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Ano IX Sex, 25 de Outubro de 2013 Número 227
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ESCRITO POR AUGUSTO CESAR SAN MARTIN | 18 OUTUBRO 2013
NOTÍCIAS FALTANTES - FORO DE SÃO PAULO
ESCRITO POR AUGUSTO CESAR SAN MARTIN | 18 OUTUBRO 2013
NOTÍCIAS FALTANTES - FORO DE SÃO PAULO
Durante os preparativos da festa de fim de ano, colaboradores cubanos da saúde abriam um fosso para assar o porco no pátio da sede da missão, no estado Zulia, Venezuela. Para surpresa de alguns, encontraram debaixo da terra variedades de medicamentos e óculos de grau. Um dos presentes, um jovem optometrista que solicitou ocultar seu nome, confessou as causas do enterramento e suas experiências durante dois anos na Missão Milagre.
“Temos que atender 35 pacientes e entregar 22 óculos diariamente para justificar nossa presença na Venezuela. Porém, a maioria das vezes não chegamos nem a 15 depois de um dia inteiro dando voltas pelo Amazonas”, confessa o técnico.
As medidas disciplinares para os que não cumpram o plano mensal de atenção a pacientes por especialidades, põe em risco a estada no estrangeiro. As penalidades vão desde a desconto de 10% dos 125 dólares de salário, até o retorno à ilha.
Óculos no mercado negro
Durante algum tempo, os colaboradores traziam os óculos e lentes para negociá-los em Cuba. Porém, o governo cubano reduziu para 10 armações de óculos por colaborador e limitou os quilogramas de medicamentos. Outra saída à acumulação de materiais médicos foi vendê-los aos traficantes venezuelanos. Porém, a delação dos chavistas obrigou a mudar de tática. Agora os enterram.
O técnico afirma que para se manter na missão, os colaboradores de diferentes especialidades reportam pacientes falsos. A inflação pressupõe entregas de material médico que devem desaparecer de alguma forma.“Muitas vezes os nomes dos paciente são vizinhos nossos em Cuba. Até nossa família”, assegura. A distribuição mensal de materiais para as consultas que a missão médica cubana realiza no estado Zulia complica as coisas.
“Quando se acumulam (os medicamentos), fazê-los desaparecer requer muita imaginação que nem sempre pode ser enterrando”, comenta a fonte. O jovem passou dois anos se preparando para uma auditoria venezuelana que nunca chegou. Confessa que eles consideravam afortunado que a corrupção na Venezuela seja igual à de Cuba.
A corrupção em Cuba
O técnico optometrista esteve entre os primeiro cinco colocados de sua graduação. Ele se propôs a uma missão em Angola, país bem cotado entre os aspirantes cubanos à colaboração pelos altos salários. O jovem refere que depois de dois anos de espera, indagou na base de dados do Ministério da Saúde Pública (MINSAP). Seu nome aparecia incorporado a uma missão médica no estrangeiro. O preço para obter uma missão médica de dois anos pode chegar aos mil dólares, dependendo do país e do local de destino.
Um colega do optometrista, que aceitou declarar sob a condição de anonimato, confessou que durante sua estada na missão recebeu uma auxiliar de limpeza que viajou como enfermeira.
“Quando ela chegou me pediu ajuda para que não a delatasse e a pus em trabalhos burocráticos, mas com o tempo não me restou mais remédio”.
Ele assegura que não foi o único caso que conheceu durante os dois anos na Venezuela.
Ao voltar da missão, ambos optometristas dizem estar dando cabeçadas nas consultas pela quantidade de técnicos e a falta de equipamentos. Eles são parte das graduações para favorecer o plano idealizado por Fidel Castro e Hugo Chávez, a Missão Milagre, destinada à atenção oftalmológica nas zonas pobres da Venezuela.
O técnico esteve entre os primeiros colocados de sua graduação, motivo pelo qual foi proposto para uma missão em Angola, país cotado para os que procuram uma missão, devido à fama entre os cubanos de pagar bem os serviços. O processo esteve escondido por dois anos, até que uma amiga descobriu e prometeu tirá-lo dali, porque o tinham em uma base de dados onde supostamente o declaravam na Venezuela.
Fonte: Cubanet
Tradução: Graça Salgueiro
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