Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com
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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
24/02/2014 às 17:56
Na VEJA.com:
O Deutsche Bank fechou um acordo com a prefeitura de São Paulo e com o Ministério Público Estadual (MPE) para o pagamento de 20 milhões de dólares (cerca de 47 milhões de reais) por ter movimentado valores depositados pelo ex-prefeito Paulo Maluf. As informações são do MPE. A promotoria, a Polícia Federal e a prefeitura tentam resgatar no exterior e no Brasil cerca de 340 milhões de dólares desviados da construção da Avenida Água Espraiada (atual Avenida Jornalista Roberto Marinho) e do Túnel Ayrton Senna.
O objetivo da instituição financeira é, de acordo com os promotores de São Paulo, “evitar qualquer discussão” sobre transações bancárias feitas pela família de Maluf entre 1996 e 2000. Familiares de Maluf teriam movimentado cerca de 200 milhões de dólares em contas de empresas de fachada (offshores) na Ilha de Jersey. Os investigadores constataram que, deste montante, 93 milhões de dólares foram posteriormente investidos na Eucatex, empresa da família Maluf, entre 1997 e 1998.
Dos 20 milhões de dólares, 18 milhões serão depositados no Tesouro Municipal; 1,5 milhão de dólares ficarão com o governo do Estado, e mais 300 mil dólares com o Fundo Estadual de Interesses Difusos. Os 200 mil dólares restantes pagarão custos de processos na Justiça relativos aos desvios nas obras, como perícias e inspeções judiciais.
O acordo prevê que a prefeitura invista os recursos na construção de creches, hospitais, escolas ou parques. A destinação final será definida, porém, pela prefeitura. O acordo deverá ser homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público e pela 4ª Vara da Fazenda Pública, órgãos responsáveis pelo trâmite das ações.
Histórico
A Justiça paulista autorizou em 2004, 2009 e 2013 bloqueios que atingem cerca de 2 bilhões de dólares, em contas vinculadas à família Maluf. Em novembro de 2012, duas offshores controladas por filhos de Maluf foram condenados em Jersey a devolver cerca de 28 milhões de dólares à prefeitura – dos quais cerca de 5 milhões de dólares já foram repatriados para os cofres municipais.Por Reinaldo Azevedo
Tags: corrupção, Paulo Maluf
24/02/2014 às 17:16
O PSOL e o tratamento que o partido dispensa a Israel continuam a render. Tudo porque publiquei aqui um vídeo, que republico, em que o notório Babá, ex-deputado federal, aparece queimando a bandeira de Israel. Na sequência, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) aparece defendendo o nome do queimador da bandeira para vereador. Sigo depois do vídeo.
Um grupo autointitulado “jovens judeus de esquerda” — ou “judeus do PSOL”, sei lá eu — resolveu fazer circular uma espécie de manifesto contra mim e em defesa de Freixo. Esse rapaz, aliás, se parece cada vez mais com o líder de uma seita. Atenção, moças e moços! Caso ele proponha montar uma comunidade alternativa na Guiana, vocês resistam, tá? Já não deu certo com Jim Jones (os muito novos recorram ao Google…).
Respondi ao tal manifesto evidenciando por A + B o que me parece ser uma cultura antissemita do partido sob o pretexto de ser apenas antissionista. Até porque, quase sempre, o antissionismo é só a fachada confortável e supostamente progressista do antissemitismo. Tornei públicos um texto em que o partido defende que o Brasil rompa relações com Israel e outro, assinado pelo deputado psolista Ivan Valente (SP), um dos homens fortes da legenda, lamentando a criação do estado de Israel e lastimando que tenha sido o Brasil, por intermédio de Oswaldo Aranha, a presidir a histórica sessão da ONU.
Enviam-me aqui coisas que andam pelo Facebook. Um dos tais “jovens judeus de esquerda” me acusa, ora vejam!, de estar querendo manipular os judeus… Então ficamos assim:
a: o PSOL prega o rompimento das relações do Brasil com Israel;
b: Freixo expressa seu apoio a um candidato que queima a bandeira de Israel;
c: uma das maiores autoridades do partido deixa clara a sua oposição à… criação do estado de Israel.
O que faz Reinaldo Azevedo, o cristão infiltrado? Expõe essas indignidades, e um rapaz adverte os judeus para que não caiam na minha conversa. Bem, se caírem na do PSOL e se acontecer o que o partido parece desejar, os judeus todos teriam um lugar para se encontrar: o mar!!
Deixe de ser tonto!
Deixe de ser tonto, rapaz! Imagine se eu acho que a comunidade judaica precisa de mim! À diferença de certos candidatos a guru e a chefete de seita, tenho senso de ridículo. De resto, trato desse binômio “esquerdas-Israel” não é de hoje.
No dia 29 de junho de 2012, publiquei aqui um post em que criticava um texto publicado no site do PCdoB. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou um anúncio em alguns jornais protestando contra a presença no Brasil de Mahmoud Ahmadinejad, o aloprado então presidente do Irã, aquele senhor que, a exemplo do deputado Ivan Valente, também não se conforma com a existência de Israel. Como ele é, a seu modo, mais transparente, deixou claro que o país deve “ser varrido do mapa”.
Diante do anúncio, o que fez o PCdoB? Publicou com destaque o texto de um militante seu, chamado José Reinaldo Carvalho (vejam como nome não é destino…), em que se lê este prodígio:
“Os sionistas, que em tudo se assemelham aos nazistas, utilizaram-se nesta quarta-feira (20) do seu enorme poder econômico para destilar seu ódio e sua intolerância racistas contra o Irã, por meio de um anúncio publicitário veiculado nos principais jornais do país, os panfletos impressos do PIG.”
Não vou repetir os argumentos de então. Os curiosos recorram ao link. Observei, então, que o ódio das esquerdas aos judeus não é uma novidade, embora Karl Marx, o pai de todos, fosse judeu, a exemplo de Trotsky, Kamenev (cujo sobrenome era “Rosenfeld”), Zinoviev e Sverdlov, para citar alguns. O antissemitismo de extrema direita costumava dizer que o comunismo era mais uma invenção judaica para dominar o mundo. Os nazistas, Goebbels em especial, gostava de se referir aos inimigos como os “bolcheviques judeus”.
A União Soviética não pôs fim ao antissemitismo muito presente na Rússia czarista — os “Protocolos dos Sábios de Sião”, que traziam um suposto complô judaico e maçom para dominar o mundo, foi uma invenção da Okhrana, a polícia secreta do czar Nicolau 2º. Ao contrário: sob Stálin, os “pogroms” contra os judeus continuaram. Assim, se a ignorância do tal Carvalho, do PCdoB, não disputasse espaço com seu antissemitismo bucéfalo, ousaria dizer que ele é herdeiro de uma tradição. Mas ele é nada mais do que estúpido. Afirmar que os “sionistas se assemelham aos nazistas” — que eliminaram 6 milhões de judeus — só não é provocação barata porque moralmente criminosa. Mas estou certo de que Carvalho, além de achar que é justo, também se quer um homem sagaz.
E também devem achar que estão sendo sagazes os autointitulados “jovens judeus de esquerda” que me acusam — um não judeu! — de estar tentando, tenham paciência!, manipular esse ou aquele.
Felizmente, estou certo de que a esmagadora maioria dos judeus é inteligente o bastante para não se deixar manipular — nem por mim (caso tivesse essa pretensão) nem por ninguém.
De todo modo, é sempre muito intrigante perceber as várias máscaras que o antissemitismo vai assumindo, e a mais canalha delas todas é aquela que pretende apenas se fazer de humanista e de defensora dos “direitos dos palestinos”.
Não venham com nhenhenhém pro meu lado! Não entrei ontem nesse debate.Por Reinaldo Azevedo
24/02/2014 às 16:17
Ai, ai… Lá vamos nós. Na sexta-feira, escrevi aqui um post intitulado: “Gilberto Carvalho 1 – Ele planta a baderna, e a Polícia Militar de SP impõe a ordem a pedido do governo federal”. No texto, lembro que Gilberto Carvalho e seus tentáculos no governo sãos os interlocutores e, em certa medida, os organizadores dos chamados “movimentos de sem teto”, entre outros ditos “movimentos sociais”. Em São Paulo, essa gente invadiu um conjunto habitacional do “Minha Casa Minha Vida”, em Itaquera, e a Caixa Econômica Federal recorreu à Justiça para ter de volta os imóveis. O juiz determinou a reintegração de posse, e lá foi a pobre Polícia Militar de São Paulo executar o serviço. A mesma PM que é alvo permanente do subjornalismo pistoleiro, financiado, entre outros, pela… Caixa Econômica Federal!
Muito bem! Meu texto foi publicado na sexta, certo? Nesta segunda, reportagem de Eduardo Bresciani, no Estadão, informa:
“A Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação de R$ 200 mil e R$ 350 mil, respectivamente, com entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra para evento realizado no 6.º Congresso Nacional do MST. O evento, há duas semanas, terminou em conflito com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes que deixou 32 feridos, sendo 30 policiais. Houve, ainda, uma tentativa de invasão do Supremo Tribunal Federal.”
Retomo
Sim, vocês entenderam direito. A pancadaria na Praça dos Três Poderes, a tentativa de invasão do Supremo e a clara e explícita agressão à Polícia Militar tinham patrocínio: BNDES e Caixa Econômica Federal, aquela mesma que havia entrado com o pedido de reintegração de posse de imóveis invadidos. Em síntese: a CEF promove invasões e recorre à Justiça contra invasões.
Entenderam como funciona a coisa? A CEF financia o vale-tudo do MST, mas recorre à Justiça para ter de volta os imóveis do “Minha Casa Minha Vida” quando a variante urbana do movimento invade o que acha que lhe pertence.
É um acinte e um deboche. Pior: os patrocínios nem são dados diretamente ao MST porque, como vocês devem saber, esse movimento não tem existência legal. Stédile criou associações culturais, cooperativas e grupos de fachada que recebem o dinheiro oficial. É uma estratégia. O MST, então, que não existe legalmente, promove a pancadaria, e essas entidades, que pegam a grana do povo, não podem ser responsabilizadas.
No caso de Brasília, o dinheiro foi dado para uma tal “Associação Brasil Popular” (Abrapo) para a realização de uma certa “Mostra Nacional de Cultura Camponesa” — cultura camponesa, diga-se, que é uma ficção, não existe. Pergunte o que um gaúcho dos pampas tem em comum com um vaqueiro do agreste do Ceará ou de Pernambuco. Nada: em certa medida, nem a língua é a mesma.
Sim, claro!, no dia seguinte à pauleira, Dilma Rousseff recebeu em palácio os líderes do MST, e Gilberto Carvalho participou da solenidade de abertura do seu 6º Congresso.Por Reinaldo Azevedo
24/02/2014 às 13:05
Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal e foi preso em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no interior fluminense, por volta de 12h20 desta segunda-feira, horário em que policiais federais receberam o mandado de prisão contra o delator do mensalão. A prisão tinha sido determinada na sexta-feira, mas só no fim da manhã saiu o mandado de prisão. Desde o começo da madrugada de sábado, policiais aguardavam a ordem de prisão para levar Jefferson à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão no processo do mensalão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Antes de ser preso, Jefferson ainda se despediu dos leitores de seu blog em uma mensagem. Afirmou que não se arrependia de nada e citou a canção My Way, de Frank Sinatra, para afirmar que faria tudo novamente. “Não me arrependo de nada do que fiz e que faria tudo novamente, pois não me ajoelhei, eu fiz tudo do meu jeito, como canta Frank Sinatra em My Way”, disse o ex-deputado federal.
Enquanto esperava pelo cumprimento do mandado de prisão, Jefferson chegou a reclamar da demora para a chegada do mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Essa expectativa não me deixa dormir. Eu deito, mas não durmo, mas está tudo em paz. É o destino. É angustiante, mas faz parte da luta”, disse Jefferson a jornalistas.
Ele chegou a brincar com a situação. “Deus só dá carga para quem pode puxar. Sou ‘harleyro’ e botafoguense, acostumado a sofrer”, acrescentou, em referência a suas duas maiores paixões, o clube alvinegro e as motos Harley-Davidson. No domingo, para aproveitar os momentos finais de liberdade, Jefferson saiu para passear com uma moto Harley Davidson. Vestindo capacete, jaqueta de couro e calça jeans, ele ficou fora de casa por cerca de três horas. “Estou desfrutando os momentos finais da minha liberdade. Quanto a vocês, curtam sua liberdade, que é o bem mais precioso que vocês têm”, disse.
O ex-deputado foi o último condenado do mensalão, com pena de prisão, a ter a reclusão ordenada pelo STF. Ele chegou a pedir para cumprir a pena em regime domiciliar, alegando que precisa se recuperar da retirada de um câncer no pâncreas com dieta específica e medicamentos. Laudo solicitado pela Justiça disse que a situação de saúde de Jefferson permitia o cumprimento da pena em presídio comum, como os outros condenados do mensalão.
No julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, afirmou que Jefferson, então presidente nacional do PTB, recebeu recursos do esquema do valerioduto – foram prometidos 20 milhões de reais e pagos pelo menos 4 milhões de reais – em troca da compra de apoio politico de deputados no Congresso Nacional. Apesar de ter recebido 4 milhões de reais diretamente das mãos do publicitário Marcos Valério, Jefferson sustentava a tese de que o dinheiro nunca foi propina, e sim recursos acertados com o PT nas eleições municipais de 2004.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Mensalão, Roberto Jefferson
24/02/2014 às 5:31
— Venezuela: em uma semana, 55 agressões a jornalistas; Maduro cassa licenças de profissionais da CNN;
— A Ucrânia acorda para o seu ódioPor Reinaldo Azevedo
24/02/2014 às 4:24
O Barba, bem mais jovem, e o seu umbigo: não é de hoje que ele é o centro do mundo
O Apedeuta anda criticando o governo Dilma em conversa com interlocutores. Primeira pergunta: ele quer voltar? A segunda: há a possibilidade de ser ele o candidato do PT? A terceira: as críticas fazem sentido?
Pois é… Vou começar pela mais fácil.. Sim, Lula adoraria voltar. Eu diria até que, intimamente, ele não pensa em outra coisa. Mas sabe que isso é muito difícil — diria mesmo ser impossível hoje. Num cenário de catástrofe, não tenham dúvida de que o salvador da pátria se apresentaria.
Mas isso não está no horizonte. Ademais, Dilma não exibe números espetaculares segundo os institutos de pesquisa, mas é franca favorita à reeleição — e no primeiro turno, segundo os números de hoje. Talvez, lá no fundo do peito, nos seus desejos mais recônditos, mais profundos, o ex-presidente até torcesse para que ela despencasse e se mostrasse uma candidata de alto risco. Mas isso não aconteceu. Botá-la em escanteio seria visto como um gesto truculento e, na verdade, desnecessário.
Então sintetizo agora duas respostas numa só: querer, ah, isso ele quer muito. Mas não pode. Não tem como tirar Dilma do meio do caminho.
Lula virou uma espécie de psicanalista de alguns setores descontentes com o governo. Tem recebido uma verdadeira romaria — inclusive de alguns pesos pesados da economia — que lhe pedem para voltar. Desde José Rainha — um dissidente esquerdista do MST, que agora fundou seu próprio movimento — a alguns pesos pesados do PIB, a romaria dos que vão a Lula é grande.
E ele não se furta ao papel absurdo de presidente paralelo. Ouve as reclamações, tranquiliza o interlocutor, promete providências e, como se nota, deixa vazar críticas à sua sucessora. Lula, como sempre, está descumprindo uma promessa. Tinha anunciado que seria um ex-presidente discreto e silencioso, como nunca antes na história deste país, para usar um bordão seu. E, como nunca antes da história deste país, é um ex-presidente que tem ambição de continuar governando.
O chefão petista considera — a Folha de hoje traz uma reportagem a respeito — o governo Dilma centralizador demais e avalia que ela se afastou dos empresários. Acha a gestão pesada, lenta. Acredita também que a atual equipe econômica já deu o que tinha de dar — vale dizer: Guido Mantega. As suas críticas, afinal de contas, procedem?
Depende. Tomadas as coisas como são, a resposta é “sim”. Mas Dilma faz algo muito diferente, ou deixa de fazer alguma coisa, na comparação com o seu antecessor, o próprio Lula? A resposta é “não”. Então o que foi que mudou? A realidade internacional. Deem a Dilma a mesma economia mundial que Lula tinha, com a China crescendo em ritmo alucinante, com o preço das commodities primárias nas alturas, e ela se sairia melhor. Deem a Dilma um cenário de corrida do dinheiro para os países emergentes para fugir da crise americana e europeia, e ela se sairia melhor. Acontece que esses eventos não vão se repetir.
Dilma está pegando a fase final das “virtudes” do modelo lulista, ancorado no consumo. O déficit de US$ 11,591 bilhões nas contas externas em janeiro começou a ser fabricado no governo Lula. O rombo certo na balança comercial em 2014 — o primeiro em 13 anos — também começou a ser fabricado no lulismo. O papel cada vez mais modesto da indústria no PIB e um déficit de US$ 110 bilhões do setor no ano passado têm a digital indelével de… Lula!
Pergunte-se: que reforma estrutural importante ele encaminhou? O que efetivamente fez pelo investimento em infraestrutura? Em vez de privatizar aeroportos e estradas, por exemplo, passou oito anos demonizando as privatizações por motivos estritamente políticos, por proselitismo ideológico vigarista. A crise da Petrobras, para citar um caso emblemático, é uma das heranças malditas que Lula deixou para a sua sucessora.
O governo Dilma é, sim, a meu juízo, muito ruim — mas não é pior do que era o de Lula. O que mudou de modo importante foi a conjuntura internacional, e o PT não estava preparado para isso.
Encerro apontando a absoluta falta de pudor político de um ex-presidente da República que se dá ao desfrute de manter reuniões com empresários e de fazer vazar as suas críticas, constrangendo a sua sucessora. Ainda que Dilma não se elegesse nem síndica de prédio em 2010 sem o seu apoio, o fato é que ela é a atual presidente da República.
No fim de 2010, Lula afirmou que iria gastar seu tempo como ex-presidente cozinhando coelho em seu sítio, em Ribeirão Pires. Pelo visto, anda mais ocupado alugando a orelha para tubarões.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Governo Dilma, Lula
24/02/2014 às 3:19
Caiu brutalmente o apoio da população aos protestos. Nem poderia ser diferente. Aliás, esses que vão às manifestações para promover depredações e arruaça, ainda que digam estar protestando contra o governo, são, na prática, seus maiores aliados. A cada vez que há um confronto violento, Gilberto Carvalho deve fazer uma oração. A violência é um bom modo de manter a população afastada das ruas. Não estou sugerindo, não, que o PT infiltre baderneiros só para provocar confusão. Seria uma burrice fazer isso. É que esses que se dizem ou se comportam como black blocs são primitivos e idiotas demais para entender como funciona a política.
Segundo pesquisa Datafolha, publicada pela Folha nesta segunda, apenas 52% apoiam os protestos. Esse índice chegou a ser de 81% no fim de junho. Por outro lado, saltaram de 15% em junho para 42% agora os que se opõem às manifestações. Quando os eventos são associados à Copa do Mundo, a adesão é ainda menor: 63% são contrários a manifestações durante a disputa, contra 32% que acham que têm mais é de ir para a rua (veja quadro publicado pela Folha).
Sim, os números ainda são preocupantes para um governo que tem a obrigação de garantir a segurança de um acontecimento gigantesco. Como já afirmei aqui, essa é a principal pedra que Dilma tem no meio do caminho.
A pesquisa Datafolha traz um dado interessante: 72% dos entrevistados que têm curso superior dão seu apoio aos protestos, que cai para 37% entre os que só têm o ensino fundamental. Mundo afora, e não é diferente no Brasil, as camadas mais instruídas da sociedade e também as de maior renda tendem a ser mais críticas a governos e suas iniciativas porque lidam com uma massa maior de informações.
Ocorre que, no regime democrático, governos são eleitos pelas maiorias — e ninguém ainda inventou um sistema melhor do que esse. É claro que Dilma se sente um pouco aliviada ao perceber que a rejeição à Copa do Mundo não se alastrou, não ainda, de maneira importante, entre os mais pobres e menos instruídos — que formam, justamente, a maioria do país.
Uma coisa se pode afirmar com absoluta certeza: se os protestos tivessem se conduzido com respeito às regras da ordem democrática, haveria muito mais gente na rua. A entrada em cena dos black blocs e o clima de tolerância com o vale-tudo fizeram em favor da desmobilização das ruas o que os petistas nunca conseguiriam realizar.
Os Marcelos Freixos e seus moleques amestrados são os maiores aliados, hoje, do governo Dilma.
Por Reinaldo Azevedo
24/02/2014 às 2:28
Duas pesquisas vieram a público neste fim de semana: no sábado, a do Ibope, com a avaliação do governo Dilma, e, no domingo, a do Datafolha, com simulações para a disputa presidencial. Dilma tem com o que se preocupar? Alguma preocupação sempre existe porque políticos tendem a gostar da unanimidade, o que é impossível. Antes dos protestos, iniciados em junho, a situação da presidente era, claro!, muito mais confortável, mas ela não foi a única a sofrer uma queda de popularidade.
Dilma não tem por que bater a cabeça na parede, não, embora exista, sim, um motivo de preocupação. Já explico. Não precisa ficar muito tensa porque, hoje, naquele que é o cenário mais provável da eleição, ela venceria no primeiro turno e com folga. Teria 47% dos votos, contra 17% do tucano Aécio Neves e 12% de Eduardo Campos, do PSB. É claro que esses números têm uma importância muito relativa. A presidente está na televisão todo dia; Aécio e Campos são bem menos conhecidos. Em tese ao menos, independentemente da qualidade da propaganda eleitoral, quando a campanha começar, eles têm mais a ganhar com a exposição do que ela (veja quadros, extraídos da edição da Folha).
Mas é evidente que os números para os adversários de Dilma não são bons. Aécio chegou a marcar 21% em outubro do ano passado, passou para 19% em novembro, e agora tem 17%, empatado com brancos e nulos, que chegam a 18%. Campos já chegou a 16%, caiu para 11% e agora está praticamente no mesmo lugar, com 12%. É bem verdade que Dilma, nesse levantamento, tem os mesmos 47% de novembro, mas a diferença é gigantesca.
A presidente vence em todas as simulações, menos em uma, que não vai acontecer. Já chego lá. Nem Marina Silva como a candidata do PSB tiraria de Dilma a vitória no primeiro turno: a presidente marcaria, nesse caso, 43%, contra 23% da ex-senadora — que já chegou a ter 29% em outubro de 2013. Nessa simulação, Aécio ficaria com 15%. Só para constar: em qualquer cenário, Lula também venceria no primeiro turno se fosse o candidato do PT: a sua melhor marca é 54%.
Existiria, hoje, alguma hipótese de haver segundo turno? Sim, mas só num cenário impossível, em que Marina Silva fosse a candidata do PSB, e o ministro Joaquim Barbosa, do STF, entrasse na disputa. Nesse caso, Marina teria 17%; Barbosa, 14%, Aécio, 12%, e Dilma 40% — ou seja, seus adversários somariam 43%. Mas isso é coisa da Carochinha. Não vai acontecer. O candidato do PSB será Campos, e o ministro Joaquim Barbosa vai continuar no Supremo.
Dilma pode, então, nadar de braçada? Não é bem assim. A eleição ainda está longe, e há motivos para alguns cuidados. Segundo pesquisa Ibope, caiu de 43% para 39% os que acham seu governo bom ou ótimo — no Datafolha, são 41%. No Ibope, saltou de 21% em dezembro para 24% agora os que o consideram ruim ou péssimo — no Datafolha, são 21%. Esses números são ainda confortáveis, mas estão muito longe daqueles 57% a 60% de ótimo e bom que ela chegou a ter antes de junho. Tudo indica que não há mais tempo nem motivos para que a presidente recupere aquele patamar que a tornava inatingível. E há o fator Copa, de que falarei agora (veja quadros: o primeiro publicado pelo Estadão, e o segundo, pela Folha).
Copa do Mundo
A Copa do Mundo se transformou na variável do imponderável. Uma coisa é certa: sem ela, a situação de Dilma seria mais confortável. Aliás, quando o Brasil se lançou nessa aventura, ninguém imaginou que pudesse ser uma fonte permanente de dor de cabeça. Ao contrário: Lula apostou no evento como uma espécie de consagração da era petista.
A pesquisa do Ibope aponta, por exemplo, que é muito estreita a margem dos que acham que a Copa trará mais benefícios do que prejuízos: 43% contra 40%. Segundo o levantamento, 58% ainda apoiam a realização do torneio no Brasil, mas amplos 38% pensam que seria melhor que acontecesse em outro país. No Nordeste, o placar é amplamente favorável à realização do evento: 72% a 25%; na região Sudeste, no entanto, é de 49% a 46%.
Ora, as manifestações que hoje rendem dor de cabeça ao Planalto estão ancoradas justamente nos protestos contra o torneio. Ainda que seja uma simplificação, pegou a tese de que a realização da disputa no Brasil consome dinheiro que deveria estar sendo canalizado para serviços públicos precários, como saúde e educação.
O governo terá nas mãos uma operação de risco. Se tudo sair mais ou menos nos conformes, é possível que a grandiosidade do evento acabe mitigando as críticas e o descontentamento. Eventuais escorregões e trapalhadas, por outro lado, servirão para alimentar o sentimento de que a Copa do Mundo implicou um enorme desperdício de dinheiro púbico, sem ganhos para a população. O acontecimento pensado por Lula para ser a apoteose petista é hoje, em suma, a principal fonte de preocupação da candidata Dilma Rousseff. Pode ser a pedra do meio do caminho.
Por Reinaldo Azevedo
22/02/2014 às 21:15
O cantor e compositor Lobão, também colunista da VEJA, é autor de uma frase-emblema destes dias, que define com precisão alguns líderes de esquerda, que virou camiseta: “PEIDEI, mas não fui eu”. Vou pedir ao meu amigo que envie uma a Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio (PSOL) e queridinho de alguns artistas do miolo mole, que confundem seus trinados com pensamento político.
Publiquei aqui um vídeo em que o tal ex-deputado federal Babá aparece numa algazarra promovida pelo PSOL queimando a bandeira de Israel. Quem queima a bandeira de um país — muito especialmente quando não é um nativo do lugar — não está apenas discordando, de modo episódico, das escolhas do governo de turno. O seu ódio se dirige a uma nação, a um povo. É por isso que os extremistas do Irã queimavam bandeiras americanas quando o presidente era George W. Bush e seguem queimando bandeiras com Barack Obama. Eles não estão contra esse líder ou aquele, mas contra os EUA. Quando alguém queima a bandeira de Israel, está, na prática, pedindo o fim do país.
No mesmo vídeo, aparece Marcelo Freixo pedindo votos para Babá; recomenda que os eleitores o escolham como vereador. Ou seja: Freixo pede votos para um sujeito que, na prática, pede o fim do estado de Israel. Republico o vídeo e volto em seguida.
Voltei
Muito bem. Na página de Freixo no Facebook, há um manifesto atribuído “a jovens judeus de esquerda” — parece ser, assim, um núcleo de jovens judeus do PSOL. O argumento mais forte que apresentam é este: a queima da bandeira e o apoio de Freixo ocorrem em eventos distintos. Ok. ATENÇÃO, PESSOAL! DOU DE BARATO QUE FREIXO NÃO ESTIVESSE NA MANIFESTAÇÃO. DIGAMOS QUE SEJA MESMO VERDADE. E DAÍ? PARA MIM, NÃO MUDA ABSOLUTAMENTE NADA! FREIXO PEDIU VOTOS PARA UM SUJEITO QUE QUEIMA A BANDEIRA DE ISRAEL. E vamos ver como o PSOL costuma tratar o país.
Reproduzo abaixo, em vermelho, o texto atribuído aos tais “jovens judeus” e volto em seguida. Os números e destaques que aparecem no manifesto são de minha lavra e servem para orientar a minha resposta.
*
1: Juventude Judaica tem ligação com Freixo
2: Mais uma vez a Veja ataca. E o faz de maneira vergonhosa. Reinaldo de Azevedo acusa sem nenhuma prova o Deputado Marcelo Freixo, do PSOL, de 3: participar de atos contra as posturas praticadas pelo estado de Israel e corroborar com a atitude da queima da bandeira deste país.
Em primeiro lugar, 4: o deputado não esteve presente aos atos que a Veja destaca e “muito menos aparece para meter as digitais”. 5: Isso é feito com uma compilação de dois vídeos diferentes com intenção de incriminar Marcelo Freixo.
Durante a campanha eleitoral para prefeito, em 2012, 6: esse vídeo veio a tona e o então candidato Marcelo Freixo fez questão de negar que participava dos atos e discordar publicamente da atitude do militante Babá. 7: E fez isso diversas vezes, sendo uma delas diante de 200 jovens judeus de esquerda que estavam felizes por ouvir alguém com capacidade para governar o Rio de Janeiro. Vários desses jovens não só deram seu voto ao deputado, como também foram as ruas fazer campanha.
Aos que imaginam que isso era estratégia eleitoral, Marcelo Freixo voltou a estar presente outras vezes com esses jovens judeus fora da campanha, estando presente em exposição sobre a vida do ex-primeiro ministro Itzhak Rabin, e 8: debatendo depois as semelhanças entre as ocupações das favelas pela polícia e a ocupação da Palestina por Israel. Isso mostra que o deputado sempre se mostrou disposto a debater a questão. De antissemita, Marcelo Freixo não tem nada.
9: Muitos de nós, judeus, temos muito orgulho de ter essa ligação com Marcelo Freixo. Continuamos apoiando-o em sua luta a favor dos direitos humanos, contra uma cidade entregue aos negócios e contra os ataques sofridos por ele pela grande mídia, 10: como a Rede Globo e esta reportagem vergonhosa da Veja, assinada por Reinaldo de Azevedo.
Quanto a acusação infundada de antissemitismo no PSOL, mais uma vez esta não se faz verdadeira. 11: Há uma discordância por parte das práticas do estado de Israel, com alguns em maior grau e outros em um grau menor. Assim como vários judeus fazem este debate de maneira profunda e também discordam destas práticas. 12: Vale ainda dizer que alguns membros desta juventude judaica são filiados e militantes do PSOL e não sofrem qualquer preconceito ou perseguição interna. Diante disso, pode-se dizer que o 13: PSOL tem tanto de antissemitismo quanto a Veja tem de transparência e qualidade.
Jovens Judeus de Esquerda
Respondo
1: “Juventude judaica tem ligações com Freixo” uma pinoia! Alguns judeus jovens podem ter, mas não “a” juventude judaica.
2: “VEJA ataca uma ova!” Eu escrevi, não a VEJA. As minhas opiniões são as minhas opiniões, não as da revista. Até porque escrevo também na Folha e faço comentários na Jovem Pan. Se eu escrevesse o que pensa cada veículo, daria em cada um deles uma opinião diferente sobre o mesmo assunto. Vão se instruir!
3: O ato de que participou Babá não era contra “posturas praticadas pelo estado de Israel” (aliás, “praticar posturas” é índice de analfabetismo…). Era contra Israel inteiro. Não mintam!
4: Freixo não esteve presente? E daí? Muda o quê? Pedir voto a um delinquente moral que queima a bandeira de Israel e estar presente ao ato, para mim, são a mesma coisa.
5: A “compilação dos dois vídeos” relata apenas o que aconteceu. Dois fatos estão ali:
a: Babá queimou a bandeira de Israel: fato!
b: Freixo pediu votos para Babá: fato!
6: Ele discordou de Babá? Só de Babá. Então leiam o item abaixo intitulado “Recado os supostos jovens judeus de esquerda do PSOL”.
7: Ah, ficaram “felizes”, é? Acabo com essa “felicidade” indecorosa daqui a pouco — isso na hipótese de que esses jovens judeus psolentos de fato existam.
8: COMO??? Freixo, então, comparou a questão israelo-palestina à “ocupação das favelas”? É isso mesmo??? A delinquência intelectual assumiu essa proporção? E os sedizentes “jovens judeus” acharam isso bom???
9: É mesmo? Há “jovens judeus” que se orgulham da ligação com Freixo? Lamento duplamente: porque são jovens; porque são judeus (já falo mais a respeito).
10: Não é reportagem nem é da VEJA. É um post do Reinaldo Azevedo.
11: Sei: quando discordam, queimam a bandeira do país. Mas esperem mais um pouquinho…
12: Eu entendi errado, ou esses que se dizem “jovens judeus” estão se mostrando gratos por não serem discriminados? Não envergonhem a história de seus país, de seus avós, de seus bisavós, de seus ancestrais.
13: Isso, então, é reconhecimento da qualidade da VEJA.
Recado os supostos jovens judeus de esquerda do PSOL
O propósito de organizar um “manifesto de jovens judeus” contra mim é um só: “Já que a gente é judeu (na hipótese de que esse grupo exista), e Reinaldo não é, então temos mais legitimidade do que ele para tratar da questão.
Nem a pau! A questão judaica, o antissemitismo, a existência de Israel, o Holocausto, todos esses temas são importantes demais para que sejam tratados apenas pelos judeus: SÃO TEMAS QUE DIZEM RESPEITO À HUMANIDADE. Se eles são assuntos judaicos o bastante para que Israel tenha o direito de se defender sem pedir autorização a ninguém — como qualquer país —, são também universais o bastante para que não judeus, COMO ESTE CATÓLICO, reajam diante da indignidade.
Ah, então, vocês são judeus, e eu não? Não dou a mínima! Já recebi, digamos assim, o título de “judeu honorário” das comunidades de São Paulo e Rio — e não creio que seria diferente com outras, de outros estados — e, lamento por vocês, sinto-me mais preparado para defender a causa de Israel do que vocês. Façam o seguinte: conclamem a comunidade judaica a lotar, sei lá, o Morumbi e o Maracanã: aí apareçam lá com as teses do PSOL, e eu compareço com as minhas. Se a questão é saber com quem estão os judeus, eu topo o confronto. Comigo, não, violão! Eu não me intimido com esses faniquitos e correntes na Internet. E sou quem sou porque não me intimido.
Há um “núcleo de jovens judeus no PSOL”? Então concordam com esta mensagem, estampada na página do partido — e não recorram à canalhice de dar sumiço nela porque fotografei a imagem, com URL e tudo. Leiam (em vermelho). Segue-se a imagem. Volto em seguida.
O PSOL condena mais um ataque militar de Israel à Faixa de Gaza. Como sempre, em nome de causas supostamente nobres como “combater o terrorismo” se promove as maiores atrocidades e tudo isso com a conivência do presidente estadunidense imperialista Barack Obama.
Israel ao convocar 75 mil reservistas indica desejo de uma nova escalada à Faixa de Gaza. Somente uma forte e verdadeira solidariedade internacional pode conter esta possível ofensiva militar. Atos em todo mundo acontecem como denúncia e solidariedade.
O PSOL conclama seus militantes e lideranças a se manifestarem em defesa da Palestina Livre e quer do governo Dilma o cancelamento de relações diplomáticas como primeira medida imediata.
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL BRASIL
Retomo
Ok, ok. Defendem a “Palestina Livre” e coisa e tal. Dá pano para manga, mas não entro nisso agora. O que realmente é estupefaciente é pedir que o Brasil rompa relações diplomáticas com a única democracia do Oriente Médio e com o único país em que árabes podem experimentar um regime democrático. O PSOL nunca pediu que o Brasil rompesse relações com a Síria, por exemplo. Ou com o Irã. E, neste momento, está empenhado em defender o governo Chávez, sabidamente antissemita. Vão se catar! Vão se instruir! Vão se informar! E parem de falar em nome dos judeus.
Será que a mensagem acima é uma exceção? Leiam esta outra maravilha (em vermelho), extraída da página do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), um dos líderes mais importantes do partido (dentro de sua barulhenta e violenta desimportância). Segue também a imagem.
Há 64 anos, no dia 15 de maio, era criado unilateralmente o Estado de Israel. Para os palestinos, a data é lembrada como o dia da nakba, termo árabe que significa catástrofe, pois representou sua expulsão e a destruição de suas aldeias. A partir da partilha da Palestina, recomendada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947 através da criação de um Estado judeu e um Estado árabe, até 15 de maio de 1948, 800 mil palestinos se tornaram refugiados.
Lamentavelmente, a sessão da ONU foi presidida por um brasileiro, Oswaldo Aranha. Esse processo deliberado de limpeza étnica continua ainda hoje.
(…)
É urgente que o governo brasileiro, que hoje se converte em segundo maior importador daquele Estado, pare de comprar tecnologia de defesa testada sobre os palestinos que vivem uma ocupação criminosa e discriminação cotidiana, com seus direitos humanos fundamentais violados dia após dia.
Retomo
Como se vê, o preclaro começa lamentando a criação do estado de Israel. Ele acha que foi um infortúnio ter sido um brasileiro a presidir aquela sessão histórica da ONU. E também ele pede que o Brasil rompa relações comerciais com a única democracia do Oriente Médio.
Freixo pediu votos para um delinquente político que queima a bandeira de um país. Isso é apenas um fato. O PSOL, como partido, é hostil a Israel. Uma de suas mais importantes lideranças publica um texto lamentando a criação do estado judaico.
Existem “jovens judeus de esquerda” que se identificam com o PSOL??? É uma escolha. Até porque, moçada, quem disse que, por mecanismos muito complexos, que lidam com a ideia de uma culpa que não há (mas fazer o quê?), não possam existir judeus antissemitas? Existem! E, em certa medida, são os mais perversos porque, afinal de contas, usam a sua condição para tentar provar que sua visão de mundo é correta e isenta.
Pra cima de mim, não! Já vivi o bastante para cair nesse truque. E os judeus que conhecem a história também.
Se ainda não entenderam, posso exibir fotografias e lhes refrescar a memória. Tenham um pouco mais de compostura histórica, se lhes falta a compostura moral.
Está respondido, “jovens judeus de esquerda”?Por Reinaldo Azevedo
22/02/2014 às 5:32
Henrique Pizzolato é uma fonte permanente de desmoralização da mitologia inventada pelos petistas sobre o mensalão. Fico imaginando como devem se sentir os bananas que eventualmente tenham colaborado para a vaquinha dos mensaleiros… Por que digo isso? Reportagem da Folha informa que Pizzolato comprou três imóveis na Espanha: dois apartamentos de luxo e um de classe média.
Dois deles ficam no condomínio Urbanización Costa Quebrada, na cidade de Benalmádena, coladinhos ao mar. Foram unidos num só para o conforto de Pizzolato e Andrea, sua mulher. Cada apartamento padrão tem 140 metros quadrados e está estimado em 450 mil euros — R$ 1,5 milhão. Vale dizer: só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisa pedir esmola paga pagar multa! Dá uma peninha, né?
O casal consta na lista de estrangeiros residentes na cidade desde 2010, mas o endereço fica num terceiro apartamento.
Uma coisa ao menos a gente sabe: se for extraditado para o país, ele não precisará fazer vaquinha, né?
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Henrique Pizzolato, Mensalão
22/02/2014 às 5:27
Por Diego Braga Norte, na VEJA.com:
O presidente do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, associação dos profissionais de imprensa venezuelanos), Guia Tinedo, informou nesta sexta-feira que entre os dias 12 de fevereiro – data inicial dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro – e 20, ao menos 55 jornalistas sofreram algum tipo de agressão na Venezuela. Em uma entrevista transmitida pelo canal Globovisión, Guia revelou que dos 71 casos registrados neste ano, a última semana responde por mais de 77%.
Guia manifestou preocupação com a crescente onda de ataques contra jornalistas e o impedimento do trabalho da imprensa. Desde o início dos protestos, jornalistas já tiveram seus equipamentos ‘confiscados’ – eufemismo para roubados, pois os profissionais não conseguem recuperá-los – e também foram agredidos por policiais e milícias bolivarianas. Entre os casos de violência registrados, a CNP divulgou um vídeo mostrando policiais agredindo um jornalista do jornal Panorama, em Maracaibo, cidade ao norte do país. Ao lado de outros jornalistas, como o secretário-geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP, na sigla em espanhol), Carlos Correa, o presidente da ONG Espaço Público, Bernardino Herrera, e outros, Guia também mostrou preocupação com a situação de censura da mídia e criticou a postura do governo contra a CNN.
Nesta sexta, em mais um ataque contra a liberdade de imprensa, o governo venezuelano, através do Ministério de Comunicação e Informação, cancelou os vistos de trabalho de quatro profissionais da rede americana CNN, a correspondente Osmary Hernández, a apresentadora Patricia Janiot e de sua produtora, e do repórter Rafael Romo. “Já basta de propaganda de guerra, eu não aceito propaganda de guerra contra a Venezuela! Se não se corrigirem, fora da Venezuela, CNN! Fora!”, bradou Maduro em um discurso televisionado.
A CNN disse não ter sido notificada sobre o processo e, como se fosse necessário, rechaçou a afirmação de que a cobertura das manifestações tenha o intuito de servir como “propaganda de guerra” contra a administração. “Nós abordamos ambos os lados da tensa situação que vive a Venezuela, embora o acesso aos funcionários do governo seja muito limitado. Esperamos que o governo reconsidere sua decisão. Mas seguiremos informando sobre a Venezuela da forma justa, acertada e balanceada que nos caracteriza como uma empresa jornalística”, diz um comunicado da emissora.
Protestos
Ainda que a noite em Caracas pareça calma, novos protestos são esperados para este sábado na capital e nos estados de Táchira, Carabobo, Mérida e Bolívar, redutos onde o governo bolivariano sofre mais críticas. Maduro tenta sufocar as manifestações em várias frentes. Além da repressão policial, o ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, sinalizou que pode suspender o suprimento de combustível em “zonas de cerco fascistas”, mas sem mencionar os estados. Em Táchira, estado no extremo noroeste do país, os moradores sofreram com o corte de serviços essenciais, como eletricidade e telefonia, após grandes manifestações desta semana.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Nicolás Maduro, Venezuela
21/02/2014 às 19:16
Por Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo, no Estadão Online:
A taxa de aprovação ao governo Dilma Rousseff caiu de 43% para 39% desde o início de dezembro, segundo pesquisa Ibope/Estadão feita entre os dias 13 e 17 deste mês. Após a onda de protestos de junho, o porcentual dos que consideram o governo ótimo ou bom caiu de 55% para 31% (julho), subiu para 38% (agosto), oscilou entre 37% e 39%(setembro a novembro), voltou a subir para 43% (dezembro) e agora baixou quatro pontos porcentuais.
O governo tem taxas mais baixas de aprovação entre o eleitorado com menos de 24 anos (35%), escolaridade superior (26%) e renda superior a cinco salários mínimos (34%). Em termos regionais, sua pior avaliação se concentra no Sudeste (33% de ótimo e bom) e no Norte/Centro Oeste (32%).
A aprovação é maior nos segmentos com mais de 55 anos (45%), escolaridade até a quarta série (50%) e renda de até um salário mínimo (49%). No Nordeste, a taxa chega a 51%. O levantamento revelou ainda que 58% da população é a favor da realização da Copa do Mundo no Brasil. Outros 38% são contra. Para 43%, o evento trará mais benefícios que prejuízos para o País, e 40% acham o contrário. O levantamento do Ibope foi feito em 141 municípios. Foram ouvidos 2.002 eleitores.
Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais, a aprovação ao governo pode estar entre 37% e 41%. No levantamento anterior, de dezembro, poderia se situar entre 41% e 45%. A chance de a taxa ter sido de 41% na pesquisa anterior e na atual, porém, é de apenas 0,12%, segundo cálculos do Estadão Dados – por isso, pode-se afirmar com segurança que houve queda na avaliação positiva.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Governo Dilma
21/02/2014 às 19:06
Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou na tarde desta sexta-feira a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Condenado a sete anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, Jefferson cumprirá a pena em regime semiaberto no Rio de Janeiro. A Polícia Federal informou que ainda não recebeu a ordem de prisão.
O processo contra Jefferson havia se encerrado (trânsito em julgado) no dia 15 de novembro, quando os primeiros condenados no mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e os petistas Delúbio Soares e José Genoino, tiveram a prisão decretada. Porém, sucessivos recursos pedindo que o ele pudesse cumprir pena prisão domiciliar adiaram para este ano o início da execução da pena.
Responsável por denunciar o mensalão, Jefferson tenta conseguir autorização da Justiça para cumprir sua pena em regime domiciliar. Ele se recupera de uma cirurgia para a retirada de um câncer no pâncreas e precisa de medicamentos e dieta específicos. A defesa chegou a anexar ao processo do mensalão cópia de sua dieta nutricional, que inclui salmão defumado, geleia real e suco batido com água de coco.
Com a decisão sobre Jefferson, 23 condenados no julgamento do mensalão já começaram a cumprir pena nos regimes fechado, semiaberto e aberto. Apenas o ex-assessor João Cláudio Genu e o ex-doleiro Breno Fischberg, que recorreram à Corte por meio de embargos infringentes, ainda não tiveram as ordens de prisão decretadas.
Embora a ordem de prisão de Jefferson determine o regime semiaberto, ele conseguiu pelo menos um parecer favorável à prisão domiciliar. O secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP), Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, encaminhou ao STF a recomendação de que o ex-deputado fique em casa e use uma tornozeleira eletrônica.
Em sentido contrário, também em resposta ao STF, a Divisão Médico-Ambulatorial da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou que ele poderia ser acompanhado normalmente por um clínico e ter consultas periódicas com um médico oncologista do sistema público, já que é tratado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para o poder público, não haveria impedimentos para que a dieta e a medicação do mensaleiro fossem providenciadas.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Mensalão, Roberto Jefferson
21/02/2014 às 18:49
Ai, ai… Por que eles nunca são um só, mas sempre uma legião, como os demônios? Antipatizo com hienas. Não é pela feiura, não. É que sempre atacam em bando. Nunca exibem, assim, aquela grandeza heroica que, às vezes, têm os leopardos, até os leões. Não! Sempre em turma. Também não sabem rugir: emitem uns sons estranhos, entre o ganido e o miado, pequeninos, quase sorrateiros, mas que, em grupo, formam uma melodia desagradável. Então tá. Chega dessa apreensão pessoal da zoologia. Vamos falar de outras espécies.
Mandam-me aqui um texto de um tal Juliano Zaiden Benvindo, que é professor da Universidade de Brasília. Pelo tom do sujeito que enviou a mensagem, ele só pode ter colhido o artigo em algum blog sujo financiado por estatais. Bem, bem, bem… Passaram ao rapaz professor a tarefa de provar que o ministro Gilmar Mendes não é de nada; que, como jurista, é um zero à esquerda. Notem que, até agora, o petismo e o petralhismo já disseram o diabo de Mendes, menos que fosse tecnicamente ruim. Isso nunca.
Juliano Benvindo, investindo-se do papel do zagueiro cabeça de bagre voluntarioso, pegou a bola na hora da cobrança do pênalti e disse: “Deixa que eu chuto”. E chutou. A bola se perdeu no mato. Se tiverem paciência, leiam o texto. O bruto começa anunciando a montanha. Censura a tradição de pouco debate no Brasil, que sempre acaba na crítica pessoal. Logo, entende-se que ele fará outra coisa, nunca uma crítica… pessoal. Escreve:
“No Brasil, contudo, infelizmente, a cultura constitucional é voltada para bajular o que temos. Nossa cultura ainda é fortemente marcada pela personalização das relações, não se construindo uma possível percepção de que criticar um trabalho, uma decisão, um texto, entre tantas outras atividades, possa ser algo diverso do que uma crítica pessoal.”
Em vez da montanha, o rato. Vejam lá. O resto de seu texto é um ataque dirigido à pessoa de Gilmar Mendes. Segundo diz, não passa de um compilador de jurisprudência — quando até seus adversários intelectuais reconhecem nele um criador de jurisprudência. Ainda nesta quinta, foi citado por advogados dos mensaleiros. O rapaz não se refere aos livros de Mendes, ao conteúdo de sua obra, não diz por que ela é ruim. Nada!
Entende-se, aliás, que o principal defeito da obra em livro do ministro é… vender bem! Não sei se o dito-cujo já publicou alguma coisa; se publicou, certamente vendeu mal. Também publico livros e, como direi?, sou bem-sucedido. Não sei de bons vendedores de livros que considerem isso um defeito. Há, sim, quem venda pouco e não dê bola para a questão, certo da qualidade de sua obra — às vezes, com razão. Mas todos os que acham que vender muito é um defeito vendem pouco.
A propósito: por que será que os livros de Mendes “vendem bem”, já que não se trata de uma compilação de humor, de pílulas de sabedoria ou de textos de autoajuda? Vai ver os leitores de sua obra especializada são bobos e ainda não se deram conta da sabedoria superior do tal Benvindo… Insisto: se tiverem paciência, leiam o texto do homem e tentem encontrar a demonstração de sua tese. Não há.
Ataques como esse, oriundos de um mundo SUPOSTAMENTE ACADÊMICO, são expressões do espírito de um tempo. Onze anos de petismo no poder degradaram o Parlamento, o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público, tudo… Mas nenhum setor se rebaixou tanto e se tornou tão asqueroso como a academia — com as exceções de praxe.
Gente paga com dinheiro público para pensar não tem vergonha nenhuma de ser esbirro de um partido político. O sujeito que mandou a diatribe do Benvindo me fez um favor. Resolvi entrar na página do cara no Facebook. Lá está ele, de bate-pronto, atacando Mendes por conta de suas questões sobre a “vaquinha” petista. Está revelado, vamos dizer assim, o motivo original da sua fúria bucéfala, que se esqueceu dos argumentos. Na UnB, integra a tropa de choque das várias correntes de esquerda que por lá se aninham, aliando-se claramente com o petismo — pouco importando se é filiado ao não.
Uma estirpe
Quando bati o olho em seu nome, sabia que aquele sobrenome há havia passado por mim… “Zaiden Benvindo, Zaiden Benvindo…” Cheguei logo a Aldo Zaiden Benvindo, assessor do Ministério da Saúde e membro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas. Também alinhado com o “pudê”!!! Esse rapaz participou ativamente do “Congresso Internacional Sobre Drogas – 2013”, realizado em Brasília, no ano passado. Vocês se lembram. Escrevi alguns posts a respeito. Foi lá que o notório delegado Orlando Zaccone defendeu a legalização “da produção, do comércio e da distribuição de todas as drogas”. Tratou-se de um suposto “congresso internacional”, patrocinado pelo governo Dilma e por órgãos federais, para o qual só foram convidados debatedores favoráveis à legalização das drogas. Não era um congresso, mas um convescote de gente que concordava entre si. Uma vergonha!
Mandaram-me tempos depois um vídeo com a fala de Aldo Zaiden Benvindo, o irmão do desafeto de Mendes. O rapaz começa, de cara, com uma referência encoberta a este blogueiro. Ataca, com uma frase vulgar de efeito, as “críticas reacionárias” na imprensa que o tal congresso estaria recebendo. Eu fui o único a criticar. Todos os demais veículos de comunicação elogiaram. Ele foi muito aplaudido, claro!, porque os que poderiam eventualmente vaiar ou simplesmente não aplaudir não tinham sido convidados. Essa gente é muito valente entre os seus. É como black bloc. Quando em bando, partem pra porrada. Segue o vídeo. A fala está no comecinho. Volto depois.
Pois é… Estamos lidando com uma estirpe, né? Aldo, aquele que acha que o “vitupério na boca de certas pessoas é elogio”, é casado com Joana Zylbersztajn, ex-secretária-executiva adjunta do ministério chefiado por Gilberto Carvalho e atual chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Fernando Haddad.
“Por que evocar esses parentescos, Reinaldo?” Para evidenciar que estamos lidando com uma espécie de nova aristocracia do poder. Como se diz em Dois Córregos, a cada enxadada, uma minhoca. Basta entrar no Google, e você perceberá que eles são uma legião.Por Reinaldo Azevedo
Tags: direito, Gilmar Mendes
21/02/2014 às 16:59
A jornalista Rachel Sheherazade foi mandada para um poste moral por conta de um comentário que fez quando um menor que costuma praticar roubos foi atado por moradores a um poste com uma tranca de bicicleta. Já escrevi a respeito e deixei claro que não concordo com boa parte da abordagem que ela fez. Mas parte da sua observação era e é procedente. Quando afirmou ser “compreensível” que moradores tomem suas próprias medidas, não quis dizer que é desejável, que o caminho é esse. Fizeram, evidentemente, uma superinterpretação de sua fala porque a consideram ideologicamente incômoda.
Muito bem! O mesmo menor voltou a delinquir e voltou a apanhar. Vocês sabem a mania que tem esse povo cruel de não gostar de ser assaltado, né? Pô! As vítimas desses “dimenores” têm de entender que estão apenas dando a sua cota a uma política informal de distribuição de renda, poxa! Mais: existe luta de classes, como todos sabemos, e os assaltados integram o grupo dos bandidos; os assaltantes é que são os verdadeiros mocinhos. Como é que ninguém percebe isso?
Reproduzo, em vermelho, trecho da reportagem de Leslie Leitão, na VEJA.com. Volto em seguida:
O jovem assaltou, com outros quatro rapazes, uma turista canadense na Avenida Atlântica. Em seguida, o bando tentou roubar os pertences de um turista inglês. Esta vítima, no entanto, reagiu, e correu atrás dos garotos. Um grupo de pessoas que presenciava a cena decidiu cercar os fugitivos, mas só conseguiu deter dois deles.
Começou, então, uma sequência de tapas. Sentindo-se acuado, o menor que ficou preso pela tranca no início do mês lançou mão da fama que angariou naquele episódio: “Eu sou o do poste! Parem de bater”, gritou.
E, de fato, as agressões cessaram. Os dois jovens foram mantidos no local até a chegada da Polícia Militar. E, novamente, na delegacia, o jovem do episódio do poste voltou a se identificar como tal, para se proteger de agressões: “Você sabe com quem está falando? Eu sou o menor da tranca”, disse, aos policiais.
Voltei
Se há dote que bandido de qualquer idade ou classe social tem é o de aprender com a experiência. É evidente que o “Dimenor” percebeu que virou uma celebridade. Tive informações de que, talvez, ele seja portador de um déficit intelectual importante — hipótese que tem de ser investigada e que deve, então, merecer a devida resposta do estado —, mas a agilidade com que ele apelou ao “sabe com quem está falando?” sugere o contrário. Não estou afirmando, mas fazendo uma conjectura.
A fala do rapaz ao ser preso, mais uma vez, evidencia como aquele episódio distorceu a verdade dos fatos. Apegaram-se mais ao simbolismo piegas do que à realidade. Sintetizo o espírito de certas intervenções:
“É a imagem de um país que cultivou a escravidão por mais de 300 anos!”
“Não fosse um negro, não fariam isso”.
“Eis mais uma prova de racismo”.
“É o povo brasileiro que está no tronco”.
Quanta bobagem!
Quanta vigarice!
Quanta conversa mole!
Até parece que brancos não são linchados todos os dias Brasil afora. O YouTube traz uma penca de horrores. Até parece que fazer justiça com as próprias mãos é algo assim tão raro num país em que há mais de 50 mil homicídios por ano — sem que se saiba, na esmagadora maioria das vezes, a autoria.
Amarrar bandidos em poste resolve alguma coisa? Não! Torna ainda pior o que é ruim, mas é evidente que não é possível criminalizar, por princípio, a sociedade que reage. É preciso coibir, sim, a justiça feita pelas próprias mãos, mas é preciso compreender, então, a natureza do fato.
O rapaz atado ao poste não era expressão de racismo, da crueldade com que são tratados os pobres, da perversidade das elites, nada disso! Até porque, atenção!, ESSES JUSTIÇAMENTOS SÃO FEITOS POR POBRES — a esmagadora maioria de pobres que decide trabalhar, que decide estudar, que decide ganhar a vida honestamente. Um país em que o rendimento médio do trabalhador é pouco superior a R$ 1.900 — você que me lê: tente morar com isso, pagar escola com isso, ir ao cinema com isso, comer com isso — é um país… pobre!
A reação àquele episódio lamentável foi para o lado errado! Os pruridos politicamente corretos vieram à flor da pele como urticária ditada pela boa consciência. E só.
Mesmo discordando de boa parte da fala de Sheherazade — que foi mandada para o poste —, a verdade insofismável é que ela estava mais no assunto do que boa parte dos textos lacrimejantes e hipócritas que se escreveram a respeito.Por Reinaldo Azevedo
Tags: violência
21/02/2014 às 16:02
Ai, aí… Na minha coluna de hoje, na Folha, desmonto uma mentira acintosa contada por um esquerdista. E encerro observando que a mentira é mais útil à causa das esquerdas do que a verdade, ou facínoras como Lênin, Stálin, Mao não seriam reverenciados.
Muito bem: um comentaristas do texto, Fabrizio Wrolli, tentando apelar à ironia, arma sempre complicada quando não se tem a devida destreza, resolve tentar um malabarismo retórico. Observa lá, referindo-se diretamente a mim:
“Sei que faltou espaço, Reinaldo, e não deu para completar sua lista de homicidas. Se me permite, eu mesmo tentarei acrescentar alguns nomes: Hitler, Mussolini, Dollfuss, Franco, Salazar, Caetano, Laval; Banzer, Papa Doc, Baby Doc, Somoza, Noriega Stroessner, Médici, Videla, Pinochet…”
Comento
Fabrício, Fabrício… Por que você não lê o que está escrito, rapaz!, não o que você acha que escrevi? E eu não escrevi, porque seria mentira, que a esquerda tem o monopólio dos homicidas. Eu estou apontando é a imoralidade de haver muitos que os cultuem ainda hoje. Não será você um deles?
Mas aceito desafios. Tirando Hitler da conta, todos os outros, somados, não conseguiriam empatar com os dois milhões assassinados por Pol Pot. Hitler incluído — e quantos outros asquerosos de extrema direita você queria colocar —, não mataram um terço do que matou Mao Tsé-tung ou metade do que matou Stálin.
Fora de alguns círculos muito restritos, próximos da psicopatia ou francamente sociopatas, onde estão os admiradores desses todos a que você se refere? Na Alemanha, por exemplo, o culto à memória de Hitler é proibido. E acho isso bom! Na China, no entanto, está em curso uma recuperação da imagem de Mao — sim, é tudo pilantragem, mas está.
No que concerne ao Brasil, você deveria ter incluído Getúlio Vargas na lista, que matou mais do que todo o regime militar.
Mas note, rapaz: não se trata de fazer um campeonato de homicídios — não há como ganhar da esquerda; não tem jeito; Stálin e Mao não permitiriam. Em meu texto, aponto o fato de esses homicidas serem considerados heróis. E pode acrescentar na lista Che Guevara, o Porco Fedorento. Esse matava e depois ia escrever memórias com apelos de baixa poesia para enganar trouxas.
E segue enganando trouxas até hoje.Por Reinaldo Azevedo
Tags: ideologias
21/02/2014 às 15:16
O preço elevado das commodities primárias mascarava os desequilíbrios das contas externas brasileiras, e assim foi por muitos anos. Menos o país estava fazendo a coisa certa do que vivendo do crescimento econômico acelerado de estranhos — refiro-me à China. A crise americana e europeia tornava o país atraente para a entrada de certo capital, que decidiu se mandar.
Muito bem, a balança comercial era que segurava o rombo das contas externas, certo? No ano passado, já não fosse o truque com as plataformas da Petrobras, o Brasil já teria tido um déficit de, no mínimo, US$ 5,5 bilhões. Teria sido o primeiro em 12 anos. Em 2014, é certo como a luz do dia que haverá déficit — a menos que Guido Mantega tenha mais algumas plataformas escondidas no bolso do colete, mas terá de haver muitas… E se terá, então, o primeiro déficit em 13 anos.
Fiquem tranquilos que o governo… Que o governo nada! A turma perdeu a capacidade de ver o que vem pela frente — aliás, nunca teve; nossa sorte eram os outros. “Ah, o Brasil tem reservas a dar com pau…” À diferença dos diamantes, não são eternas. O fato é: hoje, mais saem dólares do que entram — e não é pouca coisa. Por enquanto, o governo Dilma não teve nenhuma ideia melhor do que culpar a desaceleração da China e a retomada do crescimento nos EUA.
Vamos ver o que ela propõe na campanha.
Leiam o que informa a VEJA.com:
Rombo nas contas externas tem novo recorde em janeiro, aponta BC
O Brasil registrou déficit recorde de 11,591 bilhões de dólares nas transações correntes de janeiro, influenciado, sobretudo, pelo fraco desempenho da balança comercial e pelas remessas de lucros e dividendos das empresas — cifra que não foi coberta pelos investimentos estrangeiros diretos (IED). No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o rombo nas contas externas do país ficou em 3,67% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira. Economistas já previam elevado saldo negativo — de 11,7 bilhões de dólares. O déficit registrado no mês passado está levemente acima do apurado em janeiro de 2013, que foi de 11,3 bilhões de dólares.
O BC informou ainda que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 5,098 bilhões de dólares no mês passado, melhor do que o esperado – de 4 bilhões de dólares -, mas insuficientes para cobrir integralmente o saldo negativo do mês.
O déficit nas transações correntes, que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior, foi impactado pelo déficit recorde de 4,058 bilhões de dólares na balança comercial em janeiro.
O BC informou ainda que as remessas de lucros e dividendos somaram 2,499 bilhões de dólares em janeiro, ante 2,068 bilhões em igual mês do ano passado. Pesaram também os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens, que somaram 1,478 bilhão de dólares, ante 1,603 bilhão de dólares em igual mês do ano passado.
A trajetória das contas externas do país tem se deteriorado de maneira mais intensa desde meados de 2013. Esse fator, aliado à inflação e à deterioração fiscal, constitui a principal razão para a crescente desconfiança do investidor externo em relação ao Brasil. Analisando, sobretudo, as contas externas dos países emergentes, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgou um relatório há algumas semanas apontando quais países estavam em situação mais vulnerável em relação a possíveis turbulências causadas pela retirada dos estímulos. O Brasil foi citado pelo Fed como um dos mais vulneráveis.
Apesar da saída de capital registrada nos últimos meses (em 2013, o fluxo cambial ficou negativo em 12,261 bilhões de dólares), o BC verifica uma leve retomada da entrada de moeda estrangeira no país. Segundo relatório parcial do fluxo cambial de fevereiro, o BC informa que a entrada de dólares superou a saída em 318 milhões de dólares na primeira quinzena do mês. Os ingressos se deram, diz o BC, pela chamada conta financeira, que registra a entrada de investimentos estrangeiros diretos no país.Por Reinaldo Azevedo
Tags: balança comercial, contas externas
21/02/2014 às 14:55
Na VEJA.com:
O governo da Ucrânia e os principais líderes da oposição assinaram nesta sexta-feira o acordo que prevê a antecipação de eleições e a formação de um governo de coalizão e unidade nacional, com o objetivo de conter a crise que sacode o país desde o fim do ano passado. As propostas do acordo foram anunciadas nesta manhã pelo presidente Viktor Yanukovich.
De acordo com a rede BBC, o anúncio da assinatura foi feito por representantes da Alemanha, França e Polônia, que participaram das discussões e também assinaram o acordo. Eles saudaram as duas partes pela “coragem e compromisso”. O embaixador americano no país, Geoffrey Pyatt, apontou um “avanço”. Os três líderes opositores que assinaram o documento foram o ex-boxeador Vitali Klitschko, líder do partido Udar; Arseniy Yatsenyuk, do segundo maior partido ucraniano, o Pátria; e Oleh Tyahnybok, do partido nacionalista Svoboda. O representante russo que participou das discussões não assinou nada.
Apesar do otimismo, não está claro se os manifestantes que ocupam praças em várias cidades do país e têm pedido a renúncia do presidente Yanukovich vão aceitar o compromisso – e permanecem dúvidas sobre o poder de influência dos líderes oposicionistas sobre eles. De acordo com a BBC, diversas pessoas entrevistadas que permanecem na Praça da Independência, em Kiev, manifestaram que só aceitam a saída imediata de Yanukovich. Um dos movimentos organizados, o radical Setor de Direita, divulgou em sua conta no Twitter que não está alinhando com os líderes opositores.
Além das eleições antecipadas, que devem acontecer até no máximo dezembro, o acordo prevê a restauração da antiga Constituição de 2004 – que limitava o poder do presidente –; uma reforma constitucional, que deve ser completada até setembro; a abertura de investigações para apurar os recentes atos de violência cometidos pelas autoridades e pelos manifestantes. Também está previsto que o governo da Ucrânia não vai impor mecanismos que declarem estado de emergência e que os manifestantes e as autoridades vão frear qualquer escalada de violência. Já a coalizão deve ser formada nos próximos dez dias. O acordo também prevê que os manifestantes devem entregar armas ilegais a partir do momento em que for aprovada a lei que restaura a antiga Constituição. De acordo com Arseniy Yatsenyuk, o acampamento da Praça da Independência, em Kiev, que tem sido o epicentro dos protestos, vai permanecer até que todas os itens do acordo sejam cumpridos.
Minutos depois da divulgação da assinatura do acordo, o Parlamento ucraniano começou a votar algumas das medidas. A volta da antiga Constituição de 2004 foi aprovada com 386 votos — eram necessários 300. Além disso, os deputados aprovaram uma anistia geral para todos os manifestantes que foram presos nas últimas semanas ou para aqueles que foram processados ou poderiam ser indiciados. O Parlamento também aprovou a destituição do ministro do Interior do país, Vitali Zakharchenk, que comandou a repressão aos protestos nos últimos dias.
O acordo anunciado pelo governo ucraniano ocorre depois de a capital Kiev presenciar, nesta quinta, um banho de sangue no pior dia desde o início dos protestos contra o governo de Yanukovich – o momento mais dramático desde a separação da União Soviética. Os confrontos entre a polícia e manifestantes deixaram cerca de 100 mortos e 500 feridos – o governo admitiu 77 mortes e 577 pessoas feridas, mas a oposição conta mais óbitos. O clima se aproximou de uma guerra civil, com franco-atiradores disparando contra ativistas, que também usaram armas letais contra a polícia.
Corpos de manifestantes foram levados para a recepção do hotel Ukrania, na Praça da Independência, cobertos com lençóis e guardados por profissionais de saúde que atendiam os feridos. Vídeos postados na internet mostram o ponto dramático a que chegou a crise. Em um deles, homens armados efetuam disparos. Em outro, um grupo tenta avançar usando escudos como proteção quando tiros são disparados e algumas pessoas caem feridas no chão. Em seguida, feridos e mortos são carregados em macas improvisadas.Por Reinaldo Azevedo
21/02/2014 às 6:25
Por Reinaldo Azevedo
21/02/2014 às 6:13
Reintegração de posse em Itaquera: PMs foram recebidos como de hábito
Se a presidente Dilma Rousseff não tomar cuidado, Gilberto Carvalho leva o seu governo para um buraco ainda mais profundo. Ainda que, no fim das contas, todos eles sejam petistas, não custa lembrar que há aqueles que sonham com a volta de Lula — e Carvalho é um deles. Podem reparar: todas as áreas hoje conflagradas do país passam por sua pasta. Quero aqui tratar do primeiro caso: uma reintegração de posse em São Paulo, executada, por decisão judicial, pela Polícia Militar.
O busílis é o seguinte. Em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, foi construído um conjunto habitacional de 940 apartamentos dentro do Programa Minha Casa Minha Vida. Existe um cadastro para a ocupação desses imóveis. Trata-se de uma política pública, e é evidente que, dada a natureza do programa, isso tem de ficar sob o controle do estado. Bem, os imóveis foram invadidos por ditos movimentos de sem-teto, e a Caixa Econômica Federal — aquela que costuma patrocinar alguns blogs sujos que atacam a Polícia Militar de São Paulo —, que administra o programa, recorreu à Justiça pedindo a reintegração de posse, que foi concedida pela Justiça.
Então, leitor! Quando a Justiça manda fazer uma reintegração de posse, a executora da medida é a Polícia Militar, aquela mesma tratada aos tapas por petistas municipais, estaduais e federais. A PM não pode escolher não ir, dar de ombros, mandar o juiz plantar batatas. Foi. E os policiais foram recebidos como de costume: paus, pedras, porrada. E reagiram com os instrumentos legítimos que têm à mão, como bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral — que já são as alternativas mais civilizadas às armas letais. Quem sai mal no retrato? Acaba sendo a PM, não é?, que parece estar lá para esmagar os coitadinhos. O nome da Caixa nem apareceu.
E, agora, o PT e Carvalho
O PT é, originalmente, o grande organizador de movimentos de sem-teto cidades afora — e há alguns grupelhos radicais que escaparam a seu controle. Eles foram, por exemplo, alguns mais ativos militantes em favor da eleição de Fernando Haddad à Prefeitura. Quem, no governo, faz a chamada “interlocução” com esses movimentos sociais? Acertou quem chutou “Gilberto Carvalho”. Na sua pasta, há até uma subsecrataria só para falar com esses “líderes”.
Ocorre que Carvalho não é exatamente um homem que concorre para amenizar ou evitar os conflitos. Ao contrário. Ele os instiga. E foi o que fez na quarta-feira, num seminário no Ministério da Justiça, ao dar estas declarações, conforme registrou a Folha Online.
Onde estava Carvalho?
Onde estava Gilberto Carvalho no caso da reintegração de posse de Itaquera, pedida pela CEF, que diz respeito a programa do governo federal? Consta que havia três mil moradores lá. Não é o ministro que faz a interlocução com os tais “movimentos sociais”? O homem não deus as caras. Na desocupação do Pinheirinho, no entanto, quando o solicitante não era o Planalto, esse patriota mandou seu braço-direito, Paulo Maldos, fazer proselitismo entre os moradores, instigando o confronto.
É preciso que fique claro que esses movimentos de sem-teto existem para alimentar os… movimentos de sem-teto. Eles se tornaram atravessadores das casas populares. Pessoas igualmente pobres, que aguardam na fila, acabam preteridas porque os “invasores”, recrutados em todo canto, chegam antes.
Quem conhece o movimento por dentro me diz que há “invasores volantes”, isto é, que “moram” em vários lugares. São profissionais da ocupação. O que interessa é sequestrar o maior número possível de imóveis para o “movimento”. Atenção! Esses ditos “líderes”, na cidade de São Paulo, já ganharam o direito de distribuir uma cota de casas entre os seus “filiados”. Trata-se da mais escancarada privatização do bem público.
Quem deveria estar cuidando do assunto, tentando impedir a pistolagem? Gilberto Carvalho. Em vez disso, ele é um incitador.
Proposta a deputados
Tenho uma proposta a fazer aos deputados estaduais de São Paulo — os não petistas, claro! Sempre que a PM tiver de fazer uma reintegração de posse solicitada por alguém ente público, um representante desse ente tem de estar presente no local. Mais: durante a operação, um policial fica com um megafone: “Esta operação está sendo realizada por ordem da Justiça, em favor de TAL ORGANISMO”.
O que não dá mais é para continuar esse espetacular show de covardia: Carvalho e seus esquerdistas insuflam os ditos “movimentos sociais”, e a Polícia Militar que se vire e apareça depois no noticiário como truculenta.Por Reinaldo Azevedo
Tags: Gilberto Carvalho, sem-teto
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