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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)


23/10/2013 às 6:47

LEIAM ABAIXO



Por Reinaldo Azevedo





23/10/2013 às 6:35


Ai, ai…

Lembram-se aquela exposição de corpos humanos, oriunda da China (claro!), que correu o mundo? Pois é… Conheço duas pessoas que acharam aquilo um horror. Eu e Hugo Chávez — que péssima companhia, né? Pois é. O fato de uma pessoa que eu eventualmente deteste pensar o que penso sobre uma coisa ou outra não me faz mudar de ideia. Como ele era um tiranete ridículo, não se limitou a criticar a exposição. Ele se encarregou de proibi-la. Vejam o que escrevi a respeito. Volto depois.
*
Vocês se lembram de uma exposição que exibia, digamos assim, aquilo que nos habita debaixo da pele? Andou circulando por aqui em 2011 e 2012, acho. A origem do material é chinesa. Corpos e órgãos humanos eram exibidos em todas as suas minúcias de músculos, ossos, veias etc. Na imprensa nativa, só encantamento. Chamou-se aquele voyeurismo necrófilo de “encontro entre a ciência e a arte”. Pura bobagem. Agora atenção para o que segue.

A exposição chegou à Venezuela em março de 2009. E foi proibida por Hugo Chávez. Por quê? Porque, disse ele, a exibição de um corpo humano insepulto, daquele modo, é um ato de degradação moral.

É evidente que proibir a exposição é coisa de tiranete de província, uma estupidez mesmo! Mas como vou negar que até Chávez, como um calendário que não se movesse, podia estar certo ao menos uma vez ao ano? Não tinha de proibir coisa nenhuma, mas é claro que concordo com suas ponderações morais a respeito.Quando se banaliza o humano como se fosse um sapo, corre-se o risco de tomar o humano por um sapo e um sapo por um humano, mais ou menos como fazem alguns ecologistas hoje em dia, que não hesitariam em deixar o país sem hidrelétricas se for para proteger alguns batráquios.

Chávez acertou até ao fazer a devida distinção entre um corpo entregue à investigação científica e outro que só serve para darmos uma espiadinha… Lamento! Nem arte nem ciência. Não era arte porque esta recria a natureza, em vez de expor vísceras. Não é ciência porque os que assistem àquela coisa miserável nada têm a fazer com o que experimentam. Absolutamente nada!

Confesso que aquilo provocou meu asco moral. De resto, ninguém sabia a origem daqueles corpos, que viajavam mundo afora. Assim, reitero, proibir é uma tolice; expor os corpos, uma imoralidade.

Retomo
Pois é, meus caros… Eu sou mesmo um reacionário à moda antiga. Eu ainda considero o ser humano uma espécie superior a todas as outras. Se eu fosse apenas um humanista, e acho que sou também, pensaria assim. Como me considero humanista e cristão, ainda acredito que somos também a morada do espírito de Deus. “Que nojo, Reinaldo! Eu prefiro os beagles.” Tudo bem.

Sou, assim, esse lixo que não aceita a pena de morte, mas também não aceita o aborto. Sou, assim, esse lixo que recusa que embriões humanos sejam tratados como coisa — porque se abre a vereda para a coisificação do próprio homem. Repudio de maneira absoluta certa estupidez que anda por aí, segundo a qual uma hierarquia entre espécies seria mera questão de valor. No fim das contas, dizem, somos todos formados de aglomerados muito semelhantes. Teses assim ecoam os piores totalitarismos.

Recebi uma quantidade chocante de absurdos. Uma louca — vários loucos enveredaram por aí, mas essa foi mais explícita, e poupa-a de si mesma não divulgando o nome — afirmou com todas as letras que “não há diferença entre um matadouro e um campo de concentração nazista”. Outro escreveu que um dia ainda “vamos nos envergonhar de comer carne como nos envergonhamos da escravidão”.

Vou confessar um segredinho aqui porque há contemporâneos que sabem disso: quando eu era militante trostskista, eu me irritava mais com certas, como posso chamar?, mentalidades delirante-alternativas do que com os stalinistas. Ainda que considerasse que estes estavam essencialmente errados e defendessem ideias criminosas (sim, as de Trotsky também eram…), ainda eram, vá lá, era o que eu chamava de “coisas deste mundo”.

Francamente, eu não tenho o que fazer nem tenho muito a dizer a quem não distingue gente de bicho, campo de concentração de matadouro, comer carne de escravidão. Não é o excesso de bondade que produz isso, mas a ignorância. A luta de libertação dos oprimidos, na sua face virtuosa, consiste justamente no esforço de deixar de ser “coisa”. É claro que sou contra os maus-tratos aos animais. Na minha casa, como em todas as casas em que há cachorros, a gente conversa com eles. Bato um papo até com a tartaruga, um animal de sangue frio… Os pecilotermos costumam ser refratários a aproximações mais fraternas…

Respeito opiniões diversas, respeito diferenças. Compreendo que haja pessoas que se recusem a comer carne (não entendo por que, na maioria dos casos, o peixe é tratado como se vegetal fosse, mas vá lá…). É uma escolha individual que, qualquer estudioso dirá, afronta alguns saltos civilizatórios. Cada um na sua. O que é inaceitável, no entanto, é que se imponham convicções à sociedade como um todo na base do berro, da violência e do crime. Os anos de pesquisa que se perderam no Instituto Royal não pertencem àquelas pessoas boas que foram lá vandalizar o prédio. Eram uma conquista de todos nós. Quem entrou lá, sequestrou os cachorros e destruiu amostras fez uma hierarquia: primeiro os bichos, depois o homem.

Não é o meu mundo. Nunca será. 

Por Reinaldo Azevedo





23/10/2013 às 6:33


O Jornal Nacional apresentou há pouco uma reportagem sobre a invasão e depredação do Instituto Royal, em São Roque — sim, o caso dos beagles. Uma, como apontou o gerador de caracteres, “ativista” foi ouvida. A polícia se manifestou etc.

Mas vivemos tempos em que tudo é permitido, menos contrariar correntes da opinião pública que podem ser consideradas majoritárias. Eu não tenho dúvida de que, caso se façam pesquisas, a maioria será contrária à experiência com animais. Como resistir à fofura dos beagles, não é?

A reportagem foi encerrada com a fala de dois “especialistas”. Um deles é um biólogo, que afirmou, CONTRARIANDO A SABEDORIA FIRMADA MUNDO AFORA, santo Deus!, “que os animais não são bons modelos” para testar remédios em seres humanos. Certo! Se os animais não são bons modelos, então quem é o bom modelo? Outro ser humano! Ou seria o aspargo? Ou o cogumelo? Ou um pé de couve? Quem vai testar a vacina? Entre a chance de que algo dê errado com um cão, um rato ou uma criança, parece que o dito cujo já fez a sua escolha. A alternativa é não testar nada em ninguém e sair por aí usando o remédio em larga escala. Se milhares morrerem, fazer o quê?

O biólogo é Sérgio Greif. Pesquisei. É “ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998”. O JN não informa. Em seguida, já que tudo tem dois lados — que bom que o nazifascismo não tem como brotar nestes tempos —, o jornal ouviu um senhor identificado apenas como “médico”. Ok. O “médico” em questão é Marcelo Marcos Morales, um dos secretários da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenador do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal). O JN também não informa. Ele, evidentemente, é favorável às pesquisas. À Folha desta segunda, o cientista informou que a invasão do Royal provocou anos de atraso no desenvolvimento de uma droga contra o câncer. Ele é médico, sim, mas um pouco mais do que isso.

Assim, o espectador pode escolher uma opinião: fica com o biólogo, que diz, contra todas as evidências, que animais não servem para testar remédios, ou fica com o “médico”? Independentemente da competência e do peso científico de cada um, os dois ali se igualaram. A pergunta original, no entanto, permanece: se não testar remédio em bicho, testa em quem?

Revolta da vacina
No Fantástico, Bruno Mazzeo “volta no tempo” para pesquisar personagens de nossa história. A ideia é bacana. Como a intenção também é ser engraçado, falta, por enquanto, a graça. Vamos ver. Penso aqui se o JN, com o espírito desta terça, decidisse, para ficar na ciência, voltar no tempo para cobrir a Revolta da Vacina, que ocorreu no Rio entre 10 e 16 de novembro de 1904. Houve um levante para resistir à vacinação obrigatória contra a varíola.

Um olhar sociológico e compreensivo? Pois não! Tratava-se de um governo autoritário, que impôs, de forma brutal, a vacinação, sem a devida campanha de esclarecimento. Elites intelectuais aderiram ao levante, que se ancorava, no entanto, num preconceito, num medo infundado: o de que a vacinação poderia provocar a doença. Em 1904, o JN faria muito bem se decidisse demonstrar todos os erros que o governo cometeu ao impor a vacinação daquela maneira, mas cometeria, certamente, uma estupidez se igualasse os argumentos técnicos dos que eram favoráveis e contrários à vacina. Pela simples, óbvia e boa razão de que o procedimento era necessário, embora a maioria fosse contra.

Que a imprensa se engaje ou, na melhor das hipóteses, seja neutra em temas, como direi?, comportamentais, pautados pelo politicamente correto — ainda que certas patrulhas sejam fascistoides —, vá lá… Mas seremos também neutros em relação a temas como o teste de remédios em animais? Basta que exista um biólogo contrário para que ganhe o status de especialista? EU PERGUNTO DE NOVO: SE NÃO TESTAR VACINA EM BICHO, VAI TESTAR EM QUEM? Isso é mera questão de opinião?

Não ignoro
Não ignoro as pressões, não! Eu as estou experimentando. Sei o que andam a dizer de mim por aí… Há uma página que me enviaram que chega a ser engraçada. Um sujeito lá me acusa de… comer carne! Outro compara um matadouro a um campo de concentração nazista, o que é de uma delinquência intelectual e moral asquerosa. Ainda voltarei a isso. Quem dera se pudesse acusar as populações do centro da África de comer carne em excesso, santo Deus!

Conheço as pressões e indago: o nosso papel, do jornalismo, agora é não ficar mal com as maiorias? É ser compreensivo mesmo com as piores boçalidades por medo das correntes organizadas nas redes sociais? Chegamos a esse ponto?

Como o mundo é engraçado, duas ou três reportagens depois, o JN informou que um procedimento qualquer — não entendi direito; depois vou ver no site — fez nascer cabelos humanos em ratos. Dia desses, na China, o bichinho desenvolveu no dorso uma orelha, que, suponho, foi transplantada depois num humano sem orelha. Que horror! Que degradação para o rato!!!

PS – Vi Dilma duas vezes no JN, ambas com imagem e áudio. Na primeira, sanciona o programa “Mais Médicos” e desculpa-se com um cubano, que teria sido hostilizado por médicos brasileiros. Já escrevi a respeito. A reportagem não tem outro lado. Na segunda, em 2min38s, Dilma defende o regime de partilha do pré-sal e critica aqueles que dizem que ele não é muito bom. Uma terceira reportagem, ricamente ilustrada, de 4min01s, explica como será o futuro do Brasil com o petróleo. Repete cada passo do pronunciamento de ontem de Dilma (se quiser, compare com a íntegra), que fez contas como lhe deu na telha. Também sem outro lado. As críticas da oposição e de especialistas não apareceram. “Outro lado” só para quem acha que humanos devem começar a tomar remédios sem que sejam testados antes em animais.

Política não precisa de outro lado.
Texto publicado originalmente às 22h12 desta terçaPor Reinaldo Azevedo





23/10/2013 às 5:33


Que mal há em cobrar que as pessoas vivam de acordo com os princípios que dizem defender para os outros? Anda a fazer certo barulho por aí o post em que recomendei que os atores Bruno Gagliasso e Tatá Werneck, da TV Globo, entre outros, não mais usem antibióticos e tratem infecção de garganta com mel. Por que fiz isso? Porque eles apoiaram a invasão do Instituto Royal. Segundo Ygor Salles, editor-adjunto de Mídias Sociais da Folha, eu teria atacado os atores. Ataque é outra coisa. Escrevi isto:

Trecho em que cito Tatá
“Vou escrever aqui o nome de gente de que, com raras exceções, nunca ouvi falar, mas que, consta, é famosa, existe. Uma tal Tatá Werneck escreveu no Facebook: “Instituto Royal esta matando cachorros para testar seus cremes de merda”. A empresa nem mata animais nem testa cosméticos, mas analgésicos e drogas contra o câncer — que, segundo entendo, a dita-cuja jamais usará ainda que precise”.

Trecho em que cito Gagliasso:
“Quando a garganta do galãzinho garnisé Bruno Gagliasso inflamar, formando placas de pus, em vez de tomar uma das eritromicinas da vida, que foram testadas em beagles — a gente sabe que ele é contra e, corajoso que é, não vai aceitar um tratamento covarde —, ele vai procurar manter um diálogo amigável e respeitoso com os estreptococos, que, afinal de contas, também são vida. Bruno talvez tenha aderido a um dos pensamentos delinquentes hoje influentes no mundo, que combate o “especismo”. A diferença entre um estreptococo, um beagle e um Bruno Gagliasso, segundo esse ponto de vista, é mera questão valorativa — e, pois, relativa.”

Retomo
Cadê o ataque? Há só um tantinho de bom humor, nada além disso. Mas a questão é séria, e o argumento é para valer — a menos que Ygor me diga por que é furado. Quase todos os remédios que tomamos — eu, Ygor, Gagliasso, e Tatá — foram antes testados em bichos… Esses que se mobilizam não se opõem àquele instituto em particular. Sua questão é mais geral: querem banir a prática dos testes.

Uns bobinhos provocaram: “Por que você não se oferece em lugar dos cães?”. Ora, essa proposta não deve ser feita a mim. Eu, a exemplo de todas as pessoas com os meridianos ajustados, penso que, dentro de procedimentos éticos devidamente estabelecidos, os testes e pesquisas devam continuar. Os que advogam o contrário é que têm de se apresentar como campo de prova, ora… Em alguns casos, se saírem do laboratório latindo, já será um ganho para a humanidade. 

Sim, eu acho que esses bacanas que se agarram a qualquer causa que pareça popular — o pior é ver importantes setores do jornalismo nessa areia — devem dar o exemplo. Se Gagliasso, Tatá ou qualquer uma das celebridades ou subcelebridades quiserem, sei lá, lavrar em cartório a promessa de que jamais usarão qualquer substância alopática, incluindo maquiagem — sim, também se usam animais para testar certos produtos cosméticos; não era o caso do Royal —, publico aqui.

De resto, Ygor, é bom não perder de vista a questão inicial. Antes de me posicionar sobre as pesquisas, tratei de uma questão não menos importante: aquelas pessoas cometeram crimes: Invadiram e depredaram propriedade privada, destruíram material científico e roubaram animais.

Eu costumo, sim, atacar criminosos e pessoas que fazem a apologia do crime. No caso das celebridades e subcelebridades, até que peguei leve. Relevei a ignorância que costuma, na espécie, acompanhar a saliência. Mas estou aberto a ouvir um bom argumento em defesa da delinquência que redime. Havendo algum, será uma pequena revolução moral.

Por Reinaldo Azevedo





23/10/2013 às 4:18


Esse é o número de páginas deste blog visitadas nesta terça.Por Reinaldo Azevedo

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23/10/2013 às 4:14


Ai, ai…

Nesta terça, Dilma perorou sobre o superioridade do modelo de partilha para o petróleo, contra todas as evidências. Ganhou quase dois minutos no Jornal Nacional só para explicar que ele e melhor porque permite que o país fique com parte do petróleo — como se, no regime de concessão, tudo nos fosse tomado… O regime no Brasil impõe uma pesada carga à Petrobras, que já está abrindo o bico. No governo e na ANP, fala-se em mudanças. A presidente veio a púbico para anunciar: não muda nada e pronto!

No setor aeroportuário, também há a obrigação da participação do Estado. Leiam o que informa a Folha. Volto em seguida.
Por Mariana Sallowicz:
Às vésperas do leilão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, afirmou ontem que é “um sacrifício” para o país cumprir a participação de 49% da Infraero nos consórcios dos aeroportos concedidos à iniciativa privada. “O modelo adotado foi esse, o que é um sacrifício inclusive para o país. Como a Infraero não tem capital, é o Tesouro que faz o aporte necessário para que os 49% sejam cumpridos”, afirmou em evento no Rio. “É um modelo que tem ônus, tem peso para o governo”, completou.

A disputa está marcada para ocorrer em novembro. No leilão anterior, em 2012, foram concedidos os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF). O edital determina que o consórcio privado ficará com 51% de Galeão ou Confins. Ele afirmou ainda que o prazo de capitalização entre a Infraero e o concessionário era diferente. “Agora quando há um aporte de capital, os dois têm que colocar no mesmo momento e a mesma quantidade.” Para o ministro, isso vai pressionar o Tesouro. “Certamente isso vai sendo avaliado e testado. Com o tempo se tende a ter uma compreensão de que existem alternativas melhores”, disse.
(…)

Voltei
É bem possível que Dilma dê um pito no ministro e anuncie que, também nesse caso, não há nada de errado e que não pode haver melhor vocação para o estado brasileiro do que se envolver com aeroportos… Apontem uma só razão, uma miserável que seja, para que o governo — que dispõe do poder de regulação e, inclusive, de cassação de concessão — se meta como empresário nesse setor. É a mesma que existe para obrigar a Petrobras a ser a operadora do pré-sal: nenhuma! É só tara ideológica que atrasa o país.Por Reinaldo Azevedo





23/10/2013 às 3:58


Pois é… Fernando Haddad não perdoa, cobra! A Prefeitura vai mesmo sangrar o bolso dos paulistanos com um mega-aumento do IPTU. O reajuste, para quase a metade dos imóveis de São Paulo, não vai se limitar a 2014. Haverá outro em 2015. Leiam o que informa Giba Bargamin, na Folha. Volto em seguida.
*
Pelo menos 1,39 milhão de imóveis da cidade de São Paulo, que correspondem a 45% do total, deverão ter novos aumentos do IPTU depois de 2014, conforme a proposta do prefeito Fernando Haddad (PT) enviada à Câmara. O dado se refere aos contribuintes que, pelo projeto, pagarão resíduos do reajuste do imposto em 2015 e, em alguns casos, também em 2016. Esses imóveis são os que tiveram valorização acima dos tetos de aumento do IPTU propostos pelo prefeito para a cobrança no ano que vem.

Os limites de reajuste do imposto para 2014 sugeridos por Haddad no projeto enviado à Câmara foram de 30% para imóveis residenciais e de 45% para os demais. A ideia era evitar reajustes excessivos num mesmo ano. Mas, na prática, os imóveis que tiveram valorização desde 2009 acima desse patamar serão cobrados pela diferença nos dois anos seguintes.

A possibilidade de cobrança do resíduo consta do projeto que atualiza a Planta Genérica de Valores dos imóveis, base da cobrança do IPTU. Vereadores articulam com Haddad a votação de uma proposta hoje para reduzir os tetos de alta do imposto para 20% (residenciais) e 35% (comerciais) em 2014. Se isso ocorrer, a quantidade de imóveis que terão resíduos nos anos seguintes aumentará.

(…)

Após anunciar a alta do IPTU, Haddad disse que parte do reajuste do imposto (na média, de 24% em 2014) acima da inflação (perto de 6%) seria usada para manter a tarifa de ônibus congelada em R$ 3 após os protestos de junho.

Comento
Fernando Haddad vai enfiar a faca no IPTU. E vai arrancar dinheiro da classe média por onde puder. É a lógica do arranca-rabo de classes. Um passarinho me contou que anda frequentando os corredores da Prefeitura a ideia da… gratuidade total dos ônibus. É isto que vocês leram: considera-se a possibilidade ainda difícil, mas não impossível. Essa ou aquela obras podem esperar — e seu alcance é sempre limitado mesmo. Um posto de saúde tem efeito num determinado raio da cidade. Na outra ponta, ninguém sabe. O mesmo vale para obras de zeladoria. Quem não e beneficiado por ele a ignora.

Já a gratuidade… Aonde quer que um ônibus chegue, ela chega junto. Entre passe estudantil, vale-transporte, gratuidade para idosos etc., paga a tarifa inteira muito menos gente do que se supõe. Haddad precisa dos cofres cheios. Dilma promete ajudar. Se for reeleita, o que é bem possível, tudo pode ficar mais fácil.

Elevar o IPTU nos cornos da Lua é uma das alternativas. A primeira consequência, acreditem, é a elevação dos aluguéis. Ou o proprietário dilui no preço ou larga o carnê na mão do inquilino. Como o reajuste do IPTU será maior nas áreas mais valorizadas — em bairros melhores, contíguos ao Centro —, a decisão acaba empurrando ainda mais gente para a periferia. Essas pessoas se tornam ainda mais dependentes dos ônibus. Se forem de graça, tudo bem!

Aumentar o IPTU na proporção em que fará o prefeito é o tipo de coisa que constitui justiça social apenas aparente. Não empobrece os ricos, como gostariam alguns, não enriquece os pobres, como poderiam esperar outros, mas torna mais difícil a vida dos remediados. É esperar para ver.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 23:00


A greve dos professores, na prática, acabou. Agora, deve acabar, também, para todos os efeitos, aquilo a que os partidários do PSOL chamam greve, que é coisa bem distinta. Qual é o ganho que tiveram? Não terão descontados os dias parados. Os descontos já feitos serão ressarcidos. Mas isso tem um preço: a reposição das aulas. Não tem mais essa história, na cidade, de fim do plano de carreira e, no estado, de reajuste acima do já concedido.

Ou seja: na prática, fica-se com aquilo que já se tinha antes, exceção feita aos descontos. Em tese ao menos, esse dinheiro não vem de graça: terá de haver reposição. Mas ficam as perguntas óbvias: quando isso seria feito? No recesso do fim do ano?

É evidente que, na prática, não haverá nada. O dinheiro virá de graça. Os únicos prejudicados são os alunos pobres, aqueles que os esquerdistas da Zona Sul só veem nos semáforos ou quando fazem uma excursão ao morro, em algum “esquenta” à moda Regina Casé. Sabem como é… Todo socialista tem de ir aonde o povo está — desde que o povo, depois, fique por lá.

Ao Estado e ao Município, depois que Luiz Fux resolveu se comportar como juiz do trabalho, não restava alternativa. Tiveram de aceitar o acordo, ainda que isso signifique, e significa, premiar a delinquência política do PSOL e do PSTU.

Notem bem o que fez Fux: transformou o STF — como se o tribunal já não tivesse serviço em excesso — em câmara de arbitragem de questões trabalhistas. É o fim da picada! Doravante, toda greve vai parar no tribunal. Faça o grevista o que for, qualquer reação do ente estatal será considerada uma agressão ao direito constitucional à greve — como se esse direito fosse ilimitado.

Fux fica com a fama de conciliador. A delinquência grevista dará um jeito de cantar vitória. E os estudantes pobres que se explodam. Quando o PSOL construir o socialismo, eles serão recompensados com a promessa de um futuro brilhante.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 22:37


Na VEJA.com. Comento no próximo post:
Terminou em acordo a reunião de conciliação entre representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), prefeitura e governo do Estado do Rio de Janeiro, promovida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta terça-feira. Após quase cinco horas de conversa, ficou acordado que não haverá corte do ponto nos salários dos grevistas, mas os dias parados deverão ser repostos. Segundo Fux, município e Estado deverão devolver os valores descontados e, se a paralisação – que dura 76 dias – não for suspensa, os professores “não poderão mais contar com a colaboração” do STF. Uma assembleia nesta quinta-feira deve confirmar se eles voltam ao trabalho.

A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio de nota, que as aulas devem ser retomadas na sexta. Caso isso não aconteça, o ponto será cortado. O estado não cedeu em relação à redução da jornada dos funcionários administrativos de 40 para 30 horas de trabalho. Também ficou definido que não haverá novos reajustes, porque o governo aumentou o salário dos profissionais em 8% este ano. De ganhos para o sindicato, ficou o acerto de que o Sepe participará do Grupo de Trabalho formado para discutir a viabilidade de o professor ter apenas uma matrícula – e parar de fazer jornadas duplas ou triplas. Outro ponto acordado é a revisão do Plano Estadual de Educação em 2014.

O secretário da Casa Civil da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, confirmou que o município vai ressarcir os descontos já aplicados no cartão de ponto dos grevistas. “O interesse não é prejudicar os servidores. A prefeitura fez mais de dez reuniões, construiu acordos, mas a categoria decidiu não voltar ao trabalho”, declarou. Em evento realizado no início da tarde, o prefeito Eduardo Paes já havia afirmado que a rede municipal voltou a funcionar normalmente e que o índice de faltosos está dentro do normal. “A greve acabou na prática. Estamos com um nível de ausência muito irrelevante”, declarou, após fazer uma apresentação no Fórum Exame de Infraestrutura, no Rio.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 22:31


Comentei aqui a triste sina de um pobre inconformado, que não acredita nos números deste blog. Tadinho! Já deve estar lá todo comovido, como em certo poema de Tarso Genro… Antevi que poderíamos passar das 250 mil páginas visitadas hoje. Pois é. Já era! 254.088 às 22h27. Depois informo o número final.

Escrevi aqui outro dia que um botequinho de um tio meu, na periferia do mundo, tinha uma plaquinha: “Agradecemos a Preferência”. Havia outra — na verdade, um azulejo: “Não inveje o meu sucesso; trabalhe!”.

Vai trabalhar, sujeito! É uma vergonha ser tão irrelevante contando com a máquina oficial jogando a favor. Consegue perder feio até para analfabetos funcionais. Note que não me refiro a analfabetismo moral. Nesse caso, ninguém por aí se destaca, se é que consigo não ser muito sutil…Por Reinaldo Azevedo

Tags: blog, leitores




22/10/2013 às 20:32


Para citar o new kid on the black bloc Caetano Veloso (no tempo em que ele podia despertar interesse e não estava a arbitrar, de maneira errada, sobre direitos fundamentais), o petismo “me enche de alegria e preguiça”. De “alegria” porque sinto satisfação intelectual ao ver a realidade desmascarar algumas de suas teses consideradas verdadeiras cláusulas pétreas do bem. Explico a satisfação: quase sempre, pessoas sensatas advertiram que se estava a fazer a escolha errada. E eles reagiram como? Acusando o crítico de reacionário, conservador, vendido, essas delicadezas. Mas me enche de preguiça também porque eles não mudam. A cada pouco, lá estão com uma nova ideia salvadora. Sim, há também alguma indignação porque, nessa toada, o país patina.

Vamos ver o caso do modelo do pré-sal. Muita gente (até eu, que nunca vi de perto um poço de petróleo; não é preciso) advertiu que o modelo de partilha, como estava sendo pensado pelo governo, afastaria investidores. Mais: ficou evidente, com todas as letras, que nada havia de errado com o sistema de concessões até então vigente. Ou não foi com ele que se chegou ao pré-sal e perto da autossuficiência? Não só isso: ainda que se quisesse a partilha — parte do petróleo excedente fica com a União —, não era necessário que a Petrobras fosse, obrigatoriamente, a operadora. O PT dizia que sim. E chamava de entreguista quem pensasse o contrário. Segundo a candidata Dilma, quem se opunha ao modelo da petezada queria entregar o “filé-mignon aos gringos”. Arghhh…

Pois bem. Abaixo, há uma entrevista de Helder Queiroz, diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), concedida à VEJA.com. Ele aponta, claro!, o êxito do leilão do Libra, mas, vejam só:
a: afirma que, de fato, não havia nada de errado com o sistema de concessão;
b: admite que se pode rever essa história de a Petrobras ser necessariamente a operadora.

Vale dizer: os elementos essenciais sobre os quais o PT construiu o discurso eleitoral de 2010 podem ser mudados. Mas, como não há leilão do pré-sal à vista neste ano ou no ano que vem (só em 2015), não se toca no assunto antes das eleições de 2014. E a petezada continuará a exaltar o seu modelo “nacionalista”, que afastou o capital privado e certamente conduziu o país a um mau negócio. Já que era para ser regime de partilha, é claro que, com concorrência, a União teria direito a mais barris de petróleo do que terá agora. Leiam a entrevista concedida a Talita Fernandes.
*
O leilão do Campo de Libra ocorreu na última segunda-feira em meio a protestos e suspense sobre qual seria o consórcio ganhador. No final, não houve competição e o grupo formado pela Petrobras, as chinesas CNPC e CNOOC, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell arrematou a área com um único lance. A expectativa da presidente Dilma é que Libra renda mais de 1 trilhão de reais ao país nos próximos 35 anos. Mas o fato de ter havido apenas um consórcio disposto a fazer uma proposta pela área considerada ‘o tesouro’ do pré-sal suscitou questionamentos sobre a eficácia do regime de partilha. Segundo o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Helder Queiroz, pode haver mudanças. “O regime de partilha, em si, não muda. Mas o design do leilão, eventualmente, sim”, afirmou, em entrevista ao site de VEJA.

A exigência da Petrobras como única operadora do campo é apontada pelo setor privado como uma das razões do pouco interesse. E Queiroz tampouco descartou a possibilidade de a estatal perder a exclusividade, apesar de reconhecer que será necessário um movimento político. “Sempre há espaço para melhorias. Não se sabe se isso, exatamente, vai mudar. Como está na lei, é preciso haver um debate no Congresso para que haja qualquer alteração”, afirmou. Confira trechos da entrevista.

O leilão de Libra foi alvo de várias críticas, sobretudo pelo fato de haver apenas um consórcio concorrendo. Qual balanço o senhor faz do evento?
O balanço é muito positivo e por várias razões. Uma delas é que a qualidade do consócio é muito boa. Ele dá segurança para o desenvolvimento do pré-sal no longo prazo. Além disso, há a confiança de que temos empresas com capacidade técnica, operacional, financeira, tecnológica e de capital humano para repartir lucros e riscos. A estrutura foi interessante e demonstrou que o contrato de partilha está muito equilibrado. Esse modelo oferece incentivos tanto para estatais (chinesas), quanto para as empresas privadas e para Petrobras, que aportou 10% acima do exigido. Além disso, o regime oferece participação governamental significativa para o governo.

Mas o óleo-lucro foi o mínimo exigido, de 41,65%.
O valor mínimo já dava segurança de participação alta para o governo. É um valor bastante acentuado que vai dar retorno de 75% ou pouco mais se considerarmos os dividendos pagos ao governo pela Petrobras. No fundo, a questão da competição se dá em níveis diferentes. A partir do momento que uma empresa se apresenta, quer dizer que elas já estão disputando entre si para a formação do consórcio. O que nós vimos foi a formação de um ‘superconsórcio’, que deu conforto a todos nós em termos da garantia da segurança do desenvolvimento do projeto, mas, por outro lado, inibiu a formação de outros.

O modelo de partilha foi criado para aumentar a participação do estado, mas também foi criticado por espantar o setor privado.
Cada país tem um modelo regulatório. Pode-se ter uma concessão com um modelo de contrato ruim. Não existe superioridade, entre os estudiosos, do regime de partilha sobre o de concessão, ou vice-versa. O interessante é ter um contrato atrativo, que remunere empresas e com participação estatal compatível com o que está sendo licitado. O modelo de concessão das bacias de petróleo do Brasil é um deles — e nós queremos que o regime de partilha também seja.

A presidente disse nesta terça que não pensa em mudar o regime de partilha, apesar das críticas.
O regime envolve contrato. O contrato como está hoje não afastou a participação das privadas. Ele pode melhorar, sim, mas temos de testar. O regime em si não muda, mas o design do leilão, eventualmente, pode ter mudanças. Nós vamos estudar, sobretudo, as relações dessa estrutura de governança que vai ser criada no limite operacional. Por essa razão, não se pretende, em dois ou três anos, fazer uma nova concessão do pré-sal.

O fato de a Petrobras ser gestora única é apontado como motivo que afugentou outras empresas. O senhor concorda?
Daqui para frente temos de pensar nessa questão e tirar as lições (desse leilão). Para a área de Libra, acho que não houve perda porque a Petrobras conhece como ninguém essa área, que é muito interessante. O que denota o interesse da estatal é que ela aportou mais 10%, além do mínimo. Foi um primeiro leilão, mas aperfeiçoamentos são requeridos, assim como foi feito nas concessões, desde a primeira rodada até agora.

Então não se exclui a possibilidade de acabar com a exigência de que a Petrobras seja a operadora única do pré-sal?
Sempre há espaço para melhorias. Não se sabe se isso, exatamente, vai mudar. Como está na lei, é preciso haver um debate no Congresso para que haja qualquer alteração. E isso ainda não está sendo feito porque o leilão terminou há 24 horas apenas.

O senhor concorda com o discurso da presidente de que o Campo de Libra não foi privatizado?
Eu costumo chamar privatização, pela minha origem acadêmica, quando existe uma venda de um ativo de uma empresa com CNPJ para outro. Quando há troca de um ativo da estatal – como a Vale – para privada. O leilão de Libra não é isso. É uma licitação, um direito outorgado para empresas de explorarem uma atividade nova. Isso não é privatização, mas eu não tenho preconceito nenhum com o termo. Na minha visão, rigorosamente falando, é uma concessão de um serviço.

Foi uma surpresa as chinesas não serem as majoritárias?
Se especula muito. Estive na China e vi o interesse das chinesas, mas não teria condição de apostar que elas ficariam sozinhas. O processo de formação de consórcio é um jogo entre elas. Uma surpresa agradável foi ter Shell e Total, duas empresas com qualidade operacional elevada.

Quais são os próximos desafios?
Agora é a hora de regular o contrato. Assim que ele for assinado, começam as atividades concretas de exploração. Será preciso traçar um plano e a ANP observará, como reguladora, de que forma as atividades dentro do programa exploratório são executadas. Vamos continuar o que está sendo feito: estudar, melhorar o grau de conhecimento geológico do pré-sal, fazer novos estudos.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 19:51


Um não sei quem aí, me dizem — não li e não lerei —, parece desconfiar do número de visitas desta página. Deve imaginar que imito uma estrutura criminosa que hoje funciona na Internet e que dispõe de ferramentas e estrutura para multiplicar artificialmente leitores e comentários. Um dia virá a público, acho eu. Pois é… A Abril tem instrumentos técnicos para saber se fico a gargantear inverdades. Hoje, tudo indica, passaremos das 250 mil páginas visitadas de novo (até agora, 208.298, informo àquele ser aflito…). Ora, não leio o sujeito em questão; ele, a julgar pela frequência com que me ataca, segundo fico sabendo, me lê. Isso parece dizer alguma coisa. Diz também como o ódio e o ressentimento são fiéis — mais do que o amor e a admiração, costumo dizer. É espantoso que o sujeito, que já passou há muito da idade da razão, em vez de tentar conquistar seus próprios leitores, com valores afirmativos, se contente com as raspas e as sobras da reação que chuto deste blog todos os dias. Agora mesmo, ao ler este texto, deve se lambuzar todo: “Ele só pode estar falando de mim, ele só pode estar falando de mim…”. Vida miserável para quem tinha a si mesmo em tão alta conta, embora, é bem verdade, todos à volta discordassem… Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 19:27


Não tentem alguns encontrar chifre em cabeça de cavalo. Só li agora os posts de Ricardo Setti (16h17) e Augusto Nunes (18h20) sobre a não transmissão, pela TV Brasil, da entrevista de Marina Silva ao programa “Roda Viva”. Escrevi a respeito às 17h43. Fisicamente, poderia ter lido o primeiro, não o segundo. Ainda não desenvolvi a habilidade de adivinhar o que outros vão escrever, embora, às vezes, seja facílimo — não nos casos de Setti e Augusto, sempre surpreendentes. Mas o fato é que só tomei conhecimento de ambos há dois ou três minutos, já por intermédio da pena de alguns futriqueiros.

Vamos lá. Os meus colegas de trabalho sabem que não sou do tipo que manda recados oblíquos ou age à socapa. Quando tenho algo a dizer, digo. Se algo me desagrada, idem. Quando gosto, digo “gosto”. Quando não, “não”. De resto, quem disse que pertencemos a uma seita?

Augusto sugere em seu texto que a explicação dada pela TV Brasil não convence e pergunta, sobre a alegação oficial: “Alguém acredita nisso?”. Bem, eu já escrevi a respeito e disse que acredito — refiro-me a essa explicação apenas. E expus os motivos. Como a não transmissão na segunda, qualquer que seja o motivo, amplia a repercussão da transmissão nesta terça — e como avalio que a turma da TV Brasil é capaz de concluir isso sozinha —, não vejo razão para a tramoia.

“Põe a mão no fogo, Reinaldo?” Só pela minha santa mãezinha — e, ainda assim, não em todas as situações. Às vezes, ela conspira com as minhas filhas contra mim, já que é mais, digamos, “liberal” do que eu. Os avós sempre são. Não vejo a hora de chegar a minha vez. Volto ao ponto.

Nelson Breve, que manda por lá, não deve supor que a audiência da TV Brasil seja inexpressiva a ponto de ninguém ficar sabendo de uma tramoia dessa natureza. Por inexpressiva, evitar a transmissão para quê? Para que Marina pudesse posar de heroína? Eu adoraria que os petistas cometessem, com frequência, erros dessa natureza. Mas, infelizmente, eu os considero um pouco mais hábeis do que isso.

“Rá, rá!!! Então você discorda de Setti e Augusto, né?” Sim, discordo. E daí? Se e quando a gente decidir montar uma seita qualquer, em que todos sejam obrigados a pensar a mesma coisa, eu aviso. Mas já vou deixando claro: só abandono o catolicismo se for para ser o papa da nova religião. Como acho que os outros dois não concordariam, a nova religião já começaria pelo cisma… Não creio que pudesse dar certo. Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 18:46


No Brasil, hoje em dia, tudo termina numa luta do mal contra o bem, “das elite” contra o povo, dos fortes contra os fracos, dos opressores contra os oprimidos… A estrutura é sempre a mesma, variando as personagens. Não é de estranhar que alguns pretendam levar adiante a luta dos humanos contra os animais. Observem que, na polarização, destaco primeiro os “maus”. Para que a gesta tenha sentido e possa fabricar os heróis, é preciso que se atribua a iniciativa do ataque aos “mais poderosos”. Só assim se pode justificar, então, a violência dos “oprimidos” ou daqueles que falam em seu nome. Nesse caso, o ato violento passa a ser considerado uma “reação”. Ora, não é assim? VEJAM O QUE INFORMA A NOSSA IMPRENSA. Cansei de ler coisas mais ou menos assim: “A PM usou bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral; os manifestantes (sic) reagiram com pedras…” A PM ataca; manifestantes pacíficos reagem… Mas já me desviei um pouco. Quero chegar ao ponto deste post.

Depois de ter feito campanha político-eleitoral em rede nacional nesta segunda, a presidente Dilma voltou à carga, agora para cuidar de outro pilar de sua luta pela reeleição: o Mais Médicos, programa sancionado nesta terça, ao som de “Olê, olá, Dil-má, Dil-má.” Tudo muito solene… Não bastava, é evidente, à presidente e ao ministro Alexandre Padilha (Saúde), candidato ao governo de São Paulo, cumprir a obrigação, oficializando o programa e pronto! Nada disso! É preciso a luta, é preciso o arranca-rabo de classes, é preciso o confronto, é preciso definir os perdedores.

O governo convidou para a solenidade o médico cubano Juan Delgado, de 49 anos, um dos que foram alvos de manifestações de protestos ao chegar ao Brasil, em agosto. Delgado, no caso, desembarcou em Fortaleza. Profissionais da saúde o receberam — ele e outros tantos; não estava sozinho — com palavras de ordem contra o programa, entre elas “trabalho escravo”.

Delgado é negro. Foi o que bastou para que o governo Dilma batesse na tecla da xenofobia e do suposto racismo. Trata-se de uma mentira escandalosa. Há brancos cubanos entre os médicos — ALIÁS, SÃO A MAIORIA. Ao contrário do que supõe o senso comum, 65% dos cubanos são brancos — uma percentagem superior à do Brasil, onde, hoje, não chegam a 50%. A acusação de “trabalho escravo” nada tem a ver com a cor da pele deste ou daquele, mas com o regime de contratação. Como se sabe, Cuba receberá R$ 10 mil por mês, por cabeça. A ditadura repassará a seus doutores uma ínfima parte.

Também não se trata de xenofobia. O que os médicos queriam é que os profissionais vindos do exterior fizessem o Revalida, de que o governo os dispensou. Não se contentou com isso: tirou das entidades profissionais a prerrogativa de expedir autorizações de trabalho. Pois bem, no evento desta terça, afirmou a presidente:
“Não apenas pelo fato de ele ter sofrido um imenso constrangimento ao chegar ao nosso país, do ponto de vista pessoal e do governo, eu peço nossas desculpas a ele”.

Padilha emendou:
“Aquele corredor polonês da xenofobia que te recebeu em Fortaleza não representa o espírito nem do povo brasileiro nem da maioria dos médicos brasileiros”.

A infraestrutura do setor está uma calamidade. Em 11 anos, caiu 15% a taxa de leitos por mil habitantes; em seis anos, 41 mil leitos do SUS evaporaram por conta da tabela ridícula de serviços, mas está aí o “Mais Médicos”… Esse discurso de Padilha supostamente preservando os profissionais brasileiros é conversa para boi dormir. A premissa presente e não-declarada sobre a qual ele se assenta é a de que os médicos brasileiros não gostam, para usar uma palavra empregada por Dilma, de “apalpar” os pobres.

Se a presidente e seu ministro da Saúde quisessem paz e uma relação harmônica entre os médicos estrangeiros e os profissionais brasileiros, não faria esse discurso. Se o faz, é porque a guerra e o confronto lhes são úteis. Historicamente, é assim que o PT prospera.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 17:43


Caros,

há explicações nas quais acredito, mesmo quando vindas de áreas do governo. Até porque, como se verá, se houve alguma tentativa de feitiçaria, ficará mais cara a emenda do que o soneto. Eu atribuo ao petismo muitos defeitos, menos o da burrice. Nenhuma força política exerce o terceiro mandato presidencial, com boas chances de obter o quarto, porque é estúpida. Isso não quer dizer que eu os aprove, como é sabido.

A que me refiro? A TV Brasil deixou de transmitir, nesta segunda, a entrevista de Marina Silva ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Houve, segundo informação oficial, um “problema técnico, de polarização de sinal”, causada “por falha humana”. Diante das queixas de telespectadores, apareceu um aviso na tela informando que o programa iria ao ar hoje, às 22h, “na íntegra”.

Se houve alguma forma de sabotagem, há de se especular, então, digo com ironia, se o sabotador não é um “marineiro”, né? É evidente que o episódio contribui para despertar mais interesse pela entrevista, até porque resta no ar a hipótese conspiratória. “Ah, eles quiseram primeiro saber o que Marina disse…” Ora, ainda que quisessem, não tinham como impedir a transmissão mais tarde.

Mais: a TV Brasil tem pouquíssimos telespectadores, como é sabido. O prejuízo de uma eventual censura informal seria imensamente maior do que a transmissão. Já há Internet hoje em dia. E, convenham, onde a rede mundial de computadores não chega, o discurso de Marina, com as suas “transversalidades”, igualmente não prospera.

O que me incomoda nessa história é outra coisa. A TV Brasil custa muito caro. Tudo somado, deve raspar aí em R$ 1 bilhão por ano. Segundo a explicação oficial, um funcionário — UM!!! — não conseguiu sincronizar o sinal e foi preciso esperar o auxílio de um outro, mais experiente. Quando se resolveu o problema, a entrevista já havia começado.

Dizer o quê? Ainda bem que a TV Brasil não é um avião, né? Imaginem um piloto tendo de esperar 15 minutos por um auxílio…Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 16:58


Ai, ai… Dizem que a Luísa Mell, cuja existência a invasão do Instituto Royal revelou, andou me atacando por aí. Compreendo. Eu a critiquei aqui pelo apoio dado ao ato criminoso, e é natural que ela reaja. Só espero que não saia por aí destruindo mais pesquisas científicas. Ela deve achar que sou um homem mau, que considera natural que se torturem bichinhos. Duas googleadas, descobri que ela faz de seu, vá lá, amor uma profissão. Alô, TVs, hora de contratar. Se eu puder ser útil ao menos à sua causa pessoal, está bem pra mim.

Gosto de bichos. Já comentei aqui. Quando moleque, morando em casa, levava pra casa tudo quanto era gato abandonado, para desespero de minha mãe. Cheguei a ter 13 — além de pomba, coelho, periquito, porquinho da índia e até um macaco — sim, um macaco! — que apareceu certa feita num bambual que havia no fundo de casa. Adotei-o por uns 15 dias, até que apareceu o Corpo de Bombeiros e o levou embora. Hoje, aqui em casa, há duas cadelas, uma tartaruga e, desde a semana passada, dois hamsters, novidade de uma das filhas, que já chegou com eles. Como resistir? Sentam sobre as patinhas traseiras e levam o alimento à boca com as dianteiras. Se a gente se aproxima da gaiola, soltam pequenos guinchos, comunicam-se de algum jeito.

  • Os mais novos habitantes desta casa: Tranqueira e Mixuruca

Gostamos de humanizar os bichos, havendo, claro!, o elenco daqueles que são repelentes (ninguém quis levar os ratos que estavam no Instituto Royal). Tratá-los com doçura, simpatia e afeto pode dizer um tantinho de todos nós. Leiam, se ainda não conhecem, o conto “A Causa Secreta”, de Machado de Assis. Ali se tem o retrato de um homem que torturava ratos e, a seu modo, pessoas. Um trecho.

(…)
“E com um sorriso único, reflexo de alma satisfeita, alguma coisa que traduzia a delícia íntima das sensações supremas, Fortunato cortou a terceira pata ao rato, e fez pela terceira vez o mesmo movimento até a chama. O miserável estorcia-se, guinchando, ensanguentado, chamuscado, e não acabava de morrer. Garcia desviou os olhos, depois voltou-os novamente, e estendeu a mão para impedir que o suplício continuasse, mas não chegou a fazê-lo, porque o diabo do homem impunha medo, com toda aquela serenidade radiosa da fisionomia. Faltava cortar a última pata; Fortunato cortou-a muito devagar, acompanhando a tesoura com os olhos; a pata caiu, e ele ficou olhando para o rato meio cadáver. Ao descê-lo pela quarta vez, até a chama, deu ainda mais rapidez ao gesto, para salvar, se pudesse, alguns farrapos de vida”
(…)

Quer dizer? Não quer dizer!
Isso não quer dizer, ao contrário do que supõe a psicologia de sala de espera, que todo amigo dos bichos seja também amigo dos homens? Carlos Drummond de Andrade sintetizou a questão magistralmente no poemeto “Anedota Búlgara”:
Era uma vez um czar naturalista
que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas,
ficou muito espantado
e achou uma barbaridade.

Entenderam o ponto?
Quem invade um laboratório de pesquisa, que, segundo consta, funciona segundo as normas e a ética que regem a atividade, pode até amar e defender os animais. Essa motivação, em si, não está sob suspeita. Mas está dando, ao mesmo tempo, um testemunho supremo de desprezo pelos homens.

É compreensível e, quero crer, evidência de um avanço civilizatório que se tenha especial apreço pelos bichos que aprendemos a domesticar — eu não sou um “especista”; eu não acho que, no fim das contas, tudo é bicho, da bactéria ao ser humano (ainda escreverei a respeito). Mas também o amor se dosa, não é?, sem o quê, convenham, ele se transforma numa tirania — isso vale até para as relações pessoais.

Se os que se opõem radicalmente ao uso de animais em laboratório alegam que já existem formas alternativas de testar remédios e vacinas — infelizmente, dada a segurança necessária para uso humano, isso é mentira —; se querem mudar a legislação pertinente, que se organizem, então, para isso. O que não pode, o que não é aceitável, é sair por aí a cometer uma penca de crimes.

Quantas pessoas padecerão terrivelmente por conta daquela ação absurda? Quanta gente deixará de ter acesso a um remédio mais barato por conta daquele, vá lá, excesso de amor?

De resto, insisto que aqueles que se opõem à pesquisa com animais com tal energia não podem ser usuárias dos benefícios que essa prática proporciona. E isso quer dizer que essas pessoas têm de rejeitar os medicamentos alopáticos. Têm é de tentar negociar com os companheiros estafilococos.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 15:19


Em sete anos de blog, creio que jamais recebi tantos ataques, xingamentos, ameaças e maldições como agora. Tudo por causa do “Sequestro dos Beagles”, o que pode render um filme de aventura para adolescentes. Variante: “Os 178 Beagles”. Para o papel de Malvina Cruela, a gente escolhe uma cientista cuja malvadeza maior é investir no desenvolvimento de um remédio de combate a formas de câncer.

É o tal “Supermercado das Causas”. Escolha a sua e não negocie com ninguém. Vai proteger cãezinhos? Invada, quebre, roube — se algum humano tentar impedi-lo, mate-o. Cães são inocentes. Humanos são sempre culpados de alguma coisa. Quer moradia? Deprede, queime, parta pra porrada. Quer passagem gratuita de ônibus, trem e metrô? Bem, amigo, você já sabe o caminho.

É claro que os que se manifestam no terreno da racionalidade são em maior número. Mas os dias andam simpáticos à barbárie. Recebo algumas manifestações de eleitores — prefiro pensar que sejam apenas isso — do deputado tucano Ricardo Tripoli (SP), o que decidiu “adotar” dois dos cães sem autorização dos donos. O partido, até agora, está mudo sobre a atuação absurda de dois de seus representantes (o outro é o deputado estadual Fernando Capez-SP). Esses eleitores fazem associações as mais absurdas.

O mais espantoso é que alguns blogueiros delinquentes, em busca de visibilidade e page views, praticamente convidam seus eventuais leitores ao ataque. Se eu estou contra a censura a biografias, eles podem passar a condescender com ela. Para eles, atacar-me é mais importante do que defender a liberdade de expressão. Se critico a ação obscurantista de supostos defensores de animais, então eles dizem que a coisa até pode fazer sentido. Mais importante do que proteger uma pesquisa científica, para essa gente, é tentar me linchar. Vou me declarar aqui a favor da Lei da Gravidade. Daqui a pouco, eles começam a dizer que isso é mera questão de opinião e que só afirmo a sua validade porque sou mesmo um reacionário…Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 14:53


Caros, há quase 600 na fila. Daqui a pouco, a mediação será retomada.Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 6:52


Por Reinaldo Azevedo





22/10/2013 às 6:46


A presidente Dilma Rousseff usou a rede nacional de rádio e TV para fazer um pronunciamento sobre o leilão do campo de Libra. É evidente que é um despropósito. Qual era a matéria urgente que ela tinha a comunicar? Que tipo de serviço prestou que a imprensa já não tivesse prestado? Esclareceu o quê? Tratou-se de uma fala escancaradamente eleitoreira, em desacordo, de resto, com os fatos e com doses estupendas de sonho.

Os especialistas no Brasil e a própria imprensa internacional tiveram de reconhecer o que salta aos olhos: o leilão, com um único consórcio, não foi bem-sucedido. Algumas das gigantes simplesmente não se interessaram, e a partilha saiu pelo mínimo estabelecido: 41,65% do excedente ficam com a União. Já se falou muitas coisas das petroleiras gigantes, menos que não sabem ganhar dinheiro. Se Libra fosse mesmo essa oportunidade de ouro, é evidente que a concorrência teria sido acirrada. Não foi. Já se falou aqui e em toda parte dos motivos. Assim, prestemos um pouco de atenção ao discurso da presidente (íntegra aqui).

Dilma começou chamando o leilão por aquilo que ele não foi: “um sucesso”. Ah, bom: então agora a gente começa a entender a razão do pronunciamento. A presidente queria falar aquilo que a imprensa séria não diria mesmo. Leilão a que comparece um único consórcio, no qual a Petrobras é obrigada a aumentar a sua participação de 30% para 40% — ou nada feito! — não é, obviamente, bem-sucedido. A coisa foi toda atrapalhada. Os tucanos poderiam, por exemplo, apontar os erros. Em vez disso, já ouço vozes aqui e ali: “Estão vendo? Eles fizeram como nós… Eles também privatizam…”. Acabam, sem querer, vendo um sucesso onde houve um mico.

Dilma contou com muitos bilhões de ovos na barriga da galinha. Não! Dilma contou mais de um trilhão! No momento mais entusiasmado da sua fala, mandou brasa:

“Nos próximos 35 anos, Libra pagará os seguintes valores ao Estado brasileiro: primeiro, R$ 270 bilhões em royalties; segundo, R$ 736 bilhões a título de excedente em óleo sob o regime de partilha; terceiro, R$ 15 bilhões, pagos como bônus de assinatura do contrato. Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão. Repito: mais de R$ 1 trilhão.”

A presidente sabe exatamente quanto petróleo tem em Libra, conhece o ritmo da exploração — o resto do mundo não conta —, sabe qual será o valor do barril, sabe quanto será investido. O importante era ultrapassar o número mágico de R$ 1 trilhão. Multiplicados os pães, que é a parte mais difícil, distribuir é fácil: R$ 736 bilhões para saúde e educação e R$ 368 bilhões para o combate à pobreza etc. e tal. A conta aqui já chegou a R$ 1,104 trilhão.

Estamos em plena campanha eleitoral. No passado, os candidatos faziam propostas para os quatro ou cinco anos seguintes. Dilma chegou à metade do século praticamente — 2048. Lula se encarregará, na campanha, de fazer anúncios para a outra metade.

A presidente afirmou ainda: “Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é bem diferente de privatização”. Não entendi a conta. O consórcio repassará 41,65% do excedente para a União; os outros 58,35% ficam com ele. Dessa sobra, a Petrobras tem direito a 40% (23,34%). União mais Petrobras terão 64,99%. Talvez dados novos que venham à luz expliquem como chegar aos 85%.

E a presidente encerrou, depois de anunciar o futuro glorioso: “Que Deus continue abençoando o Brasil!”.

O discurso de Dilma abriu a campanha eleitoral de 2014. Contra lei, é claro!Por Reinaldo Azevedo








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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905