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22/10/2013 às 23:00
A greve dos professores, na prática, acabou. Agora, deve acabar, também, para todos os efeitos, aquilo a que os partidários do PSOL chamam greve, que é coisa bem distinta. Qual é o ganho que tiveram? Não terão descontados os dias parados. Os descontos já feitos serão ressarcidos. Mas isso tem um preço: a reposição das aulas. Não tem mais essa história, na cidade, de fim do plano de carreira e, no estado, de reajuste acima do já concedido.
Ou seja: na prática, fica-se com aquilo que já se tinha antes, exceção feita aos descontos. Em tese ao menos, esse dinheiro não vem de graça: terá de haver reposição. Mas ficam as perguntas óbvias: quando isso seria feito? No recesso do fim do ano?
É evidente que, na prática, não haverá nada. O dinheiro virá de graça. Os únicos prejudicados são os alunos pobres, aqueles que os esquerdistas da Zona Sul só veem nos semáforos ou quando fazem uma excursão ao morro, em algum “esquenta” à moda Regina Casé. Sabem como é… Todo socialista tem de ir aonde o povo está — desde que o povo, depois, fique por lá.
Ao Estado e ao Município, depois que Luiz Fux resolveu se comportar como juiz do trabalho, não restava alternativa. Tiveram de aceitar o acordo, ainda que isso signifique, e significa, premiar a delinquência política do PSOL e do PSTU.
Notem bem o que fez Fux: transformou o STF — como se o tribunal já não tivesse serviço em excesso — em câmara de arbitragem de questões trabalhistas. É o fim da picada! Doravante, toda greve vai parar no tribunal. Faça o grevista o que for, qualquer reação do ente estatal será considerada uma agressão ao direito constitucional à greve — como se esse direito fosse ilimitado.
Fux fica com a fama de conciliador. A delinquência grevista dará um jeito de cantar vitória. E os estudantes pobres que se explodam. Quando o PSOL construir o socialismo, eles serão recompensados com a promessa de um futuro brilhante.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: greve dos professores, Rio
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