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O Rock in Rio encerra sua décima edição. Ao contrário das outras, essa foi a primeira vez que o governo federal assumiu integralmente o festival. Houve várias mudanças.
Os ingressos foram vendidos pela metade do preço original, para estimular a presença popular. Jornalistas independentes (todos os seis malucos que ainda existem), porém, afirmam que só tinha políticos, sindicalistas e seus camaradas na plateia. Alguns ricaços foram vistos também, e confessaram ter pago mais de US$ 2 mil por cada ingresso, no mercado negro.
O acesso ao local foi interditado para carros particulares. Somente os carros oficiais tinham trânsito livre, e um tapete vermelho aguardava as autoridades na entrada. Na área VIP, bem em frente ao palco Mundo, tinha champanhe e caviar. Os ditadores africanos contavam com uma sala exclusiva com lindas profissionais do sexo contratadas para animá-los.
A velha e já tradicional roda gigante fora substituída por uma imensa estátua do líder popular Luís Inácio Lula da Silva. Era de bom tom cada um que entrava se curvar e prestar uma homenagem ao grande pai dos pobres. Até porque a cara feia dos agentes da Abin ao lado não deixava muita opção. Dois dissidentes foram vistos sendo levados para um corredor escuro por terem cuspido na estátua. Suas famílias não sabem deles até agora.
Antes do primeiro show começar, o presidente José Dirceu fez um discurso de três horas e meia sobre a importância dos julgamentos populares que ocorriam nos últimos dois anos, e que já tinham condenado ao paredón mais de 500 contrarrevolucionários. Eram todos, sem exceção, espiões da CIA.
O show de abertura foi de Preta Gil, seguida por Mano Brown. O segundo dia contou com inúmeros funqueiros, sob o tema “É das comunidades que vem a luz”. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, apesar da idade avançada e do botox, foi ao delírio tentando acompanhar as meninas de 10 anos que, com minissaias, rebolavam até o chão cantando “Dako é bom”, sucesso de Tati Quebra-Barraco no passado.
O show de encerramento foi de Chico Buarque. Nesse dia, porém, o governo abriu uma exceção e não colocou à venda os ingressos populares. O cantor socialista fez questão de vender cada um pelo valor de US$ 800. Alegou que precisava reformar seu luxuoso apartamento em Paris, de onde costuma admirar as maravilhas do modelo cubano.
Investigações clandestinas apontaram que o evento custou cinco vezes mais do que o da última edição, último sob o controle dos Medina. O prejuízo foi de US$ 350 milhões, mas o BNDES já disse que vai cobrir o rombo sem problemas. Afinal, o festival não visa ao lucro burguês ou coisas do tipo. Sua missão é social, e para tanto, o governo não mede esforços. Está, inclusive, ansioso para a próxima edição.
Boatos já circulam sobre o Rock in Rio 2026. Dizem que haverá uma enorme festa para celebrar os 13 anos da vitória no julgamento que antes era chamado de “mensalão” (hoje dá cadeia só mencionar o termo, e esse blog o faz por estar sediado no exterior). O grande homenageado será o presidente e decano do STF, Antonio Dias Toffoli. José Genoino, ministro da Justiça, irá entregar a homenagem pessoalmente.
- Tags: Dirceu, Genoino, Marta Suplicy, Rock in Rio
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