lembro à ainda chefe da Casa Civil que na condição de jornalista que não se vende aos donos do poder sempre faço oposição aos absurdos oficiais, às coisas ignaras que descem a rampa do Palácio do Planalto. Só não faço oposição ao povo, tão maltratado e enganado pelo partido da ainda ministra.

O viés desconexo da ação fica evidente em vários trechos, como o que segue: “Assim, vê-se pelos históricos de publicação que há muito o REQUERIDO ataca o Governo Federal. E ninguém pretende lhe tolher o direito de fazê-lo”. Ou seja, a ainda ministra Gleisi não quer tolher o meu direito de criticar o desgoverno federal, desde que as críticas não a alcancem. Em suma, Gleisi diz que não quer determinada coisa, mas o faz querendo.

O processo em questão é tão permeado de equívocos que chego a desconfiar da atenção que o advogado dedicou ao caso. Afirma ele que, após a divulgação de nota de esclarecimento emitida pela Federação das Apaes, “dolosamente o REQUERIDO passou a repetir diariamente a informação”. Como antecipo minha defesa, o que desde a notificação faço por indignação e principalmente por respeito aos milhares de leitores que me prestigiam com fidelidade e apoio incondicionais, lembro que apenas uma matéria sobre o tema, de minha lavra, foi publicada no sítio eletrônico, além de rápida citação em outra. Isso mostra que ao contrário do que afirma o advogado da ainda ministra, não repeti dolosa e diariamente a matéria.

Outrossim, lembro à ainda ministra que mesmo que tivesse repetido a mencionada matéria à exaustão, aos bolhões, não compete a quem quer que seja questionar o número de vezes que por ventura tivesse feito. Mas a afirmação é eivada de leviandade, como é possível constatar no escopo da petição inicial. O que a ainda ministra precisa compreender é que ao decidir ser vidraça é preciso saber que pedras existem. Acontece que eu as atiro com responsabilidade, coerência, competência e na maior parte das vezes no centro do alvo.

Como se não bastasse o desvario conceitual que se esparrama pela petição, a ainda ministra afirma que “não se pretende combater um representante da imprensa, um jornalista”. Mas o faz de maneira imperativa, acreditando que por trás de um sítio eletrônico noticioso, respeitado inclusive por integrantes do partido da ainda ministra, está um brasileiro covarde que se curva facilmente diante da primeira intimidação que desponta no horizonte verde-louro, agora avermelhado pelo totalitarismo comunista que retumba nas plagas nacionais.

Não, no ucho.info, enquanto estiver sob o meu comando, far-se-á oposição aos absurdos com chancela oficial, pois o Brasil é dos brasileiros, não de um partido que a Justiça vem provando de maneira reiterada ser uma quadrilha. Se isso incomoda à ainda ministra e seus sequazes, que se imbuam de coragem e reconheçam que em curso está um processo persecutório apenas e tão somente porque decidi questionar o absurdo que é a nomeação de um pedófilo para assessor especial no âmbito da Presidência da República.

Inverídica é a afirmação da ainda ministra, constante da ação, de que tomei ciência da declaração da Federação das Apaes, que saiu em sua defesa por motivos que desconheço. Tivesse a ainda chefe da Casa Civil solicitado a um dos seus estafetas para que enviasse pedido de resposta, mesmo que por meio eletrônico, seria menos trabalhoso do que pedir a um jornalista, se é que assim pode ser chamado, para me telefonar e convidar para um evento sobre mídias alternativas, como forma de obter meu endereço, que é o mesmo que alguns integrantes do partido já utilizaram para me ameaçar e grampear telefones. Depois de três décadas de jornalismo investigativo, não será um alarife qualquer, que se presta ao papel reles de moleque de recados, que me fará de tolo.

Ademais, causa-me estranheza o fato de a ainda ministra, em artigo recente, ter informado aos seus eleitores que o juiz da ação em questão concedeu-lhe o pleiteado direito de resposta. Se isso ocorreu, por certo o magistrado não me informou da concessão da liminar, que continua, entendo, sob o status de pretensão legítima da autora. Se a petista que ainda está ministra tem tanta certeza acerca da decisão judicial, algo estranho há nessa epopeia.

“Para impedir que a mentira prosperasse, tive de recorrer à Justiça. Na tarde da quarta-feira (16), o Tribunal de Justiça do Paraná me concedeu direito de resposta, garantido constitucionalmente pelo artigo 5º, V da Constituição, contra a nota mentirosa”, escreveu a petista Gleisi Hoffmann no mencionado artigo, que leva o título “A verdade sobre as Apaes” e está datado de 17 de outubro passado. Com base no documento recebido por via postal, apenas fui citado pelo juiz, que concedeu-me prazo de quinze dias para contestar a ação. Sendo assim, quem está a faltar com a verdade nesse caso é a ainda ministra.

“Estou feliz e aliviada, sentimentos agradáveis que não me aconteciam desde que a informação inverídica foi divulgada, em agosto passado, provocando uma onda de boatos e de calúnias na internet citando indevidamente o meu nome”, completou a ainda ministra, que deveria ter externado alívio semelhante ou maior com a notícia da prisão do delinquente sexual que foi transformado em assessor especial da Casa Civil da Presidência, depois de ter molestado e violentado dezenas de jovens garotas paranaenses.

Disse certa vez o então deputado Ulysses Guimarães: “A grande força da democracia é confessar-se falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem em perfeitos e oniscientes para que sejam irresponsáveis e onipotentes”.

Quem sabe a ainda ministra Gleisi se permita a perder alguns minutos para refletir sobre a brilhante declaração de Ulysses Guimarães, em vez de fingir nos autos ser aguerrida defensora da liberdade de expressão, quando na verdade patrocina um processo persecutório.


(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.






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