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domingo, 30 de março de 2014

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Reinaldo Azevedo

Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



29/03/2014 às 7:24
LEIAM ABAIXO


É claro que Pasadena é um caso de política, mas é inegável que é, sobretudo, um caso de polícia. Ou: A resposta de Gabrielli a este blog há um ano e três meses;
Prejuízo da Petrobras vai aumentar: autoridades de Pasadena cobram milhões da empresa na Justiça;
Berzoiniev já diz a que veio. Ou: É tudo deles!;
Ibope mostra Dilma “derretendo”, diz Serra;
Lula impõe “Berzoiniev” a Dilma; Mercadante perde o que nunca teve: influência. O homem dos aloprados e da Bancoop de volta à ribalta;
Edison Lobão diz a jornal americano que pode pedir a brasileiros que economizem luz para Copa não ficar às escuras. É mesmo? Então eu me lembrei de dois discursos da Soberana;
Avaliação da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi feita às pressas;
Pistolagem política – Planalto decide partir para o terrorismo e ameaça investigar até o indeterminado — desde que envolva a oposição — para tentar impedir CPI da Petrobras. Ou: Gleisi perde o juízo;
1964 já era! Viva 2064! — A minha coluna na Folha de hoje;
Eduardo Campos-Marina na TV: uma boa pegada para um estranho discursoPor Reinaldo Azevedo


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29/03/2014 às 7:15
É claro que Pasadena é um caso de política, mas é inegável que é, sobretudo, um caso de polícia. Ou: A resposta de Gabrielli a este blog há um ano e três meses

  • Gabrielli: há pouco mais de um ano, em resposta ao blog, afirmou que a Petrobras havia conseguido desconto na compra de refinaria

Não tem jeito: a cada enxadada, uma minhoca. Raia o dia, e lá vem uma nova informação sobre a compra da refinaria de Pasadena que empurra mais e mais o caso para a esfera da polícia — embora, é evidente, ele seja também um caso de política. Ora, se é assim que a Petrobras executa as suas aquisições, e dado que um de seus mais importantes ex-diretores está na cadeia, a gente imagina o padrão de governança da empresa. Salvem a Petrobras antes que acabe! R$ 200 bilhões em valor de mercado já foram para o ralo da irresponsabilidade petista. O que sobrou é menos da metade do que havia há três anos. A Petrobras tem de ser devolvida a seus legítimos donos: o povo brasileiro, representado pelo Estado, e os acionistas minoritários, que estão sendo logrados.

Como já se sabe, os próprios belgas da Astra, ao vender a primeira metade da refinaria à Petrobras, saudaram o negócio excepcional e o ganho acima de qualquer expectativa. Na Folha deste sábado, há uma reportagem sobre os desentendimentos entre a Astra e a Petrobras. Reproduzo trecho (em vermelho) do texto de Isabel Fleck, Raquel Landim e David Friedlander. Volto em seguida.
Os executivos da Petrobras faziam muita “besteira”, eram “extravagantes” nos gastos e qualquer decisão levava “10 vezes mais tempo que o necessário”. Era assim que os belgas da Astra se referiam aos seus sócios brasileiros na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Os comentários pejorativos de Mike Winget, presidente da Astra, e seu diretor de operações, Terry Hammer, aparecem numa troca de e-mails com outras cinco pessoas da equipe, datada de 2 de novembro de 2007 e obtida pela Folha na Justiça do Texas.

Retomo
O clima era beligerante, havia desentendimento entre os sócios, e os belgas decidiram, então, fazer valer a cláusula que obrigava a Petrobras comprar a outra metade. Até aí, bem. Num dos e-mails obtidos pela Folha, Winget escreve, referindo-se aos negociadores com os quais dialogava, que “não ficaria surpreso se a Petrobras já tiver se dado conta de que a refinaria não vale os US$ 650 milhões que eles [os negociadores brasileiros] sinalizaram”.

Entenderam? Eles mesmos sabiam que a refinaria não valia aquilo tudo. Ao Congresso, no entanto, Graça Foster afirmou que as condições do mercado à época justificavam aquele preço. Nem os donos originais achavam isso!

Multa e passivo ambiental
Reportagem levada ao ar na noite desta sexta pelo Jornal Nacional evidencia que Pasadena ainda não parou de sangrar o cofre do Brasil. O Condado de Harrys acionou a refinaria na Justiça para receber uma multa US$ 6 milhões, soma de tudo o que ela deixou de recolher em impostos desde 2005, sem contar que, em 2012, o condado fechou com a Petrobras um acordo para o pagamento de uma multa de US$ 750 mil por causa da poluição do ar em anos anteriores. Rock Owens, que é advogado da área ambiental de Harrys, diz que o valor da venda da refinaria chamou a atenção na época. Ele explica por quê: “Era a venda de uma refinaria velha a um preço premium que não deveria ter sido pago. E sem os reparos que recomendamos desde os anos 80, que não foram feitos”.

Os sócios da Astra sabiam que a empresa não valia tudo aquilo; o advogado do Condado de Harrys sabia que a refinaria não valia tudo. Intuo que os diretores que realizaram a operação também soubessem, não é? O conselho, no entanto, foi levado no bico — e Dilma decidiu ignorar o assunto depois, como conselheira da Petrobras, como ministra e como presidente da República.

Mas a Petrobras não contratou consultoria? Pois é. Aí é preciso lembrar areportagem do Globo que mostra que a avaliação foi feita às pressas, em apenas 20 dias. Os avaliadores contratados, da BDO Seidman, deixaram claro que não tiveram tempo de fazer o trabalho adequado e se eximem de eventuais problemas posteriores. Recomendam à Petrobras que faça, então, ela própria a avaliação. E a Petrobras fez. Sabem quem a ajudou? A então diretora financeira da Astra, Kari Burke. É do balacobaco!

Não por acaso, informa outra reportagem da Folha, “a análise [sobre o preço da refinaria] contemplava três cenários, com cinco situações em cada, nas condições em que se apresentava a refinaria na época. A mais conservadora estabelecia que Pasadena inteira custava US$ 582 milhões. A mais otimista atingia US$ 1,54 bilhão. Com o estudo na mão, Nestor Cerveró decidiu oferecer US$ 700 milhões por 50% do ativo. O fato de a oferta não corresponder à metade de nenhuma das cifras apresentadas no estudo chamou atenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que questionou a escolha de valores “aleatoriamente, sem comprovação, entre todos os cenários possíveis”

Entenderam? Foi Cerveró que ofereceu os US$ 700 milhões pela segunda metade — que depois acabaram se transformando em R$ 820,5 milhões. Aí, sim, a operação foi vetada pelo Conselho e teve início a disputa judicial. Dilma pode até explicar como foi enganada na condição de membro do conselho. A sua omissão posterior é que é inexplicável, com Cerveró assumindo a direção financeira da poderosa BR Distribuidora. Curiosamente, a presidente mandou demiti-lo antes de qualquer investigação.

Dá para entender por que o mercado se animou quando a oposição conseguiu o número de assinaturas no Senado para fazer a CPI da Petrobras. É a esperança de que uma comissão de inquérito contribua para botar ordem na bagunça. Como se nota, mais de uma vez, os próprios belgas se mostraram espantados — e até incrédulos — com a, por assim dizer, generosidade da Petrobras.

Durante um bom tempo, como sabem, este blog foi o único veículo a manter Pasadena na pauta. No dia 17 de dezembro de 2012, informei aqui, o site Bahia Notícias publicava o seguinte (em vermelho):
O secretário de Planejamento e ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli,esclareceu por meio de nota as afirmações feitas pelo colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo. Por meio de nota, a assessoria do titular da Seplan informa que a pauta “é requentada”.
“Em novembro 2005, a Petrobras assinou um Memorando de Entendimento com a Astra Oil Company (Astra). Em setembro de 2006, a Companhia concluiu a aquisição através de sua subsidiária Petrobras America Inc. (PAI).Desentendimentos entre os sócios levaram a Astra a requerer o direito de vender seus 50%”.
Segundo o documento, o valor foi acrescido de juros e outras atribuições durante o processo arbitral. “A Petrobras empenhou seus melhores esforços e obteve uma redução significativa no montante pleiteado pela Astra. Em junho de 2012, um acordo extrajudicial totalizou US$ 820 milhões. Parte desse montante, US$ 750 milhões, já vinha sendo provisionado, restando o complemento de provisão de US$ 70 milhões”, diz a nota. “O acordo tornou a refinaria [de Passadena] um ativo negociável, ainda que não haja uma obrigatoriedade nem urgência em se desfazer da mesma”, finaliza o comunicado.

Encerro
Até aquela data, Gabrielli achava que bastava arrogância para matar o assunto. Vejam quanta notícia tem rendido o “assunto requentado”. Mais: segundo sustentou então, a Petrobras ainda havia conseguido uma “redução” (!!!) no valor da compra.

Um caso de política. Um caso de polícia.Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Gabrielli, Governo Dilma


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28/03/2014 às 22:12
Prejuízo da Petrobras vai aumentar: autoridades de Pasadena cobram milhões da empresa na Justiça


No Jornal Nacional:A conta bancada pela Petrobras pela refinaria americana que provocou tanto barulho pode ficar maior. Autoridades da região de Pasadena cobram mais alguns milhões de dólares da refinaria na justiça. O correspondente Hélter Duarte explica. A briga das autoridades do Condado de Harrys com a refinaria de Pasadena começou há nove anos. Segundo Scott Lemond, advogado do Condado, foi nesse período que a companhia deixou de pagar seus impostos regularmente. A refinaria de Pasadena fica em uma área isenta de tributos federais e alfandegários. Mas, como compensação, esses valores têm que ser repassados ao Condado, que engloba mais de 80 cidades da região, incluindo Pasadena e Houston, a maior cidade do Texas.

Os advogados do condado de Harrys afirmam que tentaram, mas nunca conseguiram fechar um acordo com a refinaria. Em janeiro do ano passado, eles entraram na Justiça contra a refinaria de Pasadena para receber um dívida de US$ 6 milhões. Scott Lemond explica que esse valor é a soma de tudo o que a refinaria deixou de pagar ao Condado desde 2005, quando ela foi vendida pela Crown para a empresa belga, Astra Oil. Scott diz que entre 2005 e 2006 alguns pagamentos foram feitos. “Eles pararam de pagar entre 2007 e 2008, e os valores entre 2005 e 2006 foram pagos menos que o devido”, afirma o advogado. Foi nesse período que a Petrobras comprou a primeira metade da refinaria. Uma dívida que, na avaliação do advogado, era de conhecimento dos envolvidos no negócio.

Um documento interno da Petrobras, publicado nesta sexta-feira (28) pelo jornal “O Globo”, revela que a avaliação da situação jurídica e financeira da refinaria de Pasadena foi feita em apenas 20 dias. Um prazo que a própria Petrobras, no relatório de 31 de janeiro de 2006, considera curto em relação ao que uma “due diligence” normalmente requer. A due dilligence é um passo essencial nos processos de fusões e aquisições de companhias. Funciona como uma espécie de auditoria, avaliação, de todos os números da empresa a ser comprada. No caso de Pasadena, os estudos sobre a saúde da refinaria foram feitos no escritório da Astra, entre 23 e 27 de janeiro de 2006, com a ajuda do consultores da BDO Seidman e da então diretora financeira da Astra, Kari Burke. O documento interno da Petrobras cita uma primeira fase de coleta de documentos, entre 11 e 25 de novembro, com a colaboração de diretores financeiros da Astra.

Um dia antes da assinatura do documento de avaliação, por gerentes da área financeira, tributária e jurídica, segundo a reportagem, a BDO enviou ao então presidente da Petrobras americano Renato Tadeu Bertani uma carta em que diz que devido ao tempo, a consultoria ficou limitada na capacidade de identificar assuntos que poderiam potencialmente ser encontrados. E que os serviços prestados não deveriam servir de base para divulgar erros, fraudes ou outros atos ilegais que pudessem existir.

Rock Owens é advogado da área ambiental do Condado de Harrys. Ele diz que o valor da venda da refinaria para a Petrobras chamou a atenção na época. “Era a venda de uma refinaria velha a um preço premium que não deveria ter sido pago. E sem os reparos que recomendamos desde os anos 80 que não foram feitos”, ele diz.

Em 2012, Owens fechou com a Petrobras um acordo para o pagamento de uma multa de US$ 750 mil, por causa de vários episódios de poluição do ar em anos anteriores. Desde o pagamento desse valor, segundo o advogado, não foram registrados outros casos de poluição do ar na refinaria. Nos Estados Unidos, a ex-diretora financeira da Astra, Kari Burke, que participou da avaliação da refinaria de Pasadena em 2006, não retornou nossas ligações e e-mails. A BDO avisou, por e-mail, que não vai comentar o caso em respeito à política de confidencialidade.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Refinaria de Pasadena


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28/03/2014 às 22:06
Berzoiniev já diz a que veio. Ou: É tudo deles!


Escrevi um post sobre o estilo de Ricardo Berzoniev, o novo ministro das Relações Institucionais.. Leiam no Globo esta declaração do homem:
“Não há motivo para ficarmos na defensiva. Vamos para a ofensiva, vamos mostrar o que foi a Petrobras no governo Fernando Henrique (Cardoso) e o que é a Petrobras nos governos Lula e Dilma. Está claro que o interesse é eleitoral, não há qualquer interesse de investigação sério, e o caso (Pasadena) já está sendo investigado pelas autoridades competentes, que são menos sujeitas à contaminação política.”

Huuummm…

Para o PT, é assim: tudo vira uma guerra de versões. Como eles têm a máquina na mão, acham que a sua será a mais influente.

Vejam bem: se Berzoniev resolvesse contar, com honestidade histórica, o que foi a Petrobras sob FHC, não haveria nada de errado. Ao contrário: essa seria a sua obrigação.

Uma fala como essa não é própria de um ministro; não é compatível com um homem de Estado. Para esse tipo de guerrilha, existe o partido. E daí? Para eles, a diferença não faz… diferença! Partido, sindicato, estatal, estado, governo… É tudo a mesma coisa. É o novo patrimonialismo.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Ricardo Berzoini


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28/03/2014 às 21:05
Ibope mostra Dilma “derretendo”, diz Serra


Na Folha:
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (28) que a queda da aprovação da presidente Dilma Rousseff mostra que a petista “está derretendo”. “A avaliação de governo tem um papel determinante na eleição”, completou Serra. De acordo com uma pesquisa do Ibope divulgada na quinta-feira (27), o índice de pessoas que consideram a gestão federal boa ou ótima caiu de 43% para 36% desde novembro.

No mesmo instante em que o ex-governador fazia essas afirmações para um grupo de repórteres, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também falava com jornalistas em outra roda (…): “O cenário eleitoral não está posto. A população não está pensando em eleição agora [...] Quando saí do governo para ser candidato à Presidência, em maio [de 1994], pensei até em desistir por causa das pesquisas. Em julho, eu estava começando a melhorar. E depois ganhei em primeiro turno”, explicou FHC.
(…)
Serra e Fernando Henrique participaram do seminário “O golpe de 1964: o passado e o presente 50 anos depois”, evento organizado pelo instituto FHC.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Ibope, Serra


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28/03/2014 às 19:31
Lula impõe “Berzoiniev” a Dilma; Mercadante perde o que nunca teve: influência. O homem dos aloprados e da Bancoop de volta à ribalta




Que gente pitoresca!

Eis aí uma das expressões com as quais inicio um texto às vezes. Também há o “Ai, ai…”, nesse caso, traduzindo certo cinismo desconsolado. O “gente pitoresca” serve àqueles momentos em que o assunto, no fim das contas, é sério, embora pareça piada. Ricardo Berzoini (foto) — que eu chamo de “Berzoiniev”, já lembro por quê — vai assumir a Secretaria das Relações Institucionais, pasta que estava sob os descuidados de Ideli Salvatti, que já descuidou do Ministério da Pesca e vai descuidar agora dos Direitos Humanos. Sem mandato, onde houver um lambari para fisgar, lá estará Ideli com o seu puçá. Ficaremos sem as Luzes de Maria do Rosário, o que, convenham, é um ganho em si, mesmo quando substituída por Ideli, que rima, não é a solução, mas se mostra, ao menos, mais caricata — e, por isso, mais verdadeira — quando finge que seu pensamento atinge dimensões sublimes. A ministra que sai não consegue nem mesmo apelar a nosso senso de piedade intelectual.

Quem vai cuidar das “ Relações Institucionais”? Ora, ninguém menos do que um especialista em relações… não institucionais. Eis o jeito petista de fazer as coisas. Eu o chamo faz tempo “Ricardo Berzoniev” justamente para lhe emprestar, assim, um quê de burocrata soviético. Os dias pedem o seu “physique du rôle”, não é? Quanto mais os partidos se aproximam das eleições, mais vão pedindo, como posso escrever?, certo tipo de gente, capaz de fazer determinados trabalhos para os quais Berzoniev, por exemplo, está perfeitamente talhado. Sem contar que é homem de confiança de quem manda: Lula.

Atenção! Com Berzoiniev nas Relações Institucionais, o Apedeuta dá uma encostada em Aloizio Mercadante — e poucos estão atentando para isso — e põe no lugar um executor das vontades da máquina. Mercadante é atrevido o bastante para achar que tem ideias próprias e boas — uma contradição nos termos, em seu caso —, e Lula não o suporta nem tanto porque as ideias são ruins, mas porque são próprias… Na verdade, ao nomear Berzoniev, Dilma está abrindo mão da condução da política e entregando-a a Lula. A solução lhe foi imposta.

Como esquecer?
Como esquecer que o homem escolhido para as Relações Institucionais foi aquele que assumiu a presidência do PT quando os mensaleiros caíram em desgraça em 2005? Sua tarefa, vá lá, nos limites do que era possível a um petista fazer, era ao menos executar a mímica da ética na política. Com menos de um ano à frente do partido e um dos capas-pretas da campanha de Lula à reeleição, estourou o escândalo dos aloprados.

Segundo o próprio Lula — que, obviamente, tirou o corpo fora, embora houvesse no bando o seu segurança, o seu compadre, os seus amigos pessoais… —, o responsável foi… Berzoini, que era então coordenador de sua campanha. Afirmou à época: “Você escolhe um companheiro para determinada função, no caso do pessoal que cuidava da ‘pseudo-inteligência’ da minha campanha nem fui eu que escolhi, quem escolheu foi o presidente do partido [Ricardo Berzoini], que era o coordenador da campanha eleitoral.”

Berzoniev está ainda na origem da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que levou no bico milhares de pessoas e é investigada por lavagem de dinheiro, superfaturamento e desvio de recursos para o PT.

Aí fico cá a me perguntar: se Dilma precisa de um ministro das Relações Institucionais que, em ano eleitoral, seja especialista em relações não institucionais — além de amigão de Lula e expressão da alta burocracia da CUT —, não poderia haver nome melhor do que o de Berzoniev. Ele poderá fazer o que Ideli não conseguiu. Não porque tenham morais distintas, mas porque ele dispõe de uma artilharia que ela nunca teve. De resto, convenham: se ninguém ouve o que ela diz, como culpar o interlocutor?

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Ideli Salvatti, Maria do Rosário, PT, Ricardo Berzoini


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28/03/2014 às 10:42
Edison Lobão diz a jornal americano que pode pedir a brasileiros que economizem luz para Copa não ficar às escuras. É mesmo? Então eu me lembrei de dois discursos da Soberana


Ai, ai… O ministro Edison Lobão parece ser ligeiramente mais realista quando concede entrevista ao “The Wall Street Journal” do que quando fala à imprensa brasileira. Por aqui, ele é só certeza, convicção e assertividade: não vai faltar energia elétrica e pronto! Ao jornal americano, no entanto, ele admite que o governo pode pedir aos consumidores que economizem luz para que, como direi?, não haja escuridão na Copa.

Isso quer dizer que Lobão já está com medinho. Pelo visto, suas orações não andaram surtindo efeito. Se as chuvas não vierem num volume adequado em abril e maio, assistiremos a um apelo cívico para que os homens parem de usar barbeador e para que as mulheres abandonem a chapinha — eu até vou gostar: sinto falta das moças com cabelos volumosos, esvoaçantes.

Essa gente que tudo sabia caminha para o 12º ano de governo, e o país continua a olhar para o céu, a fazer a dança da chuva. Quando penso em toda a sabedoria arrotada pela Soberana na área de energia nos últimos, atenção!, 11 anos e 3 meses e olho para a Petrobras e para o setor elétrico, sei o que é uma reputação superfaturada, que foi muito competente, já escrevi, em criar a fama de competente.

Agora eu entendo Guido Mantega! Ele fabricou quatro anos de crescimento medíocre na gestão Dilma (sim, 2014 vai ser aquela coisinha…) para nos livrar do apagão. Homem sábio. Ele erra todas as previsões, mas é intuitivo… Cacique Cobra Cobral deve tê-lo advertido do que nos reservavam os céus.

Irresponsabilidade
Em setembro de 2012, a popularidade de Dilma andava lá pela casa dos 60%. Os sinais da economia não eram bons, mas ela vivia seus delírios de poder. No dia 6, véspera do Sete de Setembro, na boca da urna das eleições municipais, entrou em rede de rádio e televisão para anunciar a… redução da tarifa de energia — que só se efetivaria no ano seguinte, em 2013, o que rendeu um novo pronunciamento, é claro. Se alguém tem paciência, o vídeo segue abaixo. Para quem não já não aguenta, destaco na sequência alguns trechos de seu discurso megalômano.



Retomo
Vejam o país do discurso de Dilma:
“Ao contrário de outros países, o Brasil criou, nos últimos anos, um modelo de desenvolvimento inédito, baseado no crescimento com estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda.”

Isto é que é capacidade de planejamento. Essa fala tem apenas um ano e meio:
“Na próxima terça-feira vamos dar um importante passo nesta direção. Vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução de que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A partir daí todos os consumidores terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta de luz vai ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor os custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão.”

No dia 23 de janeiro de 2013, ela estava de volta à televisão para, mais uma vez, tratar da redução da tarifa de luz. Eis aqui, como diria Augusto Nunes, mais uma evidência da “Mulher Sem Visão”.



Leiam com atenção:
“O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia.Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países.
Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.
Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas.
Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.
Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando.
(…)”

Concluo
Um ano e dois meses depois, seu ministro de Minas e Energia considera a hipótese de pedir, gentilmente, que os brasileiros economizem energia para não ter apagão na Copa. Tudo depende da chuva. Do planejamento, por óbvio, é que não seria.

Da próxima, Dilma combina a bazófia com São Pedro.Por Reinaldo Azevedo

Tags: energia elétrica, Governo Dilma


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28/03/2014 às 10:25
Avaliação da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi feita às pressas


Por Bruno Rosa, Ramona Ordoñez, Henrique Gomes Batista e Ronaldo D’Ercole, no Globo:
O processo de compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras envolveu um prazo “muito curto” de due diligence — espécie de auditoria considerada um dos passos essenciais em processos de fusões e aquisições, na qual são avaliadas questões jurídicas, financeiras e operacionais. A afirmação foi feita pela própria Petrobras e está em documento confidencial, datado de 31 de janeiro de 2006, ao qual O GLOBO teve acesso. Ao todo, o processo levou cerca de 20 dias. Especialistas ressaltam que essa etapa de análise de informações de uma empresa consome, em média, de dois a três meses. Em um dos anexos do documento, a consultoria contratada pela estatal na ocasião, a BDO Seidman, de Los Angeles, nos EUA, diz que, em razão do “tempo limitado”, a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados.

Batizada de Projeto Mangueira, a compra da refinaria envolveu a reorganização de cinco afiliadas da Astra Trading. De acordo com o documento da Petrobras, ocorreu a fusão de três destas companhias, criando a chamada Pasadena Refining Systems (Nova PRSI), dona da refinaria em si, na qual a Petrobras comprou 50% em 2006. Paralelamente, para vender combustível de Pasadena, a Petrobras criou com a Astra outra empresa, a PRSI Trading. O documento da Petrobras detalha o processo de análise de dados. Após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra entre os dias 11 e 25 de novembro de 2005, a estatal teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.

“A estrutura mudou e passou a considerar a fusão das três empresas… tornou-se necessário verificar possíveis contingências contábeis/tributárias dessas outras empresas. Isso foi feito no escritório da Astra entre os dias 23 a 27 de janeiro de 2006. (…) Contamos com a ajuda dos consultores da BDO Selman LLP, que elaboraram relatório com base em entrevistas e documentos disponibilizados pela CFO (diretora financeira) da Astra, Kari Burke. Sobre esse aspecto, ressaltamos que o prazo foi muito curto em relação ao que uma due diligence normalmente requer. Não obstante, o trabalho procurou cobrir o máximo possível”, diz o documento.

Como forma de se precaver de possíveis passivos, a equipe jurídica e tributária da estatal recomendou a criação de cláusula que responsabilizava a Astra por qualquer tributo devido em decorrência da reestruturação. O documento de 31 de janeiro de 2006 foi assinado por gerentes da área tributária e jurídica da Petrobras. A análise foi feita um dia após o recebimento do relatório feito pela BDO Seidman — e não Selman, como escrito no documento.

No dia anterior, a BDO enviou carta a Renato Tadeu Bertani, presidente da Petrobras America na qual menciona prazo de 25 a 30 de janeiro de 2006 para análise de dados, data que tem uma pequena variação em relação ao documento da Petrobras. “Devido ao tempo limitado para completar esse projeto e programação urgente de trabalho de campo, ficamos limitados na nossa capacidade de identificar assuntos que poderiam potencialmente ser encontrados em uma avaliação mais detalhada”, diz a carta da BDO, que lista questionamentos à estatal.
(…)Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Refinaria de Pasadena


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28/03/2014 às 5:07
LEIAM ABAIXO


Pistolagem política – Planalto decide partir para o terrorismo e ameaça investigar até o indeterminado — desde que envolva a oposição — para tentar impedir CPI da Petrobras. Ou: Gleisi perde o juízo;
1964 já era! Viva 2064! — A minha coluna na Folha de hoje;
Eduardo Campos-Marina na TV: uma boa pegada para um estranho discurso;
MP pede prisão de executivos de Siemens e Bombardier;
Azeredo será julgado na 1ª instância da Justiça Federal de MG. Nem privilegio nem excepcionalidade;
Vergonha alheia, Ideli!;
Perspectiva de Dilma ser derrotada anima mercados; CPI da Petrobras faz disparar ações da empresa. E dois textos premonitórios;
Serra há 50 anos, na Rádio Nacional, convocando a resistência ao golpe. Ouça;
Rombo nas contas do governo em fevereiro chega a R$ 3 bilhões;
Pesquisa CNI-Ibope: Popularidade e aprovação de Dilma despencam; chance de alternância de poder não é pequena; veja por quê;
Renan: não há mais o que fazer contra CPI. Que bom!;
Oposição protocola pedido de CPI da Petrobras;
O PT não se conforma que oposicionistas façam oposição! No fim das contas, isso é ódio à democracia! Ou: Ainda não temos de imitar o modelito do anão tarado;
Haddad joga movimento de autointitulados sem-teto contra os vereadores. A ruindade deste senhor ainda vai virar tese universitária!;
Câmara aprova projeto com 20% de cotas para negros em serviços públicos. É claro que viola a Constituição! Mas quem vai resistir?;
Petrobras sabia de comitê que Graça diz desconhecer;
Governo do Acre compra 5 mil bicicletas de ex-secretário;
Campos a favor da CPI da Petrobras: Congresso não pode ficar de joelhos;
Monty Python se encontra com Raymond Aron em Banânia: “A MACONHA É A MACONHA DOS INTELECTUAIS”Por Reinaldo Azevedo


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28/03/2014 às 4:59
Pistolagem política – Planalto decide partir para o terrorismo e ameaça investigar até o indeterminado — desde que envolva a oposição — para tentar impedir CPI da Petrobras. Ou: Gleisi perde o juízo

  • Gleisi, a face mais bela da truculência, protagoniza um dos piores momentos do governo Dilma: a chantagem explícita

Que coisa! O governo fez de tudo para impedir a CPI da Petrobras. No Senado, já esta protocolada. Então a tática agora é partir para a retaliação e o terrorismo. Os porta-vozes da ameaça são o deputado Vicentinho (SP) e a senadora Gleisi Hoffmann (PR), em quem eu até reconhecia certas virtudes da convicção ao menos, mas que está se transformando bem depressa numa caricatura. Lembra os piores tempos de Ideli Salvatti, porém saída de uma outra fôrma. Depois de uma reunião no Palácio do Planalto, o habitualmente moderado e cordato Vicentinho não teve dúvida: se é para fazer a CPI da Petrobras, então o PT tentará incluir no requerimento a investigação do suposto cartel de trens em São Paulo, a Cemig de Minas e o Porto de Suape em Pernambuco. Objetivo: tentar atingir o PSDB e os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos.

Alguém quis saber o que se deve investigar em Suape, por exemplo, e o deputado petista não poderia ter sido mais eloquente: “Eu ainda não sei”. É espantoso! Vicentinho, formado em direito, pertence àquela escola que acha que se deve abrir uma investigação para achar alguma coisa desde que seja contra o inimigo. Não me surpreende. A esquerda entende que a função do estado é precisamente esta: perseguir seus inimigos.

O nome disso é pistolagem política. O deputado disse que a ideia saltou da sua cabeça. É, obviamente, mentira. Tanto que, num outro canto, Gleisi Hoffmann não escondia a intenção de recorrer a um truque dos mais asquerosos. É simplesmente irregular fazer um adendo ao requerimento da CPI da Petrobras com esses outros temas, que não são nem mesmo conexos. O que os trens de São Paulo têm a ver com o porto de Pernambuco ou com a Cemig? Resposta óbvia: nada! E Gleisi sabe disso. Mas ela explicou a malandragem. Disse que poderia alegar prejuízo de recursos federais. Bem, se é assim, por que não incluir, então, os descalabros da Copa, senadora?

O governo pode querer fazer CPI sobre esses temas? Pode. Mas terá de apresentar um requerimento específico. A pergunta óbvia é por que não fez isso antes. O que vai embutido nessa forma delinquente de fazer política? Tomemos o caso de Pernambuco: se Eduardo Campos estivesse, mais uma vez, fechado com a candidatura do PT, é evidente que os petistas não ameaçariam investigar o porto de Suape. Moral da história da companheirada: os inimigos, a gente investiga e persegue; os amigos, a gente preserva. Quanto aos trens de São Paulo, dizer o quê? Duvido que uma CPI pudesse ser mais politizada do que já tem sido o Cade, por exemplo, sob a gestão do PT.

Como se dissesse a coisa mais óbvia do mundo, Gleisi, pré-candidata do PT ao governo do Paraná, disfarça o cinismo com seu ar severo: “Eles estão politizando, aproveitando um momento eleitoral. Tem que ter coerência. Se eu sugiro investigação política para algo que já tem investigações técnicas, como é o caso da Petrobras, por que fazer só para um tema e não para o outro?”.

A resposta é simples, senadora! Uma CPI não é um instrumento de chantagem. Se a senhora achava que era o caso de fazer uma ou mais comissões para todos esses casos, tinha como articular a investigação como chefe da Casa Civil. Indecente é que venha agora com ameaças para impedir que o Parlamento investigue a Petrobras.

De resto, quem evidenciou a necessidade da CPI foi a presidente Dilma Rousseff, ao afirmar que o conselho da Petrobras tomou a decisão sobre a refinaria de Pasadena sem conhecer as condições do contrato. Quem arrematou a urgência foi Graça Foster ao afirmar que a direção da empresa desconhecia a existência de um comitê de proprietários na refinaria de Pasadena, embora ele estivesse previsto num dos primeiros itens do contrato.

Pergunto, ademais, à senadora Gleisi se ela aceita incluir no relatório os contratos da Siemens com a Eletrobras, por exemplo, já que a empresa é uma das maiores fornecedoras da estatal. Será que, no setor elétrico, a gigante recorre a práticas muito distintas daqueles da área de transporte? Escolhido o seu método, onde houver dinheiro federal, cabe uma investigação.

E arremato assim: digamos que a oposição recue diante das ameaças de Gleisi e Vicentinho. Aí o PT certamente ficaria contente. Afinal, seria como se todos eles se abraçassem, confessando que estão juntos numa penca de falcatruas, contra o povo.

Essa é a moral profunda de suas ameaças, senadora! Nem o governo Lula foi tão baixo. Mas se reconheça: sua equipe também não tinha esse grau de ruindade. Dilma, no momento, é a incompetência com o orgulho ferido. A mistura é sempre explosiva.
Texto publicado originalmente à 0h52Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Gleisi Hoffmann, Vicentinho


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28/03/2014 às 4:55
1964 já era! Viva 2064! — A minha coluna na Folha de hoje


1964 já era! Tenho saudade é de 2064! Os historiadores podem e devem se interessar pelos eventos de há 50 anos, mas só oportunistas querem encruar a história, vivendo-a como revanche. Enfara-me a arqueologia vigarista. Trata-se de uma farsa política, intelectual e jurídica, que busca arrancar do mundo dos mortos vantagens objetivas no mundo dos vivos.

A semente do mensalão está nos delírios do Araguaia. O dossiê dos aloprados foi forjado pela turma que roubou o “Cofre do Adhemar”. Os assaltos à Petrobras foram planejados pelas homicidas VAR-Palmares, de Dilma, e ALN, de Marighella. A privatização do passado garante, em suma, lugares de poder no presente e no futuro. Os farsantes apelam à mitologia para reivindicar o exclusivismo moral que justifica seus crimes de hoje. Ladrões se ancoram na gesta da libertação dos oprimidos. Uma solene banana para eles, com seus punhos cerrados e seus bolsos cheios!

Quem falava em nome dos valores democráticos em 1964? Os que rasgaram de vez a Constituição ou os que a rasgavam um pouco por dia? Exibam um texto, um só, das esquerdas de então que defendesse a democracia como um valor em si. Uma musiquinha do CPC da UNE para ilustrar: “Ah, ah, democracia! Que bela fantasia!/ Cadê a democracia se a barriga está vazia?” Para bom entendedor, uma oração subordinada basta. A resposta matou mais de 100 milhões só de… fome!
(…)
Íntegra aqui

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Golpe de 1964


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27/03/2014 às 23:01
Eduardo Campos-Marina na TV: uma boa pegada para um estranho discurso


Foi ao ar na noite desta quinta o horário político do PSB. Do ponto de vista técnico, impecável. Foi inteiramente dedicado a um suposto diálogo — tratou-se de uma montagem — entre Eduardo Campos, que vai disputar a Presidência da República, e Marina Silva, a líder da Rede, provável vice na chapa. Procurou-se simular um olho no olho entre os dois e de cada um deles com o telespectador. O filme foi rodado em película, em preto e branco, como a dizer que ali não havia pirotecnia nem truque.

Ambos evocaram as respectivas histórias para se dizer “filhos da esperança” e “companheiros de luta e de paz”, deixando claro, de saída, com quem queriam falar. Nas palavras do ainda governador de Pernambuco: “um povo alegre, mestiço, misturado, guerreiro”. Campos incorporou, vamos dizer assim, a mística lulista.

O governo Dilma apanhou bastante, mas Lula foi preservado. Lá estava a Petrobras: o pré-candidato observou que a empresa perdeu metade de seu valor de mercado e viu sua dívida ser multiplicada por quatro. Afirmou que a economia vinha melhorando desde o governo Itamar e reconheceu o legado de FHC, com as grandes conquistas do governo Lula. Até que… Bem, até que Dilma veio estragar tudo. E aí a presidente virou alvo.

O peessebista falou de uma nova política, sem salvadores da pátria e donos da verdade. Referindo-se a Dilma como “ela”, foi duro: “Ela teve a oportunidade de receber o legado e poderia ter feito o que se comprometeu a fazer”. Acusou-a, em seguida, de “desmanchar o que havia sido feito”. Na conclusão, numa clara alusão à Copa do Mundo, convidou os brasileiros a “entrar em campo e fazer o Brasil campeão”.

Campos era o mais incisivo, o mais focado na disputa terrena propriamente. Marina, conforme o esperado, emprestava à cena um certo apelo etéreo, com coisas quase do outro mundo. De saída, afirmou que seu grande sonho, ora vejam, é uma “agenda estratégica, que possa ser implementada independentemente de partidos e de quem esteja no governo”. É claro que isso não existe e, em certa medida, representaria a morte da política. Ocorre que Marina sempre fala bem com os setores da sociedade que repudiam a… política!

Não faltaram também espertezas certamente definidas por pesquisas de opinião: lá estava a chefe da Rede a defender a sustentabilidade, como sempre, mas deixando claro que é possível desenvolver a agricultura sem agredir “as nossas florestas”, definidas como “a galinha dos ovos de ouro”.

Parece que o candidato do PSB escolheu uma estratégia: colocar-se como o verdadeiro herdeiro das conquistas do lulismo; aquele capaz de fazer o Brasil avançar. Dilma, na sua construção, jogou fora uma herança bendita. Os dados não corroboram essa leitura, mas se está diante de uma construção para a disputa eleitoral.

Funciona? Ela me parece dotada de uma fragilidade essencial: basta que Lula venha a público para dizer, afinal, quem é a sua continuadora. Como já escrevi aqui, se o discurso de Campos for extremamente eficiente e se Dilma se inviabilizasse como candidata, haveria o risco da volta de Lula como candidato do PT. E contra este, o que Campos teria a dizer? A julgar pelo discurso desta quinta, nada”

Tudo somado e subtraído, no entanto, foi um programa eficiente, que certamente atraiu a atenção de muita gente.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eduardo Campos, Marina Silva, PSB


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27/03/2014 às 22:51
MP pede prisão de executivos de Siemens e Bombardier
Na VEJA.com:
Ministério Público e a Siemens assinaram um acordo de cooperação no qual a multinacional se compromete a colaborar com as investigações sobre denúncias de cartel no sistema metroferroviário (Fabrizio Bensch/Reuters)

O Ministério Público pediu a prisão preventiva de seis suspeitos da prática de cartel e fraude a licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo. São cinco executivos da Siemens e o ex-presidente no Brasil da canadense Bombardier, todos estrangeiros: Peter Rathgeber (gerente de vendas da Siemens), Robert Huber Weber (diretor da Siemens AG), Herbert Hans Steffen (membro do conselho regional da Siemens), Rainer Giebl (diretor comercial da Siemens AG para América do Sul), José Aniorte Jimenez (diretor técnico regional de vendas de trens e metrô na Espanha, América do Norte e América do Sul da Siemens AG) e Serge Van Temsche, ex-presidente da Bombardier no Brasil.

Os pedidos de prisão foram feitos pelo promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Delitos Econômicos do Ministério Público. Ele alega “necessidade de garantia da ordem econômica” e “para assegurar a aplicação da lei penal”. Mendroni, autor de cinco denúncias criminais contra o cartel metroferroviário em São Paulo, pede à Justiça que os mandados de prisão sejam encaminhados à Polícia Federal e à Interpol (polícia internacional) “para que promova regular inserção no site próprio como procurados pelas autoridades brasileiras”.

Nesta quinta-feira, o Ministério Público e a Siemens assinaram um acordo de cooperação no qual a multinacional se compromete a colaborar com as investigações sobre denúncias de cartel no sistema metroferroviário. A empresa repassará documentos sigilosos aos promotores, como cópias de contratos de consultoria, comprovantes de transferência e pagamentos bancários. O objetivo do MP é descobrir quem teria recebido dinheiro de propina. Em troca da cooperação, a Siemens se livrará de eventual ação judicial. “Em razão da colaboração prestada não é necessária, neste momento, a propositura pelo Ministério Público de ações cautelares ou ações civis públicas, ou outras medidas constritivas de bens e direitos em face da Siemens”, diz o acordo.Por Reinaldo Azevedo

Tags: formação de cartel, Siemens


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27/03/2014 às 22:11
Azeredo será julgado na 1ª instância da Justiça Federal de MG. Nem privilégio nem excepcionalidade


O Supremo Tribunal Federal decidiu por 8 votos a 1 que o processo contra o ex-deputado Eduardo Azeredo, do PSDB de Minas, deve seguir para a primeira instância da Justiça Federal de Minas. Terá sido um privilégio descabido?

Não foi, não! Tanto é assim que, dos nove ministros que votaram, das mais variadas correntes, houve apenas uma divergência: a do ministro Joaquim Barbosa. Os outros oito foram favoráveis ao envio do processo à primeira instância: Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello. Dois não participaram: Ricardo Lewandowski, que faltou à sessão, e Cármen Lúcia, que a deixou antes de votar. Será que o STF estava procurando aliviar a situação para Azeredo?

Não! Como já lembrei aqui, comenta-se que o STF já tomou decisões distintas em situações semelhantes. É verdade: ocorre que eram semelhantes em si, mas distintas do caso Azeredo. Em 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, tentou matar o antecessor, Tarcísio Burity, que sobreviveu a três tiros. O processo se arrastou até 2007, quando estava prestes a ser julgado pelo Supremo. Acabou indo para a primeira instância porque Cunha Lima, já deputado federal, renunciou. O réu morreu em 2012 sem uma sentença final.

Em 2010, foi a vez de Natan Donadon renunciar, um dia antes da data marcada para o julgamento. O tribunal considerou uma manobra e reteve o processo, condenando-o.

Ocorre que esses dois casos já estavam muito mais avançados do que o de Azeredo, cujo advogado não havia nem apresentado a defesa quando da renúncia. As fases do processo são muito distintas. O paralelo recente é outro: José Genoino responde a um segundo processo por causa do mensalão, aquele que envolve o BMG. Como ele estava sem mandato, o processo estava na primeira instância. Ao assumir a vaga de deputado, foi enviado ao Supremo. Tão logo o petista renunciou ao mandato, migrou de novo para a primeira instância. Por que deveria ser diferente com Azeredo?

O mensalão do PT foi mantido no Supremo porque se considerou que desmembrá-lo prejudicaria o processo. Lembro que um ministro que teve uma atuação considerada favorável ao partido, como Ricardo Lewandowski, chegou a votar duas vezes para que tudo permanecesse no Supremo. Só mudou de ideia depois.

Existe uma disposição constitucional a respeito? Existe! Em regra, são julgadas pelo Supremo ações criminais de réus que têm o chamado foro especial por prerrogativa de função. Excepcionalmente, o tribunal pode manter unificado o processo, quando há réus com e sem esse direito.

Mas está posto que é, sim, preciso definir um padrão. É preciso que se estabeleça a partir de qual fase e em quais circunstâncias um réu sem direito a foro especial pode ser julgado pelo Supremo.
Nota
Só se votou o caso nesta quinta porque entrou como questão de ordem no Supremo. Barroso, por desconhecimento ou heterodoxia, decidiu inovar: como relator, ele deveria ter mandado a questão para o revisor, Celso de Mello, que, depois de preparar o seu voto, pediria para que entrasse na pauta. O relator, no entanto, se esqueceu do… revisor.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eduardo Azeredo, mensalão de Minas


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27/03/2014 às 21:06
Vergonha alheia, Ideli!


Ah, a vergonha alheia! Vejo a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, na TV a dizer, escandindo sílabas e virando os olhinhos, que a CPI da Petrobras pode prejudicar a empresa… É mesmo?

No dia em que a CPI foi protocolada, as ações preferenciais da Petrobras subiram 8,13%, a R$ 15,57, a terceira maior alta do pregão; as ordinárias avançaram 7,55%, a R$ 14,83.

Os fatos estão de um lado, e Ideli de outro.Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras, Ideli Salvatti


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27/03/2014 às 19:08
Perspectiva de Dilma ser derrotada anima mercados; CPI da Petrobras faz disparar ações da empresa. E dois textos premonitórios


Já não há menor dúvida: hoje, temos um governo que atrapalha o país. Bastou o Ibope demonstrar a queda de popularidade do governo Dilma, o que obviamente acena com a possibilidade de ela ser derrotada nas eleições de outubro, e os indicadores econômicos melhoraram substancialmente.

O Ibovespa, que já havia aberto a sessão em alta, se animou muito ao descobrir que tanto a popularidade de Dilma como a aprovação a seu governo haviam… caído. O pregão fechou aos 49.646 pontos, com alta de 3,5% e um volume negociado de R$ 10,3 bilhões. A média diária tem sido de R$ 6 bilhões. As ações da Petrobras também subiram mais de 8%. Vejam que coisa: a possibilidade de a presidente deixar o poder anima o país. Nota à margem: a instabilidade na Petrobras e a bagunça lá reinante colaboram com a especulação das ações da empresa. Adiante.

Na semana passada, as ações das estatais já haviam se valorizado porque circulou forte o boato de que a pesquisa Ibope mostraria uma queda nas intenções de voto em Dilma. Essa queda não se verificou. A pesquisa desta quinta, que é só de avaliação do governo e do desempenho pessoal da presidente, trouxe essa perspectiva.

As ações sem direito a voto da Eletrobras tiveram valorização de 9,84%, a R$ 6,36, a maior alta do Ibovespa. As preferenciais subiram 3,51%, a R$ 10,68. As ações ordinárias do Banco do Brasil tiveram ganho de 6,63%, a R$ 22,52. As preferenciais da Petrobras subiram 8,13%, a R$ 15,57, a terceira maior alta do pregão; as ordinárias avançaram 7,55% a R$ 14,83.

A conclusão é inescapável: hoje, uma das coisas que fazem mal ao país é a possibilidade de Dilma vencer a disputa presidencial. Não custa lembrar que, num encontro com empresários há alguns dias, Lula tentou fazer terrorismo eleitoral, afirmando que a vitória da oposição traria instabilidade ao país. É justamente o contrário: o nome da instabilidade, hoje, é Dilma Rousseff, do PT.

Também o dólar recuou e fechou a R$ 2,266, a menor cotação desde o dia 4 de novembro do ano passado, quando encerrou a R$ 2,245. “A interpretação por parte do mercado é de que um governo de oposição gerenciaria melhor as contas públicas brasileiras e a sua economia”, resume Jefferson Luiz Rugik, operador de câmbio da corretora Correparti, ao jornal O Globo.

Atenção, leitores! Em outros tempos, o anúncio de que se conseguiram as assinaturas para uma CPI da Petrobras faria com que as ações da empresa caíssem. De tal sorte a credibilidade da maior estatal brasileira foi arranhada pela gestão desastrosa do PT que, desta vez, ocorreu o contrário. Um dos argumentos do governo para tentar impedir a instalação da comissão eram os eventuais prejuízos que poderiam advir. Como se nota, a CPI, hoje, faz bem à Petrobras.

Em sua coluna no Estadão de hoje, o tucano José Serra escreveu, antes da divulgação da pesquisa Ibope: ”A reeleição da atual presidente também reproduziria a baixa qualidade da gestão governamental, consequência do despreparo da equipe, uma das piores de todos os tempos. (…). De fato, o foco principal da crise brasileira hoje em dia está no governo. O pesadelo dos agentes econômicos não reside tanto nos indicadores ruins sobre a economia, mas na possibilidade de o governo Dilma se prolongar por mais quatro anos.” No dia 13, em outro texto intitulado “Quando um governo atrapalha o país”, registrou: “a possibilidade de alternância de governo poderá ao menos impedir que as expectativas se deteriorem. O Brasil precisa tanto de oposição que a simples possibilidade de que ela venha a fortalecer-se já melhora o ânimo dos agentes econômicos”.

Premonitório!Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Governo Dilma


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27/03/2014 às 18:06
Serra há 50 anos, na Rádio Nacional, convocando a resistência ao golpe. Ouça

  • Serra, então presidente da UNE, reunido com João Goulart

Pois é… Alguns vigaristas que decidiram ser donos da história inventaram um José Serra “de direita” que nunca existiu — atribuindo, claro, a essa designação uma carga negativa. Como todo mundo sabe, sempre votei nele — mas não por seu passado de esquerda (e, em muitos aspectos, também o seu presente). Votei e votarei a quantos cargos se candidatar porque o considero competente e alinhado com alguns valores para mim essenciais na vida pública, ainda que não rezemos pela mesma cartilha. Eu me considero um liberal-conservador, coisa que ele não é.

Abaixo, há duas gravações da madrugada do dia 31 de março para 1º de abril de 1964, quando o golpe militar realmente aconteceu. Serra era presidente da UNE e concede uma entrevista à Rádio Nacional. A rotação da fala está um tanto alterada, e muitos não reconhecerão a sua voz. É ele.

Alguns “esquerdistas” do toddynho e do sucrilho que ficam pendurados nas redes sociais difamando reputações a serviço da Al Qaeda Eletrônica poderiam aprender um pouquinho do que é coragem — que considero um valor em si, independentemente da causa, assim como a covardia é uma mácula em si. Alguns palhaços autointitulados “blogueiros sujos”, financiados por estatais, que servem ao poder de turno, serviram também à ditadura e o têm, ora vejam, como adversário!

Na primeira gravação, Serra convoca a resistência ao golpe — embora ele já tivesse claro, como já afirmou em entrevistas e depoimentos, que pouco restava a fazer. Afirma: “Que nós partamos nesse instante para uma ofensiva e não fiquemos na defensiva porque a defensiva será a vitória de fato dessas forças reacionárias que hoje investem contra o povo brasileiro”. Ouçam.



No segundo áudio, faz a enfática defesa das chamadas “reformas de base”, que haviam sido anunciadas por João Goulart no famoso comício da Central do Brasil. Diz o então presidente da UNE:
“O que se fez no comício do dia 13 foi a assinatura de decretos populares, que representavam um passo decisivo no monopólio estatal do petróleo, um passo decisivo no sentido de se trazerem mais divisas para o país, de menos divisas saírem para fora, de menos ser o povo brasileiro espoliado. É isto o que se assinou no comício do dia 13. O que se assinou foi um decreto que possibilita a desapropriação das terras nas margens das rodovias, evitando a especulação latifundiária. O que se assinou foi um decreto que regulamenta os aluguéis, pondo fim à exploração que se faz com os imóveis no Brasil.”



Retomo
É claro que o discurso tem de ser ouvido e compreendido à luz das dissensões daquele tempo. O resto da história, em seus aspectos mais gerais, é conhecido. Serra teve de deixar o país para não ser preso, exilou-se no Chile, foi colhido pelo golpe militar naquele país em 1973, foi preso, deixou o Estádio Nacional e rumou para os Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1977.

Nunca pediu “reparação oficial” nem exercitou o discurso do rancor contra o passado. Como homem público, preferiu olhar para o futuro. Ainda bem!Por Reinaldo Azevedo

Tags: Golpe de 1964, João Goulart, UNE


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27/03/2014 às 17:26
Rombo nas contas do governo em fevereiro chega a R$ 3 bilhões


Na VEJA.com:
O governo central – formado pelo governo federal, Banco Central e Previdência Social – registrou déficit primário de 3,078 bilhões de reais em fevereiro, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. Nos dois primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros acumula saldo positivo de 9,876 bilhões de reais. No entanto, o saldo bimestral é 50% inferior ao que foi registrado no mesmo período de 2013 e o pior desde 2009.

Em fevereiro, as despesas do governo central atingiram 68,354 bilhões de reais, enquanto a receita líquida ficou em 65,275 bilhões de reais. No ano, os gastos somam 158,5 bilhões de reais, com alta de 15,5% em relação a igual período do ano passado, impulsionados por despesas maiores com o pagamento de benefícios sociais, servidores e com a máquina pública. No mesmo período, a receita totalizou 168,342 bilhões de reais, com aumento bem menos expressivo de 7,3% na comparação com 2013.

O resultado veio negativo mesmo levando-se em conta a arrecadação recorde do mês passado e o fato de o Tesouro ter lançado mão de 2,892 bilhões de reais em dividendos das estatais para incrementar sua receita, dos quais 2 bilhões de reais são provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 700 milhões de reais da Caixa Econômica Federal.

O Tesouro também informou que transferiu 1,05 bilhão de reais para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no primeiro bimestre deste ano. Em 2014, está previsto um aporte de até 13 bilhões de reais, sendo 9 bilhões de reais para bancar as indenizações às distribuidoras e 4 bilhões de reais para atenuar o impacto do aumento do preço de energia no mercado livre no caixa das elétricas.

Apesar do resultado primário ruim, os investimentos do governo federal apresentaram um crescimento de 22,7% no primeiro bimestre de 2014 e somaram 15,1 bilhões de reais, ante 12,3 bilhões de reais no mesmo período do ano passado. Os investimentos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram 11,1 bilhões de reais, com alta de 43,3% em comparação com o primeiro bimestre de 2013, quando foram gastos 7,7 bilhões de reais.

A meta fiscal de 1,9% do PIB para o ano foi anunciada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega em fevereiro, mostrando uma tentativa do governo de trabalhar com números mais realistas. Esse porcentual representa uma economia de 99 bilhões de reais para pagar os juros da dívida. Na segunda-feira, foi justamente o desempenho fiscal ruim que fez com que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixasse a nota de crédito do Brasil de BBB para BBB-.Por Reinaldo Azevedo

Tags: contas públicas


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27/03/2014 às 15:37
Pesquisa CNI-Ibope: Popularidade e aprovação de Dilma despencam; chance de alternância de poder não é pequena; veja por quê


A companheirada deve estar chateada. A pesquisa CNI/Ibope que veio a público não é nada boa para a presidente Dilma Rousseff. Outro levantamento do Ibope, divulgado no dia 21, já tinha dado o sinal de alerta, embora muita gente tenha feito questão de ignorar os dados. Vamos ver.

Segundo os números divulgados nesta quinta, a avaliação positiva da presidente Dilma caiu de 43% em dezembro para 36% agora. Em três meses, é uma mudança considerável. Os que consideram sua gestão ruim ou péssima subiram de 20% para 27%. O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 17, quando o caso Petrobras ainda não havia, como direi?, “pegado’. Agora pegou.

Os que aprovam o modo Dilma de governar caíram de 56% para 51%; os que o reprovam subiram de 36% para 43%. Tão importante como os números é o fato de que Dilma não sustentou a recuperação de popularidade depois dos protestos de junho, quando sua aprovação despencou para 31% — dali saltou para 37% (em dezembro) e, depois, para 43%. Agora, volta a cair — e sem protesto.

Os dados de agora corroboram uma realidade que estava embutida na pesquisa da semana passada. Nada menos de 40,32% dos pesquisados deixaram claro que gostariam que o próximo governo mudasse de rumo e de presidente. Por quê?

Naquele levantamento, como destaquei aqui, 64% afirmaram esperar que o próximo governo mude tudo ou muita coisa em relação ao que aí está. Entre esses, nada menos de 63% expressam o desejo de mudar também o presidente — ou seja, 40,32% do total, número bem próximo dos 43% que hoje reprovam o governo Dilma. Considerando os que desejam que tudo fique como está e os que aceitam alterações, mas com a presidente no comando, chegava-se a 49,2%, número também compatível com os 51% que ainda aprovam o governo.

Na pesquisa Ibope de há uma semana, Dilma ainda vencia a eleição no primeiro turno, um número, observei então, enganoso. Até porque nem Lula nem ela própria, em circunstancias muito melhores, lograram tal feito em 2002, 2006 e 2010. O número verdadeiramente importante daquela pesquisa estava um tanto escondido: os 40,32% que não querem que ela continue.

Outra evidência importante daquele levantamento: juntos, o tucano Aécio Neves, com 15% das intenções de voto, e o pessebista Eduardo Campos, com 7%, somavam apenas 22%. Enormes 18 pontos percentuais separavam a insatisfação ativa com Dilma dos votos que eles teriam hoje, num sinal evidente de que o eleitor ainda não os identificou com a mudança. Ocorre que também ficava claro que expressivos 28% não conheciam Aécio, índice que chega a 35% com Campos. Como é sabido e evidente, Dilma dá plantão todo dia na TV, e a máquina oficial é poderosíssima.

A síntese é a seguinte: 1) a eventual reeleição de Dilma será tudo, menos tranquila; 2) a chance de o PT ser apeado do poder não é pequena.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Ibope


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27/03/2014 às 14:41
Renan: não há mais o que fazer contra CPI. Que bom!


Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
O requerimento para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras não deverá ser lido em plenário nesta quinta-feira. Pelo menos não pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parlamentar afirmou que vai consultar os líderes para determinar o calendário. “Eu vou conversar com os líderes e ver qual é o melhor calendário para nós fazermos a leitura, conferirmos as assinaturas e pedirmos aos líderes as indicações para a comissão”, disse. Renan afirmou que é contra a instalação da CPI, mas que já não há o que fazer para evitar a criação do colegiado. “É evidente que uma CPI em ano em eleitoral mais atrapalha do que facilita a vida do Brasil, mas não há mais o que fazer”, afirmou.

O requerimento de criação da CPI foi entregue na manhã desta quinta-feira por parlamentares de oposição. O pedido tem 28 assinaturas – uma a mais do que o número mínimo exigido pelo regimento. Os senadores podem retirar as assinaturas até a meia-noite do dia em que o requerimento for lido. Por isso, o discurso hesitante de Renan pode favorecer o governo. Também há a possibilidade de instalação de uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPI), reunindo deputados e senadores, já que o número de assinaturas pró-CPI na Câmara já ultrapassou o mínimo necessário necessário – 171.

O foco da CPI deve ser a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que provocou perdas de 1,18 bilhão de dólares à Petrobras. A denúncia de que funcionários da companhia receberam propina para favorecer a empresa holandesa SMB Offshore também é citada no requerimento de criação da CPI.Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPI da Petrobras


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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905