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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ricardo Setti - VEJA.com



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/ Blogs e Colunistas





23/02/2014 às 18:00 \ Política & Cia

“Uma coisa a gente precisa admitir: a presidente Dilma é azarada” (Foto: Weslwy Santos / O Globo)

Artigo publicado no jornal O Globo

AZARADA


Uma coisa a gente precisa admitir: a presidente Dilma é azarada. Bem ao contrário do sortudo presidente Lula.

É verdade que Dilma fez escolhas que se mostraram equivocadas, como a tentativa de crescer via consumo e as intervenções nos juros, nos preços, no sistema elétrico. Mas não é menos verdade que o ambiente foi desfavorável.

Se FHC, também azarado, havia padecido com as sucessivas crises dos emergentes (México 94, Coréia 97, Rússia 98), Lula assumiu a presidência em 2003, quando o mundo todo exibia um crescimento exuberante. E, especialmente, no momento de máxima aceleração da China, o que turbinou nossas exportações e trouxe uma enxurrada de dólares para o país. Pela primeira vez na história, o Brasil teve sobra de dólares.

Caiu do céu. Do céu internacional e do agronegócio, sempre tão hostilizado pelo PT. Pois foi o agronegócio que trouxe a maior parte dos dólares.

Lula também usufruiu dos benefícios da estabilização monetária, iniciada com o Real em 1994 e consolidada no início de seu governo, o que permitiu a volta do crédito, turbina do consumo.

Verdade que veio a crise financeira dos EUA (2009). Mas, como todos os demais emergentes, o Brasil estava mais preparado, em razão mesmo das reservas de dólares.

E se FHC havia sofrido com a maior seca da história, Lula ganhou períodos generosamente chuvosos. Verdade que houve enchentes e alagamentos, mas o apagão teria sido pior.

E por falar em azar, Dilma está apanhando uma seca parecida com a de FHC. A presidente também apanhou com os efeitos da crise financeira. Primeiro, pegou recessão nos países desenvolvidos e quando estes começaram a se levantar, os emergentes, e especialmente a China, desaceleraram. O comércio externo virou, dos superávits enormes, para um déficit real.

O Fed, banco central dos EUA, primeiro, inundou o mundo de dólares baratos, forçando a valorização das moedas emergentes; agora, está retirando dólares, forçando desvalorizações – e inflação.


“Se FHC havia sofrido com a maior seca da história, Lula ganhou períodos generosamente chuvosos” (Fotos: Ernesto Rodrigues / AE :: PT)

Os efeitos da estabilização monetária e da volta do crédito se esgotaram. E os truques da era Lula, como a falsa capitalização da Petrobras ou a equivocada aliança Sul-Sul, começaram a mostrar seus efeitos negativos.

O Brasil e os emergentes em geral, de queridinhos, viraram fonte de instabilidades.

Só falta Dilma perder a Copa.

Com racionamento?

De uma entrevista na CBN (quarta-feira) com o engenheiro Mário Veiga, presidente da consultoria PSR, e um dos mas respeitados especialistas no setor elétrico:

“Há um risco de racionamento de 18,5%; racionamento” (Foto: Reinaldo Canato)

. Há um risco de racionamento de 18,5%; racionamento, no caso, quer dizer, falta de mais de 4% da demanda por energia, algo equivalente a deixar sem luz 12 milhões de residências;

. Embora seja verdade que, por oposição, há uma chance de 81,5% de não ocorrer racionamento, o risco de 18,5% é muito elevado para os padrões do sistema;

. O problema não decorre da atual seca, nem do excesso de demanda; o sistema vem dando sinais de dificuldades há anos;

. Não é o caso de se recorrer agora a um racionamento preventivo; dá para esperar até abril, ou seja, até o final do período de chuvas; pode ser que São Pedro ajude; mas um racionamento é uma complexa operação, que não pode ser improvisada; ou seja, deveria estar sendo preparada;

. Há óbvios atrasos na entrada em operação de usinas e sistema de distribuição;

. Há problemas estruturais; não se pode dizer que está tudo em ordem quando o sistema está usando todas as termoelétricas (espécie de seguro) e quando as usou mesmo em tempos de chuva;

. Os últimos anos mostram também uma série de trapalhadas do governo, que deixaram distribuidoras sem energia contratada, obrigando-as a recorrer ao mercado livre, pagando preços muito mais elevados (hoje, de R$ 1.700/megawatt/hora);

. O prejuízo tem que ser pago pelo Tesouro (pelo contribuinte brasileiro) ou pelo consumidor, na tarifa, já que a culpa do desequilíbrio financeiro não é das distribuidoras, nem das demais empresas do setor.

. Simplificando, e sem contar os rombos do ano passado, o Tesouro teria que repassar, em 2014, cerca de R$ 24,5 bilhões; ou aplicar um aumento de tarifas de 24%.

Eis, portanto, o dilema da presidente Dilma: aumentar o gasto público – e prejudicar a realização do superávit primário, num ambiente de desconfiança com as contas do governo – ou elevar tarifas, com forte impacto numa inflação já alta, isso exigindo juros mais altos – tudo com prejuízo político.

Uma bela enrascada – trapalhadas em cima de azar.





23/02/2014 às 15:43 \ Tema Livre

Júlia Pereira: (Foto: Jonathan Leder)

Nota de Juliana Linhares, publicada em edição impressa de VEJA

SÃO SEBASTIÃO, CAÍ

A modelo Julia Pereira desfilou para vinte grifes na Semana de Moda de Nova York, dias atrás - na maioria delas, de biquíni.

Além do corpo de fazer cair o queixo, a agenda lotada contou com uma ajudazinha especial. “Ela é linda, tem essas formas e uma boa genética”, derrete-se o namorado, o italiano Gianmaria Cassani, que também é diretor da agência de modelos para a qual Julia trabalha, nos Estados Unidos.

Natural de São Sebastião do Caí, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes do Rio Grande do Sul, Julia começou a fotografar aos 15 anos e só agora, aos 27, depois de desfiles para Versace e Valentino, é que começa a se destacar do pelotão de modelos-padrão. “Um mistério”, diz o namorado. “Quando ela morava em Paris, todo mundo a confundia com a Carla Bruni.”

(Foto: Jonathan Leder)

(Foto: Jonathan Leder)

(Foto: Jonathan Leder)

(Foto: Daniel Mattar)

(Foto: Agência)

(Foto: Arquivo)



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23/02/2014 às 14:00 \ Tema Livre

Faces que utilizam alface

Por Rita de Sousa

O artista brasileiro Victor Nunes combina alimentos e objetos do dia-a-dia com traços simples para ilustrar animais, pessoas e cenas variadas.

Seu trabalho convida a um olhar diferente sobre o mundo, convida à descoberta do significado da sua criação.

A arte de Nunes é um bom exemplo do fenômeno chamado pareidolia, quando damos significados á sons e imagens distintos e aleatórios, como procurar formas em nuvens – é assim que conseguimos ver um rosto humano em um pedaço de biscoito na obra do artista.

Na sua página no Facebook o artista avisa:

“Nesta página você vai encontrar muitas carinhas e outras coisitas mais. E com bom humor!”

E é isso mesmo!

Faces que utilizam biscoitos

Faces que utilizam bombons

Faces que utilizam clipes de papel

Faces que utilizam lascas de lápis apontados

Faces que utilizam mini milhos

Faces que utilizam fios de miojo

Faces que utilizam moedas

Faces que utilizam nozes

Faces que utilizam papel de bala

Faces que utilizam pipoca

Faces que utilizam biscoitos de polvilho

Faces que utilizam pretzels

Faces que utilizam embalagens de remédios

Faces que utilizam rolhas de vinho

Faces que utilizam palitinhos salgados

Faces que utilizam sementes de girassol

Faces que utilizam tesouras

Faces que utilizam xícaras

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23/02/2014 às 0:13 \ Política & Cia


Saborosa nota publicada no Diário do Poder, blog do jornalista Cláudio Humberto: 

Na embaixada brasileira em Kiev, Ucrânia, um funcionário que não fala inglês ou português atende o telefone.

Ignora-se o que acontece lá.







22/02/2014 às 22:16 \ Política & Cia

“Nós vamos pagar 27 mil garrafas térmicas, que mandaram licitar”

Por Neil aqui vai Ferreira, publicado no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo

Antes Scriptum:

“Você carrega 16 toneladas E o que você ganha?

Outro dia mais velho E mais profundo em dívida

São Pedro, não me chame Porque eu não posso ir

Eu devo minha alma à loja da empresa”. (Sixteen Tons)



AE SEO DOTÔ VAI UM CAFEZINHO AE?


Nós vamos pagar 27 mil garrafas térmicas, que mandaram licitar. Bom, deve ter sido o Planalto; é lá em cima que vai tanta gente de fino trato pra, digamos, visitar e quem sabe negociar na Casa Civil, como nos bons tempos do Dirceu.

Também pode ser em Brasília, onde tudo que envolve verbas oficiais e dinheiro vivo, acontece pra frente, pra trás, de ladinho e por cima. Parece inocente noitada debaixo do edredom do BBB14.

Falei “nós pagamos” porque somos nós mesmos, o governo não tem dinheiro; pega do BNDES, que pega da gente; pega dos impostos que nos arrancam a pele. 27 mil garrafas térmicas são uma quantidade talvez maior do que o estoque da Twenty Five of March St, na temporada do Natal.

Sonhei um pesadelo sem mundos nem fundos: as garrafas térmicas tinham tudo pra eu pensar em superfaturamento. Claro que você sabe que é maldade minha, até eu sei que não é superfaturamento; isso não existe, sabe-se.

A turma lá de cima é tudo menos superfaturadora, veja os estádios da Copa do Mundo, que ao trocarem o nome para “arenas” saíram mais em conta.

O Itaquerão, por exemplo, orçado no começo em absurdos 300 milhões, está em somente Um Bilhão e Duzentos Milhões e como não está pronto pode ficar mais barato ainda, talvez em apenas Um Bilhão e Quinhentos Milhões, dinheiro privado garfado pelo BNDES e renúncia fiscal da Prefeitura e do Estado de São Paulo.

As garrafas térmicas vêm, eu imagino, acompanhadas de centenas de colherinhas, toneladas de açúcar, adoçantes e máquinas de lavar louça. Máquinas de fazer cafezinho com a cara do George Clooney.

Eu, grisalho, já me apelidaram de Clooney; e foi aqui mesmo nesta coluna (admito que eu mesmo me apelidei). Veja minha foto ali no canto, à esquerda.

Cursos de aperfeiçoamento em Roma para a diretoria, nos mesmos modestos hotéis em que se hospedaram Miss Piggy e sua caravana, tão simplesinha quanto o Papa Chico de Deus, quando vieram assistir à sua entronização.

Doceiras para os salgadinhos acompanhantes do cafezinho, “nível”coffee breaks de meia hora do STF, que duram uma hora e meia. Aventais, faxineiras e vassouras, tudo gente miudinha de Sumpólo.

Vêm anexados Diretor Presidente, Vice Presidente e Diretor de Marketing do Setor de Compras e Comunicações de Cafezinho, Xícaras e Quejandos, com justos supersalários. Que mente injusta me faz ter esse tipo de pesadelo.

Diretor de Marketing era o cargo do mensaleiro Pizzolato, o da gravatinha borboleta, julgado, condenado e sentenciado pelo STF, pelo desvio 70 milhões de reais do Visanet.

Recebeu, dentro de um saco de supermercado, dinheiro vivo pelos relevantes serviços prestados à nobre causa proletária, suficiente pra comprar à vista um apartamento de luxo na Zona Sul do Rio de Janeiro, para ser aparelho de sua família.

Falsificou documentos do irmão falecido, fugiu para a Itália e foi preso em Maranello.

Não se sabe quem é mais cara de pau: ou o fugitivo ou o Banco do Brasil, onde trabalhava(?). Durante a fuga, recebeu religiosamente o salário de 25 mil reais mensais, mais as mordomias do cargo, que não são poucas. Brasil sil sil !

Ae seu dotô vai um cafezinho ae? Depois do cafezinho, ou mesmo durante, vem a bonança, sabe-se.» Clique para continuar lendo e deixe seu comentário





22/02/2014 às 18:00 \ Política & Cia

“Se o governo não tivesse mentido o tempo todo sobre a questão (da eventual falta de energia elétrica no país), não teria tomado como realidade o que era invenção” (Imagem: Reprodução / Walt Disney)

Artigo publicado na revista Exame

A CONVERSA FIADA TEM UM LIMITE

Governos mentem à vontade, o que lhes permite atravessar momentos difíceis e jogar nos outros a culpa por seus erros. Mas, em troca, muitas vezes colhem apenas a humilhação, o riso e o desrespeito do público

O agente secreto Magnus Pym, personagem central de uma das mais notáveis histórias de John le Carré, o mestre britânico do romance de espionagem, tinha uma marca única em sua personalidade: não dizia a verdade nunca, em nenhuma circunstância.

Era praticamente uma condição clínica. O homem, por razões que se entende lendo o livro, só sabia mentir — o que acabaria por fazer deleUm Espião Perfeito, como diz o título de mais essa aventura do mundo de sombras criado pela imaginação de Le Carré.

Pym mentia de maneira tão natural e automática que não percebia mais a diferença entre a realidade e a invenção — bela vantagem para um ofício em que o profissional quase sempre tem de parecer o que não é.

Governos, habitualmente, são grandes usuários da mentira; é seu pão de cada dia e frequentemente lhes permite atravessar momentos difíceis, esconder situações de embaraço, inventar causas e efeitos, jogar nos outros a culpa por seus erros e, de modo geral, enganar o maior número de pessoas durante a maior parte do tempo. É do jogo.

O grande problema com a mentira é que ela funciona com muito mais eficácia no mundo da ficção do que no mundo dos fatos. Governos mentem à vontade, é claro, mesmo quando não têm motivos claros para isso (por que a mentirada em torno da “viagem secreta” da presidente Dilma Rousseff a Lisboa, por exemplo?), mas são pegos mentindo com muito mais facilidade do que um espião a serviço de Sua Majestade britânica.

Resultado: em troca dos esforços investidos na criação de suas mentiras, acabam obtendo muitas vezes apenas a humilhação, o riso e o desrespeito do público.

É o caso do Brasil de hoje. Mais do que qualquer tela de computador mostrando números disso e daquilo, o que está faltando mesmo é confiança — confiança num governo à altura das dificuldades reais do momento, que saiba o que fazer para reagir aos problemas ou, pelo menos, que entenda o que está acontecendo.

Isso não existe neste começo de 2014.» Clique para continuar lendo e deixe seu comentário





22/02/2014 às 16:00 \ Tema Livre

Kodiak é um urso muito simpático, acena para seus visitantes

Por Rita de Sousa

Kodiak é um simpatissíssimo urso marrom do Alasca que vive na Fazenda Olympic Game, na cidade de Sequim, no Estado de Washignton, nos EUA.

Um dos maiores carnívoros terrestres do mundo, o urso marrom chega a ter mais de 2 metros de altura e a pesar 600 quilos.

A fazenda Olympic Game data de 1942, quando ainda era uma pacata fazenda leiteira de Lloyd Beebe, um sujeito que, além de vacas, gostava de passar um tempo explorando a natureza e os animais selvagens.

Beebe teve durante um tempo uma parceria com os irmãos Disney, para quem vendia imagens de animais nos anos dourados do cinema de animação. Hoje sua fazenda abriga animais selvagens órfãos, que ali encontram um lar amoroso e muitos visitantes.





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21/02/2014 às 18:30 \ Política & Cia

Caio Silva de Souza é um coitadinho? Fábio Raposo Barbosa merece o apelido The Fox? Que sino toca a Sininho? O advogado Jonas Tadeu Nunes veio para esclarecer ou para confundir? (Fotos: Ale Silva / Futura Press :: Simone Marinho / Ag. O Globo :: Fernando Frazão / ABr :: Marcos Tristão / O Globo)

Artigo publicado em edição impressa de VEJA

PERGUNTAS BLACK BLOC

O advogado Jonas Tadeu Nunes veio para esclarecer ou para confundir? Ele disse que o jovem Caio Silva de Souza, um dos disparadores do rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, recebeu 150 reais para participar da manifestação, no centro do Rio de Janeiro, e que a prática de pagar valentões para engrossar as arruaças black bloc é corriqueira.

Jonas Tadeu Nunes tem seu escritório numa pequena sala no 2º andar de um centro comercial no Recreio dos Bandeirantes. Ao lado fica um cabeleireiro. Os preciosos detalhes levantados pela reportagem de O Globo ajudam a compor o personagem.

Ele diz ter entre a clientela atrizes e jogadores de futebol, mas não declina seus nomes. Certo é que já defendeu o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, condenado por chefiar uma das milícias que infestam os subúrbios cariocas.

Se o advogado diz a verdade, joga a questão black bloc para o alto. Se é apenas uma tática de defesa, pode um
advogado vir deliberadamente para confundir?

Caio Silva de Souza é um coitadinho? Olhos baixos, palavras sofridamente balbuciadas, rosto de menino, ele era o retrato do desamparo, ao aparecer na GloboNews, entrevistado pela repórter Bette Lucchese. “Você acendeu o rojão?” “Acendi, sim”, diz, baixinho. “Depois você colocou o rojão perto da árvore?” “Eu nem sei, senhora.” O reverente “senhora” dirigido à repórter é um momento alto.

O meninão se desfaz em humildade. Ou estaria desempenhando um papel, sob a direção do advogado? Cenas da manifestação mostram-no desenvolto no enfrentamento com a polícia. Tem 22 anos, é muito pobre, mora em Nilópolis e trabalha como auxiliar de serviços gerais num hospital (leia-se: na limpeza). Parece aparvalhado. Dá dó.

Fábio Raposo Barbosa merece o apelido The Fox? Pela primeira vez nomes, sobrenomes e até apelidos surgem por trás das máscaras do Black Bloc. Fábio foi o primeiro a ser identificado como suspeito. Alegou que apenas passou o rojão a Caio, mas a perícia afirma que os dois o dispararam.

Tem os mesmos 22 anos, e está alguns degraus acima na escala social. Mora num apartamento de propriedade do pai, no Méier, e antes de ser preso se refugiu na casa da mãe, no Recreio dos Bandeirantes. Chegou a começar um curso de ciências contábeis. Hoje é tatuador (ou talvez não seja nada, segundo outra versão).

A raposa (The Fox) é um bicho astuto. Não está claro se Fábio é astuto. É também um bicho rápido. Ele foi rápido em entregar o companheiro.

Que sino toca a Sininho? Continuamos a subir na escala social. Elisa Quadros, de 28 anos, magrinha, cabelo
curtinho e bonitinha, fez curso de cinema e já trabalhou em produtora de vídeo. De junho para cá tornou-se ”ativista”, e basta. Esteve em todas. Chegou a ser detida quando os black blocs deram uma mão aos professores em greve.

Exerce liderança entre os manifestantes. Segundo o advogado Jonas Tadeu Nunes, ela teria procurado o deputado Marcelo Freixo para ajudar na defesa de seu amigo The Fox. Ela e Freixo negam.

Num vídeo no YouTube, Sininho culpa a Bandeirantes, assim como as demais emissoras, por lançar seus jornalistas no fogo das manifestações. “E aí, como fica nossa luta?” Que luta, Sininho? Pelo amor de Deus,
que luta?

A namorada que largou o Caio largou também o Black Bloc? Caio ligou para a namorada, assustado, quando soube que tinha sido identificado. Segundo a polícia, ela teve papel, importante, ao fazê-lo desistir da planejada – fuga e entregar-se à polícia.

A namorada não quer identificar-se. Os amigos, segundo a Folha de S.Paulo, dizem que ela é patricinha e mora na Zona Sul. Conheceu Caio em manifestações e já trabalhou na página do Black Bloc no Facebook. Eis-nos, ao que parece, mais um degrau social acima.

A namorada agora diz que é “ex”. Seu encolhimento sugere uma batida em retirada também do blackbloquismo. Filósofos aloprados classificaram o Black Bloc de “uma estética”. Na atual versão assassina, revela-se um novelo de almas perdidas, confusão mental, desamparo, covardia, deserção, e talvez venda de mão de obra para arruaças.

54000 dólares mensais. Estava errado. São 54000 reais, não dólares. O colunista já subiu de joelhos escadaria equivalente à rampa do Itamaraty, em penitência. Mas continua achando que o aluguel está caro, e que o Itamaraty também deve penitenciar-se.





21/02/2014 às 17:30 \ Política & Cia

A presidente Dilma, em evento no Maracanã, no Rio, e na telinha da Globo: exposição massacrante (Foto: Reprodução / TV Globo)

As boas relações do presidenciável tucano Aécio Neves com os irmãos Marinho, donos das Organizações Globo — das quais a empresa mais conhecida, naturalmente, é a Rede Globo de Televisão — não têm sido suficientes para que a emissora proporcione um maior equilíbrio entre a exposição, em sua telinha, da presidente Dilma Rousseff e a do presidente do maior partido da oposição.

Levantamento recente feito por pessoal do PSDB indicou que Dilma vem aparecendo em média 40 minutos na Globo para cada 1 minuto dedicado a Aécio Neves.

Mesmo levando em conta que Dilma é a presidente da República e que receber maior cobertura constitui algo absolutamente natural, os partidários de Aécio consideram que a desproporção é grande demais.

A exposição na emissora do também presidenciável do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é ainda menor do que a de Aécio, embora os tucanos não divulguem o dado.

A Globo costuma conferir tempos iguais em seu noticiário aos candidatos dos principais partidos políticos, mas somente após o início oficial da campanha eleitoral, com a realização das convenções partidárias. Provavelmente os tempos iguais começarão ocorrer em maio ou junho.





21/02/2014 às 16:30 \ Política & Cia

Vivian, uma das agentes da missão cubana (Foto: VEJA)

Reportagem de Leonardo Coutinho, de Jaraguá do Sul, e Duda Teixeira, com colaboração de Isabel Marchezan, de Porto Alegre, publicada em edição impressa de VEJA

A CAPATAZ DOS MÉDICOS CUBANOS

A capataz dos médicos cubanos Vivian Isabel Chávez Pérez se apresenta ora como doutora do Mais Médicos, ora como agente da Opas. Sua verdadeira função é controlar os passos dos compatriotas

Vivian Isabel Chávez Pérez é uma mulher de múltiplas facetas. Em agosto do ano passado, quando os primeiros médicos cubanos desembarcaram no Brasil como parte do programa de “intercâmbio” de saúde do governo federal, ela aparecia de jaleco branco exaltando a nobreza da missão em um portunhol azeitado.

Vivian é apresentada em vídeos de divulgação do Ministério da Saúde como uma médica cubana comum. Puro jogo de cena. Em poucos dias ela já dava entrevistas à Prensa Latina, a agência de notícias da ditadura cubana, como porta-voz da missão no Brasil.

Vivian não presta atendimento ambulatorial no Brasil nem consta na lista dos profissionais enviados aos rincões do país pelo programa Mais Médicos. No dia 1º de novembro, ela surgiu em um café da manhã de boas-vindas a 100 cubanos no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, no Rio Grande do Sul, sentada à mesa das autoridades, ao lado do governador Tarso Genro e da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Ali, foi apresentada como coordenadora da Organização Panamericana de Saúde (Opas), entidade da ONU que intermediou a importação de médicos de Cuba pelo Brasil. Nessa função, Vivian vigia os compatriotas e exerce sobre eles um extraordinário poder de convencimento.

Entre os cubanos tutelados por Vivian estão as médicas Yamila Valdes Gonzales e Yamile Mari Nin, que trabalham em postos de saúde da zona rural de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

Em dezembro, o Ministério da Saúde foi avisado pela prefeitura de que Yamila e Yamile queriam desistir do programa e voltar para Cuba. Elas não se conformavam em receber menos de 1000 reais de salário, enquanto os outros dois profissionais do Mais Médicos na cidade, uma cazaque e um mexicano, ganham 10 000 reais.

Sem dinheiro para cobrir as despesas básicas em uma das cidades com maior custo de vida do estado, elas foram acolhidas por funcionários da prefeitura, que se revezavam para convidá-las para comer em suas casas e recebiam donativos para que pudessem mobiliar e equipar o seu apartamento, cujo aluguel é pago pelo município.

Ao contrário dos médicos de outras nacionalidades, as cubanas não receberam o auxílio para as despesas de instalação previsto no programa, que varia de 10000 a 30000 reais. “Elas sofreram um impacto psicológico muito grande por causa dessa diferença de tratamento. Não havia uma semana que não reclamassem das dificuldades de viver aqui”, diz Nádia Silva, coordenadora dos serviços de atenção básica da Secretaria de Saúde do município, onde um auxiliar de enfermagem recebe salário inicial de 1800 reais.

VIGIADOS — Os cubanos do Mais Médicos recebem um passaporte anômalo, vermelho, que só vale para o Brasil. O normal é azul (Foto: VEJA)

Compreendendo o estado de penúria em que Yamila e Yamile se encontravam, o secretário de Saúde, Ademar Possamai, imaginava que o pedido de demissão seria aceito. Em vez disso, a prefeitura recebeu uma ligação de Vivian, que pediu para falar com as médicas por telefone. A conversa foi privada e as duas cubanas jamais revelaram aos seus amigos na cidade o que lhes foi dito.

O fato é que elas mudaram radicalmente de postura, voltaram ao trabalho no dia seguinte e nunca mais reclamaram. Vivian agora se comunica com elas todos os dias, por telefone ou por e-mail.

Yamila e Yamile, que não quiseram ser entrevistadas, continuam enfrentando os mesmos problemas financeiros de antes. “Elas estavam determinadas a voltar para Cuba, e agora parecem apavoradas. Não consigo imaginar o que essa mulher disse a elas”, diz Possamai.

O cubano Julio Alfonso consegue. Ele é diretor de uma ONG com sede em Miami, nos Estados Unidos, que dá assistência a mais de 4000 médicos que fugiram da ditadura dos irmãos Castro. “Tal como capatazes, os chefes das missões cubanas contam com uma rede de informantes e com o poder de sugerir punições aos médicos quando eles voltarem ao seu país”, diz Alfonso.

É assim na Venezuela, de onde só em 2013 fugiram 3000 médicos cubanos, e, como está cada vez mais claro, também no Brasil. Vivian tem a experiência e a influência necessária para controlar colegas. Ela foi chefe de uma missão de saúde na Nicarágua, em 2009, e ocupou um cargo importante no governo da província de Cienfuegos, em Cuba, em 2011, algo só permitido a cidadãos de extrema confiança do Partido Comunista.

Em rápida entrevista a VEJA, por telefone, Vivian — que dá expediente num escritório do Ministério da Saúde em Porto Alegre e acumula três cargos no governo do estado — se identificou como representante da Opas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e confirmou ter conversado com Yamila e Yamile.

“Foi um mal-entendido, não teve problema nenhum. Elas não entenderam alguma coisa, mas já está tudo resolvido”, diz Vivian, negando-se a dar mais detalhes.

Dos 6 600 profissionais que participam do Mais Médicos, atualmente 5 400 são cubanos. Destes, 22 voltaram ou foram devolvidos a Cuba. Quatro fugiram, entre eles Ortelio Guerra, que na semana passada anunciou por facebook que já se encontra nos Estados Unidos.

Apenas uma, Ramona Matos, pediu asilo no Brasil. O relato dela confirma a existência de capatazes regionais. Ramona prestava contas a um “coordenador” em Belém do Pará, para quem devia pedir autorização até para viajar a outras cidades e para participar de churrascos.

Para dificultar ainda mais a fuga dos seus médicos, o governo cubano entregou-lhes um passaporte que só vale para o Brasil. Esse documento, de capa vermelha, não é aceito por outros países, porque Cuba já emite uma versão convencional, em azul.

Na semana passada, o governo brasileiro juntou-se aos esforços da ditadura caribenha para anular a liberdade dos cubanos. Foram publicadas novas penalidades para os estrangeiros que abandonarem o programa, entre as quais o pagamento de multas e o ressarcimento das ajudas de custo e das passagens aéreas. “Isso é ilegal, pois o investimento na contratação de um funcionário corre por conta e risco do patrão”, diz o advogado trabalhista Fábio Chong, em São Paulo. Ele completa: “Essas punições são mais um artifício para obrigar os médicos a trabalhar em condições análogas à escravidão”.



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“Infelizmente, governador, eu não posso, porque eu não sou presidente, eu estou presidente, então eu tenho que exercer a minha função 24 horas por dia”Dilma Rousseff, respondendo a Teotônio Vilela Filho, governador de Alagoas, após rir da sugestão


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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905