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domingo, 6 de outubro de 2013

‘São coisas nossas’, de Carlos Brickmann








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VEJA

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06/10/2013 às 8:36 \ Feira Livre



Publicado na coluna de Carlos Brickmann


Os magistrados votaram contra Marina Silva e lamentaram o voto que tinham acabado de dar. Pediram desculpas porque, sabe como é, tinham de cumprir a lei.

Marina Silva disse que seu partido, apesar da derrota, venceu: “Se não temos o registro legal, temos registro moral perante a sociedade brasileira”. Lembra Cláudio Coutinho, técnico da Seleção que perdeu a Copa da Argentina e proclamou o Brasil campeão moral. Mas a taça ficou com los hermanos.



Enfim, é verdade que a Rede de Marina, mesmo derrotada, é um fato político real; é verdade, também, que os juízes, apesar das desculpas, cumpriram rigorosamente a lei. Nem Marina nem os juízes estão errados. Errada está a lei.

Só há um motivo para que tribunais decidam se um partido pode ou não ser criado: o dinheiro público. O Tesouro paga aos partidos para que existam, dá-lhes de presente horários caríssimos, em todo o país, na TV e no rádio; em troca, o Estado impõe leis que disciplinam a organização partidária. Imaginemos que se inverta a equação: que os partidos surjam livremente, reunindo quantas pessoas quiserem formá-los (uma? Que seja uma!), e paguem suas próprias despesas, sem nada de dinheiro público. O filtro caberá ao eleitor, que escolherá quem deve ou não ocupar cargos eletivos. E que haja uma cláusula de barreira – como o que existe em outros países do mundo, normalmente de 5% dos votos – para impedir que legendas que só servem para atrapalhar se aboletem no Parlamento.

Funciona assim em outros países. Mas quem quer desistir das tetas oficiais?

Os sonhos
Marina e sua equipe não conseguiram cumprir as formalidades burocráticas porque confundiram declarações de apoio com fichas regularmente assinadas e corretamente encaminhadas. É como achar que amigo do Facebook é amigo. 

É como pensar que quem ganha no Banco Imobiliário fica rico na vida real.

A realidade
Já a turma do trabalho duro e obscuro montou o Pros e o Solidariedade. Trabalharam na letra da lei. E seus sonhos, convenhamos, não são os de Marina.

O comentário
O deputado federal Domingos Dutra, do PT maranhense, saiu do partido porque não aguentava mais o suplício de conviver com a família Sarney. Entrou no Solidariedade, de Paulinho da Força. 

Um dia Domingos Dutra irá descobrir que realizar seu sonho nem sempre é a melhor coisa que lhe pode acontecer.

A primeira vez
O prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, disse que foi ao trabalho de ônibus, na quinta. Louve-se a discrição do prefeito: ninguém viu, ninguém comentou, não houve fotos, se ele não contasse ninguém ficaria sabendo. E a linha que disse ter tomado não existe. 

Mas, tirando isso, vale a pena imaginar como Sua Excelência, sempre tão engomado, viveu sua primeira experiência no nosso transporte coletivo. Observou que a criadagem de seus companheiros de ônibus é muito mal treinada: as roupas estavam muito mal passadas. Alfaiates e costureiros também não eram dos melhores: o caimento e o ajuste dos trajes deixavam a desejar. O serviço era insatisfatório: o chofer não usava luvas nem paletó, e sequer se deu ao trabalho de descer para abrir-lhe a porta. O garçom que fica perto da catraca, além de não ir até ele para levar-lhe a conta, resmungou ao receber a nota de cem. Cartão de crédito internacional, nem pensar!

Muita novidade. Mas com algo ele estava habituado: o veículo era Mercedes.

O cordão de sempre
Antônio Ferreira Pinto, ex-secretário da Segurança do governador paulista Geraldo Alckmin, filiou-se ao PMDB, que se opõe ao tucano Alckmin. Mas tudo se encaixa: após deixar o governo, Pinto foi contratado pela Fiesp. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, seu novo patrão, é o candidato do PMDB ao Governo. 

Mais coisas nossas
Na última coluna lembramos o caso da menina de 15 anos, do Pará, enfiada numa cela com 20 homens e lá deixada por 26 dias, durante os quais foi estuprada mais de cem vezes. Veja a coincidência: por pouco a juíza que mandou prendê-la numa cela cheia de homens não virou chefe da Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes em Belém do Pará. A nomeação chegou a ser publicada no Diário Oficial, na quinta; mas, alertado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB paraense, o Tribunal de Justiça cancelou a promoção da juíza. Escapamos!

Mais coisas nossas
O Brasil tem jabuticaba, tem Justiça Eleitoral, tem réu condenado julgando o tribunal que o condenou, tem sistema de TV colorida que é único no mundo, tem um tipo de tomada que, diria o poema, só existe mesmo por cá. E tem o Ministério da Fazenda ensinando emissoras de TV a promover sorteios. 

Por exemplo, as tevês precisam comprovar que os prêmios têm sustentabilidade, seja lá isso o que for. Se os sorteios forem vinculados a marcas (como o Avião do Faustão), precisarão por algum motivo ser autorizados pela Caixa. E as cartas de concorrentes ao sorteio só poderão participar se o envelope for pardo ou branco e medir entre 9 e 14 cm de largura, e entre 14 e 23 cm de comprimento.

Por quê? Porque sim.



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11 Comentários



Chico - 

06/10/2013 às 14:53


Se fosse um partido para compor o “hall” dos alugados teria sido criado. A justiça no Brasil é “cega” sim só dá pra ver alguma coisa através do “paninho”!




Roberto - 

06/10/2013 às 14:26


Quando o governo PT põe a mão o sorteio fica ladrão, quanto aos envelop3es haverá algum com tamanho maior ou menor para ser escolhido, com certeza da turma.




Guerra - 

06/10/2013 às 14:04


Pra se ter uma ideia da preocupação com que muitos juízes da infância tratam as crianças, basta contar quantos são os casos de crianças assassinadas por pais coléricos em cujas mãos os juízes mantiveram suas vítimas. E o caso do Pará é a evidência de que também os Tribunais não estão nem aí com a qualidade dos juízes que nomeiam para essas varas especiais. É o Brasilzão aldeia!




Sergio Masaru Morita - 

06/10/2013 às 12:37


Será que ninguém está querendo atinar para os fatos de que todos eles pertencem ao mesmo grupo, o que ficou demonstrado como nas célebres fotografias e filmes da época do DIRETAS JÁ, onde todos esses senhores e senhoras que “lutavam contra a ditadura militar” já tinham planejado em como dividir as riquezas produzidos por nós trabalhadores e aliciando a grande maioria da população ditas excluídas, com esses programas que todos conhecem, principalmente o sucateamento da educação e saúde, mantendo-os eternamente pobres e ignorantes para se elegerem democraticamente e se tornarem autoridade constituída para exercer o seu livre arbítrio.




Andre - 

06/10/2013 às 12:10


A nítida sensação que tenho quando ouço as variadas “pérolas” e JUMENTICES que Dona DILLMA Rousseff diz, e os atos estapafúrdios e destrambelhados que ella comete, é que nós brasileiros estamos a bordo de um avião em velocidade de cruzeiro, mas pilotado por um Chimpanzé que tem nas mãos o
manche, apontado para uma montanha gigante… Preparem-se para a colisão, BRASILEIROS!
—- Vamos trocar o Chimpanzé por um Piloto de verdade? 2014 está aí! PT NUNCA MAIS!




FM - 

06/10/2013 às 11:54


Juízes pedindo desculpas deve ser um conforto e tanto, não? Carlos Brickmann, avise a esse dep. petralha que o jeito é deixar de ser político pois na terra dele tudo leva a baba dos sarneys. Carlos, o prefeito é petralha e mentir está no DNA. A juiza Clarice perdeu a nomeação mas o cargo dela no inferno é garantido. Se ela não acredita, experimente morrer. Carlos compreenda, algum burocrata fazendário conseguiu fazer algo que não serve pra nada mas pelo menos não obrigou a tirarmos nenhum dindin do bolso.




Bruno Sampaio - 

06/10/2013 às 10:28


Não sabia dessa história dos sorteios. O Rodrigo Constantino está certo. Essa coisa do Estado-babá já foi longe demais. Está na hora de alugém colocar o Estado de castigo por malcriação. E nada de biscoito antes de fazer o dever de casa! Ai, ai, ai!




RONALDE - 

06/10/2013 às 10:26


Prêmios com sustentabilidade são aqueles cuja aprovação tem que ser fornecida pela REDE da Marina.




arilson sartorato - 

06/10/2013 às 10:25


“São Coisas Nossas” também um jornalista, achar que o Zé Dirceu,Delubio,Genoíno e o resto do bando, só por que são ladrões do colarinho branco, e” não representam riscos a sociedade” term suas penas de prisão convertidas para penas aternativas. Não é verdade Carlos Brickmann.???




LABOR - 

06/10/2013 às 10:24


Bom, a Marina chegou e com ela a oportunidade de futucarmos essa tchurma do poder que vem embostando o país há 12 anos.
Será que não daria para, valendo-nos do malfadado jeitinho brasileiro, deixar por um tempo atrás das grades (um diazinho , ao menos), em companhia de uns 20 presidiários, essa juíza?




Reginaldo de Souza-Regi - 

06/10/2013 às 9:42


O PT tambem e campeão da moral e deu no que deu eis ai no governo que nos temos uma vergonha.



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