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23/10/2013 às 17:37
O Congresso está prestes a dar um tiro no pé. Passou pela CCJ e pode ser aprovada pelo plenário a proposta que extingue o voto secreto, qualquer um. O texto já passou na Câmara. Se aprovado, acabará valendo para as Assembleias e as câmaras de vereadores. Seria só uma decisão asinina não estivesse embalada também pela má-fé.
Acabar com a votação secreta em casos de cassação de mandato de parlamentares acusados de malfeitos seria um passo adiante. Extingui-la em qualquer circunstância corresponde a pôr a canga do Executivo no pescoço do Legislativo. Derrubar um veto presidencial seria virtualmente impossível.
Se a proposta for aprovada, chefes do Executivo terão sobre a mesa a mais importante de todas as pastinhas: aquela que indica como vota cada parlamentar. Nem mais a eventual traição virtuosa, aponto com alguma ironia, será possível. A traição virtuosa se dá quando o parlamentar promete um voto, obtém o dinheirinho de sua emenda, mas decide depois segundo a sua consciência — ou por outra: dá o troco na chantagem.
Vai acabar. Quem não quiser sofrer retaliação e, eventualmente, ser estigmatizado pelo Executivo ou pelo próprio partido vai fazer o que lhe mandam. De quem era mesmo essa pauta? O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) percebeu o risco e combateu a tese. O bom senador Pedro Taques (PDT-GO) não deve ter ligado o nome à coisa e defendeu a aprovação, em nome, disse, da transparência. A transparência que torna o Congresso menos livre é, de fato, obscurantismo.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Senado, voto secreto
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11 Comentários
Isaias -
23/10/2013 às 18:07
Acho que até em “Dois Córgo” diz-se assim: “é botar o carro na frente dos bois”. A proposta seria válida desde que não houvesse a monumental dependência dos congressistas da moeda oferecida pelo Executivo durante as votações, com excessão do comprometimento de suas relações com autoridades indicadas. É difícil crer que o congresso, que outrora queria controlar as decisões do STF, irá se submeter ao executivo. Gostaria de saber da posição da Marina Silva, conhecedora da cadeia alimentar, a quem interessa subjulgar o legislativo.
MINO NETO -
23/10/2013 às 18:06
Pedro Taques não é aquele que adora apelar de forma sorrateira para a Presunção de Inocência (imaginem, na seara política!!!) de seus pares Pedetistas? Ingenuidade, zero! Ele tem é método!
Paubandeira -
23/10/2013 às 18:05
Concordo com o PUTOCONTRAACORJA – 23/10/2013 às 17:49.
Eleitor tem de aprender a ficar de olho.
Se a PEC passar é para comemorar sim.
Repito, o deputado vai ter de mostrar a cara para o povão.
Luiz Guilherme Arnoldi Moracci -
23/10/2013 às 18:02
Reinaldo, não é ingenuidade pensar que o voto secreto impede que a lista de parlamentares que derrubam um veto chegue ao Executivo?
A -
23/10/2013 às 18:02
O STF acaba de promover outra coisa tenebrosa. Das 19 condicionantes que o ministro Direito traçou, o STF não deixou uma de pé. Acabou com todas, ao dizer que só valem para a Raposa/Serra do Sol, e ainda assim com condicionantes, conforme relata o G1. Será que chegamos a isso?
Vera -
23/10/2013 às 17:57
A Globo G1 não mostrou ate agora o protesto que estão fazendo contra o Haddad se fosse contra o Alckmim já teria um enorme foto do protesto e metade da pagina para falar do Alckmin.
porque sera que a Globo não mostra os protesto que tem contra o Haddad porque sera?
Atlas -
23/10/2013 às 17:56
Penso diferente! Acho que com o voto aberto os parlamentares estarão mais preocupados com a opinião pública do que com a opinião do governo. Ops! Eu estava pensando como um cidadão norueguês, mas conhecendo o povo, os governantes e os parlamentares brasileiros acho q vc mais uma vez tá certo, Reinaldo!
Alex -
23/10/2013 às 17:56
O voto secreto, para o eleitor, foi instituído pela Constituição Brasileira da década de 30, sinalizando o fim do voto de cabresto. O que temos agora com aqueles que elegemos? Ali Babá e os 400 ENCABRESTADOS??????????
Sandra -
23/10/2013 às 17:55
Sim. O Congresso é a latrina do Executivo.
PUTOCONTRAACORJA -
23/10/2013 às 17:49
Bingo ! Finalmente surgiu um assunto em que discordo do blogueiro.
Voto secreto é covardia com o eleitor. Eliminando-se elimina-se concomitantemente as negociatas e os conchavos.
Automaticamente não haverá espaço para as tramoias que hoje regem quaisquer votações. O jogo passa a ser olho no olho do eleitor.
Infelizmente, duvido que passe em plenário. Essa conversa não deverá passar de somente mais um tró-ló-ló político para enganar trouxas.
Oremos…
Marcelo B Merlo -
23/10/2013 às 17:48
Reinaldo
A hegemonia do PT só se consolida, dia após dia. O interessante é que esta hegemonia não combina com o resultado da pesquisa sobre o espectro ideológico do brasileiro.
Não são os EUA que precisam de um PMDB pra chamar de seu. Nós é que precisamos de um Partido Republicano em Banânia.
Uma pena. Sempre fui um “pessimista social”, mas a soberba e a maldade são ainda piores do que eu esperava.
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