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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

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Reinaldo Azevedo

Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



25/02/2014 às 21:51
Ministério Público cobra fim das regalias e ameaça transferir mensaleiros para presídio federal


Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O Ministério Público (MP) do Distrito Federal encaminhou à Vara de Execuções Penais, nesta terça-feira, pedido para que o governador Agnelo Queiroz (PT) acabe com os privilégios aos condenados no julgamento do mensalão no presídio da Papuda, entre eles os petistas José Dirceu e Delúbio Soares. Caso Agnelo, companheiro de partido dos mensaleiros, não barre as regalias, o MP informou que solicitará a transferência dos condenados para penitenciárias federais.

Conforme revelou VEJA desta semana, Delúbio tem diversas mordomias no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto. As benesses vão desde autorização para receber visitas fora do horário até o direito a uma feijoada no fim de semana – algo impensável para detentos comuns. Um exemplo da influência de Delúbio dentro do CPP ocorreu quando o petista teve sua carteira roubada. Ele chamou o chefe de plantão, que determinou que ninguém deixasse a ala do centro de detenção até que a carteira, os documentos e os 200 reais em dinheiro fossem encontrados.

Para o Ministério Público, as irregularidades em favor dos mensaleiros, além de impedir que todos os condenados sejam tratados de forma igual, provocam um componente ainda mais preocupante: o risco de rebelião. “O bom funcionamento do sistema prisional fica comprometido em razão da instabilidade gerada pelo tratamento diferenciado que está sendo garantido a um pequeno grupo de presos. A insatisfação dos demais detentos do sistema e o clima de revolta são fatores preponderantes para o desencadeamento de uma possível rebelião, comprometendo a segurança pública”, diz trecho do pedido do MP ao qual o site de VEJA teve acesso.

De acordo com os promotores que acompanham a rotina do sistema prisional em Brasília, desde a chegada dos mensaleiros na cadeia, no dia 16 de novembro, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) tem feito uma espécie de “blindagem” dos detentos, impedindo que representantes do Ministério Público exerçam livremente suas funções de fiscalização e submetendo, irregularmente, cada pedido ao coordenador geral da Subsecretaria, João Feitosa. “A Sesipe vem enfraquecendo a autonomia das unidades prisionais, como é exemplo a imposição de óbice ao cumprimento direto e imediato das requisições judiciais ou do Ministério Público, vinculando tais atos ao prévio controle do Subsecretário Substituto João Feitosa”, diz o MP, que continua: “Sendo percebida pelas próprias Promotoras de Justiça da Execução Penal no regular desempenho das atividades de fiscalização das unidades prisionais, já tendo estas experimentado entraves na pronta resposta a ofícios e indagações durante as visitas de inspeção”.

Por determinação judicial, as regalias que os mensaleiros cultivavam clandestinamente no sistema prisional do DF deveriam ter sido suspensas no final do ano passado. Mas as decisões judiciais, segundo o Ministério Público, foram descumpridas, permitindo que condenados como José Dirceu e Delúbio Soares continuassem com os privilégios concedidos atrás das grades. “Não pode o Ministério Público ficar inerte, sobretudo após a constatação de descumprimento reiterado de decisões judiciais que expressamente determinaram a observância do princípio constitucional da isonomia”, diz trecho do pedido do MP à Vara de Execuções.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Mensalão, Ministério Público Federal


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25/02/2014 às 21:38
PSOL – A mansidão de Randolfe Rodrigues só está na voz…


Randolfe Rodrigues ao lado de Luciana Genro no lançamento da pré-candidatura à Presidência da República

O PSOL é um partido nanico, sei disso, mas tem provocado alguns estragos e feito muito mal à cultura política brasileira com a sua intolerância, que não repudia — muito pelo contrário: admite — a violência. Nesta terça, o partido lançou em São Paulo a pré-candidatura do senador Randolfe Rodrigues (AP) à Presidência da República. Ele tem aquela vozinha fina, feminil — não estou fazendo nenhuma sugestão velada sobre a sua sexualidade; ainda que fosse o caso, não o faria; até onde sei, não é; só aponto um dado objetivo, que o distingue —, mas as ideias que andam na sua cabeça não são nada boas, como nefasta, reitero, é a prática de seu partido.

Esteve presente ao ato a minicoleção de parlamentares midiáticos do PSOL: os deputados federais Chico Alencar e Jean Wyllys e o estadual Marcelo Freixo, todos do Rio. Freixo é aquele rapaz que tem o apoio entusiasmado de todos os extremistas de esquerda da Vieira Souto e que vai ganhar de Lobão a camiseta “Peidei, mas não fui eu”: gente do seu gabinete e de uma ONG umbilicalmente ligada a ele atua como babá de black bloc, mas ele não tem nada com isso; o homem apoia um candidato que participa de uma manifestação antissemita, mas ele não tem nada com isso; gente do PSOL do Rio, sob o seu comando, promove atos conjuntos com os mascarados, mas ele não tem nada com isso. Como o lançamento se deu em São Paulo, acredito que o deputado federal Ivan Valente também estivesse presente. É aquele senhor que considera um erro a criação do estado de Israel e que lamenta o fato de Oswaldo Aranha ter presidido a história sessão da ONU, em 1948.

“Por que dar atenção a esses nanicos?” Porque eles respondem hoje, em larga medida, pela reabilitação da violência como instrumento de luta política. Aí os bocós dizem: “Ah, violência sempre houve; é do jogo”. É verdade! A questão é saber se ela pode e deve ser admitida como instrumento de reivindicação no regime democrático. Eu estou, obviamente, entre aqueles eu acham que não.

Hipocrisia
No lançamento da candidatura, Randolfe afirmou que o partido não vai aceitar a doação de empresas e que vai marcar um encontro no Supremo para pedir ao tribunal que vete mesmo essa possibilidade. Ah…

E doação ilegal de sindicato, o que hoje já é proibido por lei, o PSOL aceita, a exemplo do que fez a ainda deputada estadual Janira Rocha, que admitiu ter desviado recursos do Sindsprevi/Rio para financiar candidaturas do partido? Numa fita que veio a público, ela aparece falando esta maravilha (em vermelho):
“Nós sentamos lá nas finanças [do sindicato]. Pegamos o relatório do Conselho Fiscal e fomos atrás de todas as informações. O que foi e não foi. O que foi para a regional A, B C. Não tem nenhum companheiro de regional que tenha roubado nada, que tenha ficado com dinheiro. Tem companheiro que está levando pecha de coisas com o dinheiro. Mas ele nem ao menos chegou a ver o dinheiro. Ele assinou (que recebeu), mas o dinheiro foi usado para ações políticas que nós fizemos. Ou viajar de avião para o Acre é barato? Ou fazer eleição na Bahia é barato? Ou fundar o PSOL foi barato? Ou dar dinheiro para o movimento classista foi barato? Foi para ação política.”

Esse tipo de moralismo de fachada pode enganar alguns deslumbrados do socialismo com vista pro mar. Não caio nessa, não.

A truculência do PSOL não está só nas ruas, não! Essa gente recorre às piores práticas em sindicatos — como se viu na greve dos professores do Rio — e no movimento estudantil. Os psolistas da USP e congêneres de extrema esquerda invadiram a Reitoria e deixaram um rastro de destruição.

Minhas escusas aos deslumbrados do “outro mundo possível”, mas não conto com o PSOL e afins para oxigenar a política brasileira. Ao contrário: essa turma contribui para tornar o ambiente ainda menos respirável.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, PSOL, Randolfe Rodrigues


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25/02/2014 às 19:46
Nos 20 anos do Plano Real, o que “eles” disseram. Uma coisa não mudou: Guido Mantega só sabe prever o passado…


Guido, o gênio. No passado e no presente, ele é uma constante: erra sempre

Nos 20 anos do Plano Real, quero aqui lembrar frases célebres da companheirada. Antes, no entanto, algumas considerações.

Como vocês devem ter lido em toda parte, ocorreu nesta terça, no Senado, uma sessão solene em homenagem aos 20 anos do Real. A estrela do dia foi o presidente Fernando Henrique Cardoso. As conquistas oriundas do plano devem ser um dos pilares da campanha do tucano Aécio Neves à Presidência — foi ele, aliás, quem dirigiu as palavras mais duras contra o governo Dilma.

Falando, como é de seu feitio, uma linguagem mais institucional, FHC reconheceu os avanços, inclusive do governo Lula — deferência que seu sucessor jamais lhe fez —, mas afirmou que o país precisa de mudanças, de ventos novos, porque há “fadiga de material”, o que disse ter percebido também em seu governo.

Referindo-se à eventual reeleição de Dilma, afirmou:
“A partir de certo momento, tem fadiga de material. Eu sofri essa fadiga quando estava no governo. Agora, tem fadiga de material: ‘De novo o mesmo, meu Deus?’. O Brasil é um país novo, precisa de sentir ventos novos”.

Para Aécio, “os 12 anos de governo do PT levaram o Brasil a estar hoje mergulhado em ambiente de desesperança e descrença do futuro”. “De tijolo sólido, viramos hoje frágil economia. (…) Quem suceder ao atual governo governará em tempos difíceis até o país recuperar o entusiasmo num futuro melhor.”

Guerra de propaganda
Os vinte anos do Plano Real estão a merecer, certamente, um trabalho de fôlego. É impressionante que os tucanos tenham perdido a guerra de propaganda para o PT nos últimos, vá lá, 14 anos — já que o governo FHC ficou sob intenso bombardeio nos dois anos finais.

Lembre-se de que, um ano antes do Real, o então ministro da Fazenda FHC adotou um conjunto de 58 medidas para criar as precondições da estabilização da economia — de pronto combatidas por Lula (vejam abaixo frase de janeiro de 1994).

Como todo mundo sabe, o partido não ficou só na retórica: votou contra a MP do Real no dia 29 de junho de 1995. Foi além. Recorreu ao Supremo com uma ADI (Ação Direita de Inconstitucionalidade) contra o plano. E voltou ao tribunal para tentar derrubar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Abaixo, um pouco do que disseram alguns patriotas.
*
Lula
“Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado de S. Paulo, 15.1.1994).

“O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).

Guido Mantega
“Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa” (Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

Marco Aurélio Garcia
“O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro” (O Estado de S. Paulo, 7.7.1994).

Gilberto Carvalho
“Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto).

Aloizio Mercadante
“O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)

Vicentinho, atual líder do PT na Câmara dos Deputados
“O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego” (“O Milagre do Real”).

Maria da Conceição Tavares
“O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro” (Jornal da Tarde, 2.3.1994).

Paul Singer
“Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova” (Jornal do Brasil, 11.3.1994).

“O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho” (Folha de S.Paulo, 24.7.1994).

Gilberto Dimenstein
“O Plano Real não passa de um remendo” (Folha de S.Paulo, 31. 7.1994 ).Por Reinaldo Azevedo

Tags: Plano Real, PSDB, PT


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25/02/2014 às 18:21
Base forma “blocão” e apoia investigação para apurar pagamento de propina na Petrobras


Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Deputados que integram a base do governo no Congresso formalizaram nesta terça-feira a criação de um bloco formado por parlamentares de oito partidos: PDT, PSC, PP, Pros, PMDB, PTB, PR e Solidariedade – este, o único que não apoia o Palácio do Planalto. Em sua primeira reunião, o grupo decidiu incentivar a formação de uma comissão para investigar as denúncias de que a Petrobras recebeu propina de uma empresa holandesa, conforme mostrou reportagem da VEJA.

Embora ainda não esteja claro o grau de insatisfação dessas siglas com o governo Dilma Rousseff, a formação do bloco preocupa o Palácio do Planalto já que, pelo menos formalmente – o que não significa transferência automática de votos – o bloco reúne 242 deputados, quase metade da Câmara. Ou seja, somados os votos da oposição, a chance de derrota do governo na aprovação dos seus projetos passaria a ser real. Outro fator que incomoda o Planalto é a presença do líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), à frente do grupo. Pedra no sapato do governo em sua própria base, Cunha foi o anfitrião da reunião de hoje.

Em ano eleitoral, quando o Congresso tradicionalmente aprova matérias de grande apelo popular, o grupo critica o fato de a pauta estar trancada por cinco projetos prioritários do governo, entre eles o Marco Civil da Internet, enviado pelo Executivo em regime de urgência – o que impede a análise de outros projetos enquanto não for votado.

Petrobras
O “blocão” pretende enviar uma comissão externa à Holanda para apurar as denúncias de que funcionários da Petrobras receberam propina para favorecer a empresa SBM Offshore. De acordo com documentos enviados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e ao Ministério Público da Holanda, a empresa holandesa pagou 30 milhões de reais para subornar funcionários e intermediários da Petrobras em troca de vantagens em contratos. “Não é nenhum recado ao Planalto, nem ser contra a Dilma. É apenas uma autoafirmação do Parlamento”, disse o deputado Givaldo Carimbão (AL), líder do Pros.

O grupo também já deixou pré-definido o apoio ao projeto que pode obrigar distribuidoras de energia a devolver cerca de 7 bilhões de reais cobrados a mais de consumidores por um erro de cálculo na conta de luz entre os anos de 2002 e 2009. Uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) veta a possibilidade de devolução. A Câmara aprovou na semana passada o regime de urgência na tramitação da matéria.

Nesta segunda-feira, os líderes das siglas do “blocão” reuniram-se com os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O governo prometeu enviar doze ministros ao Congresso depois do Carnaval para ouvir os pleitos – e as queixas – dos parlamentares, como a liberação das emendas.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Governo Dilma, Petrobras


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25/02/2014 às 18:04
Barroso deixa para plenário decidir se caso Azeredo migra ou não para a primeira instância; o paralelo pertinente é Genoino


O ministro Roberto Barroso, do STF, poderia ter decidido sozinho, mas preferiu ouvir o plenário: o conjunto dos membros do tribunal decidirá se o processo contra o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) seguirá no Supremo ou será enviado para a primeira instância. Como já expliquei aqui, há uma pressão das hostes petistas em favor de uma suposta isonomia com o mensalão do PT. Nessa hipótese, o processo continuaria onde está.

Como se sabe, no escândalo petista, o foro especial por prerrogativa de função de que gozavam alguns réus — João Paulo Cunha e Valdemar da Costa Neto, entre outros — acabou contaminando o conjunto da obra, e o tribunal decidiu manter unido o processo no Supremo. No caso de Azeredo, ele era o único nessa condição.

Comenta-se que o STF já tomou decisões distintas em casos semelhantes. É verdade: ocorre que os casos em si semelhantes são, por sua vez, distintos dos de Azeredo. Em 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, tentou matar o antecessor, Tarcísio Burity, que sobreviveu a três tiros. O caso se arrastou até 2007, quando estava prestes a ser julgado pelo Supremo. Já deputado federal, Cunha Lima renunciou, e o processo foi para a primeira instância. Cunha Lima morreu em 2012 sem uma sentença final.

Em 2010, foi a vez de Natan Donadon renunciar, um dia antes da data marcada para o julgamento. O tribunal considerou uma manobra e manteve o caso na corte, condenando o réu.

Ocorre que esses dois casos já estavam muito mais avançados do que o de Azeredo. Seu advogado não havia nem apresentado a defesa quando o mineiro renunciou. As fases do processo são muito distintas. O paralelo recente, no caso de Azeredo, é outro. José Genoino responde a um segundo processo por causa do mensalão, aquele que envolve o BMG. Como Genoino estava sem mandato, o processo estava na primeira instância. Ao assumir a vaga de deputado — já condenado pelo STF —, foi enviado ao Supremo. Tão logo o petista renunciou ao mandato, migrou de novo para a primeira instância. Por que deveria ser diferente com Azeredo? E olhem que Genoino já foi condenado em primeira instância a quatro anos de reclusão nesse outro caso.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eduardo Azeredo, José Genoino


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25/02/2014 às 15:52
No caso da Ucrânia, melhor a prudência. Nem todo mundo por ali é mocinho…


Então tá. Fique muito animado com o que aconteceu — e está acontecendo — na Ucrânia quem quiser. Eu me reservo o direito, quando menos, à prudência. Reconheço, e já tratei deles aqui, os motivos que resultaram na tal revolução, as razões históricas para o ressentimento contra a Rússia etc. Mas não se pode dizer que o que se viu por lá contribua para construir uma sociedade, vá lá, pacífica. A Ucrânia não era uma ditadura, como é a Venezuela — ninguém teve tempo de contar isso a Dilma ainda (ver post desta manhã). Viktor Yanukovich era o presidente legal e legítimo — refiro-me à legitimidade democrática — do país e foi destituído num estranho golpe parlamentar, depois dos confrontos de rua.

Agora, o novo poder — um saco de gatos que inclui, sim, forças políticas moderadas, pró-Ocidente, mas também populistas delirantes e até neonazistas — diz querer que o presidente deposto seja processado pelo Tribunal Penal Internacional, que pune crimes de guerra e contra a humanidade e genocídio. E, é evidente, apesar dos 82 mortos, não aconteceu nada disso no país. Os que se manifestavam contra Yanukovich não recorreram exatamente a métodos pacíficos, a exemplo do que fazem, até agora, os opositores venezuelanos. Se a revolta armada contra uma tirania merece um tipo de consideração, é certo que esse mesmo metro moral não pode ser usado para avaliar quem se insurge contra um governo instituído segundo as regras da democracia. Nem toda rebelião faz um país avançar no caminho da civilidade. Tenho minhas dúvidas sobe a Ucrânia. E tomara que sejam infundadas.

A metade “russófila” da Ucrânia não está comprometida com a “revolução”. Um dos novos líderes do país é um boxeador que tem um partido cujo nome quer dizer “soco” ou “murro”. Yulia Tymoshenko, com aquela trancinha na cabeça e um ar, assim, de camponesa recatada, nem parece uma das neomilionárias do desmoronamento do sistema soviético — havendo fundadas suspeitas, que nada têm a ver com a perseguição de adversários, de que mantenha uma fortuna no exterior. A exposição dos “luxos” da casa de campo de Yanukovich, guardada por um miliciano, não convida o observador prudente a ter muitas esperanças. As ruas ainda estão tomadas por milícias que falam em nome de um incerto “governo” e dizem que permanecerão mobilizadas até as eleições de 25 de maio.

Muito bem: e se o resultado não for exatamente do seu agrado? E se o novo governo descobrir que tem de contemplar também aquela metade do país que não se identifica nem se sente representada por estes que se querem revolucionários? De resto, admita-se que, mesmo na Ucrânia europeia, deve haver muita gente que não se identifica com esses métodos.

O risco, e não se deve descartar essa hipótese, a seguir a marcha da insensatez, é a Rússia, digamos assim, “aceitar” a anexação de parte do território do país — ou uma revolta russófila da metade oriental do país seria automaticamente considerada ilegítima? A questão é simples: e se os extremistas dessa posição resolvessem recorrer aos mesmos métodos dos radicais da outra metade?

De resto, a Ucrânia tem demandas que uma Europa que ensaia sair da crise talvez não possa suprir. E a pior coisa que pode acontecer é experimentar a rejeição daqueles que eram apontados como a solução de todos os males. A verdade é que a Europa queria tudo, menos uma Ucrânia caindo no seu colo.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Rússia, Ucrânia


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25/02/2014 às 14:59
Ucrânia – Parlamento quer que ex-presidente seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional


Leiam o que vai na VEJA.com. Volto no próximo post.
O Parlamento da Ucrânia pediu nesta terça-feira para que o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, na Holanda, julgue o presidente deposto Viktor Yanukovich e outros membros do antigo governo por crimes contra a humanidade. Eles são acusados de comandar a repressão brutal aos protestos que estouraram no país no ano passado e que deixaram mais de cem mortos. Votaram a favor da resolução contra Yanukovich – cujo paradeiro é, atualmente, desconhecido – 324 deputados da Rada Suprema (Parlamento). Apesar de o país não ter oficialmente ratificado o estatuto que deu origem ao TPI, os congressistas também decidiram no mesmo voto que vão reconhecer a autoridade do tribunal na Ucrânia.

Segundo a rede BBC, apesar da decisão do Parlamento, isso não significa que o TPI vai aceitar automaticamente o caso, já que o tribunal só costuma ser acionado quando um país não tem condições ou não está disposto a cuidar ele mesmo do caso. Ainda segundo a BBC, um porta-voz do TPI avisou que a decisão final de aceitar o caso caberá ao procurador da Corte, e que os casos aceitos pelo tribunal consistem em investigar uma série de eventos para determinar responsabilidades, e não a partir da conduta de um individuo especifico.

Entre os membros do antigo governo Yanukovich que constam no pedido do Parlamento estão o antigo ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, e o ex-procurador-geral Viktor Pshonka. Os dois também são considerados fugitivos pelo novo governo provisório da Ucrânia.

Candidatura
Também nesta terça-feira, o dirigente opositor e ex-boxeador ucraniano Vitali Klitschko anunciou sua candidatura às eleições presidenciais convocadas para 25 de maio. “Vou me apresentar ao cargo de presidente da Ucrânia, já que estou firmemente convencido de que é preciso mudar as regras de jogo. Deve haver justiça. Tenho certeza de que isto é possível”, disse Klitschko, líder do partido Udar (soco, em tradução livre).

A campanha para as eleições começou nesta terça. Ainda é incerto se a ex-primeira-ministra, Yulia Tymoshenko, libertada da prisão no sábado passado, vai concorrer. Já o líder do principal partido do país, Batkivschina (Pátria), Arseni Yatseniuk, desponta como o grande favorito a assumir o cargo de primeiro-ministro no governo de união nacional.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Ucrânia


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25/02/2014 às 7:00
LEIAM ABAIXO


A fala indecorosa de Dilma sobre a Venezuela, a Ucrânia, a democracia etc.;
Jefferson na cadeia: o país melhorou? É uma prisão justa?;
Dilma diz que jornalistas é que tentam intrigá-la com Lula. Então conto uma coisinha à presidente…;
Uma carta que me foi enviada por jovens judeus. E fico muito honrado em divulgá-la;
O populismo descamisado do “Lindinho”: contra as empreiteiras, contra a Globo, contra o capitalismo, entendem???;
Banco usado por Maluf faz acordo e pagará US$ 20 milhões à prefeitura e ao governo de SP;
Ecos ainda da seita freixista e a questão dos autointitulados “jovens judeus de esquerda”;
Baderna do MST em Brasília foi financiada pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal;
Roberto Jefferson está preso;
Lula critica o governo Dilma a interlocutores “dazelite”. O Barba adoraria voltar, mas não vai!;
Apoio a protestos cai a seu menor nível desde junho;
Dilma e as pesquisas: situação confortável com uma Copa do Mundo no meio do caminho;
Uma camiseta de Lobão para Marcelo Freixo. E uma resposta desmoralizante para os que se dizem “jovens judeus de esquerda” do PSOLPor Reinaldo Azevedo


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25/02/2014 às 6:54
A fala indecorosa de Dilma sobre a Venezuela, a Ucrânia, a democracia etc.


A presidente Dilma Rousseff resolveu fazer nesta segunda, em Bruxelas, algumas reflexões sobre a Venezuela e a Ucrânia. Antes tivesse ficado calada. Há momentos em que o silêncio é uma verdadeira poesia. Dilma falou bobagem; sugeriu que, em certas circunstâncias, a ditadura pode ser até tolerável; tentou omitir o óbvio apoio que seu governo dá à Venezuela e evidenciou por que a liderança regional do Brasil é pífia. Sei que é patético e que parece piada, mas Dilma está um tanto a reboque de Nicolás Maduro, o psicopata venezuelano — quando, é evidente, deveria se posicionar como líder da maior economia da América Latina. Uma lástima.

Convidada pelos jornalistas a falar sobre a situação da Venezuela e se o Brasil se dispunha a fazer alguma forma de mediação, a presidente saiu-se com a cascata de que o país latino-americano vive uma situação completamente “díspar” da Ucrânia, onde o Parlamento depôs o presidente Viktor Yanukovich, na sequência de protestos que mataram pelo menos 82 pessoas.

O fantasma da Ucrânia está assombrando alguns tiranetes latino-americanos, daí esse esforço de Dilma para ser a Fada Sininho de Maduro. Deixem-me ver se consigo ser didático. De fato, a situação é diferente: Yanukovich foi eleito num pleito considerado, então, democrático e limpo — à diferença o maluco venezuelano.

A parte, digamos, “europeia” da Ucrânia se revoltou com a tutela econômica e, em certa medida, política que a Rússia exerce no país e foi às ruas, recorrendo — e é bom que isto fique muito claro — a métodos bastante violentos de contestação. Numa reação brutal e estúpida, a polícia foi produzindo cadáveres. E a crise chegou aonde chegou. Mas que se note: a Ucrânia, perto da Venezuela, era um exemplo de democracia.

Então, senhora presidente, não há dúvida de que são situações muito distintas: a Venezuela é uma ditadura.

Indagada sobre o cerceamento à imprensa no país vizinho, Dilma se limitou a exaltar os compromissos do Brasil com a liberdade de expressão, o que absolutamente não estava em questão. O tema era a Venezuela.

Numa declaração que vem a ser o exato oposto da verdade, afirmou: “Eles [a Venezuela] têm uma história. Não cabe ao Brasil discutir o que a Venezuela tem a fazer, até porque seria contra a nossa política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna de nenhum país. Não nos cabe isso.”

Mentira! Quando a pequena Honduras depôs o pilantra Manuel Zelaya, seguindo à risca a sua Constituição, Lula, em companhia de Chávez, chegou a incentivar a guerra civil. Quando, também segundo os rigores da lei, o Paraguai depôs Fernando Lugo, o governo Dilma retaliou suspendendo o país do Mercosul — aproveitando a janela, de forma indecorosa, para abrigar a Venezuela no bloco. Então é falsa a afirmação de que o Brasil não se mete na realidade interna dos outros países. Interfere, sim, quando se trata de proteger seus aliados ideológicos.

Agora mesmo, diante da crise venezuelana, com milícias assassinando pessoas nas ruas, o que disse o governo brasileiro? Afirmou que a sua posição é aquela expressa pelo Mercosul. E o que afirmou o comunicado do bloco, cuja presidência rotativa está com a Venezuela? Chamou os protestos da oposição de “ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio”. Logo, o Brasil está chamando a oposição venezuelana de criminosa. Não se está diante de uma escancarada interferência nos problemas internos de um outro país?

Ainda mais indecoroso
Dilma disse algo ainda mais indecoroso:
“Para o Brasil, é muito importante que se olhe sempre a Venezuela do ponto de vista dos efetivos ganhos que eles tiveram nesse processo em termos de educação e saúde para o seu povo”.

Como é que é?

Ainda que a Venezuela fosse realmente um exemplo a ser seguido nessas duas áreas — é mais uma das mistificações das esquerdas latino-americanas —, o que Dilma está no dizendo é que, para o Brasil, a questão democrática perde importância diante dos tais ganhos sociais. Ora, quem acredita nisso — e acho que a gente não tem por que duvidar da crença de Dilma nessa barbaridade; afinal, ela tem uma história… — está fazendo uma confissão: a presidente da República Federativa do Brasil está afirmando que ganhos em saúde e educação podem compensar a falta de democracia.

Não por acaso, o Brasil se tornou um importador de escravos cubanos, não é mesmo?

Numa fala em que nada está certo, a referência que fez ao Brasil não tinha como sair redonda. Para demonstrar o compromisso do Brasil com a democracia, lembrou que, “nas manifestações de junho, não houve nenhuma repressão…”. É, de fato, o governo federal ficou apenas assistindo, com um ministro ou outro, como José Eduardo Cardozo e Gilberto Carvalho, insuflando… Quem teve e tem de arcar com o peso da repressão ao vandalismo são os governos estaduais.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Governo Dilma, Ucrânia, Venezuela


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25/02/2014 às 5:10
Jefferson na cadeia: o país melhorou? É uma prisão justa?


O ex-deputado Roberto Jefferson está preso. Pouco antes de ir para a cadeia, ele afirmou que o país melhorou com a denúncia que fez. Será que melhorou? Mais: ele merecia ser punido, a exemplo dos outros? Acho que o país teve, sim, a chance de melhorar, mas muita gente importante está prestes a fazer uma grande burrada, que vai contribuir para piorar tudo. Quanto à punição, se justa ou não, vamos ver. A resposta não é muito simples.

O país teve a chance de melhorar porque, ao denunciar o esquema do mensalão, em junho de 2005, Jefferson contribuiu para expor as vísceras tanto de um modo de fazer política como de um partido político: o PT. Falemos do modo. É claro que o mensalão foi tambémum esquema de caixa dois de campanha, que não foi inventado pelos petistas nem vai ser extinto com eles. Mas o esquema criminoso foi mais do que isso: ficou claro que o petismo recorria a dinheiro público e privado para comprar partidos políticos e o voto de parlamentares. Na proporção em que o esquema se deu, foi algo inédito no país. Nesse caso, cumpre recorrer ao bordão de Lula: nunca antes na história deste país havia visto algo parecido.

Ocorre que o Supremo está a um voto de fazer uma grande bobagem, tornando ilegal o financiamento privado de campanha. Quando isso acontecer, as empresas serão legalmente proibidas de fazer doações a partidos e candidatos. A lei provocará o efeito contrário à intenção: vai haver um aumento brutal do caixa dois de campanha. Quem é o partido mais entusiasmado com a proibição, que mais a defende? Justamente o PT, que protagonizou o maior escândalo político da história. Mais: quando as doações forem proibidas, será preciso recorrer a dinheiro público para financiar as campanhas eleitorais. Resumo da ópera: políticos e partidos continuarão a receber dinheiro privado no caixa dois e ainda avançarão no erário. Trata-se de uma decisão estúpida, patrocinada, reitero, pelo partido do mensalão.

Sim, a denúncia, em si, e a posterior apuração foram um bem para o país. Também é um avanço que o Brasil tenha, pela primeira vez, políticos presos — e não presos políticos. A diferença entre uma coisa e outra foi devidamente estabelecida por este blog há muito tempo.

Jefferson preso
E Jefferson na cadeia? Isso é justo ou injusto? Creio que ele próprio não tinha noção, inicialmente, da dimensão que as coisas poderiam assumir. Fez alguns cálculos errados, acho eu. O primeiro deles consistiu em livrar a cara de Lula já na entrevista que concedeu à Folha, na edição de 6 de junho de 2005. Deu a entender que o então presidente não sabia de nada e que, ora vejam!, ficara muito indignado. Em depoimento na Câmara, referindo-se ao chefão do mensalão, afirmou: “Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula. Rápido, sai daí rápido, Zé!”.

Jefferson, em suma, ajudou a criar a mitologia de que Lula não sabia de nada, o que parece ter contribuído para que a Procuradoria-Geral da República não se esforçasse muito para evidenciar o contrário.

Antes de abertos os procedimentos formais de investigação, Jefferson poderia ter negociado, por exemplo, um acordo de delação premiada. Não o fez. Embora advogado de formação, talvez lhe tenha escapado que havia cometido alguns dos crimes dos quais acusava alguns parceiros de trajetória. Quando se considera esse aspecto, a conclusão é uma só: é justo, sim, que esteja sendo punido, a exemplo de outros.

Quando, no entanto, se observa o papel que cada um deles desempenhou na tramoia, aí, meus caros, as coisas se complicam um pouco. Jefferson cumprirá pena, em regime semiaberto, de 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É superior à de Delúbio Soares, de 6 anos e 8 meses, e quase igual a de José Dirceu, de 7 anos e 11 meses. Os dois petistas foram condenados por corrupção ativa e devem ser inocentados do crime de quadrilha. O julgamento tem a sua dinâmica, sei disso, mas afronta o bom senso que o homem que denunciou um crime gigantesco, ainda que tenha praticado ilegalidades também, cumpra uma pena superior à do principal operador do esquema, Delúbio, e quase igual à daquele que foi considerado o chefão da tramoia: Dirceu.

Ah, sim: Jefferson também tem uma multa a pagar: R$ 720,8 mil. Pode ir tratando de enfiar a mão no bolso. Se fosse um petista, o partido logo faria uma daquelas vaquinhas indecorosas.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Mensalão, Roberto Jefferson


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25/02/2014 às 3:52
Dilma diz que jornalistas é que tentam intrigá-la com Lula. Então conto uma coisinha à presidente…


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta, em Bruxelas, que é inútil a imprensa brasileira tentar criar uma conflito entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Será que os jornalistas andam mesmo fazendo esse tipo de fuxico?

Antes fosse assim, não é? Seria melhor para a presidente Dilma e, em certa medida, para o país. É evidente que a imprensa brasileira tem mais o que fazer do que se dedicar a fuxico que possa indispor o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual mandatária da nação. Para a má sorte da presidente, quem anda investindo no conflito são os muitos braços que Lula mantém na Presidência da República.

Lula tem recebido, como sabem, uma verdadeira romaria de empresários e políticos para ouvir reclamações sobre o governo. E, o que é pior para Dilma, tem concordado com os interlocutores. A presidente, é claro!, não pode admitir isso de púbico, então, para todos os efeitos, a culpa recai sobre os ombros largos dos jornalistas.

Nesta quarta, em Bruxelas, na Bélgica, disse a presidente aos repórteres, segundo informa a Folha: “Eu acho que vocês podem de todas as formas criar qualquer conflito, barulho ou ruído entre mim e o presidente Lula, que vocês não vão conseguir. Eu e o presidente Lula não temos divergências, a não ser as normais”.

Dilma sabe que não é assim. E os jornalistas também sabem que estão cansados de ouvir lulistas e dilmistas reclamando uns dos outros, embora ninguém se atreva a dar a cara a tapa. Nos bastidores, a presidente é a mais furiosa com o clima de fofoca permanente.

Querem um exemplo? Pois não! No domingo, a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, e a Confederação Nacional da Indústria, a CNI, ofereceram um jantar a Dilma lá em Bruxelas, no Hotel Steigenberger. Ela foi àquele país participar da reunião de cúpula Brasil-União Europeia. Os empresários estavam justamente incitando a presidente a fechar um acordo com os europeus. Se possível, no âmbito do Mercosul; se não, que o nosso país desse início a uma negociação bilateral.

O encontro foi cordial. Uma influente coluna de política no Brasil, no entanto, publicou nesta segunda que tanto CNI como CNA estão mobilizadas em favor da volta de Lula. É apenas mentira.

E aqui cumpre lembrar algumas coisas. O Mercosul é uma desgraça para nós. Impede o Brasil de fazer acordos com outros países porque ou todo mundo topa, ou ninguém faz. “Todo mundo” quem? Os membros que compõem o bloco: Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai, que, por enquanto, está suspenso.

Estão em curso no mundo 354 acordos bilaterais, metade deles firmada de 2003 a esta data. O Brasil assinou só três e mantém apenas um: com Israel. Os outros dois, com a Palestina, calculem vocês, e com o Egito, não deram certo. Os EUA estabeleceram nada menos de 14 e estão prestes a fechar um pacto gigante com a União Europeia, que participa de 32, que pode nos empurrar para a periferia do mundo. A China, com a importância que assumiu no planeta, já assinou 15.

Lula não é o pai do Mercosul, mas está na origem da política comercial caduca vigente, que condena o país ao atraso. Os empresários da indústria e do agronegócio estavam pedindo a Dilma, no domingo, que mude o rumo dessa prosa. No Brasil, no entanto, a notícia que circulou é que estão reivindicando a volta do ex-presidente.

Então encerro agora com um recado direto a Dilma: sabe, presidente, quem plantou a falsa informação? Não foram os jornalistas, não, mas petistas ligados ao sr. Luiz Inácio Lula da Silva. É o que se chama “fogo amigo”.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Governo Dilma, Lula


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25/02/2014 às 2:49
Uma carta que me foi enviada por jovens judeus. E fico muito honrado em divulgá-la


Recebo, e torno pública, com muita honra, uma carta do “Movimento Juvenil Sionista Betar”, que se posiciona sobre a questão “PSOL-Babá-Freixo-jovens judeus de esquerda”. Segue a íntegra do texto.
*
Estimado Reinaldo Azevedo,

Diante da repercussão gerada pela sua abordagem da “questão Freixo/Babá” , sentimo-nos na obrigação de lhe escrever. Nós, membros do Movimento Juvenil Sionista Betar, representamos no Brasil este grupo de jovens, presente em todos os continentes, e temos a proposta, desde 1923, de defender o povo judeu e Israel, agindo de forma pioneira e formando líderes comunitários. Pois bem, haja visto que o Deputado Marcelo Freixo vem citando reiteradamente em suas redes sociais a “carta da juventude judaica” em seu apoio, cremos que nós, um grupo bastante ativo dentro da juventude comunitária, temos a obrigação de nos manifestar.

Com muito pesar, acompanhamos a divulgação do vídeo em que Babá, militante do PSOL, queima uma bandeira do Estado de Israel durante uma passeata. O ódio que os cidadãos presentes nas imagens apresentam pelo Estado de Israel, mais do que qualquer coisa, nos assustou. Assustou-nos porque vimos, há cerca de um mês, uma passeata anti-Hollande na França, na qual milhares de pessoas entoavam gritos de “judeus, fora da França”. Assustou-nos porque o Irã ameaça “varrer Israel e seus habitantes ao mar”, e o mundo silencia perante seu projeto nuclear. Mas assustou-nos, principalmente, porque nunca imaginamos que veríamos algo semelhante a isso no Brasil.

Como foi muito bem dito neste blog, quem queima a bandeira de um país não é contra um governo ou um conflito, mas sim contra a existência deste por si só. Se não o fosse, manifestar-se-ia contra a figura do governante ou do partido que está no poder, algo que, aliás, ocorre com muita frequência em Israel, de forma pacífica, o que é uma das vantagens de se estar na única democracia do Oriente Médio.

Independente da orientação partidária, o que esperaríamos de qualquer político seriamente comprometido com a liberdade, com a democracia e com o respeito à diversidade de povos e culturas seria um repulso imediato e absoluto à queima da bandeira e à demonstração de ódio a qualquer país, repudiando o ato e, principalmente, o autor. Freixo, por sua vez, pediu votos a Babá e exaltou sua militância. Sim, posteriormente, condenou o ato da queima, mas não teve a coragem e a ética que esperamos de um líder para enfrentar seu partido e negar-se a apoiar um extremista como Babá.

É por essa falta de ação que nós, do Betar, membros da “Juventude Judaica” que Freixo aborda, vimos a público manifestar nossa indignação e nossa discordância. Se alguns aceitam a postura radical e disseminadora de ódio do PSOL, nós não. Se alguns lamentam que Oswaldo Aranha, presidente da sessão da ONU que criou Israel, seja brasileiro, nós nos orgulhamos. Nos orgulhamos também de viver em um país plural, respeitador das diferenças, que quer a paz para si e para os outros, e não silenciaremos vendo o PSOL ameaçar isso, pregando o mal para Israel. Se aqui, no Rio Grande do Sul, o vereador Pedro Ruas caracteriza o PSOL como um partido “necessário” , dizemos que, para nós, este é, sim, um partido perigoso e radical.

Obrigado, Reinaldo, pelo apoio e pelas palavras que muito bem representam aqueles preocupados com a segurança de Israel e de seu povo. Afirmamos, com orgulho, que este grupo da juventude judaica está fechado com você.

Cordialmente,

Movimento Betar BrasilPor Reinaldo Azevedo

Tags: Israel, judeus, sionismo, violência


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25/02/2014 às 2:47
O populismo descamisado do “Lindinho”: contra as empreiteiras, contra a Globo, contra o capitalismo, entendem???


Por Thiago Prado, na VEJA.com:
Discurso contra as empreiteiras, ataques à Rede Globo. Defesa da Baixada Fluminense em detrimento dos investimentos na Barra da Tijuca. Críticas duras ao PMDB, até outro dia aliado do PT no governo do Rio de Janeiro. Em resumo, uma tarde como a militância gosta, no evento programado para o PT lançar a pré-candidatura de Lindbergh Farias ao governo do Rio, no último sábado. Figura central do encontro, o senador reservou para os correligionários um ‘agrado’ especial, que indica os caminhos da campanha ao Palácio Guanabara: com um misto de sons guturais e sílabas alongadas, Lindbergh passou a imitar a voz do ex-presidente Lula. Um pouco forçado, é verdade, mas ajudado também pelo que resta de seu sotaque nordestino da Paraíba, onde nasceu.

Faz parte do teatro petista descer a borduna na iniciativa privada quando convém. O Lindbergh de sábado, no Salgueiro, na Zona Norte do Rio, em nada lembrava o que assumiu em 2013 a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado com um discurso moderado e de conciliação. “Oito bilhões e meio no metrô de Ipanema para a Barra da Tijuca. É uma obra daquelas que tem que furar uma rocha do tamanho do mundo. Trouxeram o Tatuzão, compraram por 100 milhões. É obra que empreiteira gosta”, discursou, para delírio da plateia de cerca de 4.000 pessoas.

Não é preciso ser experiente em campanhas eleitorais para saber que dificilmente um candidato a cargos majoritários caminha sem a colaboração de empreiteiras. E o próprio Lindbergh, na campanha de 2010, teve apoio para chegar ao Senado. Só a Camargo Correa contribuiu com 1 milhão de reais, segundo a prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral.

Lindbergh engrossou a voz em vários momentos do pequeno comício montado. Sempre focando em críticas ao governo Cabral, que teve até o mês passado como secretários os deputados estaduais petistas Carlos Minc e Zaqueu Teixeira. Virou alvo até o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, que afirmou ao jornal O Globo de sábado que o partido apoiaria Aécio Neves no Rio caso o PT não retirasse a candidatura de Lindbergh. “Que ele cuide das fazendas dele”, berrou para a militância, em referência às fazendas de gado mantidas por Picciani. Detalhe: em 2010, quando tudo eram flores na aliança PT e PMDB, o peemedebista também aparece como contribuinte de 27.000 reais na campanha de Lindbergh ao Senado.

“Nós temos que fazer no Rio o que Lula e Dilma fizeram no país. Olhar para o povo trabalhador, olhar pelos mais pobres”, disse. “Existem dois Rios. Um do cartão postal e outro real, do trabalhador”, afirmou, durante o evento, usando duas de suas frases preferidas no período de pré-campanha.

Quem discursou antes também entrou na onda de buscar o aplauso da ‘galera’. “Estamos cansados de bundões e Pezões na política”, disse o líder sem-terra João Pedro Stédile, em referência a Luiz Fernando Pezão, candidato de Cabral à sua sucessão. Rui Falcão, presidente do PT, foi além e fez mais uma vez o batido discurso de ataque ao monopólio das Organizações Globo.

Terminado o evento, Lindbergh desceu do palanque para fazer o que mais adora. Receber abraços e beijos de uma militância – mais parecidas com um exército de fãs de um artista pop. Acompanhado da mulher e do filho e visivelmente feliz com a oportunidade, Lindbergh talvez não tenha percebido que ficou sem camisa na frente de várias repórteres mulheres no evento. Um assessor lhe entregou uma nova para substituir a usada – e bastante suada – no discurso de cerca de 30 minutos. Pode ser descuido, ou pode ser estratégia: o público feminino que o apelidou de “Lindinho” gostou do que viu.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Eleições 2014, Lindbergh Farias, Rio


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24/02/2014 às 17:56
Banco usado por Maluf faz acordo e pagará US$ 20 milhões à prefeitura e ao governo de SP


Na VEJA.com:
O Deutsche Bank fechou um acordo com a prefeitura de São Paulo e com o Ministério Público Estadual (MPE) para o pagamento de 20 milhões de dólares (cerca de 47 milhões de reais) por ter movimentado valores depositados pelo ex-prefeito Paulo Maluf. As informações são do MPE. A promotoria, a Polícia Federal e a prefeitura tentam resgatar no exterior e no Brasil cerca de 340 milhões de dólares desviados da construção da Avenida Água Espraiada (atual Avenida Jornalista Roberto Marinho) e do Túnel Ayrton Senna.

O objetivo da instituição financeira é, de acordo com os promotores de São Paulo, “evitar qualquer discussão” sobre transações bancárias feitas pela família de Maluf entre 1996 e 2000. Familiares de Maluf teriam movimentado cerca de 200 milhões de dólares em contas de empresas de fachada (offshores) na Ilha de Jersey. Os investigadores constataram que, deste montante, 93 milhões de dólares foram posteriormente investidos na Eucatex, empresa da família Maluf, entre 1997 e 1998.

Dos 20 milhões de dólares, 18 milhões serão depositados no Tesouro Municipal; 1,5 milhão de dólares ficarão com o governo do Estado, e mais 300 mil dólares com o Fundo Estadual de Interesses Difusos. Os 200 mil dólares restantes pagarão custos de processos na Justiça relativos aos desvios nas obras, como perícias e inspeções judiciais.

O acordo prevê que a prefeitura invista os recursos na construção de creches, hospitais, escolas ou parques. A destinação final será definida, porém, pela prefeitura. O acordo deverá ser homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público e pela 4ª Vara da Fazenda Pública, órgãos responsáveis pelo trâmite das ações.

Histórico
A Justiça paulista autorizou em 2004, 2009 e 2013 bloqueios que atingem cerca de 2 bilhões de dólares, em contas vinculadas à família Maluf. Em novembro de 2012, duas offshores controladas por filhos de Maluf foram condenados em Jersey a devolver cerca de 28 milhões de dólares à prefeitura – dos quais cerca de 5 milhões de dólares já foram repatriados para os cofres municipais.Por Reinaldo Azevedo

Tags: corrupção, Paulo Maluf


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24/02/2014 às 17:16
Ecos ainda da seita freixista e a questão dos autointitulados “jovens judeus de esquerda”


O PSOL e o tratamento que o partido dispensa a Israel continuam a render. Tudo porque publiquei aqui um vídeo, que republico, em que o notório Babá, ex-deputado federal, aparece queimando a bandeira de Israel. Na sequência, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) aparece defendendo o nome do queimador da bandeira para vereador. Sigo depois do vídeo.



Um grupo autointitulado “jovens judeus de esquerda” — ou “judeus do PSOL”, sei lá eu — resolveu fazer circular uma espécie de manifesto contra mim e em defesa de Freixo. Esse rapaz, aliás, se parece cada vez mais com o líder de uma seita. Atenção, moças e moços! Caso ele proponha montar uma comunidade alternativa na Guiana, vocês resistam, tá? Já não deu certo com Jim Jones (os muito novos recorram ao Google…).

Respondi ao tal manifesto evidenciando por A + B o que me parece ser uma cultura antissemita do partido sob o pretexto de ser apenas antissionista. Até porque, quase sempre, o antissionismo é só a fachada confortável e supostamente progressista do antissemitismo. Tornei públicos um texto em que o partido defende que o Brasil rompa relações com Israel e outro, assinado pelo deputado psolista Ivan Valente (SP), um dos homens fortes da legenda, lamentando a criação do estado de Israel e lastimando que tenha sido o Brasil, por intermédio de Oswaldo Aranha, a presidir a histórica sessão da ONU.

Enviam-me aqui coisas que andam pelo Facebook. Um dos tais “jovens judeus de esquerda” me acusa, ora vejam!, de estar querendo manipular os judeus… Então ficamos assim:
a: o PSOL prega o rompimento das relações do Brasil com Israel;
b: Freixo expressa seu apoio a um candidato que queima a bandeira de Israel;
c: uma das maiores autoridades do partido deixa clara a sua oposição à… criação do estado de Israel.

O que faz Reinaldo Azevedo, o cristão infiltrado? Expõe essas indignidades, e um rapaz adverte os judeus para que não caiam na minha conversa. Bem, se caírem na do PSOL e se acontecer o que o partido parece desejar, os judeus todos teriam um lugar para se encontrar: o mar!!

Deixe de ser tonto!
Deixe de ser tonto, rapaz! Imagine se eu acho que a comunidade judaica precisa de mim! À diferença de certos candidatos a guru e a chefete de seita, tenho senso de ridículo. De resto, trato desse binômio “esquerdas-Israel” não é de hoje.

No dia 29 de junho de 2012, publiquei aqui um post em que criticava um texto publicado no site do PCdoB. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou um anúncio em alguns jornais protestando contra a presença no Brasil de Mahmoud Ahmadinejad, o aloprado então presidente do Irã, aquele senhor que, a exemplo do deputado Ivan Valente, também não se conforma com a existência de Israel. Como ele é, a seu modo, mais transparente, deixou claro que o país deve “ser varrido do mapa”.

Diante do anúncio, o que fez o PCdoB? Publicou com destaque o texto de um militante seu, chamado José Reinaldo Carvalho (vejam como nome não é destino…), em que se lê este prodígio:
“Os sionistas, que em tudo se assemelham aos nazistas, utilizaram-se nesta quarta-feira (20) do seu enorme poder econômico para destilar seu ódio e sua intolerância racistas contra o Irã, por meio de um anúncio publicitário veiculado nos principais jornais do país, os panfletos impressos do PIG.”

Não vou repetir os argumentos de então. Os curiosos recorram ao link. Observei, então, que o ódio das esquerdas aos judeus não é uma novidade, embora Karl Marx, o pai de todos, fosse judeu, a exemplo de Trotsky, Kamenev (cujo sobrenome era “Rosenfeld”), Zinoviev e Sverdlov, para citar alguns. O antissemitismo de extrema direita costumava dizer que o comunismo era mais uma invenção judaica para dominar o mundo. Os nazistas, Goebbels em especial, gostava de se referir aos inimigos como os “bolcheviques judeus”.

A União Soviética não pôs fim ao antissemitismo muito presente na Rússia czarista — os “Protocolos dos Sábios de Sião”, que traziam um suposto complô judaico e maçom para dominar o mundo, foi uma invenção da Okhrana, a polícia secreta do czar Nicolau 2º. Ao contrário: sob Stálin, os “pogroms” contra os judeus continuaram. Assim, se a ignorância do tal Carvalho, do PCdoB, não disputasse espaço com seu antissemitismo bucéfalo, ousaria dizer que ele é herdeiro de uma tradição. Mas ele é nada mais do que estúpido. Afirmar que os “sionistas se assemelham aos nazistas” — que eliminaram 6 milhões de judeus — só não é provocação barata porque moralmente criminosa. Mas estou certo de que Carvalho, além de achar que é justo, também se quer um homem sagaz.

E também devem achar que estão sendo sagazes os autointitulados “jovens judeus de esquerda” que me acusam — um não judeu! — de estar tentando, tenham paciência!, manipular esse ou aquele.

Felizmente, estou certo de que a esmagadora maioria dos judeus é inteligente o bastante para não se deixar manipular — nem por mim (caso tivesse essa pretensão) nem por ninguém.

De todo modo, é sempre muito intrigante perceber as várias máscaras que o antissemitismo vai assumindo, e a mais canalha delas todas é aquela que pretende apenas se fazer de humanista e de defensora dos “direitos dos palestinos”.

Não venham com nhenhenhém pro meu lado! Não entrei ontem nesse debate.Por Reinaldo Azevedo

Tags: antissemitismo, judeus, Marcelo Freixo, violência


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24/02/2014 às 16:17
Baderna do MST em Brasília foi financiada pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal


Ai, ai… Lá vamos nós. Na sexta-feira, escrevi aqui um post intitulado: “Gilberto Carvalho 1 – Ele planta a baderna, e a Polícia Militar de SP impõe a ordem a pedido do governo federal”. No texto, lembro que Gilberto Carvalho e seus tentáculos no governo sãos os interlocutores e, em certa medida, os organizadores dos chamados “movimentos de sem teto”, entre outros ditos “movimentos sociais”. Em São Paulo, essa gente invadiu um conjunto habitacional do “Minha Casa Minha Vida”, em Itaquera, e a Caixa Econômica Federal recorreu à Justiça para ter de volta os imóveis. O juiz determinou a reintegração de posse, e lá foi a pobre Polícia Militar de São Paulo executar o serviço. A mesma PM que é alvo permanente do subjornalismo pistoleiro, financiado, entre outros, pela… Caixa Econômica Federal!

Muito bem! Meu texto foi publicado na sexta, certo? Nesta segunda, reportagem de Eduardo Bresciani, no Estadão, informa:
“A Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação de R$ 200 mil e R$ 350 mil, respectivamente, com entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra para evento realizado no 6.º Congresso Nacional do MST. O evento, há duas semanas, terminou em conflito com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes que deixou 32 feridos, sendo 30 policiais. Houve, ainda, uma tentativa de invasão do Supremo Tribunal Federal.”

Retomo
Sim, vocês entenderam direito. A pancadaria na Praça dos Três Poderes, a tentativa de invasão do Supremo e a clara e explícita agressão à Polícia Militar tinham patrocínio: BNDES e Caixa Econômica Federal, aquela mesma que havia entrado com o pedido de reintegração de posse de imóveis invadidos. Em síntese: a CEF promove invasões e recorre à Justiça contra invasões.

Entenderam como funciona a coisa? A CEF financia o vale-tudo do MST, mas recorre à Justiça para ter de volta os imóveis do “Minha Casa Minha Vida” quando a variante urbana do movimento invade o que acha que lhe pertence.

É um acinte e um deboche. Pior: os patrocínios nem são dados diretamente ao MST porque, como vocês devem saber, esse movimento não tem existência legal. Stédile criou associações culturais, cooperativas e grupos de fachada que recebem o dinheiro oficial. É uma estratégia. O MST, então, que não existe legalmente, promove a pancadaria, e essas entidades, que pegam a grana do povo, não podem ser responsabilizadas.

No caso de Brasília, o dinheiro foi dado para uma tal “Associação Brasil Popular” (Abrapo) para a realização de uma certa “Mostra Nacional de Cultura Camponesa” — cultura camponesa, diga-se, que é uma ficção, não existe. Pergunte o que um gaúcho dos pampas tem em comum com um vaqueiro do agreste do Ceará ou de Pernambuco. Nada: em certa medida, nem a língua é a mesma.

Sim, claro!, no dia seguinte à pauleira, Dilma Rousseff recebeu em palácio os líderes do MST, e Gilberto Carvalho participou da solenidade de abertura do seu 6º Congresso.Por Reinaldo Azevedo

Tags: CEF, Governo Dilma, MST, protestos, violência


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24/02/2014 às 13:05
Roberto Jefferson está preso


Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal e foi preso em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no interior fluminense, por volta de 12h20 desta segunda-feira, horário em que policiais federais receberam o mandado de prisão contra o delator do mensalão. A prisão tinha sido determinada na sexta-feira, mas só no fim da manhã saiu o mandado de prisão. Desde o começo da madrugada de sábado, policiais aguardavam a ordem de prisão para levar Jefferson à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão no processo do mensalão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Antes de ser preso, Jefferson ainda se despediu dos leitores de seu blog em uma mensagem. Afirmou que não se arrependia de nada e citou a canção My Way, de Frank Sinatra, para afirmar que faria tudo novamente. “Não me arrependo de nada do que fiz e que faria tudo novamente, pois não me ajoelhei, eu fiz tudo do meu jeito, como canta Frank Sinatra em My Way”, disse o ex-deputado federal.

Enquanto esperava pelo cumprimento do mandado de prisão, Jefferson chegou a reclamar da demora para a chegada do mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Essa expectativa não me deixa dormir. Eu deito, mas não durmo, mas está tudo em paz. É o destino. É angustiante, mas faz parte da luta”, disse Jefferson a jornalistas.

Ele chegou a brincar com a situação. “Deus só dá carga para quem pode puxar. Sou ‘harleyro’ e botafoguense, acostumado a sofrer”, acrescentou, em referência a suas duas maiores paixões, o clube alvinegro e as motos Harley-Davidson. No domingo, para aproveitar os momentos finais de liberdade, Jefferson saiu para passear com uma moto Harley Davidson. Vestindo capacete, jaqueta de couro e calça jeans, ele ficou fora de casa por cerca de três horas. “Estou desfrutando os momentos finais da minha liberdade. Quanto a vocês, curtam sua liberdade, que é o bem mais precioso que vocês têm”, disse.

O ex-deputado foi o último condenado do mensalão, com pena de prisão, a ter a reclusão ordenada pelo STF. Ele chegou a pedir para cumprir a pena em regime domiciliar, alegando que precisa se recuperar da retirada de um câncer no pâncreas com dieta específica e medicamentos. Laudo solicitado pela Justiça disse que a situação de saúde de Jefferson permitia o cumprimento da pena em presídio comum, como os outros condenados do mensalão.

No julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, afirmou que Jefferson, então presidente nacional do PTB, recebeu recursos do esquema do valerioduto – foram prometidos 20 milhões de reais e pagos pelo menos 4 milhões de reais – em troca da compra de apoio politico de deputados no Congresso Nacional. Apesar de ter recebido 4 milhões de reais diretamente das mãos do publicitário Marcos Valério, Jefferson sustentava a tese de que o dinheiro nunca foi propina, e sim recursos acertados com o PT nas eleições municipais de 2004.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Mensalão, Roberto Jefferson


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24/02/2014 às 5:31
LEIAM ABAIXO


Lula critica o governo Dilma a interlocutores “dazelite”. O Barba adoraria voltar, mas não vai!;
Apoio a protestos cai a seu menor nível desde junho;
Dilma e as pesquisas: situação confortável com uma Copa do Mundo no meio do caminho;
Uma camiseta de Lobão para Marcelo Freixo. E uma resposta desmoralizante para os que se dizem “jovens judeus de esquerda” do PSOL;
Pizzolato, que era só um peixe médio do mensalão, um pau-mandado, comprou três imóveis no litoral da Espanha; dois deles avaliados em R$ 3 milhões;
Venezuela: em uma semana, 55 agressões a jornalistas; Maduro cassa licenças de profissionais da CNN;
Ibope: Aprovação do governo Dilma cai de 43% para 39%;
STF determina prisão de Roberto Jefferson;
Um jurista da “sabedoria petista” resolve atacar Gilmar Mendes. E o que eu descobri sem muito esforço. Ou: O alarido das hienas;
“Eu sou ‘o do poste’! Sabe com quem está falando?” Essa é a fala do “Dimenor”-celebridade ao ser detido, roubando de novo! Ou: Ensaios sobre a cegueira;
As esquerdas e o engana-trouxas;
Rombo nas contas externas: por enquanto, a melhor ideia de Mantega é culpar desaceleração da China e retomada da economia americana;
Gilberto Carvalho 1 – Ele planta a baderna, e a Polícia Militar de SP impõe a ordem a pedido do governo federal;
Gilberto Carvalho 2 – As palavras aparentemente doces de um ministro que, na prática, quer relativizar a propriedade privada e cassar prerrogativas da Justiça;
Minha coluna na Folha desta sexta: Assim não dá, Vladimir!:
Nepotismo cruzado, no caso de Freixo, é poesia e virtude, certo? Ou: Atos indecorosos!;
A Ucrânia acorda para o seu ódioPor Reinaldo Azevedo


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24/02/2014 às 4:24
Lula critica o governo Dilma a interlocutores “dazelite”. O Barba adoraria voltar, mas não vai!


O Barba, bem mais jovem, e o seu umbigo: não é de hoje que ele é o centro do mundo

O Apedeuta anda criticando o governo Dilma em conversa com interlocutores. Primeira pergunta: ele quer voltar? A segunda: há a possibilidade de ser ele o candidato do PT? A terceira: as críticas fazem sentido?

Pois é… Vou começar pela mais fácil.. Sim, Lula adoraria voltar. Eu diria até que, intimamente, ele não pensa em outra coisa. Mas sabe que isso é muito difícil — diria mesmo ser impossível hoje. Num cenário de catástrofe, não tenham dúvida de que o salvador da pátria se apresentaria.

Mas isso não está no horizonte. Ademais, Dilma não exibe números espetaculares segundo os institutos de pesquisa, mas é franca favorita à reeleição — e no primeiro turno, segundo os números de hoje. Talvez, lá no fundo do peito, nos seus desejos mais recônditos, mais profundos, o ex-presidente até torcesse para que ela despencasse e se mostrasse uma candidata de alto risco. Mas isso não aconteceu. Botá-la em escanteio seria visto como um gesto truculento e, na verdade, desnecessário.

Então sintetizo agora duas respostas numa só: querer, ah, isso ele quer muito. Mas não pode. Não tem como tirar Dilma do meio do caminho.

Lula virou uma espécie de psicanalista de alguns setores descontentes com o governo. Tem recebido uma verdadeira romaria — inclusive de alguns pesos pesados da economia — que lhe pedem para voltar. Desde José Rainha — um dissidente esquerdista do MST, que agora fundou seu próprio movimento — a alguns pesos pesados do PIB, a romaria dos que vão a Lula é grande.

E ele não se furta ao papel absurdo de presidente paralelo. Ouve as reclamações, tranquiliza o interlocutor, promete providências e, como se nota, deixa vazar críticas à sua sucessora. Lula, como sempre, está descumprindo uma promessa. Tinha anunciado que seria um ex-presidente discreto e silencioso, como nunca antes na história deste país, para usar um bordão seu. E, como nunca antes da história deste país, é um ex-presidente que tem ambição de continuar governando.

O chefão petista considera — a Folha de hoje traz uma reportagem a respeito — o governo Dilma centralizador demais e avalia que ela se afastou dos empresários. Acha a gestão pesada, lenta. Acredita também que a atual equipe econômica já deu o que tinha de dar — vale dizer: Guido Mantega. As suas críticas, afinal de contas, procedem?

Depende. Tomadas as coisas como são, a resposta é “sim”. Mas Dilma faz algo muito diferente, ou deixa de fazer alguma coisa, na comparação com o seu antecessor, o próprio Lula? A resposta é “não”. Então o que foi que mudou? A realidade internacional. Deem a Dilma a mesma economia mundial que Lula tinha, com a China crescendo em ritmo alucinante, com o preço das commodities primárias nas alturas, e ela se sairia melhor. Deem a Dilma um cenário de corrida do dinheiro para os países emergentes para fugir da crise americana e europeia, e ela se sairia melhor. Acontece que esses eventos não vão se repetir.

Dilma está pegando a fase final das “virtudes” do modelo lulista, ancorado no consumo. O déficit de US$ 11,591 bilhões nas contas externas em janeiro começou a ser fabricado no governo Lula. O rombo certo na balança comercial em 2014 — o primeiro em 13 anos — também começou a ser fabricado no lulismo. O papel cada vez mais modesto da indústria no PIB e um déficit de US$ 110 bilhões do setor no ano passado têm a digital indelével de… Lula!

Pergunte-se: que reforma estrutural importante ele encaminhou? O que efetivamente fez pelo investimento em infraestrutura? Em vez de privatizar aeroportos e estradas, por exemplo, passou oito anos demonizando as privatizações por motivos estritamente políticos, por proselitismo ideológico vigarista. A crise da Petrobras, para citar um caso emblemático, é uma das heranças malditas que Lula deixou para a sua sucessora.

O governo Dilma é, sim, a meu juízo, muito ruim — mas não é pior do que era o de Lula. O que mudou de modo importante foi a conjuntura internacional, e o PT não estava preparado para isso.

Encerro apontando a absoluta falta de pudor político de um ex-presidente da República que se dá ao desfrute de manter reuniões com empresários e de fazer vazar as suas críticas, constrangendo a sua sucessora. Ainda que Dilma não se elegesse nem síndica de prédio em 2010 sem o seu apoio, o fato é que ela é a atual presidente da República.

No fim de 2010, Lula afirmou que iria gastar seu tempo como ex-presidente cozinhando coelho em seu sítio, em Ribeirão Pires. Pelo visto, anda mais ocupado alugando a orelha para tubarões.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Governo Dilma, Lula


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24/02/2014 às 3:19
Apoio a protestos cai a seu menor nível desde junho


Caiu brutalmente o apoio da população aos protestos. Nem poderia ser diferente. Aliás, esses que vão às manifestações para promover depredações e arruaça, ainda que digam estar protestando contra o governo, são, na prática, seus maiores aliados. A cada vez que há um confronto violento, Gilberto Carvalho deve fazer uma oração. A violência é um bom modo de manter a população afastada das ruas. Não estou sugerindo, não, que o PT infiltre baderneiros só para provocar confusão. Seria uma burrice fazer isso. É que esses que se dizem ou se comportam como black blocs são primitivos e idiotas demais para entender como funciona a política.

Segundo pesquisa Datafolha, publicada pela Folha nesta segunda, apenas 52% apoiam os protestos. Esse índice chegou a ser de 81% no fim de junho. Por outro lado, saltaram de 15% em junho para 42% agora os que se opõem às manifestações. Quando os eventos são associados à Copa do Mundo, a adesão é ainda menor: 63% são contrários a manifestações durante a disputa, contra 32% que acham que têm mais é de ir para a rua (veja quadro publicado pela Folha).



Sim, os números ainda são preocupantes para um governo que tem a obrigação de garantir a segurança de um acontecimento gigantesco. Como já afirmei aqui, essa é a principal pedra que Dilma tem no meio do caminho.

A pesquisa Datafolha traz um dado interessante: 72% dos entrevistados que têm curso superior dão seu apoio aos protestos, que cai para 37% entre os que só têm o ensino fundamental. Mundo afora, e não é diferente no Brasil, as camadas mais instruídas da sociedade e também as de maior renda tendem a ser mais críticas a governos e suas iniciativas porque lidam com uma massa maior de informações.

Ocorre que, no regime democrático, governos são eleitos pelas maiorias — e ninguém ainda inventou um sistema melhor do que esse. É claro que Dilma se sente um pouco aliviada ao perceber que a rejeição à Copa do Mundo não se alastrou, não ainda, de maneira importante, entre os mais pobres e menos instruídos — que formam, justamente, a maioria do país.

Uma coisa se pode afirmar com absoluta certeza: se os protestos tivessem se conduzido com respeito às regras da ordem democrática, haveria muito mais gente na rua. A entrada em cena dos black blocs e o clima de tolerância com o vale-tudo fizeram em favor da desmobilização das ruas o que os petistas nunca conseguiriam realizar.

Os Marcelos Freixos e seus moleques amestrados são os maiores aliados, hoje, do governo Dilma.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: Copa do Mundo, Governo Dilma, protestos


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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905