Justiça e Fé: O perigo que rondava o Tribunal de Contas: um ministro com folha corrida. Ele desistiu — felizmente

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O perigo que rondava o Tribunal de Contas: um ministro com folha corrida. Ele desistiu — felizmente | Ricardo Setti - VEJA.com

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09/04/2014 às 22:05 \ Política & Cia

O perigo que rondava o Tribunal de Contas: um ministro com folha corrida. Ele desistiu — felizmente

Gim Argello: como pode cuidar das contas públicas alguém que está sendo processado no STF por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva,lavagem de dinheiro e ocultação de bens? (Foto: Pedro França / Agência Senado)

Atualização às 22h05

Informa Marcela Mattos, do site de VEJA em Brasília:

Preterido por senadores e pelo próprio presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o senador Gim Argello (PTB-DF) desistiu de tentar uma cadeira de ministro na Corte. O anúncio foi feito ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite desta quarta-feira, poucas horas depois de a oposição ter apresentado outro nome à vaga. A assessoria de Argello deve soltar uma nota com os motivos da desistência.

O PERIGO RONDA O TCU

Editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Encarregado de zelar pelas contas públicas e pelo respeito ao princípio da moralidade na máquina administrativa federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) está correndo o risco de ter em seus quadros o senador Gim Argello (PTB-DF) – um político cuja folha corrida colide frontalmente com o papel que a Constituição atribui à Corte.

Com apoio declarado do Palácio do Planalto, ele foi lançado pela base governista para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Valmir Campelo, na semana passada.

Campelo só deveria se aposentar em outubro, pela compulsória. Mas, em troca de um cargo de vice-presidente do Banco do Brasil, teria antecipado a saída a pedido da base governista, interessada em indicar ministros de confiança para o TCU.

O acordo para a troca de Campelo por Argello foi negociado com o PTB pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e pelo ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e teve o aval da presidente Dilma Rousseff.

Eleito suplente de senador em 2007, Gim Argello assumiu o mandato quando o titular, Joaquim Roriz, renunciou para não ser cassado e não perder os direitos políticos, depois de ser acusado de envolvimento num caso de corrupção no Banco de Brasília (BRB), ocorrido quando era governador do Distrito Federal. Tanto Campelo quanto Argello, que foi deputado distrital, já integraram o grupo político de Roriz.

A biografia de Argello ficou conhecida na época em que assumiu a vaga de Roriz, em julho de 2007, e quase lhe custou o cargo, por causa dos crimes eleitorais de que era acusado à época.

Atualmente, o senador responde a vários inquéritos e ações criminais noSupremo Tribunal Federal – a maioria por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Quando iniciou a carreira profissional no Distrito Federal, há quase três décadas, trabalhando como corretor de imóveis, Gim Argello tinha um patrimônio estimado em R$ 100 mil.

Em 2009, ele teria surpreendido um de seus colegas de plenário – Renan Calheiros (PMDB-AL), atual presidente do Senado – ao afirmar que havia alcançado “o primeiro bilhão de reais” naquele ano. A imprensa noticiou o diálogo, que, obviamente, teve uma repercussão negativa.

Uma das ações criminais em que é réu no Supremo foi impetrada pela Procuradoria-Geral da República, depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) constatou movimentações financeiras atípicas da mulher e do filho do parlamentar.

Em agosto de 2013, o relator do processo, ministro Celso de Mello, pedindo providências à Polícia Federal, afirmou que o filho de Argello não teria renda que justificasse um patrimônio tão alto. Em outro processo criminal, o relator, ministro Gilmar Ferreira Mendes, acolheu a denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o parlamentar de crimes de desvio de dinheiro público e fraude em licitações.

Em sua defesa, o senador Gim Argello acusa o Coaf – que é a unidade de inteligência financeira do Ministério da Fazenda – de cometer “erros crassos”. Também afirma que já foi absolvido em alguns processos criminais pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e alega que se considera “adequado” para o cargo de ministro do TCU.

Essas alegações, contudo, não foram suficientes para aplacar as críticas à sua indicação para o órgão. “Imagina se algum gestor público vai aceitar que suas contas sejam julgadas por um ministro acusado de crimes como lavagem de dinheiro. Se fosse para ter julgamento político, não precisava haver o TCU”, diz a presidente da Associação Nacional de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, Luciene Pereira da Silva, depois de acusar o governo Dilma de fazer “jogo político” com osórgãos de fiscalização e controle.

Endossada pela entidade que representa os promotores que atuam nos Tribunais de Contas no País, a crítica é procedente. Para integrar o TCU, a Constituição exige reputação ilibada e idoneidade moral – qualidades não atestadas pela folha corrida do preferido do Palácio do Planalto e da base governista.

Tags: apropriação indébita, corrupção passiva, folha corrida, lavagem de dinheiro, nomeação, ocultação de bens, peculato, senador Gim Argello, Tribunal de Contas da União

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12 Comentários

carlos nascimento -

10/04/2014 às 0:22

Ricardo,
Bendita quarta-feira, o TCU e a Vice-Presidência da Câmara dos Deputados, receberam uma sonora injeção de OXIGÊNIO, duas assombrações saíram de cena.
UFA….ainda há luz no fundo do túnel.

MARY -

09/04/2014 às 23:49

Seu linguajar cafajeste não parece apropriado a uma senhora, ou senhorita.
Aproveito, então, para dizer que este blog não é lata de lixo e que seu infeliz comentário foi deletado.

rodolfo -

09/04/2014 às 22:46

Off-topic: O milagre da multiplicação de Dilmashttp://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/04/1438432-para-multiplicar-presenca-dilma-grava-videos-para-atos-aonde-nao-ira.shtml
É mole???

Toninho Malvadeza -

09/04/2014 às 22:40

Eu sempre disse,que não compraria um carro velho desse sujeito,ele tem cara de malandro.Agora vejo o quanto de processos responde no STF.
A PAPUDA,O ESPERA…

Moacir 1 -

09/04/2014 às 22:20

Setti,
Argello desistiu da vaga após a Folha ter publicado que o prezado havia – ao contrário do que ele declarava – sido condenado em 1a e 2a instâncias.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/04/1438385-pressionado-gim-desiste-de-vaga-para-ministro-do-tcu.shtml
Abc

Caio Frascino Cassaro -

09/04/2014 às 22:08

Prezado Setti:
Querem colocar a raposa para tomar conta do galinheiro? É isso mesmo? Cade os petralhas de sempre para defenderem a inacreditável Faxineira do Planalto e sua indicação de um pária para ministro do TCU?
Tenho NOJO, tenho ASCO dessa gente. Que vivam bastante. E sofram muito.
Abs

Cidadão Quem -

09/04/2014 às 22:05

Outra coisa: o próximo indicado ao cargo de ministro do TCU será a Ideli Salvatti. Está desempregada e, ao que se sabe, não tem legenda nem para ser síndica de condomínio predial em Santa Catarina.
Sabe como é, né… A moça é um poço de educação, elegência e simpatia… Além disso, é extremamente inteligente. Por isso, todos brigam por ela, por sua atenção. Até o PT.

Cidadão Quem -

09/04/2014 às 22:02

Atenção: o TCU já é um órgão aparelhado. Não se enganem. Está aparelhado e cumpre ordens.

Rodolfo -

09/04/2014 às 21:49

O Brasil precisa conhecer a lista com os nomes dos 24 congressistas que votaram a favor desse sujeito!

Meia verdade -

09/04/2014 às 21:24

“A nossa democracia e maravilhosa”….oposição grita voces são corruptos…..governo grita….voces também, depois dos gritos…o cochicho…isso e ruim pra nos todos….resumo: se abraçam e vão pra pizzaria. BRASIL UM PAIS DA CORRUPÇÃO.

Ronaldo Barra -

09/04/2014 às 20:58

Quem indica corrupto, corrupto é. Dá gosto ver os políticos mais “expressivos” do PT apoiar publicamente um elemento que deve contas a justiça para presidir o Tribunal de Contas. E ainda com o aval da presidente da República. Isto só poderia ocorrer neste país. Que coisa asquerosa e sem sentido.

Meia verdade -

09/04/2014 às 20:13

Desculpe, totalmente fora do post, mas nao aguentei de alegria…o “Marilena Chaui”, do jornalismo, foi condenado pelo STJ…seu nome? …..vai por sigla ta..PHA.

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