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29/01/2014 às 0:07 \ Direto ao Ponto
28/01/2014 às 18:44 \ Direto ao Ponto
Com tantos ministros que começaram a mentir ainda no berçário, Dilma Rousseff confiou ao caçula do primeiro escalão a tarefa de explicar os motivos da parada em Lisboas da comitiva presidencial. Péssima ideia, confirmou o álibi costurado às pressas pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo. Segundo o novato em invencionices, a escolha de Portugal para a indispensável “escala técnica” ocorreu no sábado, horas antes do início da viagem de volta, e foi uma decisão conjunta de oficiais da Aeronáutica e meteorologistas estrangeiros.
“Havia duas possibilidades: ou o nordeste dos Estados Unidos, ou parando em Lisboa, onde era o ponto mais a oeste do continente”, afirmou Figueiredo nesta segunda-feira, depois do desembarque em Havana. “Viu-se que havia previsão de mau tempo com marolas polares nos Estados Unidos. Então houve uma decisão da Aeronáutica de que o voo mais seguro seria escala em Lisboa”. O ministro das Relações Exteriores deveria ter combinado com os portugueses, atestou a reportagem publicada pelo Estadão nesta terça-feira.
Diretor do cerimonial do governo de Portugal, o embaixador Almeida Lima revelou ao jornal que foi incumbido na quinta-feira passada de recepcionar no fim de semana a comitiva brasileira. Portanto, o diplomata sabia desde o dia 23 da escala que, segundo Figueiredo, só foi decidida no dia 25. Também o chef alemão Joachim Koerper, um dos sócios do restaurante Eleven, foi informado com 48 horas de antecedência do desembarque tratado como segredo de Estado pelo bando de viajantes. ”As reservas foram feitas pela embaixada do Brasil”, contou Koeper. “Fui contatado na quinta-feira”.
Se Dilma tivesse sucumbido a um surto de sinceridade e confessado que parou em Lisboa porque gosta de suítes presidenciais e comida portuguesa de alta qualidade, o episódio seria confinado no espaço reservado pela imprensa a caprichos perdulários. Conjugados, o sigilo que não deu certo e as trapalhadas do chanceler comprovaram que o governo mente até quando não precisa, ou mesmo quando sabe que ninguém vai acreditar na conversa fiada.
Figueiredo, por exemplo, não se limitou a enxergar marolas polares rondando o território ianque. Também jurou ter visto uma inverossímil divisão da gastança no restaurante. “Cada um pagou o seu e a presidente, o dela, como ocorre em todas as viagens”, fantasiou. Até os bacalhaus devorados pela turma estão cansados de saber que, como todas as outras, também a conta da noitada no Eleven será espetada no bolso dos brasileiros que pagam impostos.
Tags: Aeronáutica, comitiva brasileira, Dilma Rousseff, Eleven, embaixador Almeida Lima, Lisboa, Luiz Alberto Figueiredo, Portugal
28/01/2014 às 18:40 \ Opinião
Publicado no Estadão desta terça-feira
KLEBER LEYSER DE AQUINO
Durante vários anos o povo brasileiro buscou o Estado Democrático de Direito e, depois de este se consolidar com muito sacrifício, vimos esse “direito” claramente expresso em nossa Constituição federal como um troféu pelo sucesso da luta do povo brasileiro nesse sentido. Pois bem, uma vez alcançada a tão almejada “democracia”, temos assistido, nos últimos tempos, a uma verdadeira inversão de valores, prevalecendo a manifestação de vontade de alguns sujeitos inservíveis à sociedade em prejuízo da grande massa trabalhadora e de bem.
28/01/2014 às 16:01 \ Feira Livre
ALAMIR LONGO
I
Teremos Copa,
mas que maravilha!
Pois com pão e circo
essa nação rebrilha.
II
Grandes arenas
sendo inauguradas,
lindas, majestosas…
e superfaturadas.
27/01/2014 às 18:40 \ Homem sem Visão
Começou a votação na enquete que apontará o ganhador do título de Homem sem Visão de Janeiro. Inscritos voluntariamente ou por determinação dos leitores-eleitores, cinco feras estão na jaula.
27/01/2014 às 17:16 \ Direto ao Ponto
Em 8 de março de 2012, o jornalista Celso Arnaldo Araújo comentou a inverossímil escala da comitiva presidencial no Porto: a caminho da Alemanha, Dilma Rousseff e seus turistas de estimação pararam na cidade portuguesa para comer um prato de bacalhau muito apreciado pela chefe de governo. Honrado com a visita, o dono do restaurante retribuiu no fim do jantar: o prato foi rebatizado de Bacalhau à Dilma.
Perplexo com a reincidência registrada neste fim de semana, Celso Arnaldo remeteu à coluna um punhado de comentários de leitores de um jornal português. Confiram o recado do nosso caçador de cretinices. Volto no fim. (AN):
Enquanto nossa mídia registra, sem se escandalizar, a “parada técnica” do Aerodilma em Lisboa, onde 45 suítes foram ocupadas pela comitiva real nos hotéis Ritz e Tivoli (os mais caros da cidade) só para um jantar no Eleven (um dos raros restaurantes de Portugal com estrela do guia Michelin), o Diário de Notícias de lá falou do jantar e deu uma foto de Dilma com o chef Joachim e suas impressionantes olheiras (que os portugueses também chamam de “fronhas”). Selecionei abaixo alguns comentários de internautas portugueses do site do jornal. Veja que o tom crítico e até derrisório lá é maior que o de cá.
“Algo que sempre adorei nos auto-denominados “solidários”, é que quando têm o carcanhol dos outros nas nas mãos para “gerir”, tornam-se sempre adeptos do conforto capitalista. O contribuinte brasileiro a pagar jantaradas para grupos no Eleven (onde em média são Euros 100,00 por cabeça) e noitadas no Ritz !!!!! Vai lá vai….”
“Quando se acabar o crédito e/ou as riquezas naturais, acabam-se os Maduros, os Moráles e as Dilmas. Lá como cá, quando se acaba o dinheiro, acaba-se o socialismo. Depois, já se sabe, será a culpa dos mercados, dos bancos, blá, blá, blá…..”
“Coitada ! A mulher até mete dó! Deus me livre de tal coisa”.
“Por amor da Santa! Será que não era possível arranjar uma foto melhor, quer de um quer de outro? Parece que saíram de um naufrágio. A Dilma, então, que até nem é feia de todo, está um pavor, parece que ficou mal disposta com a janta. Que coisa mal amanhada! Será que pediram licença à senhora para postar a foto na rede? Tirem lá isso, se querem manter a freguesia. Se bem que o tal de 11 a mim não me diz nada mas se é na continuação do Lágrimas de Coimbra (onde caí uma vez por acaso), não vai deixar saudades à brasileira”.
“Tava linda hein Dilma, adorei esse look Fester Addams”.
“Parece photoshop ao contrário. Que vanguardista”.
“Pela foto, parece que tiveram que dar uns sopapos na presidenta, para ela pagar a conta”.
Voltei para a constatação: o retrato desenhado pelos comentários só não é pior que o retrato de Dilma ao lado do chef Joachim.
Tags: Celso Arnaldo Araújo, Diário de Notícias, Dilma Rousseff, Eleven, Hotel Ritz,Michelin, Portugal
27/01/2014 às 13:31 \ Direto ao Ponto
(Foto: Reuters)
ATUALIZADO ÀS 13H31
Alguma alma caridosa precisa contar ao neurônio solitário que toda obra física de grande porte é complexa. Se construir estádios fosse simples, como disse Dilma Rousseff no encontro na Suiça com Joseph Blatter, as arenas prometidas há seis anos estariam prontas. E a presidente da República não precisaria submeter-se às humilhantes cobranças do presidente da Fifa.
Enquanto se explica com os gringos que exploram o futebol mundial, a supergerente de araque finge que não tem de explicar-se com os nativos lesados pelos farsantes que forjaram o conto da Copa. O que dirá aos pagadores de impostos forçados a bancar a farra multibilionária — anabolizada pela irresponsabilidade do BNDES — promovida pelo Planalto em parceria com governadores, prefeitos, cartolas e empresários de estimação?
A reconstituição do golpe atesta que os trapaceiros nem esperaram pela oficialização da escolha do anfitrião do Mundial. A abertura de mais uma versão da ópera dos malandros ocorreu em 15 de junho de 2007: numa celebração no Planalto, Lula aprovou com sorrisos cúmplices e movimentos verticais da cabeça o palavrório de Ricardo Teixeira, ainda no comando da CBF: “A Copa do Mundo é um evento privado. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”.
Quatro meses mais tarde, o embusteiro reincidiu no Rio: “Faço questão absoluta de garantir que a Copa de 2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas”. Em 4 de dezembro de 2007, depois de avisar que falava em nome de Lula, o ministro do Esporte, Orlando Silva, avalizou as promessas do parceiro hoje homiziado em Miami, a um oceano de distância do camburão.
“Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado”, disse o ministro que também se transformaria em caso de polícia. “Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”. Conversa de 171, sabe-se hoje. Oficialmente, o governo federal confessa ter enterrado R$ 4 bilhões nas arenas superfaturadas. O desperdício real foi bem maior e muito mais obsceno, provará a abertura da caixa preta da Copa da Roubalheira.
As maracutaias não contabilizadas continuam à espera da ofensiva dos políticos ditos oposicionistas, das reações vigorosas dos brasileiros que não capitulam nem se juntam à manada, das ações do Ministério Público e da mão pesada da Justiça. Entre tantas bandalheiras, é preciso investigar com urgência, por exemplo, a origem e o destino do dinheiro que saiu pelo ralo da reforma do Maracanã ou da construção do Itaquerão.
As duas obras deveriam custariam cerca de R$ 500 milhões cada uma. A primeira passou com folga de R$ 1 bilhão. A segunda está chegando lá, o que fará do novo estádio do Corinthians o fruto mais lucrativo da dobradinha formada pela Odebrecht e por Lula. Pai do colosso, o ex-presidente que virou camelô de empreiteira envolveu nos trabalhos de parto a mãe do PAC, o BNDES, o governo estadual e a prefeitura de São Paulo, fora o resto. Quem ganhou quanto?
A cinco meses do jogo de abertura, o colapso do projeto em execução no estádio do Atlético Paranaense informa que os espertalhões perdulários ignoram limites. Irritado com o que viu por lá na última inspeção, o secretário-geral Jerôme Walcke avisou que a arena de Curitiba seria excluída do mapa da Copa se o ritmo das obras não passasse a obedecer ao padrão Fifa. Imediatamente, o orçamento subiu de R$ 265 milhões para R$ 319 milhões. O salto de 20% será coberto pelos cofres públicos, que já financiaram 85% do que se gastou.
A festança dos vigaristas vai acabar acordando as multidões que, em junho passado, impuseram aos farristas algumas semanas de insônia e medo. Milhões de brasileiros têm sido tratados como se fossem todos patriotas de galinheiro ou otários profissionais. A Copa que seria o grande tiro eleitoreiro de Lula pode acertar o pé de Dilma Rousseff.
26/01/2014 às 17:16 \ Opinião
Publicado na edição impressa de VEJA
Se tudo correr conforme o esperado, frutificarão na cabeça do senador Renan Calheiros ao longo da sessão legislativa que se abre no próximo mês os 10.118 fios de cabelo que lhe foram transplantados da nuca para o cocoruto, em cirurgia realizada em dezembro no Recife. Projeta-se em três meses o prazo para que irrompam, desassombrados como brotos a forçar passagem no solo, os primeiros fios. Isso ocorrerá lá para meados de março. No segundo semestre já terão crescido o suficiente para fazerem diferença. Ganhará o senador no cobiçado reforço à cobertura capilar. Perderá o Senado. Ao vir a público que Calheiros viajou num avião da FAB para fazer o transplante, enfatizou-se, com justiça, o escândalo que foi ter usado transporte oficial para uma atividade privada. Esqueceu-se desse outro escândalo que é um senador da República submeter-se a transplante de cabelos. Renan comandará o Senado neste ano mais cabeludo, mais satisfeito com a imagem que vê no espelho e tomado de renovado prazer ao deslizar o pente sobre o couro cabeludo ─ mas também mais falso e incondizente com o que se espera de um senador.
Tags: "O velho Senado", FAB, Fernando Basto, implante capilar, José Dirceu,Machado de Assis, Mário de Andrade, reforma política, Renan Calheiros, Roberto Pompeu de Toledo
26/01/2014 às 13:23 \ Opinião
REYNALDO ROCHA
Ninguém gosta de ser contrariado. É da natureza humana. Mas é também humano reconhecer que a contrariedade pode servir de alerta e, mesmo indesejada, oferece uma chance de repensar a própria vida.
Dilma odeia ser contrariada. A psicanálise explica. O sentimento de menos valia (neste caso não é só sentimento) transforma em ofensa uma opinião contrária, mesmo que baseada em fatos.
26/01/2014 às 7:54 \ Opinião
Publicado na coluna de Carlos Brickmann
1 ─ O delegado-chefe da Delegacia de Polícia da Grande Natal, Rio Grande do Norte, foi filmado quando levava uma jovem, menor de idade, ao Motel L’Amour. Usou viatura oficial descaracterizada, para uso exclusivo em serviço.
2 ─ Após a inauguração do Estádio das Dunas, em Natal, alguns convidados foram bebemorar. Caíram numa blitz da Lei Seca. Um envolvido disse ser sobrinho da governadora Rosalba Ciarlini, PFL (que, condenada em outro caso, perderia o mandato no dia seguinte). Não adiantou: perdeu os pontos e a habilitação.
Tags: Arthur Chioro, Carlos Brickmann, Cracolândia, Rio Grande do Norte,Rosalba Ciarlini, Tião Viana
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