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Quem não se lembra da diatribe de Marilena Chauí contra a classe média? Ainda assim, o site Pragmatismo Político quer conquistar a classe média para a esquerda. Vejamos as "quatro dicas" que eles dão para uma classe média que queira comprar o extremo-esquerdismo, e o que elas nos revelam, facilitando nossa vida quando demonstramos o que o esquerdismo é de verdade.
1. Você que é classe média, seja a favor da redução de impostos, sim: menos impostos para a classe média e imposto zero para famílias pobres, para periferias. Defenda mais imposto para ricos. Essa agenda, a da tributação progressiva, a da justiça tributária – paga mais quem tem mais –, é sua. Assim é que vai se financiar a melhoria dos serviços públicos. Não caia na conversa fiada de que imposto para rico, banco, fazenda e empresa é um fardo que inviabiliza a competitividade econômica – na verdade, eles nunca serão a favor de abrir mão de qualquer parte de seus ganhos e lucros, evidentemente, e se pudessem não pagariam nada. Repare como os jornais, a TV, nunca debatem esse tema. Ou melhor, até debatem, mas quando o fazem é sempre do ponto de vista do andar de cima. É um sinal, não acha?
A agenda da tributação progressiva implica apenas em uma maquiagem na hora de transferir à todo o povo (inclusive os mais pobres) o fardo da taxação excessiva.
Note que o próprio texto cometeu um ato falho ao reconhecer isso, dizendo que os empresários "nunca serão a favor de abrir mão de qualquer parte de seus ganhos e lucros". Isso é verdade.
Sendo assim, se o governo taxas os executivos em 80% de seu salário, teremos dois problemas: (1) os melhores executivos sairão do país, (2) os salários destes executivos terão que aumentar a ponto de que esses impostos não sejam um problema para eles. A mesma regra vale para o aumento de impostos sobre empresários. Se uma empresa paga mais impostos, e vai manter sua taxa de lucro (caso contrário, o investidor poderá aplicar seu dinheiro em outra coisa, ou em outro país), esse imposto não significa nada mais para ele. Assim, impostos sobre ricos sempre implicam em preços mais altos para o cidadão. Mas os lucros dos empresários são mantidos. Logo, não passa de uma ilusão de "distribuição de renda".
Pois quem são os afetados pelos preços mais altos? Sim, o cidadão comum. Um videogame de R$ 4.000,00 não significa nenhum impacto financeiro para o filho de um executivo. Não podemos dizer o mesmo no caso do filho de um cidadão de classe média.
É pura questão de lógica: é uma crença irracional achar que dinheiro cai do céu. Assistencialismos e inchaços estatais sempre custam algo que sempre vai ser cobrado dos cidadãos mais pobres.
Venezuela e Cuba estão aí para nos ensinar isso.
2. Você que é classe média, seja sim a favor do combate à corrupção: a compra de jornais ditos independentes por políticos que tentam tapear você manchete após manchete vendendo como notícia o que é manobra de blindagem; a chantagem de promotores que ameaçam com denúncias para amealhar fortunas; o financiamento privado de campanhas eleitorais, que torna os representantes no parlamento marionetes dos mais diversos interesses empresarias ou de máfias. É óbvio, mas repare que (quase) ninguém defende uma correção radical dessa anomalia.
É legal estudarmos textos esquerdistas, pois a realidade quase sempre é exatamente oposta à que eles declaram. Podemos com certeza dizer que o esquerdista vive para distorcer a realidade. Trotsky criou seus monstrinhos...
As duas propostas acima (censura à mídia, financiamento público de campanha) são prejudiciais ao povo.
Quem é de classe média precisa de uma mídia livre, e, se os principais órgãos de mídia pertencem a grupos bilionários (assim como são as marcas de cerveja, celulares, telefonia e qualquer outro ramo de negócio), ainda assim o cidadão deve ter seu direito de escolha.
Leis de mídia servem para que o governo esconda do povo as suas falhas. Por exemplo, coisas como decadência de um sistema de saúde, ou até mesmo o racionamento de alimentos, são mais FACILMENTE ESCONDIDOS com uma mídia controlada pelo governo. Lei de mídia proposta por esquerdistas, portanto, é sempre baseada em crimes morais.
Quanto à financiamento público de campanha, essa é outra mentira que os governistas contam ao povo, pois o financiamento público de campanha significa que o dinheiro do povo (suado dinheiro, diga-se) está sendo usado em favor daqueles que estão no poder, pois as regras do financiamento público beneficiam os governistas.
3. Classe média, não seja complexado(a). A síndrome de vira-lata em relação ao Brasil é sistematicamente alimentada no contexto de uma estratégia geopolítica. Claro, seja crítico. Mas não seja derrotista, envergonhado. Você nasceu aqui, ou veio viver aqui: defenda seu lugar. Repare que muitas vezes o noticiário que você lê, ouve ou vê, embora seja veiculado em português, parece ter sido produzido fora daqui. Não é curioso?
Ser crítico em relação ao próprio país é a melhor forma de melhorarmos esta nação. Esta é uma regra de ouro. Não devemos enganar as pessoas com chantagens emocionais populistas, nacionalistas e coisas do tipo.
Reconhecer que o Brasil é campeão mundial de assassinatos e dono de uma das educações mais fragilizadas do globo não é ser "complexado", mas reconhecer uma realidade que precisa ser mudada.
Aliás, aqui está a prova de que o esquerdismo, quando no poder, torna-se sempre nacionalista. Para a esquerdalha que negava que o nazismo era de esquerda somente por ser nacionalista, lá se vai mais um argumento de doutrinação de esquerda pelo ralo.
Sim, algumas pessoas da direita são nacionalistas. Mas esquerdistas são ainda mais nacionalistas, especialmente quando seus políticos de esquerda estão no poder.
Motivo: eles não querem dissidência em relação ao culto do estado inchado. Por isso precisam apelar a chavões com "pare de reclamar do seu país".
4.Você que é classe média, seja conservador. Conserve o que vale a pena ser conservado: a Constituição, por exemplo, ou a política de distribuição de renda, ou a excelente concepção do SUS. Lembre que certos tribunos da República de hoje promoveram há pouco tempo a compra de votos para aprovar a reeleição presidencial no curso do primeiro mandato do maior interessado na mudança. Isso que é subversão! Note que forçar condenações sem provas e espernear contra o direito de recorrer é inconstitucional. Isso é subversão. Entenda que educação e saúde públicas, universais e de qualidade liberariam seu orçamento de classe média de um grande fardo. Lembre quem derrubou a CPMF, que financiaria a saúde pública. Pense em quem nunca investiu na expansão das universidades federais. Faça esse esforço e você vai perceber que estão tentando fazer você de bobo. Ser feito de bobo da corte parece ser um papel histórico da classe média que você pode romper, para seu próprio benefício.
"Educação e saúde públicas, universais e de qualidade"? É preciso ter muita cara de pau para mentir desse jeito. Em qualquer lugar do mundo, a educação e saúde privadas sempre terão maior qualidade.
Devemos explicar ao povo como essa regra é imutável. Se ele puder pagar barato por uma educação, que pague. Será sempre melhor que a educação estatal.
A tal "excelente concepção do SUS" nos levou a um caos da saúde pública, fazendo com que um governo sem padrões morais contratasse escravos de Cuba para levar médicos a lugares onde nenhum médico não-escravo iria.
Políticas de "distribuição de renda" são feitas de melhor forma pelo livre-mercado, pois há intenção dos empresários em vender seus produtos, de forma mais barata, para uma maior parte da população. Quanto menos pessoas podem comprar produtos, pior para os empresários. Ao contrário, os adeptos de estado inchado precisam manter as pessoas na pobreza, pois são beneficiados com esse assistencialismo. (Já que isso incha estado, e lhes dá poder - recentemente, vimos o dono de um hotel beneficiado pela Anatal retribuir o favor contratando José Dirceu como gerente de hotel apenas para lhe garantir prisão domiciliar.)
A relação entre o povo e os empresários é de consumidor e vendedor. Quem não tem bons produtos, vai se dar mal. A relação entre o povo e o estado é de coerção do último sobre o primeiro. O estado nunca entregou bons produtos, e nunca vai entregar.
O fato é que a classe média tem motivos de sobra para ter nojo do esquerdismo, pois sempre foram os maiores prejudicados pelos programas dos adeptos do estado inchado.
Quem é esquerdista e de classe média é o verdadeiro bobo da corte, pois jamais desfrutará de benefícios como aqueles da esquerda caviar.
Esquerdismo é um jogo no qual os espertos e amorais vencem. E estes não estão na classe média, mas na classe alta. A análise das "quatro dicas" trazidas pelo site Pragmatismo Político nos mostram que a classe média deve fugir do esquerdismo como o diabo da cruz.
lucianohenrique | 30 de novembro de 2013 às 8:44 pm | Tags: classe média, esquerda, esquerdismo, guerra política, política, socialismo, welfare state | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-7u2
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