Banner

SMA

Nossa Senhora



Rio de Janeiro


domingo, 9 de março de 2014

A liberdade nas ruas - internacional - versaoimpressa - Estadão



A liberdade nas ruas - internacional - versaoimpressa - Estadão





Ir para o conteúdo
Login
WEBMAIL
17:39 • 9 MARÇO DE 2014


RECEBA O ESTADO EM:
CASA
EDIÇÃO DIGITAL
RSS
TWITTER
CELULAR
TABLET
FACEBOOK
FLICKR




/Internacional
BUSCAR

NOTÍCIAS
POLÍTICA
ECONOMIA
ESPORTES
LINK
DIVIRTA-SE
PME
JORNAL DO CARRO
Opinião
Acervo
Rádio
Eldorado
Piauí
Broadcast Político

São Paulo
Brasil
Internacional
Saúde
Ciência
Educação
Planeta
Cultura
Paladar
Aliás
Blogs
Colunistas
Vídeos
Fotos
Infográficos
Tópicos
Horóscopo




AGORA NO ESTADÃO

DESASTRE AÉREO


Aeronave localiza suposto fragmento do voo MH370

COPA DO MUNDO


Manaus inaugura estádio neste domingo

INTERNACIONAL


Ucrânia diz que não cederá território à Rússia

SÃO PAULO


Nível do Sistema Cantareira volta a subir

BURLE MARX


Empreedimento pode tirar árvores ao redor de parque

Você está em Notícias > Internacional

A liberdade nas ruas

09 de março de 2014 | 2h 06

Notícia


A+ A-


inCompartilhar3


MARIO VARGAS LLOSA - O Estado de S.Paulo



Há quatro semanas, os estudantes venezuelanos começaram a protestar nas ruas das principais cidades do país contra o governo de Nicolás Maduro. Apesar da dura repressão - 20 mortos, mais de 300 feridos reconhecidos até agora pelo regime e cerca de mil presos, entre eles Leopoldo López, um dos principais líderes da oposição -, a mobilização popular continua firme.



Ela semeou pela Venezuela "Trincheiras da Liberdade" nas quais, além de universitários e escolares, há também operários, donas de casa, funcionários de escritório e profissionais liberais, em uma onda popular que parece ter superado a Mesa da Unidade Democrática (MUD), a organização que abrange todos os partidos e grupos políticos de oposição, graças aos quais a Venezuela não se transformou ainda numa segunda Cuba.

No entanto, é evidente que essas são as intenções do sucessor do comandante Hugo Chávez. Todos os passos que ele deu desde que assumiu o poder que lhe foi ungido, no ano passado, são inequívocos. O mais notório deles, a asfixia sistemática da liberdade de expressão. O único canal de TV independente que sobrevivia - a Globovisión - foi submetido a uma perseguição tal pelo governo, que seus donos tiveram de vendê-lo a empresários favoráveis à situação, que agora o alinharam ao chavismo.

O controle das estações de rádio é praticamente absoluto e as que ainda se atrevem a dizer a verdade sobre a catastrófica situação econômica e social do país têm os dias contados. A mesma coisa ocorre com a imprensa independente que o governo está eliminando aos poucos pela privação de papel-jornal.

Entretanto, embora o povo venezuelano quase não possa ver, ouvir nem ler uma informação livre, experimenta na carne a brutal e trágica situação para a qual os desvarios ideológicos do regime - as estatizações, o intervencionismo sistemático na vida econômica, a perseguição às empresas privadas, a burocratização cancerosa - levaram a Venezuela e essa realidade não pode ser ocultada com demagogia. A inflação é a mais elevada da América Latina e a criminalidade, uma das mais altas do mundo.

A carestia e o desabastecimento esvaziaram as prateleiras das lojas e a imposição do tabelamento dos preços para todos os produtos básicos criou um mercado negro que multiplica a corrupção a extremos vertiginosos. Somente a nomenclatura conserva os elevados níveis de vida, enquanto a classe média encolhe cada vez mais e os setores populares são golpeados de uma maneira cruel que o regime trata de amenizar com medidas populistas - estatismo, coletivismo, distribuição de doações e muita propaganda acusando a "direita", o "fascismo" e o "imperialismo americano" pela desordem e pela queda livre do nível de vida do povo venezuelano.

O historiador mexicano Enrique Krauze lembrava há alguns dias o fantástico desperdício do regime chavista, nos seus 15 anos no poder, dos US$ 800 bilhões que ingressaram no país neste período, graças ao petróleo. Boa parte desse esbanjamento serviu para garantir a sobrevivência econômica de Cuba e para subvencionar ou subornar governos que, como o nicaraguense do comandante Daniel Ortega, o argentino de Cristina Kirchner ou o boliviano de Evo Morales, apressaram-se nos últimos dias em solidarizar-se com Maduro e em condenar os protestos dos estudantes "fascistas" venezuelanos.

A prostituição das palavras, como assinalou George Orwell, é a primeira façanha de todo governo de vocação totalitária. Nicolás Maduro não é um homem de ideias, como percebe de imediato quem o ouve falar. Os lugares comuns tornam seus discursos confusos e ele os pronuncia sempre rugindo, como se o barulho pudesse suprir a falta de argumentos. Sua palavra favorita é "fascista", com a qual ele se dirige sem o menor motivo a todos os que o criticam e se opõem ao regime que levou um dos países potencialmente mais ricos do mundo à pavorosa situação em que se encontra.

Sabe, senhor Maduro, o que significa fascismo? Não o ensinaram nas escolas cubanas? Fascismo significa um regime vertical e caudilhista, que elimina toda forma de oposição e, mediante a violência, anula ou extermina as vozes dissidentes. Um regime que invade todos os aspectos da vida dos cidadãos, do econômico ao cultural e, principalmente, é claro, o político. Um regime em que pistoleiros e capangas asseguram, mediante o terror, a unanimidade do medo, do silêncio e uma frenética demagogia por meio de todos os veículos de comunicação na tentativa de convencer o povo, dia e noite, de que vive no melhor dos mundos.

Ou seja, o que está vivendo cada dia mais o infeliz povo venezuelano é o fascismo, que representa o chavismo em sua essência, esse fundo ideológico no qual, como explicou tão bem Jean-François Revel, todos os totalitarismos - fascismo, leninismo, stalinismo, castrismo, maoismo e chavismo - se fundem e se confundem.

É contra essa trágica decadência e a ameaça de um endurecimento ainda maior do regime - uma segunda Cuba - que se levantaram os estudantes venezuelanos, arrastando com eles setores muito diferentes da sociedade. Sua luta é para impedir que a noite totalitária caia totalmente sobre a terra de Simón Bolívar e não haja volta.

Acabei de ler um artigo de Joaquín Villalobos (Como enfrentar o chavismo)no jornal El País, desaconselhando a oposição venezuelana a adotar a ação direta que empreendeu e recomendando que, ao contrário, espere se fortalecer para poder ganhar as próximas eleições. Surpreende a ingenuidade do ex-guerrilheiro convertido à cultura democrática.

Quem garante que haverá futuras eleições dignas desse nome na Venezuela? Por acaso foram as últimas, nas condições de desvantagem da oposição em que transcorreram, com um poder eleitoral submisso ao regime, uma imprensa sufocada e um controle obsceno da recontagem dos votos pelos testas de ferro do governo?

Evidentemente, a oposição pacífica é o ideal na democracia. A Venezuela, porém, não é mais um país democrático e está muito mais próximo de uma ditadura como a cubana do que são, hoje, países como México, Chile ou Peru. A grande mobilização popular que a Venezuela vive ocorre precisamente para que, no futuro, haja ainda eleições de verdade e essas operações não se tornem rituais circenses como eram as da ex-União Soviética ou são as de Cuba, onde os eleitores votam em candidatos únicos, que ganham com 99% dos votos.

O que é triste, embora não surpreendente, é a solidão em que os valentes venezuelanos que ocupam as Trincheiras da Liberdade estão lutando para salvar seu país e toda a América Latina de uma nova satrapia comunista, sem receber o apoio que merecem dos países democráticos ou desta inútil e carcomida Organização dos Estados Americanos (OEA), que, segundo sua declaração de princípios, que vergonha, deveria zelar pela legalidade e pela liberdade dos países que a integram.

Naturalmente, que outra coisa pode se esperar de governos cujos presidentes compareceram, praticamente todos, em Havana, para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e para prestar homenagem a Fidel Castro, múmia viva e símbolo animado da ditadura mais longeva da história da América Latina.

Entretanto, o lamentável espetáculo não deve tirar as esperanças dos que acreditam que, apesar de tantos indícios contrários, a cultura da liberdade lançou raízes no continente latino-americano e não voltará a ser erradicada no futuro imediato, como tantas vezes no passado.

Os povos dos nossos países costumam ser melhores do que seus governos. Ali, estão para demonstrar isso os venezuelanos, assim como os ucranianos, arriscando suas próprias vidas em nome de todos nós para impedir que na terra da qual saíram os libertadores da América do Sul desapareçam os últimos resquícios de liberdade que ainda restam. Mais cedo ou mais tarde, eles triunfarão. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

É PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA









Estadão PME - Links patrocinados
Web Sites e Mobile Sites
Criação de Sites para Aumentar suas Vendas é com a Planeta. Confira!
www.planetadigital.estadao.com.br
Lojas Virtuais e Catálogos
Venda seus Produtos Direto de seu Site. Saiba Mais!
www.planetadigital.estadao.com.brAnuncie aqui





Siga o Estadão











+ INTERNACIONAL

Morre William Ford, último neto de Henry Ford
Putin quer reconstruir influência russa, diz Gates
Joe Biden diz que situação na Venezuela é alarmante
Homens 'apanham' de mulheres com vara de bambu no Festival das Cores

GALERIAS ESTADÃO



Maconha no Uruguai




ESPECIAIS

pena de morte
Métodos de execução autorizados nos EUA


Olimpíadas em Sochi
A política presente nas Olimpíadas


Raízes do conflito
Raízes do conflito


Combates
Presença dos EUA no Iraque


Grupo Estado

Copyright © 2007-2014
Todos os direitos reservados
Acervo
Trabalhe Conosco
Anuncie
Classificados
Fale Conosco
Termo de Uso
Mapa Site
WebmailEstadao.com.br
Política
São Paulo
Brasil
Internacional
Economia
Esportes
Cultura
Saúde
Ciência
Educação
Planeta
Link
Divirta-se
PME
Paladar
Aliás
Jornal do Carro
Opinião
Blogs
Colunistas
TópicosPortais
Estadão.com.br
Grupo Estado
Agência Estado
Rádio Estadão
Rádio Eldorado
TV Estadão
Revista Piauí
Broadcast Político
ILocal
Cannes
Prêmio de MídiaO Estado de S. Paulo
Curso de Jornalismo
Assine O Estadão
Portal do Assinante
Edição Digital
Celular
Ipad
Newsletter
Código de Ética
Demonstrações Financeiras
Portal de Fornecedores
Planeta Serviços Digitais
Siga o Estadão
Twitter
Facebook
G+
Linkedin
Youtube
Flickr
RSS




Nenhum comentário:

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905