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Rio de Janeiro


sábado, 26 de outubro de 2013

LEIAM ABAIXO








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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)


26/10/2013 às 7:37

LEIAM ABAIXO




Por Reinaldo Azevedo






26/10/2013 às 7:29


Vejam esta foto, de Nelson Antoine ( Fotoarena-Folhapress)


Nesta sexta, abri assim a coluna que publiquei na Folha: “As ruas, ente divinizado por covardes (…)”. Um leitor mandou uma carta para o jornal e escreveu: “Estreia lamentável a de Reinaldo Azevedo na Folha. Ele usou frases com palavras fortes e ofensivas para não dizer nada e propor lhufas. As ruas são para quem é covarde? Será que ele consegue desenvolver essa ideia? (…)”.

Eu não poderia desenvolver uma ideia que não é minha porque escrevi outra coisa. Não há dúvida de que é covardia o que se vê acima, mas não chamei de “covardes” os que promovem o caos — estes são bandidos, baderneiros, prototerroristas, escolham aí… “Covardes” são os que têm receio — especialmente na imprensa, na política e na Justiça — de chamar esses caras por aquilo que são.

Agora Leiam esta frase:
“Segura a tropa, não deixa a tropa perder a cabeça”.

A fala é do homem que está sendo agredido, com uma placa de ferro, por um black bloc depois de ter sido cercado e espancado por um bando. Trata-se do coronel Reynaldo Simões Rossi, comandante da região central. Ele teve a clavícula quebrada e foi internado com cortes no rosto e na cabeça. A agressão ocorreu no terminal de ônibus Dom Pedro. O Movimento Passe Livre convocou um protesto, em parceria com os black blocs, e se repetiu a cena de sempre. Vejam esta sequência de fotos.

  • Bandido ataca terminais de banco no terminal D. Pedro (Marlene Bergamo – Folhapress)

  • Extintor de incêndio e jogado contra vidro do guichê. Seria ele um “ativista” (Fábio Braga – Folhapress)

  • ônibus é incendiado no terminal D. Pedro. Isso é manifestação política (Fábio Braga/Folhapres)

  • Acima, a truculência do Passe Livre disfarçada de apelo (baixo) poético (Fábio Braga/Folhapress)

  • Depredação no terminal Dom Pedro. Observem um delinquente à esquerda ao celular. Deve estar dando ordem à empregada (Marlene Bergamo/ Folhapress)

  • A faixa patética. Black blocs destroem patrimônio público, mas dizem aliados dos trabalhadores (Marlene Bergamo/Folhapress)

Retomo

Em nenhum país do mundo, democrático ou ditatorial, uma força policial, atuando dentro dos limites que lhe confere a lei, recebe esse tratamento sem graves consequências. Enquanto a barbárie se instalava em São Paulo, eu participava do “Café Filosófico”, promovido pela CPFL, em Campinas. Fechei o ciclo de debates que tinha como tema as “jornadas de junho”. Nas semanas anteriores, falaram Demétrio Magnoli, Eugênio Bucci e Roberto Romano. Fiz uma intervenção indignada, sim, porque essa é a minha natureza. Eu não sabia o que se passava por aqui. As pessoas que lá estavam e as que acompanharam o evento, ao vivo, pela Internet (mais de 2 mil acessos simultâneos), puderam constatar que esses trogloditas são argumentadores ainda mais convincentes do que eu em favor das minhas teses a respeito.

Louvem-se a coragem e a honradez do coronel Reynaldo Simões Rossi. Mesmo nas circunstâncias mais adversas, teve a energia e a serenidade de pedir que seus homens se contivessem. Ele sabia que uma reação mais dura da tropa transformaria, nas redes sociais e na imprensa, a Polícia em vilã, e os vândalos em heróis de um novo amanhecer, que é como esses bandidos têm sido tratados aqui e ali.

Movimento Passe Livre
Antes da manifestação do dia 13 de junho — duramente reprimida pela polícia — o Passe Livre já havia promovido três outras: no dias 6, 7 e 11. Todas notavelmente violentas. Nesta última, um policial foi covardemente espancado. A PM só reagiu com dureza no dia 13 — com evidência de que essa reação saiu do controle, o que o coronel Raynaldo, mesmo depois de espancado, procurou evitar com a ordem que deu. Lembrei essa sequência no debate de ontem na CPL.

A imprensa, com raras exceções, comprou não exatamente a causa do “passe livre”, mas o espírito da coisa. E o resto a gente conhece. Durante um tempo, não militantes, pessoas comuns, foram às ruas levar as suas reivindicações. O Passe Livre, um movimento de esquerda que diz ser a sua causa um primeiro passo para o socialismo (!), se distanciou dos protestos quando, por algum tempo ao menos, eles se voltaram contra o governo federal também. A extrema esquerda e os baderneiros mascarados expulsaram das ruas os não militantes. Agora, o Passe Livre volta. Sempre atuou, na prática, em parceria com os mascarados. Seus líderes se negam a repudiar a violência.

E volta para tentar, mais uma vez, promover o caos nas ruas de São Paulo. Se não houver uma firme reação da sociedade, em especial do Judiciário, essa gente não vai parar.

Quando decidi mudar o meu texto na Folha, entregue na madrugada de quinta, eu não sabia que o Passe Livre e os black blocs planejavam novas ações de vandalismo. A maioria de vocês já o leu, sei disso. Peço que o releiam a luz dos eventos de hoje, que se deram enquanto as palavras que seguem em azul estavam no jornal.

*
As ruas, ente divinizado por covardes, pediram o fim do voto secreto para a cassação de mandatos. Boa reivindicação. O Congresso está a um passo de extinguir todas as votações secretas, o que poria o Legislativo de joelhos diante do Executivo. Proposta de iniciativa “popular” cobra o financiamento público de campanha, o que elevaria o volume de dinheiro clandestino nas eleições e privilegiaria partidos ancorados em sindicatos, cujas doações não são feitas só em espécie. Cuidado! O povo está na praça. Nome do filme dessa mímica patética: “Os 178 Beagles”.

Povo não existe. É uma ficção de picaretas. “É a terceira palavra da Constituição dos EUA”, oporia alguém. É fato. Nesse caso, ele se expressa por meio de um documento que consagra a representação, única forma aceitável de governo. Se o modelo representativo segrega e não muda, a alternativa é a revolução, que é mais do que alarido de minorias radicalizadas ou de corporações influentes, tomadas como expressão da verdade ou categoria de pensamento.

A fúria justiceira dos bons pode ser tão desastrosa como a justiça seletiva dos maus. Quem estava nas ruas? A imprensa celebrou os protestos como uma “Primavera Árabe” nativa. Nem aquela rendeu flores nem o Brasil é uma ditadura islâmica. Até houve manifestações contra o governo, mas todas foram a favor do “regime petista”. O PSDB talvez tenha imaginado que aquele “povo” –sem pobres!– faria o que o partido não fez em 11 anos: construir uma alternativa. Sem valores também alternativos aos do Partido do Poder, esqueçam.

Há 11 anos o PT ataca sistematicamente as instituições, quer as públicas, quer as privadas, mas de natureza pública, como a imprensa. Dilma ter sofrido desgaste (está em recuperação) não muda a natureza dos fatos. Da interdição do direito de ir e vir à pancadaria e ao quebra-quebra como forma de expressão, passando pela reivindicação de um Estado-babá, assistiu-se nas ruas a uma explosão de intolerância e de ódio à democracia que o petismo alimentou e alimenta. O Facebook não cria um novo ator político. Pode ser apenas o velho ator com o novo Facebook –como evidenciou a Irmandade Muçulmana no Inverno Egípcio.

Em política, quando o fim justifica os meios, o que se tem é a brutalidade dos meios com um fim sempre desastroso. A opção moralmente aceitável é outra: os meios qualificam o fim. Querem igualdade e mais Justiça? É um bom horizonte. Mas será o terror um instrumento aceitável, ainda que fosse eficaz? Oposição, governo e imprensa, com raras exceções, se calaram e se calam diante da barbárie que deseduca e que traz, volte-se lá ao primeiro parágrafo, o risco do atraso institucional.

O PSOL conduziu uma greve de professores contra o excelente plano de carreira proposto pela Prefeitura do Rio. Era a racionalidade contra a agenda “revolucionária”. Luiz Fux, do STF, posando de juiz do trabalho, chamou os dois para conversar. É degradação institucional com toga de tolerância democrática.

O sequestro dos beagles, tratado com bonomia e outro-ladismo pelo jornalismo, é um emblema da ignorância dos justos e da fúria dos bons. Eles atrasaram em 10 anos o desenvolvimento de um remédio contra o câncer, mas quem há de negar que os apedeutas ilustrados têm um grande coração?

Voltei para encerrar mesmo
Esses são os fatos. Esse é o texto.Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:19


Na Folha:
De olho em dois dos maiores eleitorados do país, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quer jogar para o ano que vem a definição sobre uma aliança com o PSDB em São Paulo e articula uma candidatura “pop” no Rio. O diretório paulista do partido defende o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin de olho em ocupar a vaga de vice na chapa tucana, mas recebeu de Campos a orientação para tirar o pé do acelerador e só retomar em 2014.

No Rio, o governador sondou o ator Marcos Palmeira para disputar o Palácio da Guanabara. Seu objetivo é lançar um nome competitivo, novo e identificado com Marina Silva, popular na capital fluminense. Palmeira ajudou a Rede na coleta de assinaturas e filiou-se ao PSB quando a ex-senadora anunciou a sua adesão ao partido de Campos. A reportagem procurou o ator, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.

Segundo a Folha apurou, Eduardo Campos quer ter mais clareza sobre o cenário eleitoral antes de tomar uma decisão em São Paulo. Internamente, o temor é que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desista de disputar o Palácio do Planalto, dando lugar ao tucano José Serra. Na avaliação do pernambucano, a mudança embolaria o acordo. Para ele, Serra dificilmente aceitaria qualquer acordo heterodoxo que dividisse a máquina partidária para ajudar um concorrente nacional. Lá atrás, quando Marina tentava erguer a Rede, Campos e Aécio chegaram discutir a conveniência de um pacto eleitoral em São Paulo.
(…)Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:17


Por Giba Bergamin Jr. na Folha:
A gestão Fernando Haddad (PT) informou ontem que metade dos imóveis da cidade de São Paulo, que equivalem a 1,5 milhão de contribuintes do IPTU, vai pagar reajustes seguidos do imposto até 2017. A nova estimativa, de 49,7%, é baseada no projeto aprovado pela Câmara anteontem prevendo um aumento do imposto –inferior ao que queria Haddad. O texto ainda deverá passar por segunda votação na Casa na semana que vem. O imposto subirá até 20% para imóveis residenciais e até 35% para os demais em 2014, conforme a proposta –contra uma inflação de 6%.

Esses serão os tetos de aumento do IPTU no ano que vem. Mas a diferença em relação à valorização dos imóveis desde 2009 será cobrada em parcelas nos anos seguintes. Pelo texto aprovado, a partir de 2015 e até 2017, imóveis com valorização acima dos tetos de reajuste pagarão novos aumentos, mas limitados a 10% por ano para residenciais e 15% para demais. Na prática, uma residência e um comércio com IPTU de R$ 2.000 poderão pagar até R$ 3.194 (alta de 60%) e R$ 4.106 (de 105%), respectivamente, daqui a quatro anos.
(…)

Por Reinaldo Azevedo





26/10/2013 às 7:15


Na VEJA.com:
A Petrobras anunciou na noite desta sexta um lucro líquido de 3,395 bilhões de reais no terceiro trimestre. O resultado veio abaixo das expectativas de mercado, que oscilavam entre 5 e 6 bilhões de reais para ao período. Trata-se de uma queda de 45% em relação ao lucro do segundo trimestre, que ficou em 6,2 bilhões de reais. No acumulado do ano, os ganhos da estatal somam 17,2 bilhões de reais. A receita líquida da empresa somou 77,7 bilhões de reais de julho a setembro, uma alta de 6% em relação ao segundo trimestre. Já o lucro operacional (antes de impostos) ficou em 5,4 bilhões de reais, queda de 51% em relação ao trimestre anterior.

A empresa atribui o resultado ao baixo nível de produção no terceiro trimestre, impactado pelo atraso no início da operação da plataforma P-63, de 15 de julho para 31 de outubro, ao atraso de fornecimento de equipamentos por parte da empresa norueguesa Subsea 7 e ao aumento da demanda por diesel, o que fez com que a estatal tivesse de aumentar importações num período de dólar apreciado e preço do barril de petróleo em alta.

Defasagem
A empresa reconheceu que absorver as oscilações de preço no mercado internacional prejudicou o resultado. “O consumo recorde de diesel no Brasil, superando 1 milhão de barris por dia (pico de 1,169 milhão em 30 de agosto), levou ao aumento das importações, em período de forte depreciação do real e de aumento do preço do petróleo , ampliando a defasagem dos preços domésticos em relação à paridade internacional”, afirmou.

“Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente, a forte depreciação do real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses. Essa situação tem impactado nosso fluxo de caixa e alavancagem”, informou a empresa.

O comunicado ainda afirma que a estatal apresentou ao Conselho de Administração presidido pelo ministro Guido Mantega uma metodologia de precificação que permita maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos preços internacionais.

Libra
O documento ainda enaltece o leilão de Libra, vencido por um consórcio único liderado pela Petrobras. Segundo o comunicado da presidente, Graça Foster, trata-se de um “desafio” para a empresa. “E isso torna vital a aplicação de boas práticas de gestão, dentre elas, a otimização dos custos e dos prazos nas fases de exploração, avaliação e desenvolvimento da produção”, afirma.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Petrobras




25/10/2013 às 18:31


Logo mais, às 19h, participo do “Café Filosófico”, da CPFL. O tema da conversa serão as manifestações de junho. Haverá transmissão ao vivo, pela Internet, neste endereço: http://www.cpflcultura.com.br/aovivo/


Segue texto publicado no site do evento:

O Café Filosófico buscará compreender, neste mês de outubro, os aspectos de um fenômeno recente, já gravado na história de nosso País. As manifestações populares que eclodiram há dois meses e que ainda repercutem no dia a dia dos brasileiros. O módulo Fragmentos da democracia – as “jornadas de junho” é composto por quatro apresentações realizadas às sextas-feiras, às 19h, no Instituto CPFL | Cultura, em Campinas. As apresentações também serão transmitidas ao vivo, pela internet, no site www.cpflcultura.com.br/aovivo.

A curadoria dos encontros é do sociólogo e pesquisador da USP Demétrio Magnoli, que trará nomes como Eugenio Bucci, jornalista e professor da USP, Roberto Romano, filósofo e professor da Unicamp, e o colunista da Veja.com Reinaldo Azevedo. Eles pretendem esclarecer o significado e o futuro do mais recente movimento político registrado no Brasil.

As apresentações
Na abertura do módulo, em 04/10, Demétrio Magnoli apresenta a palestra “Manifestações sem direção?”, que pretende discutir a espontaneidade dos movimentos que sem ligações político-partidárias claras ou declaradas. As apresentações seguem no dia 11/10, com Eugênio Bucci, que abordará o olhar da imprensa no entendimento do fenômeno. No dia 18/10, Roberto Romano discutirá o movimento sob o ponto de vista de quem está no poder e nos no governo. No encerramento do módulo, 25/10, Reinaldo Azevedo discute as características das manifestações comparadas a movimentos populares recentes em outros países, como a “Primavera Árabe” ou a “Primavera Turca”.

Por Reinaldo Azevedo

Tags: CPFL, protestos




25/10/2013 às 15:31


No post anterior, vocês leem que o governo Dilma lembrou que algumas coisas não andam bem no Porto de Suape, em Pernambuco, que tem farto financiamento federal. Ah, entendi…

Comecemos do começo: se há suspeitas de irregularidades ou de não cumprimento do devido, que se investigue. Constatadas as culpas, que se punam os responsáveis. É assim que deve ser na democracia. Mas cabe a pergunta: por que só agora, dias depois de o PSB ter deixado a base do governo?

Sim, o partido comandava a área de portos. “Então está tudo explicado, Reinaldo!” Mais ou menos. Digamos que as irregularidades existam e que o governo fechava os olhos pra ela. Isso era bonito? Fazia-o, então, em nome do quê? Da aliança com o PSB? Então é estra regra: “aos amigos, tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei”? Ora…

O estado policial, prestem atenção!, não é aquele que vigia a todos, mas aquele que vigia apenas a alguns. Vamos ver como isso caminha. Mas que é sintomático que as denúncias venham a público logo depois de o partido de Campos deixar o governo, ah, isso é…

E fica a pergunta: para quantos outros aliados a gestão Dilma fecha os olhos?

Por Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 14:45


Na VEJA.com. Volto em seguida.
O novo ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Antônio Henrique Silveira, determinou um pente-fino em contratos com o Porto de Suape (PE), administrado pelo governo de Eduardo Campos (PSB), potencial candidato ao Palácio do Planalto em 2014. Ao mesmo tempo, a Presidência da República determinou ao governo de Pernambuco que devolva aos cofres federais 13,8 milhões de reais repassados pela União ao complexo. O motivo alegado foram os problemas constatados há mais de dois anos em obras no porto. As ações ocorreram somente após o governador romper com a presidente Dilma Rousseff e formar aliança com Marina Silva para disputar as eleições de 2014.

O ministro pediu aos técnicos da pasta um levantamento detalhado das operações com Suape, sob a justificativa de se informar a respeito, após ser alertado por sua equipe de que havia problemas nas parcerias. O governo federal tem convênios que somam 737,3 milhões de reais com o porto para diversas obras. A cobrança enviada a Suape refere-se à dragagem dos acessos ao Estaleiro Atlântico Sul, já encerrada. A Presidência quer a restituição de 13,8 milhões de reais que, no seu entendimento, pagou a mais. A SEP emitiu a notificação para o ressarcimento no dia 7 deste mês, cinco dias após a Secretaria de Controle Interno da Presidência (Ciset) emitir uma nota técnica a respeito. Segundo o ofício da SEP, Suape tem até 14 de novembro para tomar medidas.

Contudo, desde 2011 a SEP vem sendo informada pela Ciset de problemas na obra. Os serviços foram feitos pela Somar, empresa do grupo holandês Van Oord, a partir de um termo de cooperação que previa o repasse de 89,5 milhões de reais da União para Suape. O órgão de controle da Presidência concluiu em fevereiro de 2011 que, devido a divergências apuradas em fiscalização da obra, o valor a ser custeado pela União seria menor (52,3 milhões de reais), daí a necessidade de ressarcimento. O órgão de controle também detectou à época indícios de sobrepreço na licitação para a dragagem e em outra obra: construção de um acesso rodoferroviário a duas ilhas em Suape. “A adoção das medidas pertinentes por parte da SEP poderá acarretar uma economia à União de 42 milhões de reais”, concluiu. No processo de rediscussão da dívida, o valor a ser ressarcido caiu para 13,8 milhões de reais.

Desde 2011, o órgão da Presidência cobra providências a respeito das constatações e registra a inércia da SEP, que era comandada pelo então ministro Leônidas Cristino, ex-aliado de Campos. Em 11 de julho de 2011, a pasta enviou a Suape uma guia de recolhimento com vencimento quinze dias depois. Mas, a pedido do porto, não levou a cobrança adiante, argumentando que era necessário, primeiro, que sua equipe analisasse a prestação de contas do projeto.

Em relatório de fevereiro de 2012, a Ciset registrava que, diante da falta de providências da SEP, denunciaria o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Entende-se que foram concedidas à SEP todas as oportunidades de manifestação e de contraditório quanto aos problemas, além de ter sido dispensado tempo suficiente para que tais problemas fossem solucionados”, diz o documento. Em junho de 2012, a SEP questionou aspectos técnicos do relatório da Ciset e pleiteou a redução do valor a ser restituído por Suape, de 20,2 milhões de reais para 16,9 milhões de reais, o que foi admitido. Em nota, o porto alega que o valor a ser “preventivamente” ressarcido é de 13,8 milhões de reais.

Em julho deste ano, o TCU enviou à secretaria executiva da SEP ofício cobrando documentação que comprove o ressarcimento por Suape e, em caso de não pagamento, as providências tomadas a respeito. O tribunal requer a comprovação de que foi aberta tomada de contas especial (TCE) para obter a devolução e apurar a responsabilidade por “dano à administração pública federal”, caso todas as medidas administrativas tenham se esgotado. Embora se trate de informação pública, a SEP se negou a detalhar quais foram as medidas tomadas para o ressarcimento, bem como as datas de eventuais cobranças enviadas a Suape. Um parecer da Ciset sobre o caso, concluído em 2 de outubro deste ano, subsidiou a cobrança enviada à administração do porto. O relatório foi solicitado pela reportagem, mas o órgão de controle não o apresentou.

Justiça
O Porto de Suape ameaça processar o governo federal por discordar do pedido de devolução de recursos. Em nota, informou que “está analisando as medidas cabíveis administrativas e, eventualmente, judiciais a serem tomadas, uma vez que entende ter cumprido integral e licitamente o pactuado” para as obras. A administração do porto “assevera que não houve irregularidades na dragagem, nem no repasse de recursos” e que os valores “foram comprovadamente aplicados na obra de dragagem, com envio à SEP de boletins de medição, notas fiscais, comprovantes de pagamentos e plantas batimétricas”. O termo de compromisso com a SEP para a obra foi no valor de 89 milhões de reais. “No entanto, a União só repassou 72,6 milhões de reais e Suape arcou com o restante”, reclamou. Segundo Suape, foi formado um grupo de trabalho para “elucidar” os funcionários da SEP sobre a obra. A administração do porto alega que, mesmo assim, a Secretaria de Controle da Presidência registrou que a SEP “não quantificou qual o serviço e o valor que seria passível de pagamento da dragagem”. Suape alega que fez um estudo independente a respeito.

”Por fim, o laudo do estudo foi validado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, órgão da própria SEP.” A SEP sustentou que a solicitação de informações do TCU não tratou de pedido de comprovação de ressarcimento de recursos repassados por Suape. O documento obtido pela reportagem requer “documentação que comprove a restituição aos cofres da União de parcela repassada indevidamente ao Porto de Suape para a obra”. Mas a SEP diz que não houve repasse indevido. Segundo o órgão, a questão foi encaminhada à Secretaria de Controle Interno da Presidência, que concluiu pela restituição. O ex-ministro Leônidas Cristino não atendeu as ligações da reportagem.

Conta
A dragagem de outras áreas de Suape, contratada por 275 milhões de reais, é motivo de disputa entre o Planalto e Pernambuco. As duas partes não se entendem sobre quem pagará parte da conta à empresa holandesa Van Oord, encarregada dos serviços, enquanto a obra permanece parada e navios de petróleo ficam impedidos de aportar.
(Com Estadão Conteúdo)Por Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 14:07


Abaixo, há um vídeo. Quem fala é Osvaldo Augusto Brazil Esteves Sant’Anna. Trabalha, como ele próprio informa, há 45 anos em pesquisa. É professor em cursos de pós-graduação desde 1976. É pesquisador do Instituto Butantan e do CNPq. Deixa claro: “O uso de animais em laboratório é imprescindível”. Ah, sim: ele é o bisneto mais velho de Vital Brazil, o criador do Instituto Butantan, um gigante da ciência brasileira. Afirma: “Vital Brazil [hoje] seria enforcado…”. Osvaldo Augusto, no entanto, não vive do parentesco, não. Vejam o vídeo. Volto depois.



Aplaudo a sua coragem, embora devesse ser a regra entre os cientistas, boa parte deles escondida embaixo da cama. Eis o currículo de Osvaldo Augusto, que está na página da Fapesp. Não parece que ele tenha chegado aonde chegou porque seja um torturador de animais.

*
Pesquisador Científico VI do Instituto Butantan. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo [1971], tem especialização em Imunologia pela Organização Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana de Saúde [1971]; Mestrado [1973] e Doutorado [1979] em Microbiologia e Imunologia pela UNIFESP/Escola Paulista de Medicina; Pós-Doutorado pelo Institut Curie, Paris [1980/1981]. Tem experiência na Área de Imunologia, com ênfase em Imunogenética, e estudos com Toxinas, Venenos, Autoimunidades, Adjuvantes, Genética da Resistência a Infecções Virais e Bacterianas. Desde 1976 é Professor/Orientador em Programas de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Campinas, Universidade de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. É membro do Conselho Editorial da Revista Científica EINSTEIN e do Comitê de biossegurança do Hospital Albert Einstein. De 2003 a 2007 foi Vice-Diretor e, posteriormente, Diretor Científico do Centro de Toxinologia Aplicada, Programa CEPID/FAPESP. Assessor Científico do CNPq, FAPESP, FINEP, FACEPE, FAPESC, FAPERJ. Coordenador do CA-IMUNOLOGIA do CNPq de dezembro de 2006 a novembro de 2009. Atualmente é Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Toxinas (INCTTOX). (Fonte: Currículo Lattes)Por Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 4:58



Por Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 4:49


O que é um “ativista”, além de ser o contrário de um “passivista”? Bem, o ativista é um adepto do “ativismo”. O Houaiss traz várias boas acepções para a palavra. Leiam.


Na semana passada, os ditos “ativistas” fizeram aquela barbaridade no Instituto Royal. Nesta quarta, dia 23, li no G1, alguns outros interromperam uma aula prática de medicina na PUC de Campinas para registrar — isto é, filmar, em sinal de protesto — o uso de cinco porcos para treinar a técnica da traqueostomia, que salva vidas mundo afora todos os dias, em especial a dos alérgicos, como eu, que podem ter um choque anafilático, com edema de glote, e morrer sufocados. Os inimigos não delirem de satisfação só com o meu caso. Pensem que poderia ser um filho ou irmão de vocês. Entende-se com mais facilidade. A necessidade de eventualmente ter de recorrer a um procedimento assim talvez seja o que mais assombre os médicos se eles pensarem no assunto. Até porque, na maioria das vezes, a traqueostomia é uma emergência, realizada fora de salas cirúrgicas, sem as condições consideradas mínimas para intervenção tão drástica.

Foi invasão mesmo. Leio na reportagem que Flávio Lamas, presidente do Conselho de Defesa dos Animais de Campinas, apoia a ação. E ele afirma com aquela certeza que confere a irresponsabilidade de quem jamais terá de fazer uma traqueostomia: “O ato foi para mostrar a crueldade com o animal. Existem outros modelos, como simuladores e filmagens, que podem ser utilizados de forma didática. É uma mudança que precisa ser feita”.

Eu sempre fico muito impressionado com a arrogância dos ignorantes. Não há simulação possível que possa substituir determinadas experiências. Fosse assim, um cirurgião se tornaria um especialista sem jamais ter tocado no corpo de bicho ou de gente. Fico aqui a me perguntar: qual é a hipótese de Lamas para que a Faculdade de Medicina da PUC, então, recorra aos porcos? Maldade? Perversidade? Gosto de ver sofrer os animais? Paixão por cortar corpos? Fico aqui a me perguntar por que o sr. Lamas se considera moralmente superior ao professor que ministrava as aulas e aos alunos que estavam ali para aprender.

O mesmo vale para os beagles. Por que diabos o Instituto Royal, sob supervisão de órgãos competentes, fazia o teste de drogas nos cães se supostos modelos de computador poderiam, com eficiência, substituí-los? Com frequência, determinadas drogas, mesmo depois de amplamente testadas, saem de circulação porque, a despeito de todos os cuidados, acabam implicando riscos considerados excessivos.

Um médico que não faça a sua primeira traqueostomia num porco haverá de fazê-la pela primeira vez num humano, numa criança, numa mãe, num pai, em alguém que tem construída uma rede de afetos, que tem uma história, que tem memória ou, então, um longo futuro pela frente. Se não for num porco, então o homem será o porco do homem.

Há algo de profundamente perturbado e perturbador nessa visão moral do mundo. A PUC-Campinas diz seguir todas as determinações do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal. O professor que conduzia o trabalho registrou Boletim de Ocorrência no 11º Distrito Policial.

O erro da imprensa
O vídeo, curto, foi tornado público pelos ditos “ativistas”. O G1 o reproduz, com o seu logotipo. Cabe, entendo, um questionamento ético. Chegou a hora de a imprensa se perguntar se deve estimular — porque é inegável que a publicação provoca tal efeito — esse tipo de comportamento. O que se vê, ainda que rapidamente, não é bonito: um porco esticado, com a barriga para cima, tendo a traqueia perfurada, com o inevitável fio de sangue. Ora, qual é o propósito de tal exibição?

É claro que essa divulgação representa uma vitória para aqueles que, afrontado a lei, afrontado o regulamento da universidade, afrontando a autoridade do professor em sala de aula, afrontando o bom senso, invadiram uma sala de aula. Outros, agora, procurarão seguir o seu exemplo. Não tardará, a ciência brasileira haverá de ficar refém dos militantes da, como é mesmo?, “Frente de Libertação Animal”. Práticas e discursos irresponsáveis, como as dos deputados tucanos Ricardo Trípoli (federal-SP) e Fernando Capez (estadual-SP), estimulam a delinquência.

Volto à palavra
“Ativismo”? Em qualquer das acepções das palavras, mesmo naquela que fala em “revolução”, se os supostos “ativistas” ganhassem, o perdedor seria principalmente o homem — e também os bichos, ao menos os domésticos, já que um veterinário também estaria proibido de “aprender” tendo como modelo o próprio animal.

Não, senhores! Isso não é “ativismo”. Chamem-se essas coisas pelo nome que elas têm: crime. Se os cientistas, desde já, não se manifestarem de maneira firme e clara; se a Polícia, país afora, não for extremamente severa no cumprimento da lei; se a imprensa não sair dessa retórica “nem-nem”, esse tipo de vandalismo vai crescer.

Uma questão ao jornalismo
Digamos que um criminoso decidisse filmar o sequestro de, atenção!, uma personalidade pública, registrando detalhes que, de outro modo, ninguém teria. Pergunto: seria o caso de levar ao ar esse filme? Um espertinho poderia tentar sair do “sim” ou “não” afirmando um “depende”… Como? “Ah, se ajudasse a esclarecer o caso e fosse no interesse da vítima, sim…” Errado! O bandido sabe melhor do que você, espertinho, o que é bom para ele e para a sua causa. Divulgar as imagens seria entrar como mais um elo na cadeia do crime.Por Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 4:41


Segue trecho da minha coluna, que estreia na Folha nesta sexta.
As ruas, ente divinizado por covardes, pediram o fim do voto secreto para a cassação de mandatos. Boa reivindicação. O Congresso está a um passo de extinguir todas as votações secretas, o que poria o Legislativo de joelhos diante do Executivo. Proposta de iniciativa “popular” cobra o financiamento público de campanha, o que elevaria o volume de dinheiro clandestino nas eleições e privilegiaria partidos ancorados em sindicatos, cujas doações não são feitas só em espécie. Cuidado! O povo está na praça. Nome do filme dessa mímica patética: “Os 178 Beagles”.

Povo não existe. É uma ficção de picaretas. “É a terceira palavra da Constituição dos EUA”, oporia alguém. É fato. Nesse caso, ele se expressa por meio de um documento que consagra a representação, única forma aceitável de governo. Se o modelo representativo segrega e não muda, a alternativa é a revolução, que é mais do que alarido de minorias radicalizadas ou de corporações influentes, tomadas como expressão da verdade ou categoria de pensamento.
(…)
Íntegra aquiPor Reinaldo Azevedo





25/10/2013 às 4:35


Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, este homem novo e bom, conforme se vendeu na campanha eleitoral, perdeu e ganhou na votação do IPTU. Perdeu porque não conseguiu aprovar os absurdos índices de reajuste que pretendia. Ganhou porque, ainda assim, conseguiu um aumento muito acima da inflação. Leiam o que informam Giba Bergamim Jr. e Rogério Pagnan, na Folha. Volto em seguida.

A Câmara aprovou ontem à noite, em primeira votação, uma proposta de reajuste do IPTU na cidade menor do que queria o prefeito Fernando Haddad (PT) –mas, ainda assim, muito acima da inflação. O imposto subirá até 20% para imóveis residenciais e até 35% para os demais em 2014, conforme proposta que tem de passar por nova votação. Na média, a alta deve ser de 18% no ano que vem –superior à inflação anual próxima de 6%, mas abaixo dos 24% que Haddad pretendia. Regiões com maior valorização imobiliária desde 2009 devem sofrer maior impacto.

No total, 31 vereadores votaram a favor. Outros 13, contra –e 11 vereadores não ficaram até o final da sessão. Pelo texto aprovado, imóveis com valorização acima dos tetos de reajuste pagarão novos aumentos nos anos seguintes, mas limitados a 10% e 15%, respectivamente. A aprovação aconteceu após pressão da oposição e de vereadores da base aliada para que Haddad aceitasse mudar seu plano original –que previa tetos de reajuste de 45% (comerciais) e 30% (residenciais) tanto em 2014 como nos anos seguintes.
(…)

Voltei
Haddad queria, quer, encher as burras de dinheiro porque se fala por lá em instituir o passe livre de ônibus na cidade, o que adequaria a sua agenda à dos radicais e também à de setores da classe média endinheirada que acha “liiindo” ver seus filhotes com camiseta na cara e tênis de R$ 1.500 jogando umas pedras por aí… Os mais pobres, evidentemente, não reclamariam da gratuidade. Não tardaria para o sistema ser sucateado, mas quem se importa?

O aumento abusivo de imposto traz uma soma de falsos argumentos, amarrados pela má consciência política. Os petistas dizem que nada mais fazem do que repetir Gilberto Kassab (de todo modo, hoje um aliado…). Ainda que fosse, não foram eleitos justamente contra Kassab? Para fazer diferente? Acho que sim.

Atrelar a elevação do IPTU à valorização de mercado dos imóveis é argumento razoável só na aparência. Um proprietário não transforma em dinheiro seu imóvel, valorizado ou não, enquanto mora nele. Se e quando vender, pagará o Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). E, pois, dará um quinhão à Prefeitura. Há mais. Se o IPTU será calculado segundo a valorização dos imóveis, caso eles se desvalorizem no ano seguinte, pergunta-se: o imposto vai cair?

Azul e vermelho
Não fiz o mapinha porque demandaria um tempo que eu e minha equipe, composta das minhas duas mãos, não temos. Mas posso apostar que as áreas “mais valorizadas”, que terão o IPTU maior, coincidirão com aquelas que, em 2012, votaram no azul — ou seja, no PSDB. Já as que arcarão com o peso menor votaram no vermelho, o PT. Quem fizer esse cruzamento vai encontrar uma quase coincidência total, aposto.

“Ué! Fazer o quê? E se as áreas que mais votaram no PT tiveram mesmo menos valorização do mercado?” Quem fizesse essa pergunta estaria ignorando que se buscou um critério que coincide com uma espécie de punição dos moradores de áreas que votaram “errado”.

“Mas o natural não seria tentar atrair essas áreas?” O PT sabe que jamais conseguira ser majoritário em determinados bairros da cidade. De resto, precisa de dinheiro. E prefere enfiar a faca naqueles que não são “aliados”.Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 23:12


Os camaradas do site “Vanguarda Popular”, sou obrigado a confessar, interpretaram a minha alma profunda. Este site marxista-leninista — o único verdadeiro — resolveu se posicionar sobre a “Revolução dos Beagles”.

Reproduzo o texto e recomendo a visita ao site. O pior — você podem não acreditar — é que alguns celerados enviaram o texto pra cá como quem faz uma denúncia. Diz um deles. “Olhe ai, seu (#*&{+§), não esqueceram o que você falou sobre os passarinhos…”. Vale dizer: há gente que não entendeu que se trata de um site muito sério, mas de humor. Às vezes, até eu sou tentado a sugerir a substituição dos beagles por certos bípedes involuntários. Mas não chego a tanto. Como sou cristão e reacionário, logo perdoo. Segue o texto da “Vanguarda”.
*


Companheiros, hoje demonstrarei: 1) que a invasão do Instituto Royal, episódio que ficou conhecido no mundo progressista como “A Revolução dos Beagles”, foi uma ação revolucionária legítima do proletariado; e 2) que o jornalista Reinaldo Azevedo, expoente máximo do movimento neon liberal, não possui consciência proletária e, muito menos, autoridade moral para criticar nossos companheiros ativistas animais.

Um Partido que não possui a teoria marxista-leninista está fadado ao fracasso. Entre as principais tarefas do proletariado revolucionário podemos destacar: a) a promoção de medidas que ataquem diretamente a propriedade privada; e b) admissão e direção dos atos de vingança popular contra a burguesia exploradora da mais-valia.

Durante o conflito e imediatamente após o combate, os operários, antes de tudo e tanto quanto possível, têm de agir contra a pacificação burguesa e obrigar os democratas a executar as suas atuais frases terroristas. Têm de trabalhar então para que a imediata efervescência revolucionária não seja de novo logo reprimida após a vitória. Pelo contrário, têm de mantê-la viva por tanto tempo quanto possível. Longe de opor-se aos chamados excessos, aos exemplos de vingança popular sobre indivíduos odiados ou edifícios públicos aos quais só se ligam recordações odiosas, não só há que tolerar estes exemplos mas tomar em mão a sua própria direção. (Karl Marx/Friedrich Engels)

Ora, que é o Instituto Royal? Propriedade privada da burguesia. Qual é a principal função capital do Instituto Royal? Extrair mais-valia dos companheiros animais, que são tão humanos quanto nós. Logo, camaradas, a invasão desse instituto burguês e a libertação dos companheiros Beagles foi uma ação legítima do Povo (enquanto Povo, liderado pelo Partido, que é o Povo).

O segundo ponto é o mais fácil de demonstrar. O próprio Reinaldo Azevedo confessa abertamente (sem vergonha!) que é um homem mau, que odeia os bichos, que defende a violência e, portanto, a exploração da mais-valia dos companheiros animais!

CAMARADAS, EIS A PROVA:
Meu delírio de violência é matar passarinhos. Não sou um homem bom. Tentam mandar em mim com sua rotina anunciando auroras: ‘Vai dormir, vai dormir’. Fico destroncando seus pescocinhos em pensamento como quem conta carneiros. … Já adverti, não valho nada, não quero convencer ninguém, não sou bom e torço em pensamento pescoço de passarinhos. (Reinaldo Azevedo)

Ora, camaradas, por que os companheiros passarinhos voam? Por que os passarinhos cantam? Porque o Estado, que é o PARTIDO – isto é, o Povo -, através da ANAC e do Ministério da Cultura (MiniCult), permite! E o que deseja Reinado? A MORTE DE TODOS OS PASSARINHOS QUEM CANTAM E VOAM COM AUTORIZAÇÃO DO ESTADO!

Creio ter demonstrado cabalmente, de acordo com ciência marxista, a legitimidade do ato revolucionário dos companheiros ativistas e a absoluta falta de consciência proletária de Reinaldo Azevedo, representante da elite burguesa exploradora dos companheiros animais.

Todo apoio aos companheiros proletários ativistas! FORA REINALDO!Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 22:50


Falando na TV sem outro lado, expondo suas verdades sem ser confrontada com os fatos, a presidente Dilma Rousseff vai bem. Houve um tempo em que até o resto do mundo prestava pouca atenção a números e evidências. Já há algum tempo o encanto se quebrou. Leiam o que informa a VEJA.com.
*
A revista britânica The Economist publica na edição que chega neste fim de semana às bancas reportagem sobre o primeiro leilão para exploração do pré-sal sob o regime de partilha. Com o título “Preço barato”, a reportagem afirma que a existência de apenas um lance para o Campo de Libra mostra a fragilidade da estratégia adotada pelo governo para explorar as reservas de petróleo. Para a revista, o resultado do leilão “foi uma decepção”.

A reportagem aponta que a presença da Shell e da Total no consórcio vencedor permitiu que o governo declarasse o leilão como um sucesso, do que a publicação discorda. “Enquanto o governo esperava mais de quarenta empresas interessadas, apenas onze se registraram no leilão”, lembra o texto. “E, apesar de ter esperado pelo menos a oferta de seis consórcios, só foi feita uma proposta e com o valor mínimo exigido”, diz a reportagem.

“A falta de competição foi uma decepção após a euforia de seis anos atrás quando o presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, descreveu o pré-sal como um ‘bilhete de loteria premiado’”, diz o texto. Para a revista, uma das causas dessa falta de interesse foi a demora do governo em oferecer os campos. “Durante a longa espera, enquanto as regras do leilão foram reescritas e os governos discutiam como dividir os eventuais recursos, o xisto retirou do pré-sal o título de perspectiva energética mais emocionante do mundo. A maioria do interesse privado desapareceu”, completa a reportagem, que destaca a ausência das gigantes BG, BP, Chevron e Exxon.

Apesar das críticas, a reportagem reconhece que as perspectivas de extração dos campos nos próximos 35 anos “são tão vastas que os riscos de exploração acabam sendo reduzidos”.Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 22:16


O Folha publicou no dia 12 deste mês uma pesquisa feita pelo Datafolha. No cenário em que os candidatos são Dilma, Aécio e Campos, os números são estes, respectivamente: 42%, 21% e 15%. No Ibope que veio à luz nesta quinta, 41%, 14% e 10%. Os índices atribuídos a Dilma coincidem. Aécio aparece com 7 pontos a menos, e Campos, com 5. A discrepância é grande, ainda que não se possam comparar pesquisas distintas (já digo por quê).

No cenário em que a presidente disputa com Marina e Aécio, os números do Datafolha são estes: 39%, 29% e 17%. No Ibope, 39%, 21% e 13%. Nesse caso, o número bastante discrepante é o que diz respeito a Marina.

Quando Dilma disputa com Serra e com Campos, aponta o Datafolha: 40%, 25% e 15%. No Ibope, 40%, 18% e 10%. Observem que a presidente tem marca idêntica nos dois institutos, mas Serra teria 7 pontos a menos; Campos, 5.

No quarto cenário, com Dilma, Marina e Serra — o único do Ibope em que pode haver segundo turno —, registra o Datafolha: 37%, 28% e 20%. No Ibope, 39%, 21% e 16%. Dilma varia pouco; Marina tem 7 a menos.

Vamos ver
Na pesquisa do Datafolha, só um cenário não levaria ao segundo turno, justamente o considerado mais provável: Dilma, Aécio, Campos. Na pesquisa do Ibope, nenhum leva ao segundo turno, exceto o considerado menos provável.

É claro que não escapa a ninguém que Dilma obtém marcas quase idênticas, não importam os adversários. O que varia muito são os números dos demais postulantes. Aécio pode ter 4 ou 7 pontos a menos, como Serra; Marina 7 ou 8 pontos; Campos, 5 nos dois casos.

Como explicar?
Cotejando pesquisas de institutos diferentes, não se pode dizer que fulano cai, sobe ou fica na mesma. Deve-se tomar cada uma como o retrato do momento em que foi feita — nesse caso, com quase duas semanas de diferença. O Brasil deve ter 130 milhões de eleitores. É aceitável que Marina, por exemplo, possa ter perdido 10,4 milhões (8 pontos) em menos de 15 dias — essa perda pode ser dois pontos menor ou dois pontos maior?

A pesquisa Datafolha, é fato, foi feita não muito tempo depois de uma forte presença de Aécio na TV e estava, digamos, em cima da filiação de Marina Silva ao PSB. Campos também apareceu bastante. Digamos que isso tenha influenciado o leitor há duas semanas. Mas como explicar, nesse caso, a variação de Serra, banido da televisão e tratado como não pré-candidato pelos jornais e por setores do seu partido? Não sei.

Segundo turno
Se as discrepâncias no primeiro turno chamam a atenção, as do segundo impressionam.

No Datafolha

  • Dilma 47% X 41% Marina
  • Dilma 51% X 33% Serra
  • Dilma 54% X 31% Aécio
  • Dilma 54% X 28% Campos

No Ibope

  • Dilma 42% X 29% Marina
  • Dilma 44% X 23% Serra
  • Dilma 47% X 19% Aécio
  • Dilma 45% X 18% Campos

Os números de Dilma são bastante distintos no Ibope — curiosamente, substancialmente menores, apesar da safra de notícias favoráveis e da presença maciça na imprensa. Os índices de seus opositores, no entanto, parecem-me espantosamente baixos. Marina sai de uma situação em que se poderia até apostar na possibilidade de um vindouro empate técnico para uma derrota convincente. No Datafolha, a diferença entre Serra e Dilma é de 18 pontos; no Ibope, 21. Aécio tem 23 pontos a menos do que a petista no primeiro instituto; no segundo, 28! Campos, na pesquisa de há duas semanas, está 26 pontos atrás; na divulgada nesta quinta, 27. Ainda que dentro da margem de erro, o senador mineiro seria o adversário mais fácil de vencer.

A forte presença de Aécio, Marina e Campos na tal mídia quando se fez o levantamento do Datafolha pode explicar números tão distintos? Mas por que a própria Dilma aparece com muito menos no Ibope (segundo turno), embora a vitória seja mais folgada nesse instituto, dados os números magros dos outros?Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 21:28


O Estadão Online divulgou há pouco os números de uma pesquisa eleitoral encomendada pelo jornal ao Ibope. Se a eleição fosse hoje, Dilma só não seria eleita no primeiro turno se houvesse uma combinação de duas ocorrências consideradas menos prováveis: Marina Silva ser a candidata do PSB e José Serra ser o candidato do PSDB. Qualquer outra liquidaria a disputa logo na primeira etapa: só Marina em lugar de Campos, mas com Aécio disputando pelo PSDB, nada feito. Só Serra como o nome tucano, mas com Campos sendo o nome do PSB, idem. Leiam o que informa Daniel Bramatti no Estadão. Comento os números no próximo post.
*
Pesquisa Ibope em parceria com o Estado sobre a sucessão presidencial mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) venceria no primeiro turno se as eleições fossem hoje e seus adversários fossem Aécio Neves, pelo PSDB, e Marina Silva ou Eduardo Campos, pelo PSB. Em três dos quatro cenários avaliados pelo instituto, Dilma tem entre 39% e 41% das intenções de voto, mais do que a soma das preferências pelos adversários. Em apenas um dos cenários, com Serra e Marina na disputa, a petista não supera a soma dos adversários.

No quadro visto hoje como mais provável para 2014 – Dilma contra Aécio e Eduardo Campos – , a presidente teria 41%, o governador de Minas Gerais, 14%, e o governador de Pernambuco, 10%. Com Marina no lugar de Campos, ela teria mais que o dobro dos votos dele, chegando a 21%. Mas Dilma praticamente não perderia eleitores: oscilaria de 41% para 39%. O mesmo aconteceria com Aécio, que passaria de 14% para 13%.

Se os concorrentes fossem Dilma, Serra e Campos, eles teriam 40%, 18% e 10%, respectivamente. A vantagem da petista sobre a soma dos adversários, neste caso, seria de 12 pontos porcentuais. A presidente aparece com 39% quando os adversários são Marina (21%) e Serra (16%) – neste caso, ela fica em situação de empate técnico com a soma das intenções de voto dos outros dois candidatos (37%).

Em um eventual segundo turno, Dilma venceria todos os adversários avaliados pela pesquisa Ibope/Estadão. Contra Marina Silva – o cenário mais apertado – , a presidente venceria por 42% a 29%. Com Eduardo Campos na disputa, a presidente teria vantagem de 27 pontos porcentuais, vencendo por 45% a 18%. A distância seria similar, de 28 pontos, se Aécio (19%) participasse hoje de uma disputa direta contra a presidente (47%). Uma repetição do segundo turno de 2010, com Dilma e Serra, terminaria com a vitória da primeira por 44% a 23%. O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 143 municípios entre os dias 17 e 21 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 20:03


O deputado estadual Fernando Capez, do PSDB de São Paulo, continua a promover obscurantismo e a abusar da imunidade parlamentar para fazer acusações irresponsáveis ao Instituto Royal, contra todas as evidências técnicas em contrário, asseveradas por órgãos competentes. Abaixo, segue o vídeo em que ele faz um novo e furioso discurso, com aquele tom muito típico de certos políticos que acreditam que a gritaria substitui a verdade.

Está cuidando da sua reeleição. Se, para isso, precisar linchar o trabalho de gente honesta, dane-se. Não liga. Ele gosta é de bicho. Continuo a achar vergonhoso que o PSDB permita, sem nenhuma reação ou esclarecimento, que parlamentares seus se metam nesse pântano. O partido não tem como impor a linha justa a seus membros. Nem seria conveniente. Mas está obrigado a emitir uma nota repudiando a violência — contra pessoas e animais. E em defesa da pesquisa científica.

Vai o vídeo com o novo e lamentável discurso de Capez. Daniel Ravena, advogado e leitor deste blog, faz picadinho da fala do político em seguida. 



Desmascara, Ravena!
Como se vê do discurso do deputado tucano na ALESP, toda sua peroração a respeito das irregularidades no instituto Royal está centrada no fato de a entidade só ter obtido seu credenciamento junto ao CONCEA há pouco mais de 30 dias, dando a entender que, antes disso, não poderia estar realizando testes científicos em animais. Trata-se de uma inverdade. O art. 22 da Lei 11.794/2008, que regulamente a matéria, assim dispõe:

“Art. 22. As instituições que criem ou utilizem animais para ensino ou pesquisa existentes no País antes da data de vigência desta Lei deverão:

I – criar a CEUA, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, após a regulamentação referida no art. 25 desta Lei;

II – compatibilizar suas instalações físicas, no prazo máximo de 5 (cinco) anos, a partir da entrada em vigor das normas estabelecidas pelo CONCEA, com base no inciso V do caput do art. 5o desta Lei.”

Extrai-se do transcrito preceptivo legal, inserido no capítulo das disposições gerais e transitórias da mencionada lei, que as instituições já existentes antes de sua vigência poderiam continuar suas atividades, devendo cumprir as condicionantes previstas nos incisos I e II.

Evidente que mesmo essas entidades, ainda nos termos do estatuto legal de regência, deveriam providenciar o seu credenciamento junto ao CONCEA, mas nem isso lhes retirava o direito de prosseguir com os testes. Nesse sentido as resoluções 03/2011 e 14/2013 do próprio CONCEA. Esta última é clara ao estabelecer que as entidades que já tivessem solicitado o credenciamento poderiam continuar suas atividades normalmente. Veja:

“RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 14, DE 2 DE OUTUBRO DE 2013

Art. 1º. Ficam interditadas temporariamente as instituições que fazem uso de animais para fins científicos ou didáticos no País e que não solicitaram seu credenciamento no CONCEA, de conformidade com as disposições previstas na Resolução Normativa nº 3, de 2011, nos termos do art. 20 da Lei nº 11.794, de 2008, e de acordo com a letra “c” do inciso I e do parágrafo único do art. 49 c/c o art. 50 do Decreto nº 6.899, de 2009.

Parágrafo único. A listagem das instituições credenciadas no CONCEA, bem como daquelas que se encontram com processo de solicitação de credenciamento em andamento estão disponíveis no sítio eletrônico do CONCEA em http://concea.mct.gov.br.”

Capez ignorava esse conjunto normativo ao fazer seu discurso de reeleição? Penso que não. Não, não sou advogado do instituto Royal. Sim, eu também amo cãezinhos. Mas também sou um amante da verdade e tenho a péssima mania de repudiar embusteiros.

Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 19:03


Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
A Polícia Civil do Paraná prendeu nesta quarta-feira o filho e o advogado de Eduardo Gaievski, ex-assessor petista da Casa Civil que, após revelação de VEJA, foi preso sob acusação de abusar sexualmente de menores. Fernando Borges e André Gaievski foram flagrados quando conduziam duas testemunhas do caso até um cartório da cidade de Francisco Beltrão, onde elas prestariam declarações inocentando o petista. Cada uma das mulheres, que são mães de vítimas de Gaievski, havia recebido 1 000 reais em troca do depoimento.

O Ministério Público do Paraná recebeu a denúncia de que a dupla e dois irmãos dele, Francisco e Edmundo Gaievski, estavam coagindo testemunhas do caso. Na terça-feira, os policiais presenciaram o momento em que o grupo entregou o dinheiro às duas mulheres. Nesta quinta, enquanto se deslocavam para o cartório com as mães das vítimas, o filho e o advogado de Eduardo Gaievski foram presos. Eles se negaram a dar informações aos policiais. As duas mulheres, entretanto, admitiram a coação.

“As mães receberam 1 000 reais cada uma. Elas gastaram parte do dinheiro e, na quarta-feira, estavam com o restante do valor no carro”, explica o delegado Sandro Barros, responsável pelo flagrante. Ele diz que a fraude foi comprovada: “Elas iam fazer uma declaração, no cartório, em favor de Eduardo Gaievski”. Fernando Borges e André Gaievski serão indiciados pelo artigo 343 do Código Penal, que fala em “dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha” para “fazer afirmação falsa em depoimento”. A pena é de três a quatro anos de prisão.

A notícia não surpreende: em 14 de setembro, o site de VEJA revelou como, mesmo preso, Eduardo Gaievski se comunicava com seu advogado para combinar a coação de testemunhas do caso. Ele trocava e-mails utilizando um aparelho celular. Depois disso, o petista foi transferido de presídio. Gaievski está preso em Curitiba. Já o advogado e o filho do ex-assessor estão detidos na delegacia de Realeza. Caberá à Justiça decidir se eles vão responder ao crime em liberdade. O ex-assessor da Casa Civil responde por estupro de vulnerável (dezessete vezes) e assédio sexual. Ele oferecia dinheiro e cargos na prefeitura para as adolescentes e suas famílias. Após a revelação do caso, ele foi rapidamente afastado do cargo no ministério.Por Reinaldo Azevedo





24/10/2013 às 18:52


Que gente pitoresca!

O post em que informo que permaneço na VEJA.com, à diferença do que propagaram neopetistas financiados por estatais e por gestões petistas, e que serei colunista semanal da Folha (estreia nesta sexta) já tem 930 comentários aprovados — os babões foram mandados para o lugar de onde saíram, como sempre. Foi o segundo mais lido do blog ontem. A direção da VEJA sabia do convite há mais ou menos três semanas. O combinado é que o jornal faria uma reportagem um dia antes da estreia do primeiro novo colunista. É o que fazem habitualmente os veículos de comunicação quando vai haver alguma novidade ou mudança. Colhi, felizmente, de leitores e amigos pessoais, muito mais reações positivas do que negativas.

Mandam-me alguns links. Um diz que a VEJA.com comete um erro ao hospedar o meu blog. Outro está certo de que a Folha é que erra ao me contratar como colunista. Aquele sabe o que é melhor para a VEJA. Este outro sabe o que é melhor para a Folha. Esses ressentidos, ora, ora, não estão nem na VEJA nem na Folha — o que não quer dizer que não possa haver descontentes nos dois veículos; é certo que sim. O ponto é outro.

Os mais agressivos e sabidos ou jamais trabalhariam num veículo e noutro ou já trabalharam num e/ou noutro e estão convictos de que não tiveram reconhecido seu formidável talento. Têm a certeza de que não comandam um ou outro porque são competentes demais, inteligentes demais, capazes demais, honestos (santo Deus!!!) demais… Por que a maior revista do país e o maior jornal do país desprezariam esses potentados? Bem, eis um mistério que permanece e permanecerá sem explicação.

Os ressentidos costumam ter um leitor ou outro porque apelam… ao ressentimento! Quando asseguram que foram vítimas de conspirações terríveis, que os teriam empurrado para a marginalidade profissional, falam ao coração dos igualmente incompetentes… A heroína dessa gente, lembrem-se ou leiam o livro quanto tiverem tempo, é a criada Juliana, de “O Primo Basílio”, de Eça de Queiroz. Eles não se zangam com isso ou com aquilo por conta de uma moral reta, que veem afrontada. E ódio. É rancor. É pequenez.

De todo modo, quando a VEJA e a Folha quiserem saber, respectivamente, o que é melhor para cada uma delas, basta procurar esses gênios. Eles odeiam tanto um veículo como outro, mas têm a receita certa para o sucesso de ambos.

“E você? Não critica também os veículos?”
“E você, não critica também os veículos de comunicação e a imprensa, Reinaldo?” Critico, sim! Muito. É provável que faça isso no meu artigo de estreia no jornal, vamos ver. Mas alguém já leu algum texto meu tentando ensinar a Globo a fazer TV? Alguém já leu algum texto meu tentando ensinar a Folha a fazer jornal? Alguém já algum texto meu tentando ensinar a VEJA a fazer revista? E o mesmo se indague a respeito de quaisquer outros veículos. Quando a Globo fez o mea-culpa por causa do apoio ao golpe militar, por exemplo, eu critiquei o texto, mas não porque achei que seria “ruim pra ela”. Eu sou um sujeito aborrecido: ainda acho que os Marinhos sabem o que é melhor para a sua própria empresa. Se gosto ou não, é outro papo. Posso até achar, intimamente, que essas empresas erram, mas fico na minha. 

Alguém aqui já me viu dando conselhos financeiros aos ricos? Tenho senso de ridículo. Quando discordo do que vejo, leio ou ouço, discordo segundo um ponto de vista: o meu. Jamais paguei o mico de dizer a donos de jornais, TVs e revistas o que eles devem fazer para o próprio bem. Quem se atreve a tanto está procurando emprego, não é? Se eu sei o que é o melhor para a VEJA e saio propagandeando por aí, estou me candidatando à cadeira de Eurípedes Alcântara. Se eu sei como deve agir a Folha em seu próprio benefício e faço praça disso, estou pedindo a cadeira de Otavio Frias Filho.

“Ah, te peguei!”, assanha-se o petralha. “Você vive criticando o governo. Quer o lugar de Dilma?” O Brasil é uma República, da qual sou sócio. Tenho a mesma cota de Dilma, com o mesmo direito a voz e voto. O Brasil, embora alguns discordem, não pertence ao PT. Sou, sim, um duro crítico da presidente, mas alguém já me viu questionando a sua legitimidade para decidir? Alguém já me viu tentado a fraudar o processo eleitoral com “Fora Dilma”? Nunca!

Para encerrar
Um tolo envia sistematicamente para cá a mesma questão (depois vim a saber a origem; partiu de um desses ressentidos): se meu blog é tão visitado como digo (ele nem acredita nem desconfia que ele próprio colabora para isso…), por que os meus posts não aparecem nos mais visitados no ranking da homepage da VEJA.com?

Porque aquele ranking, bobalhão, diz respeito apenas ao site da VEJA. Não inclui os colunistas. Há uma ferramenta que faz uma contagem automática. Os blogs usam o WordPress. A VEJA.com desenvolveu seu próprio publicador. Nem sei se daria para fazer uma aferição única. Mas isso não importa. O fato é que os colunistas não integram o sistema de verificação.

Regozije-se, ávido interrogador! Você ajuda a fazer o sucesso do blog, ainda que com o seu ódio — sem contar, no momento, a turma dos aspargos assassinos, que quer me fatiar ainda vivo. Não bato na madeira. Não sou místico. Apenas rezo para que achem a iluminação e descubram o caminho do amor e dos valores afirmativos, em vez desse ódio reativo que lhes deve amargar a vida — ainda que sejam muito bem pagos para isso. Não é possível que, em algum canto de sua consciência, não lhes grite a culpa de estar tomando dinheiro dos pobres. Porque estão.

Fico cá a imaginar a que resultado chegaríamos se todo o dinheiro gasto com a imprensa a soldo fosse transformado em casa popular, em posto de saúde, em creche… É possível que Dilma e Fernando Haddad pudessem até cumprir as suas promessas. O prefeito, aliás, está prestes a enfiar a faca no bolso do morador de São Paulo, com um IPTU escorchante. Parte do dinheiro, ainda que indiretamente, vai pagar o subjornalismo que o aplaude.Por Reinaldo Azevedo







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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905