Justiça e Fé: Especial VEJA: Assis Brasil, o chefe sem chefiados

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Especial VEJA: Assis Brasil, o chefe sem chefiados | Augusto Nunes - VEJA.com

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09/04/2014 às 7:47 \ O País quer Saber
Especial VEJA: Assis Brasil, o chefe sem chefiados

Publicado na edição impressa de VEJA

Assis Brasil (à esq.) acompanha a entrevista de João Goulart

AUGUSTO NUNES

Na noite de 30 de março de 1964, o chefe da Casa Militar, Argemiro de Assis Brasil, hasteou-se na porta da sala do Palácio Laranjeiras e, com a severidade da expressão acentuada pela farda de general de brigada, interrompeu a conversa entre João Goulart e Tancredo Neves, líder do governo na Câmara dos Deputados. “Presidente, tudo pronto, o esquema já entrou em execução”, comunicou. Fazia duas horas que Tancredo estava lá para demover Goulart da ideia de alta periculosidade: comparecer à reunião promovida no Automóvel Clube por sargentos e suboficiais sublevados. Com apenas nove palavras, Assis Brasil convenceu o dubitativo de nascença a dar o assunto por encerrado e partir para o cenário do seu último discurso antes da queda.

É provável que Jango tenha deduzido que um recado em código fora embutido na segunda parte da frase: “o esquema já entrou em execução”. Isso significava que já estavam de prontidão, ou em ação nas frentes de batalha, todos os integrantes do “dispositivo militar”, codinome de uma formidável rede de conexões clandestinas que interligavam milhares de combatentes dispostos a matar ou morrer pelas reformas de base. Entre 17 de outubro de 1963 e 31 de março de 1964, tanto os “generais do povo” festejados pelos partidários do governoquanto conspiradores que haviam tentado derrubar a direção do berçário na primeira troca de fraldas enxergaram nitidamente o exército invisível: aos 56 anos, aquele gaúcho de São Gabriel conseguira forjar um colosso que abrangia marechais e estafetas, almirantes e grumetes, brigadeiros e aviadores sem milhagem, além de uma demasia de civis com trabucos escondidos num armário.

“O dispositivo militar, que dizem que eu montei, nunca existiu”, confessou Assis Brasil só em 1980. Jango e os demais acampados no Palácio Laranjeiras souberam disso dezesseis anos antes, no momento em que chegou de Minas a primeira notícia inquietante. Em vez de levar a mão ao gatilho, o chefe sem chefiados sacou um telefone ─ não para desencadear a contraofensiva tremenda, mas para perguntar a oficiais menos desinformados o que estava acontecendo. Em 1º de abril, o general sem tropas foi para Brasília, onde já estava o presidente sem poder. Dali voaram juntos para Porto Alegre e depois para uma estância na fronteira com o Uruguai. No dia 4, dividiram um ensopadinho de charque com mandioca preparado por Jango. Horas depois foram para o Uruguai, e ali Assis Brasil concluiu que chegara a hora da separação: “Presidente, vou voltar para o Brasil porque minha missão está cumprida”. A capitulação sem luta não abrandou o ódio dos vitoriosos. Assis Brasil perdeu para sempre a patente e a pensão. Mas nunca perdeu o gosto pelo cultivo de fantasias. “O Exército precisa pagar a dívida que tem comigo”, insistiu pouco antes da morte, em 1982. “Tenho direito ao posto de general de divisão.”

Tags: 1964, Argemiro de Assis Brasil, Assis Brasil, ditadura militar, João Goulart,Veja

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5 Comentários

angelo -

10/04/2014 às 21:36

Senhores,Ao ler o texto,perguntamos:O que mudou no
Brasil de ontem e de hoje??
Será a fantasia? pois o Gran Circo continua o mesmo!!

Oliveira -

10/04/2014 às 13:48

Quem tem…tem medo.

rodrigo -

09/04/2014 às 11:21

estou lendo o “ditadura à brasileira”, do villa. partindo do que vai escrito ali, não resta muita dúvida: joão goulart foi o principal responsável por trinta anos de atraso, e até de retrocesso, nas instituições brasileiras. é o persona non grata de nossa história. aprendiz de golpista.

ASSIM O WILMAR CARDOS tem razão de reclamar.... -

09/04/2014 às 10:10

-
Prezado, tenho lido muitas “estórias”, muita balela sobre o 31 de março, qeu confundem com o regime militar…. SÃO FATOS DISTINTOS… o artigo que mais se aproximou da realidade foi o do filho do Rubens paiva, ” O DESORDEIRO, no qual ele pinta o Jango como um santo, NAÕ ME SURPREENDERIA SE A COMISSÃO DA VERDADE PEDISSE AO PAPA FRANCISCO A CANONIZAÇÃO DELE, kkk… nesse artigo, ele se esquece de fazer referencia a situação nas Américas, como no mundo, sem falr pro aqui, ONDE JÁ NO DESGOVERNO JANGO, HAVIA GRUPOS ARMADOS, os a lá JULIÃO ( me squci o nome…era truam do campo, e MST armado, kk )e o do Bruizolla, izola, o ” GRUPO DOS ONZE”, para os qayuis fui convidado, logo, sou testemunha… e no caso do Julião, uma coindicdencia, que vim a saber a coisa de 3 semanas, mas não posso dizer aqui… ELE SE SQUCEU DE DIZER O QUEA COTECEU EM CUBA,m onde o hermano Fidel tranqulizou o povo, após perguntar se estavam comm medo dele ser comuna…. 1 aNOS P´SO A VIT´POI, PELA QUAL EU VIBREI, afinal era menos um ditador, ele saiu do armário vermelho…. um outro apis tambe´m já era comuan, nãomemelmbro.. na REpública Dominaica a cosia estava caminho…eclodil ema bril de 1965…
Bem voltemos ao jango…. EU ERA SARGENTO RECRUTA, tinha feito o serviço militar obrigatório, e fuie scaldo para ir a esse comicnio, em virtude de uam ORDEM DO MINSITRO DA GUERRA, logo, alguém sabia… a cosia não foi espontânea da sargentada melancia ( verde por fora e vermelha pro dentro )… ME RECUSEI, e felzimente, não fui pundio porque tinha Comandnate de Conmapnhia, com “C”, e NÃO FUI AO COMICIO…. disse Coanmdnabte com “C”, coisa que hoej me parece naõ tem mais, só bunda moles. covardes, bajuladores, MILICOS, e o meu Comandante era 1º Tenente….. MAS ERA MILITAR, ERA MACHO, ERA COMANDANTE.. quando vejo esse comanndate de PM, e emsmo das Forças Aramdas levarem seus coamndnados para missões arriscadas, sems egruança, me dá nojo… ENTRAR MA MARÉ COM BALINHA DE “CHOCOLATE”…. tenho saudades daqueles tempos. e se pudesse, voltaria a ser sargento, MILITAR, jamis milico…
-
- TENHO VSITO HERÓIS DOS DOIS ALDOS A DAR DEPOIMENTOS, DECALRAÇ~EOS, CONTAR BABOPSEIRAS, CADA QUAL QUARNDO SER MAIS HERÓI DO QUE O OUTRO, uam bando de bandidos, covardes, assassinos, imbecis, iditoas …. NÃO IMPORTA O LADO, SÃO TODOS BANDIDOS….. outra cosia que eme spanta é of ato de que, HOJE, o chefe diz que não sabe ( vide Lula, Dilma, Fortes, etc ) e tod mundoa crdita..vem um imbcil e diz que fazia tudo com o cosnentimento do ESTADO, da ditadura. kkk

Paulo Bento Bandarra -

09/04/2014 às 8:40

Se ele realmente não providenciou nenhum “esquema já entrou em execução” além daquele para Jango se deslocar para o lugar do comício, certamente foi uma injustiça ter sido expulso sem direitos.

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“Então, nessa história de preso por ter cachorro, criticado por ter cachorro e criticado por não ter o cachorro, o que eu estou explicando para vocês é o seguinte: as obras, rigorosamente falando, atendem a Copa, mas elas não são para a Copa, elas são para o povo desse país, para o povo desse estado”.Dilma Rousseff, durante cerimônia de inauguração de um sistema de esgotamento sanitário em Porto Alegre, internada por Celso Arnaldo ao traduzir Machado de Assis para o dilmês de Copa e insinuar que a figura oculta do cachorro atrás de cada criança agora pode dar cadeia ou bronca.

(clique aqui e confira outras frases)

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