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sábado, 15 de fevereiro de 2014

FELIPE MOURA BRASIL






VEJA

/ Blogs e Colunistas






14/02/2014 às 21:06 \ Brasil


1.

Todo político parceiro de bandido diz que tem uma história de luta.

2.

No Brasil, quem fala em “verdadeiros criminosos” normalmente está tentando aliviar, diluir ou imputar a outros a culpa de algum.

3.

A esquerda trata terrorista como manifestante e, quando aparece o efeito mais do que previsto do terror, acusa a direita, a “classe média”, a polícia e os “governantes” de não distingui-los, até o ponto de um militante afirmar que, para esses, “os manifestantes (todos) viraram assassinos”. O nível de cinismo necessário para dizer isso é de fazer inveja a qualquer psicopata. Compactuar com crimes é só consequência. Essa gente compactua é com o capeta.

4.

O que denunciei aqui, aqui e aqui virou matéria no Globo Online: Membro da executiva do PSOL propõe diálogo com a tática dos Black Blocs em texto, completo eu a manchete, retirado do site do partido um dia após a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade.

Comento a explicação psolista trazida pela matéria:

(…) Procurado, o presidente nacional do PSOL, Luíz Araújo, afirma que o texto foi retirado do ar porque estava sendo mal interpretado.

Mal interpretado uma ova! O texto era claríssimo em sua pregação do diálogo e da convivência do PSOL (o Partido Submisso às Orientações de Lenin) com os Black Blocs como estratégia política. Por isso mesmo, foi retirado do ar. Estava sendo “interpretado” por aquilo que era.

Segundo ele, o artigo reflete a opinião pessoal de Edilson Silva, não a posição oficial do partido.

A menos que “posição oficial do partido” seja o que Luíz Araújo, Chico Alencar e companhia alegam a posteriori, a “posição oficial” do PSOL era ainda pior que aquela pregada por Edilson Silva. Ela incluía a aliança com os Black Blocs na greve dos professores do Rio, além da convivência respeitosa com sua tática sem o menor sinal de condenação explícita, conforme o próprio militante do partido Cid Benjamin confessou em seu Facebook. Marcelo Freixo chegara até a declarar: “Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si.”

- A gente achou que não tinha sentido ficar alimentado esse tipo de uso. Não é uma posição oficial, a gente tirou para evitar essas interpretações.

Enquanto a ideia do diálogo com os Black Blocs servia ao partido, o texto ficou no ar. Depois que pegou mal, o texto foi retirado. É só isto. O resto é puro vitimismo cínico.

Há uma campanha muito grande para dizer que a gente está financiando esse movimento.

Não há “campanha” coisa nenhuma. Há provas de que os vereadores Renato Cinco e Jefferson Moura, ambos do PSOL, financiaram um ato realizado por esse “movimento” no dia 24 de dezembro, batizado “Mais amor, menos capital”.

Nós discordamos dessa prática, somos um partido que acredita nas manifestações sociais e achamos que esses atos afastam as pessoas das manifestações – afirmou Araújo.

“Acham” isso, publicamente, agora que os terroristas explodiram a cabeça de um inocente pai de família, em pleno exercício de sua profissão. Mas assim como o presidente do PSTU do Rio de Janeiro, Ciro Garcia, que afirmou que o partido se opõe à “metodologia” Black Bloc “por acreditarmos que ela serve à própria burguesia, que não quer as pessoas nas ruas”, Luiz Araújo parece preocupado em condenar essa “prática” porque ela afasta as pessoas das manifestações, não porque ela resulta eventualmente em miolos espalhados pela calçada.

Psolista é assim: quando se explica, só faz manifestar mais uma vez a sua moral “Black Bloc”.

5.

Os editores responsáveis pela enquete da Carta Capital são como aquelas crianças que, quando estão perdendo o jogo, no mínimo furam a bola.

Toda a esquerda é assim.

6.

Em breve nos cinemas:

PSOL e Carta Capital: Brilho eterno de dois sites sem lembranças.
Felipe Moura Brasil – http://www.veja.com/felipemourabrasil

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14/02/2014 às 15:48 \ Cultura



“A Bélgica aprovou nesta quinta-feira a eutanásia em crianças de qualquer idade com doenças terminais”, informa a VEJA.com, como se elas tivessem discernimento o suficiente para opinar sobre algo tão definitivo e fosse assim uma grande conquista civilizatória que pais, médicos e um psicólogo ficassem encarregados de comprovar esse suposto discernimento – o que, na prática, pode gerar tentativas conjuntas de convencer a criança – para autorizar a morte das ditas-cujas.

“É possível, sim, que a lei acabe sendo pouco, sei lá como dizer, ‘acionada’”, como já observou Reinaldo Azevedo, mas isso certamente é o de menos, observo eu, para pedófilos e militantes pró-pedofilia do mundo inteiro que agora poderão alegar: “Se as crianças já podem escolher algo tão definitivo quanto a morte, por que não poderiam escolher algo tão efêmero quanto o sexo?” Vai ver, com a aprovação dos pais (num primeiro momento), também está tudo bem.

A cultura da morte não traz apenas a morte. Traz também toda sorte de imoralidades à vida.

Felipe Moura Brasil – http://www.veja.com/felipemourabrasil

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13/02/2014 às 21:38 \ Cultura



1.

Marcelo Freixo sobre Black Blocs, antes da morte de Santiago:

“Vários movimentos têm vários métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si.”

Marcelo Freixo sobre Black Blocs, depois da morte de Santiago:

“Sou totalmente contra a violência, como método e como princípio.”

No PSOL é assim: o cadáver faz o juiz.

[Repercussão no Facebook - aqui.]

2.

Edilson Silva, da Executiva Nacional do PSOL, no site do partido, antes da morte de Santiago:

“(…) Para quem pretende mudar o mundo de verdade, não deve parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos da esquerda coerentes, como o PSOL, dialogando com a tática Black Bloc, respeitando todas as táticas e o máximo possível as sensibilidades mais positivas da opinião pública e da consciência das massas, respeitando-a e sem capitular a ela, como defendia Lênin; ou disputando a hegemonia, como teorizava Gramsci, fazendo desta consciência social mais um aliado na construção de uma sociedade mais próxima da que precisamos. Talvez esteja aí o nosso desafio nesta questão da tática Black Bloc.”

O artigo de Edilson Silva pregando o diálogo e a aliança do PSOL (pelo visto, o Partido Submisso às Orientações de Lenin) com os Black Blocs como estratégia política foi retirado do site do partido – conforme denunciei aqui e aqui – no dia seguinte à morte de Santiago – aquele cinegrafista da Band, diga-se, que, segundo o Sindicato dos Jornalistas do Rio presidido pela militante do PSOL Paula Mairán, ex-assessora de Freixo e coordenadora de sua campanha à Prefeitura do Rio em 2012, “não estava preparado para enfrentar um risco como esse”.

No PSOL é assim: morre um inocente assassinado, apagam-se os vestígios da aliança com os terroristas – e ainda se atribui parte da culpa à própria vítima.

3.

Chico Alencar, deputado federal do PSOL, depois da morte de Santiago:

“Nunca dialogamos ou fizemos acordo com grupo minoritário e de orientação anarquista como os Black Blocs. Discordamos da tática e desconhecemos a estratégia. Temos que demarcar com mais nitidez essas posições diferenciadas.”

Financiadores dos Black Blocs, segundo planilha repassada por Elisa Quadros, a “Sininho”, em grupo fechado no Facebook, e divulgada pelo site de VEJA nesta quinta-feira, referente a um ato realizado pelo grupo no dia 24 de dezembro, batizado “Mais amor, menos capital”:


Os vereadores Jefferson Moura e Renato Cinco, apontados como doadores de 400 reais e 300 reais, respectivamente, são políticos do PSOL (sendo a esposa de Marcelo Freixo, Renata Stuart, assessora de comunicação do mandato de Cinco).

No PSOL é assim: “nunca dialogamos”, só pregamos o diálogo e… financiamos de uma vez.

4.

Nota do Sepe – Sindicato Estadual dos Professores de Educação, controlado pelo PSOL e pelo PSTU, por ocasião da greve dos professores que tiveram os Black Blocs como aliados,inclusive na violência, muito antes da morte de Santiago:

“Defendemos incondicionalmente os Black Blocs das ações policiais”.

Nota oficial do PSOL depois da morte de Santiago:

“Nosso partido apoia de forma irrestrita o direito à livre manifestação e recrimina a postura repressiva do aparato estatal. Mas ao mesmo tempo, não concorda e nem participa de ações efetuadas por pequenos grupos [como os Black Blocs] presentes em alguns atos.”

No PSOL é assim: “não concorda e nem participa”, só se alia na baderna.

5.

Crítica de Cid Benjamin, militante do PSOL, ao próprio partido e suas figuras proeminentes (como Freixo, eu diria) depois da morte de Santiago:

“(…) o PSOL e algumas de suas figuras públicas devem tirar do caso uma lição: não basta ficar em declarações contra a violência em geral, como tem sido feito até aqui. [A rigor, nem isso foi muito feito...]

Já devia ter havido uma condenação clara e explícita da prática desses grupos que, a pretexto de estarem combatendo o capitalismo, depredam agências bancárias, bancas de jornais e equipamentos públicos, como sinais de trânsito e pontos de ônibus. E levam rojões e outros artefatos explosivos para manifestações.

Deve ser dito, inclusive, que em alguns casos eles provocam a polícia (…).

No PSOL é assim: alguém sempre sabe que os outros dissimulam.

6.

Não. O PSOL não “reconhece erro”, como afirmou a reportagem do Estadão. O PSOL aplica um método, exposto no artigo de Edilson Silva.

Como estratégia política, seus partidários dialogam, apoiam “incondicionalmente” e até financiam os terroristas Black Blocs, mantendo-os, de uma forma ou de outra, sempre “JUNTOS” (nome, aliás, do movimento liderado pela psolista Luciana Genro supostamente contra o aumento das tarifas de transporte público). Depois, se aparece um cadáver, dizem no máximo que não foram muito “explícitos” ou reagiram de “forma tímida”.

É a moral do PSOL. É a moral de Marcelo Freixo. É a moral socialista.

Felipe Moura Brasil – http://www.veja.com/felipemourabrasil

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12/02/2014 às 17:54 \ Brasil



1.

A culpa é da esquerda, ela coloca em quem quiser.

2.

País seguro é aquele em que “fazer justiça com as próprias mãos” é só tocar uma punheta.

3.

“Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.” Êxodo 22:2

…Mas será culpado pelos esquerdistas, que ainda acusarão a bíblia de fazer apologia do crime.

4.

  • Os (aliados dos) corruptos são contra a corrupção.
  • Os (aliados dos) violentos são contra a violência.
  • Os (aliados dos) terroristas são contra o terror.
  • Os (aliados dos) traficantes são contra o tráfico.
  • Os (aliados dos) assassinos são contra o assassinato.
  • Os (aliados dos) baderneiros são contra a baderna.

E por aí vai…

Todos são contra crimes e tumultos abstratos, ao mesmo tempo em que são ou apoiam os agentes que os concretizam.

Quando aparece um cadáver, eles nunca o viram mais gordo.

5.

Quando vocês acharem que o Brasil vai mal, olhem (se quiserem ter certeza) o Feed do Instagram. Lá, está sempre tudo bem.

João Oliveira: No Instagram todo mundo é lindo, o PT não existe etc.

Felipe Moura Brasil: PT, no Instagram, é um código para Piscina e Tacinha de champanhe.

****

Veja também as notas:


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11/02/2014 às 20:28 \ Cultura



O nome da escritora e imortal da ABL Nélida Piñon é um anagrama de Daniel, o avô que, segundo ela conta em sua autobiografia “Coração solitário”, “recolhia a neta a pretexto de arrastá-la pelos arredores do Rio ou pelo centro da cidade” e “fazia-me conhecer a rua do Lavradio, Teófilo Otôni”, “ruas com nomes de próceres da pátria e de eventos históricos, que ele destacava com o intuito de não me faltarem informações para ativar a fantasia.”

Eram outros tempos aqueles, em que os nomes de ruas, estradas, pontes etc. serviam para manter viva a história do país, podendo ser usados educativamente por avós e professores escolares para ativar a fantasia das crianças e atrelar o conhecimento do passado à geografia da cidade presente. Agora, não. Há nomes, pelo visto, que são um tremendo perigo para o cidadão comum, quiçá a causa mesma de todos os males que o afligem. Se você os vir por aí, armados de consoantes e montados em vogais, cuidado: eles podem matar você!

Segue abaixo o artigo demolidor do meu editor Carlos Andreazza, publicado hoje no Globo, sobre o nome oficial da Ponte Rio-Niterói: Presidente Costa e Silva – aquele que aparentemente encabeça a lista negra do nosso Ministério Público. Neto de Mario Andreazza, ministro dos Transportes nos governos Costa e Silva e Médici, Carlos sabe como ninguém – como seu título já sugere – que, aqui no país da fantasia, há “próceres da pátria” mais “próceres” do que outros.

Ponte Democrata Carlos Marighella?
Carlos Andreazza

Neste país, decerto como consequência do bem-sucedido projeto brasileiro de deseducação, só se pensa e age em manada, em bando, em patrulha, de modo que não há jeito — a menor chance — de se reconhecer e valorizar, por exemplo, um mérito pontual do regime militar de 1964 sem ser logo chamado de ditador, quando não de torturador.

Trinta anos passados, três décadas de proscrição, de degredo, de petrificação dos malditos, tempo em que o simples referir-se aos militares — que não nos piores termos — significou adesão imediata e incondicional ao que ocorria nos porões. Reconhecer a importância da infraestrutura — a única que temos ainda hoje, diga-se — erigida naquele período? Ora, experimente… Comente, com base nos fatos, que o Brasil depende hoje de obras públicas — de portos, de estradas etc. — construídas pelo regime militar e torne-se de súbito partidário e defensor, signatário do AI-5; um golpista!

Se é que a teve um dia, este país terá de todo perdido a mão para o que seja reflexão, equilíbrio e ponderação; mas não sem estender a outra, ato contínuo, ao ridículo.

Ah, o ridículo!

Outro dia mesmo, enquanto atravessava a Rio-Niterói, peguei-me a perguntar: quanto faltará até que um desses lavadeiros da verdade proponha mudar o nome oficial, Presidente Costa e Silva, da ponte? Era questão de tempo — sempre soube. Intuía, contudo, que a hora se acelerava, pois a tinturaria da história tivera gestão mais eficiente nos últimos anos; ademais, acercávamo-nos dos 50 anos do golpe. Era questão de pouco tempo. E, batata!, tinha poucas dúvidas de que a iniciativa partiria de um dos copidesques do Ministério Público, desocupado progressivamente desde o fim da ditadura e finalmente inútil — tornado sem propósito — com a assunção redentora do povo oprimido ao poder, instante em que, no Brasil, como sabido, nada mais houve a ser investigado, denunciado, enfrentado.

Afinal, bicheiros, traficantes, mensaleiros, milicianos e assassinos de mais de 50 mil brasileiros por ano — tudo isso é passado, vencido, superado, miragens que só possuem materialidade na percepção histérica da classe média manipulada, claro, pela mídia golpista. O perigo — apontam os diligentes revisores do Ministério Público — está nos monumentos, nas placas das ruas, avenidas e estradas, nas fachadas de escolas do interior, em qualquer poste que leve o nome de um militar de 1964, de um ditador daquele período proibido.

Mas, atenção!, só daquele — apenas daquele intervalo desgraçado entre 1964 e 1985. No Brasil, também se é seletivo com tiranos. Porque há, tão fofos, os nossos ditadores de estimação. (E não falo nem do amor pátrio por assassinos estrangeiros — e em atividade — como Fidel Castro). Ou não teremos aí o nosso querido Getúlio Vargas, brasileiríssimo, o “pai dos pobres”, homem cruel, vil, perseguidor, golpista, torturador, no entanto a nomear de goleiro a fundação, passando por uma das mais importantes vias urbanas do país?

Eis que, então, aos 50 anos redondos do golpe militar somam-se os 40 de uma das obras públicas mais importantes não só daquele período como, sem dúvida, da história do país. Palco perfeito — cenário iluminado, holofotes todos direcionados — para os justiceiros que não perdem oportunidade de aparecer. E como são bons, generosos na construção do passado que melhor lhes convém.

Ponte Presidente Costa e Silva? Não! Nem pensar! Não se pode deixar uma placa velha, escondida, enferrujada e ignorada sob uma fundação carcomida qualquer — que efeito, que impacto negativo terá sobre as crianças, sobre as novas gerações? (Decerto muito pior que o do crack, cujo consumo por menores, como sabido, já foi perfeitamente controlado). Não pode. Não mesmo. Um absurdo! Uma afronta! Tem de mudar. Alude ao golpe, afinal, ao arbítrio, à tortura; perpetua um passado que se quer apagar, que se fez interdito, e de que não se pode tratar senão com o implacável esfregão seletivo.

A esses revisores da história — tapados pela mistificação, obstruídos pela doutrina do justiçamento da memória, cegos aos fatos — não ocorre examinar, portanto, que sem este homem, sem Artur da Costa e Silva, não haveria a ponte, tão simples quanto isso, não como a conhecemos hoje, e que ali, pois, não se homenageia a ditadura, o arbítrio, a tortura, mas um indivíduo que, apesar de muitos e tantos erros, acertou, não fossem várias as vezes, ao menos uma.

Acertou em bancar, em viabilizar, em sustentar a construção de uma obra que, embora sonhada e ansiada por mais de século, imperador, ditador ou democrata nenhum antes lograra encarar — obra que se tornaria elemento decisivo à integração física não só do Rio, mas do Brasil, marco incontornável da engenharia nacional; obra que ele próprio não veria pronta, morto bem antes; obra, a Ponte Rio-Niterói, que sequer é conhecida pelo nome oficial, mas que o homenageia porque simplesmente não poderia ser de outra maneira.

Celebremos e fortaleçamos a democracia, mas sem jamais nos esquecermos de que o autoritarismo não é exclusividade das ditaduras. E que, portanto, ao apoiar este processo de apagamento seletivo da história, de aniquilamento dos bons feitos alheios, os fernandohenriques da vida não se pensem livres do mesmo destino. Também é questão de tempo.

*****

PS: Que seja ao menos justa a homenagem ao ex-presidente petista.


****

Comentário importante do leitor Policarpo:

Enfim, um artigo que desnuda a hipocrisia dos discípulos do Koba.

Desgraçadamente, são poucos aqueles que vem a público defender o que de bom nos foi legado pelo regime de 1964. E não foi apenas na infraestrutura, área onde o ex-ministro Andreazza destacou-se como um trabalhador incansável. Coisas como a expansão do ensino superior, a universalização do ensino básico, a redução drástica da pobreza (mesmo com o aumento da desigualdade), apoio para a ciência e tecnologia, saneamento, modernização da agricultura e a explosão da indústria cultural foram iniciadas ou incentivadas pelo regime de 1964. Até com o cocô da população das metrópoles os militares se preocuparam, são daquela época os primeiros emissários submarinos do Brasil.

Nascido no interior da Bahia, posso afirmar, de experiência própria, que foi durante os governos militares que água encanada, maternidade, posto de saúde e energia elétrica (24 horas por dia) chegaram para os moradores das cidades da minha região. Para se ter uma idéia, no ano de 1964, em Vitória da Conquista (na época a 3a. cidade da Bahia), água encanada era privilégio de poucos. É lastimável que toda essa memória seja apagada em nome da ideologia e do oportunismo político.

Afinal, para quem trabalham os historiadores?


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10/02/2014 às 21:29 \ Brasil



No dia em que é declarada a morte cerebral de Santiago Andrade, de 49 anos, cinegrafista da Band atingido por um rojão enquanto cobria as “manifestações”, convém lembrar o nome de alguns “pensadores” que legitimaram moralmente os atos dos “vândalos” – a rigor, terroristas – ou aliviaram a barra deles (as “vítimas do Estado”) o quanto puderam, até o ponto tragicômico de chamá-los de “presos políticos”.

Cada um desses, entre muitos outros que eu talvez acrescente depois (com a ajuda de vocês), deveria comparecer ao velório de Santiago e pedir desculpas à família pela irresponsabilidade intelectual, ainda que a responsabilidade criminal seja do suposto “Black Bloc” que atirou o rojão. O título do meu primeiro artigo sobre as manifestações, publicado em junho de 2013, já resumia o que a imprensa e a intelectualidade esquerdistas estavam dando desde o começo aos “manifestantes”: um “Passe Livre para a delinquência“, que só poderia resultar, “acidentalmente” ou não, no cadáver de um inocente.

Ricardo Boechat
Apresentador do Jornal da Band

No Youtube: “(…) Essa realidade vai mudar (…) se a população atacar, partir pro contra-ataque. Eu sou favorável a arranhar carro de autoridade, eu sou favorável a jogar ovo, eu sou favorável a revolta, a quebra-quebra, o c…lho. ‘Ah, isso é vandalismo!’ Vandalismo é o cacete! Vandalismo é botar as pessoas quatro horas na fila das barcas todo dia (…). Vandalismo é tu roubar feito um condenado o dinheiro público (…).”

Francisco Bosco
Colunista do Globo

“(…) quem está tentando saquear lojas está, precisamente, reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que realmente nos representam.” “(…) aqueles que passam ao real (os ‘vândalos’) na verdade não querem isso, não querem falar a ‘linguagem’ da PM. Esse é apenas o último recurso que resta quando os recursos da realidade são todos falseados.” “(…) é claro que eu preferiria obter transformações estruturais sem as injustiças e as confusões decorrentes dessas passagens ao real (…), mas isso não me parece possível, justamente.”

[Ver meu artigo: Vamos comparar Rachel Sheherazde com Francisco Bosco, em homenagem ao PSOL e ao Sindicato dos Jornalistas, inclusive para entender o artifício que Safatle usa abaixo]

Chico de Oliveira
Sociólogo, autodeclarado “socialista há 50 anos”

À Folha: “Faço uma boa avaliação [dos Black Blocs]. Se eles se constituem como novos sujeitos da ação social, é para saudar. Vamos ver se, com a ajuda deles, a gente chacoalha essa sociedade que é conformista.”

Vladimir Safatle
Professor de Filosofia da USP

Na Folha, querendo uma solução política e não policial para os vândalos que chantageiam o Estado com uma “violência genérica”: “(…) Nesse contexto de mutismo, a violência aparece como a primeira revolta contra a impotência política. A história está cheia de exemplos nos quais as populações preferem a violência genérica à impotência. Ainda mais quando se confrontam com uma brutalidade policial como a nossa. Como todo sintoma, há algo que essa violência nos diz. A resposta a ela não será policial, mas política.”

Bruno Torturra
Representante do Mídia Ninja, parceiro de Pablo Capilé

No Valor: “O Black Bloc não é um movimento. É uma estética, um código simples de reproduzir. Quando vão para a rua a sociedade identifica: o Black Bloc chegou. É um comportamento emergente. (…) A ação direta das pessoas, seja alguém de classe média que pintou a cara de verde e amarelo, seja o garoto de periferia que vai quebrar um banco. (…) Grande parte da sociedade pacata se sente representada. Não está disposta a fazer como o Black Bloc, mas se diz intimamente: ‘Pode continuar, não quero que a Rota quebre esses meninos’.” No Roda Viva: “Para a gente dizer se dá para condenar ou não uma ação do Black Bloc, a gente tem de discutir, antes, a prioridade, inclusive midiática, e o escândalo que a sociedade sente quando um vidro é quebrado, quando o patrimônio de um banco é quebrado, e a gente não tem a mesma reação, e a gente não encara da maneira escandalizada, quando o cidadão é agredido. (…) O que a gente tem de entender é que são jovens que sofrem violência há muito tempo. A maioria deles não confia no estado…”
Caetano Veloso
Compositor e “colunista” do Globo


Tico Santa Cruz
Vocalista da banda Detonautas

Nas redes sociais, conforme reportado pelo Extra: “Vamos para as ruas! Mas vamos conscientes! 7 de setembro – meu ALVO É O CONGRESSO NACIONAL! Democracia não se faz com ratos de terno e gravata e sim com gente trabalhando pelo povo! BLACK BLOCK LIVRES”


Rafael Alcadipani Silveira
Coordenador de pesquisas organizacionais da Fundação Getúlio Vargas

Ao Estadão: “Muitos dos jovens que estão usando essa estratégia da violência nas manifestações vieram das periferias brasileiras. Eles já são vítimas da violência cotidiana por parte do Estado e por isso os protestos violentos passam a fazer sentido para eles.”

[Sobre o comentário acima, Demétrio Magnoli escreveu em "Nas franjas do Black Bloc", no mesmo Estadão: "Rafael Alcadipani da Silveira, autor do diagnóstico que equivale a uma celebração do vandalismo, não é um músico punk, mas um docente da FGV-SP. O seu (preconceituoso) raciocínio associa 'violência' a 'periferia' - como se esse sujeito abstrato (a 'periferia') fosse portador de uma substância inescapável (a 'violência'). Por meio do conhecido expediente de atribuir a um sujeito abstrato (a 'periferia') as ideias, as vontades e os impulsos dele mesmo, Silveira oculta os sujeitos concretos que produzem um 'sentido' para 'protestos violentos'. Tais sujeitos nada têm que ver com a 'periferia': são acadêmicos-ativistas engajados na reativação de um projeto político que arruinou a vida de uma geração de jovens na Alemanha e na Itália (...)".]

Pablo Ortellado
Professor e pesquisador da USP

À Folha: [Por ser uma ação simbólica (o capitalismo ruindo na destruição de uma agência bancária), "a chave para entender a tática está mais na interface da política com a arte do que com o crime, porque ela não é contra pessoas, só contra coisas". No artigo "Vidas valem mais do que vidraças", após chamar a destruição de propriedade privada de "ação simbólica": "Ao chamar a atenção para os bancos, para as grandes marcas e para o Estado brasileiro, o Black Bloc resgata a atenção dos meios de comunicação e a redireciona para o sistema econômico e político que está na gênese da verdadeira violência da nossa sociedade. É uma questão em aberto se essa mensagem está sendo adequadamente recebida pelo público. Mas, seja como for, essa tática não é nem violenta, nem arbitrária – e, sobretudo, ela não é tola. Nossos jovens que estão nas ruas merecem respeito e nosso apoio."

Eugenio Bucci
Colunista do Estadão e da Época

Na Época: "Os adeptos do quebra-quebra devem ser contidos, por certo, mas não devem ser tratados como se fossem terroristas ou traficantes armados. Esses jovens não são a fonte do mal que nos espreita. Não são assassinos, não são assaltantes, não são integrantes de milícias ilegais."

Andre Borges Lopes
Colaborador do blog do militante petista Luís Nassif

No blog do Nassif: “Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. (...) Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar.”

Ivana Bentes
Professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ

"(...) é inútil e simplista dividir os manifestantes entre “vândalos”, “mascarados” e os manifestantes pacíficos. Se gritam é uma dor que dói. Ou uma intensa alegria. Estamos todos juntos! É impressionante ver como os garotos da periferia do Rio estão se apropriando e emponderando da linguagem politica e estética das manifestações e vice-versa. Porque ali, de máscara ou cara lavada, com táticas lúdicas (performance, fantasias, carnaval politico) ou violência real e simbólica o que está sendo viralizado e se propaga por contagio [sic] e intensos debates é um desejo de transformação. Uma escola de ativismo em fluxo, processo político. Os Black Blocks, mas não só eles, todos os que sofrem o poder no corpo (jovens negros das favelas, população de rua e agora ativistas e midialivristas) colocam de forma muito explicita [sic] uma questão decisiva para todos nós: o monopólio da violência pelo Estado.”

Jean Wyllys
Deputado federal do PSOL

No Facebook, usando o vandalismo da extrema esquerda de 1968 para aliviar a barra do da extrema esquerda atual: “O ‘vandalismo’ e sua linguagem da violência contra ‘patrimônios’ têm algo a nos dizer sobre esses tempos vivemos. Não vamos nos esquecer de que sair assaltando, ops!, ‘expropriando’ banco e sequestrando embaixadores também era considerado ‘baderna sem sentido’ na ida década de 70; queimar sutiãs em público e defender a inserção da mulher no mundo do trabalho também já foi considerado ‘baderna sem sentido’. Ora, se quem assaltou banco e sequestrou autoridades nos anos 70 tinham motivos (não compreendidos à época), os ‘vândalos’ de hoje também têm os seus; se na incompreensão dos motivos da geração 68, seus contemporâneos defenderam repressão contra ela, algo parecido pode estar se passando hoje com os ‘vândalos’! Já pararam pra pensar nisso?!”

Marcelo Freixo
Deputado estadual do PSOL

No Youtube: “Acho que é um movimento. Vários movimentos têm vários métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si. Eu tenho uma militância de muitos e muitos anos, muito antes do Parlamento. São mais de 25 anos de militância. Tem uns métodos que eu acho que são mais eficientes, tem outros que eu acho que são menos, mas eu não sou juiz pra dizer que movimento é um movimento correto ou não é. Eu acho que qualquer movimento que visa a construção de uma sociedade mais justa é válido. E os métodos representam um outro debate.”

Edilson Silva
Militante do PSOL e membro da Executiva Nacional do partido

No site do PSOL, estabelecendo em teoria o manual de conduta que Freixo segue na prática no vídeo do comentário acima: “(…) não nos parece que o conceito da tática Black Bloc seja algo retrógrado ou mesmo indesejável em essência e propósitos originais. É algo progressivo, politicamente moderno, trazido pelas mãos da dialética na história. Se este fenômeno é mesmo a síntese de um processo histórico e do desenvolvimento das forças produtivas, creio estar descartada a hipótese da não convivência com ele. (…) Por outro lado, não parece o mais correto o aplauso fácil e irresponsável à tática, tratando as suas fragilidades e portas abertas a todo tipo de oportunismo e infiltrações fascistas e policiais como um mero efeito colateral. Não perceber e não buscar evitar estas fragilidades é permitir que um fenômeno progressivo seja capturado pelo regime político que em essência busca combater, dando matéria-prima para justificar a ampliação da repressão estatal ao conjunto das forças e movimentos que questionam a ordem. Para quem pretende mudar o mundo de verdade, não deve parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos da esquerda coerentes, como o PSOL, dialogando com a tática Black Bloc, respeitando todas as táticas e o máximo possível as sensibilidades mais positivas da opinião pública e da consciência das massas, respeitando-a e sem capitular a ela, como defendia Lênin; ou disputando a hegemonia, como teorizava Gramsci, fazendo desta consciência social mais um aliado na construção de uma sociedade mais próxima da que precisamos. Talvez esteja aí o nosso desafio nesta questão da tática Black Bloc.”

[PÓS-ESCRITO DE TERÇA-FEIRA: O artigo de Edilson Silva - oh, coincidência! - foi retirado do site do PSOL um dia após a morte de Santiago. O endereço original era este:http://www.psol50.org.br/site/artigos-e-entrevistas/583/tatica-black-bloc-condenar-conviver-ou-se-aliar, mas ele ainda pode ser lido aqui. Será que o PSOL quer apagar os vestígios de parceria com os Black Blocs? Puxa vida, ficavam tão bem juntinhos!...]

No vídeo Grito da liberdade:

João Damasceno
Juiz

“A criminalização dos manifestantes, dos movimentos sociais, é expressão da violência ilegítima do Estado, da truculência contra a democracia.”

Bianca Comparato
Atriz

“[Órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.

Marcos Palmeira
Ator

“Essa violência absurda da polícia contra a população, botando todo mundo no mesmo balaio, quer dizer, são duzentas pessoas presas politicamente… Isso é uma loucura em 2013. (…) Vamos anistiar esses presos políticos.”
Participaram também:

- Wagner Moura
- Mariana Ximenes
- Leandra Leal
- Chacal
- Teresa Seiblitz
- Luís Henrique Nogueira
- Adriano Pilatti
- Camila Pitanga, que aliás questionou:

“A violência vai chegar até que ponto? Vão precisar terem mortes? Porque porrada já tá rolando. Pessoas sendo machucadas já está rolando. Agora, prisões. Daí vai pra onde?” Como bem observou um leitor, ela só não esperava que a morte ia ser de um cinegrafista; e os responsáveis, aqueles que ela julgava serem as vítimas.

Nenhum dos participantes do vídeo, diga-se, repudiou nele o linchamento deste PM, que acontecera dias antes, em 17 de junho de 2013:



Quando o PSOL – aquele partido que também recrutava punks para as manifestações, conforme denunciei na época – comandou a greve dos professores do Rio, em parceria com os Black Blocs, os “pensadores” abaixo também assinaram um manifesto de apoio aos tais “professores” (que você pode chamar de “black bloc teachers”):

– Caetano Veloso
– Wagner Moura
– Marisa Monte
– Leandra Leal
– Fernanda Abreu
– Thayla Ayala

Que tal ao menos mandar umas flores para a família Andrade, hein?

2.

Carta aberta da filha de Santiago:

“Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai.

Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode!

Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço.

Quando casei, ele ficou tão bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo.

Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava.

Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu.

Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade.

Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha.

Obrigada a todos. Ele também agradece.

Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai.”

3.


(…) Arlita Andrade pediu que as manifestações não sejam violentas. Ela acredita que a violência não é o caminho para a mudança:

— Espero que as manifestações não sejam violentas. O Brasil vai ser mal visto. Ninguém vai querer olhar pra gente. Meu marido está indo embora, mas outras famílias podem ser destruídas.

Sobre os jovens que dispararam o rojão que atingiu seu marido, Arlita disse que faltou educação:

— Eu acho que esses rapazes que fizeram isso não tiveram os ensinamentos que eu dei para os meus filhos. O que falta é o amor pelas pessoas. Meu marido estava ali trabalhando. Ele estava ali mostrando uma manifestação.

Arlita também contou como soube que o marido tinha sido ferido:

— Deu 20h45m e eu liguei. Não foi ele que atendeu. Falei: ‘Santiago’. Disseram: ‘Não, aqui é’, falou o nome do cinegrafista. Falei: ‘Cadê meu marido?’. Ele falou: ‘Está no Souza Aguiar. Estourou uma bomba na cabeça dele e está em estado grave’. Levei susto e achei que não entendi e falei: ‘Ele foi fazer matéria de alguém que levou bomba?’. E a pessoa disse: ‘Não, foi ele mesmo’ — contou.

4.

Como escrevi no Facebook quando Santiago ainda estava em coma:

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[PS: Sei que há muitos nomes a acrescentar à lista, mas peço por favor que só sugiram outros se trouxerem também o trecho - não só o link - em que eles legitimam as ações dos vândalos ou aliviam a barra deles, ok? Grato.]





08/02/2014 às 15:24 \ Cultura


1.

De Marcelo Freixo, do PSOL, no artigo – acredite – “Prisão é um mau negócio“:

“(…) Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, de 1990 a 2012, a quantidade de encarcerados cresceu 511%. Chegou a cerca de 550 mil no ano passado. O Brasil já tem a quarta maior população carcerária do mundo. (…)

O que a sociedade ganhou com isso? Nada. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de assassinatos saltou de 31.989, em 1990, para 52.260, em 2010. Aumento de 63%. É urgente um novo modelo penal, que priorize penas alternativas e a progressão de regime. A privação da liberdade só deve ser aplicada contra quem oferece perigo real à sociedade. Caso contrário, é um péssimo negócio para todos, a maneira mais cara de tornar as pessoas piores. (…)”

Freixo é uma espécie de Francisco Bosco com números: ele diz que a população carcerária aumentou e, para justificar que a sociedade não ganhou nada com isso, diz que o número de ASSASSINATOS aumentou também. Acontece que o Brasil “arquiva mais de 80% dos inquéritos de homicídio”, como lembrou Rachel Sheherazade em seu polêmico comentário sobre o caso dos justiceiros, e “97% dos assassinos estão soltos no Brasil”, como comentou Alexandre Garcia. Ou seja: o número de assassinatos aumenta, em primeiro lugar, por um motivo muito simples: os assassinos não estão e nem vão parar na cadeia! É preciso prender os assassinos, não soltar ou facilitar a vida dos outros criminosos, como naturalmente quer o socialista Freixo. Com toda a esquerda há décadas legitimando moralmente os crimes – e o governo do PT, parceiro do narcotráfico continental -, é evidente que o Brasil é um dos países com o maior número de criminosos no mundo. Prisão não é um mau negócio. Mau negócio é o PSOL.

Leia aqui no blog também:

2.

Da reportagem “Adolescente preso a poste comandou surra em abrigo“, de Leslie Leitão:

“Registros da Polícia Civil aos quais o site de VEJA teve acesso mostram que a vítima da gangue, apenas cinco dias antes, tinha comandado uma surra contra outro menor, um colega do abrigo Central Carioca, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. Ou seja, decidiu, por conta própria, uma punição a alguém que estava em desvantagem – exatamente como fizeram os homens que o perseguiram.”

3.

Fica a pergunta:

E se o “marginalzinho” do poste tivesse, antes, maltratado um beagle?…

4.

Pergunta 2: E se o beagle fosse gay?

5.

Quando o MST amarrou 3 policiais no postinho, ninguém falou nada. [Assista ao vídeo aqui]. O MST pode? Se o refém é policial pode? Se deixar de roupa pode?…


Castros e Guevaras, pioneiros no assunto, também podem. Vai ver, se for em árvore, o crime é “sustentável”…

[Mais de 1.400 compartilhamentos no Facebook.]

6.

Há uma foto circulando na rede de outro suposto bandido amarrado nu, dessa vez em Botafogo, em frente à IBM, o que teria acontecido nesta sexta-feira, mas, na verdade, aconteceu em 2010. De todo modo, se começar a pipocar bandido amarrado nu pelo Rio, o maior perigo é que a turma do PSOL organize um protesto nudista em solidariedade também.

7.

Justiceiros, milicianos, gangues, quadrilhas… Conceitos que andam se embolando por aí. É fácil reprovar a ação dos primeiros em tese, tendo em mente o histórico prático dos demais. Difícil é analisar o caso concreto dos contra-ataques justiceiros na ocasião em que surgem, possivelmente sem ambição alguma dos participantes de exercerem um poder maior que o de expulsar bandidos da região em que vivem suas famílias. Como posso dizer que nada justifica um ataque a bandidos? Nada justifica em condições normais, quando os bandidos são presos se cometem crimes. Mas e se não são? E se ficam soltos cometendo crime atrás de crime? Se a lei e a militância esquerdista protege os bandidos, sobretudo os menores de idade, quem impede os bandidos de cometer novos crimes contra nós?

Então somos obrigados a esperar pelo crime daqueles que já deveriam estar presos por outros crimes. Esperar desarmados, como eles querem. E não: eu não estou dizendo que os justiceiros do Flamengo agiram bem, embora deva constatar que um bandido deixado amarrado é uma encomenda para a polícia. Estou dizendo é que é muito bonito isso de dizer que atacar bandidos (porque é isso que está por trás da palavra “justiceiros”, correto?) é algo que jamais deve ser feito em hipótese alguma. Muito bonito para quem julga que morrer, fugir ou esperar ser atacado enquanto se tenta consertar o país por outras vias mais civilizadas são gestos mais nobres do que contra-atacar espontânea e pontualmente durante o processo. Não faço ideia de qual seria o grau de insegurança urbana em que eu legitimaria ataques – que, neste caso, se confundem com defesas -, mas chega um ponto em que atacar (defender?) se torna uma questão de sobrevivência.

Talvez tenha chegado, chegue ou chegará este ponto no Rio de Janeiro e no resto do Brasil. E é preciso evitá-lo ou conter suas consequências, é claro. Só não venham me dizer que este ponto não existe, como se a paz fosse sempre alcançada sem guerra.

[Leia também a minha crônica: A tranca na garganta.]

8.

Da série “Retratos do Brasil” (que ainda vai virar filme, hein…):

Quem não tem tranca caça com corda.


“O soldador William Silva viveu uma situação inusitada em Ceilândia, no Distrito Federal, nesta semana: após esperar duas horas pela Polícia Militar e não receber socorro, ele amarrou o rapaz que surpreendeu tentando furtar seu carro e o levou para a delegacia. Enquanto registrava o boletim de ocorrência, outro homem invadiu a casa dele e furtou o tubo de oxigênio que ele usava para consertar geladeiras, no valor de R$ 1,7 mil. Dias depois, ele encontrou o segundo ladrão e também o levou amarrado à polícia. (…)”

Vale a pena ler a reportagem completa no G1, para ver que beleza o possível descaso policial – e para rir mais um pouco também.

[Episódio anterior - aqui.]

9.

Pensamento do dia, em homenagem a Marcelo Freixo:

Quanto menos prisões, mais postes.

10.

Thiago Silva encontrou nos EUA os limites que não tem.


11.

ISTO, SIM, É UMA MANIFESTAÇÃO PACÍFICA. Isto, sim, é um protesto digno do nome. Isto, sim, dá quase orgulho de ser brasileiro. É a inteligência, a ironia, o senso de humor a serviço da crítica. Coisa de gente civilizada, que realmente luta por um país melhor. Parabéns aos cidadãos que debocharam do governador Agnelo Queiroz (PT). Esses, sim, me representam.




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07/02/2014 às 16:16 \ Cultura



Há um parque perto da sua casa. Você o adora. É um dos mais bonitos da sua cidade. Fica à beira-mar e compõe uma das paisagens mais famosas do país. É lá que você passeia com a sua família, é lá que sua família passeia sem você, é por lá que você passa para ir ao trabalho, é lá que pratica seus esportes.

Acontece que assaltantes frequentam o parque. Roubam seus filhos, irmãos, esposas, amigos, você… Eles dão pancada e atéesfaqueiam no processo. Os casos pipocam, a imprensa relata, cidadãos dão queixas, mas a polícia nada faz ou faz bem pouco. Um bando de menores se aproveita da própria impunidade e um bando de maiores se aproveita da impunidade dos menores para roubar por eles. É o “seu” parque. É a sua área. É a sua história de vida.

- O que você faz?

Sim: você pode deixar de frequentar o parque. Você pode cedê-lo aos bandidos. Você pode tirar sua família de lá. Você pode ficar preso em casa, lamentando que seus filhos não tenham a escolta armada dos filhos dos políticos, nem o dinheiro deles para pagar o título e a mensalidade dos clubes seguros da cidade, embora nenhum deles substitua o seu parque aberto, o seu cartão postal.



Ricardo Monte, assaltado e esfaqueado por três bandidos menores de idade no Aterro, na semana anterior ao episódio dos justiceiros.



Você também pode esperar ser assaltado para extravasar sua revolta e reagir em legítima defesa. Acontece que, se você estiver sozinho, você vai perder a briga, porque o normal é que vários assaltantes abordem você. Se estiver em bando, com seus amigos fortões, você provavelmente não será escolhido pelos assaltantes.

- O que você faz?

Eu sei: você estuda, trabalha, tenta melhorar o país de outras formas, mas os assaltantes estão lá, ocupando o seu espaço, com o fomento do governo e a omissão das autoridades. Hoje é o parque, amanhã será o quê? Sim: nem precisa esperar amanhã. Eles já estão na sua rua também. Alguns já subiram em certos prédios do bairro. Talvez não no seu (ainda).

- O que você faz?

Nada, talvez. Acontece que, enquanto você pensava ou não sobre essas coisas, um grupo resolveu tomar uma providência. Eram muitos, porque provavelmente não queriam correr o risco de perder a briga. Estapearam, esbofetearam e deixaram um dos assaltantes amarrado nu em um poste do parque, com cortes atrás da orelha possivelmente feitos por alguma faca.

Você talvez esteja na dúvida se foi exatamente assim que aconteceu, se isto é legítimo ou não, se sente pena do “di menor”, se havia ou há ainda alguma outra alternativa, se devemos lutar fisicamente contra os bandidos e talvez pelas nossas liberdades, se defender-se é apenas reagir ao crime imediato ou ir até o criminoso reincidente para atacá-lo, se neste caso devemos ir até ele só quando ele está na nossa área ou também quando está em outros lugares (ao que você pensa que isto talvez não fosse uma atitude prudente), se legitimar este ato estimula outros ainda piores, se ele ajuda a pacificar o parque e a amedrontar os bandidos, se os valores que levaram este grupo à reação são os mesmos que os seus – e muitos outros “se” que você e seus amigos andaram pensando por aí, sob a gritaria geral.

O bandido adolescente está vivo. Com cicatrizes, mas aparentemente sem maiores sequelas. Tomou pontos atrás da orelha, ficou com marcas nas costas, mas não o mataram, nem lhe arrancaram braços, pernas, língua e tudo mais que a palavra tortura, com toda a variedade de graus que ela encobre, possa fazer supor. O grupo de justiceiros, decerto com o poder de fazer estragos maiores, estabeleceu para si um certo limite, que você, caso considere válida a atitude inicial, também pode julgar alto ou baixo, moralmente aceitável, condenável, execrável etc.


O episódio é bastante emblemático e levantou inúmeras questões complexas sobre o país em que vivemos e as nossas liberdades de ação, reação, expressão e opinião.

Você pode, é claro, não ter opinião sobre algumas ou até sobre todas essas questões, mas uma coisa este episódio deixou absolutamente clara mais uma vez: o que não falta no grande parque brasileiro é gente querendo passar a tranca da bicicleta na garganta de quem tem.


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06/02/2014 às 21:47 \ Cultura


[PÓS-ESCRITO: Rachel já fez um segundo vídeo esclarecendo o seu ponto, conforme antecipado abaixo: "Defendo a segurança e não a violência". Assista aqui.]

1.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio divulgou nota, afirmando que “[Rachel] Sheherazade (…) fez apologia à violência quando afirmou achar que ‘num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível’.”

Para o Sindicato, uma apresentadora achar que COMPREENDE uma reação à violência, o que – por pior que possa parecer à massa histérica – é diferente de considerá-la justificável (o que tampouco, aliás, seria suficiente para constituir uma incitação) agora é APOLOGIA à violência. A compreensão deve ser mesmo uma coisa assim muito violenta para esses jornalistas. No Brasil deles, nota-se, é proibido compreender.

2.


Deu no Brasil 171 e em outros sites financiados com dinheiro do contribuinte que o PSOL irá formalizar no Ministério Público representação contra o SBT por “apologia ao crime”. O líder do partido na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, declarou: “Defendo total liberdade de imprensa, mas não a liberdade para mandar torturar, matar, assassinar e fazer justiça com as próprias mãos. Ser anticonstitucional, ilegal e aplaudida, para quê? Atrás do Ibope?”

Não é maravilhoso a que nível de distorção um esquerdista é capaz de chegar? O “compreensível” de Sheherazade virou “mandar torturar, matar, assassinar” – aquelas coisas que um dos fundadores do próprio PSOL, o terrorista italiano Achille Lollo, não precisava mandar ninguém fazer. Em 1973, ele despejou gasolina por baixo da porta de um apartamento, na Itália, onde estavam um gari, sua mulher e seis filhos, e depois ateou fogo. Morreram uma criança de 8 anos, Stefano, e seu irmão mais velho, de 22, Virgilio. Reinaldo Azevedo já escreveu bastante a respeito [aqui, aqui e aqui]: “O gari era de um partido neofascista. Como Lollo não gostava do fascismo, então ele resolveu incendiar crianças, entenderam? Um verdadeiro humanista!!!”

Para um socialista do PSOL, nada mais natural que condenar nas palavras distorcidas de uma conservadora cristã como Sheherazade (contra um bandido) os atos concretos de um terrorista de extrema-esquerda como Lollo (contra inocentes). No Brasil deles, isto é “defender totalmente a liberdade a imprensa”.

3.

Se PSOL e Sindicato dos Jornalistas consideram “apologia ao crime” o “compreensível” de Sheherazade, o que dizer das pérolas do colunista psolista Francisco Bosco (do Globo) nesse ramo? Nada, é claro. Assim como se calaram ante o desejo de Paulo Ghiraldelli de que ela fosse estuprada em 2014, jamais se atreveram a “acionar” o garoto-propaganda de Marcelo Freixo.


Tive que cuidar sozinho da criança, com o artigo de 29 de julho de 2013 que reproduzo abaixo, talvez o mais completo que já escrevi sobre as imposturas de esquerda em relação à legitimação moral da criminalidade, com algumas perguntas no trecho final que eles nunca responderam. Como dizia eu mesmo:


Se gritar “pega o apologista do crime!”, não sobra um esquerdista no time.


O vale-crime de Francisco Bosco
Felipe Moura Brasil


A PM pergunta: “Quem está tentando saquear lojas está reivindicando um país melhor?” Francisco Bosco, colunista do Globo, responde:

“(…) quem está tentando saquear lojas está, precisamente, reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que realmente nos representam.”

Bosco tem razão. Os vândalos saqueadores de lojas representam os intelectuais saqueadores da moralidade. Os primeiros são a ação dos pensamentos dos segundos.

Exemplo didático dos segundos, Bosco chega até a falar em nome dos primeiros:

“(…) aqueles que passam ao real (os ‘vândalos’) na verdade não querem isso, não querem falar a ‘linguagem’ da PM. Esse é apenas o último recurso que resta quando os recursos da realidade são todos falseados.”

Bosco sabe o que os vândalos querem. Bosco garante que vandalizar é seu último recurso. Sempre que os vândalos precisarem de um porta-voz, já sabem que podem procurar por Francisco Bosco no jornal O Globo, na editoria de saques. Só não sei se vão querer falar a sua linguagem e “passar ao real”.

Para o colunista, “a única atitude que pode tirar as pessoas das ruas e acabar com essas passagens ao real é uma atitude efetiva, vinda do Estado, na realidade”.

Isto significa que ou o Estado faz o que os vândalos exigem ou eles continuam vandalizando, com a chancela moral de Francisco Bosco.

Acusado de “defender” e “incitar a violência”, ele ainda repetiu a sua tese revolucionária, digna de uma Nina Capello, do Movimento Passe Livre [ao Comunismo], quando se explicou a um leitor:

“é justamente por achar isso um horror que estou dizendo que a única resposta possível para acabar com a violência (…) está no estado, e não é em forma punitiva, e sim transformadora.”

Preciso repetir também o que isto significa? Ou só a parte de achar um horror aquilo que ele mesmo justifica; aquilo para o que ele mesmo não quer punição?

Para uma segunda leitora, ele afirmou que não estava “incitando a violência”, apenas dizendo as 3 coisas que me dou ao trabalho de comentar abaixo, porque este é o meu último recurso quando os recursos dos intelectuais são todos falseados:

“1) em certas condições só se transforma a realidade com essas intervenções no real (não há processos revolucionários feitos na base da palavra, apenas);”

Se alguém tiver alguma dúvida sobre quais são as “certas condições”, favor consultar as Leis de Bosco na versão atualizada da Constituição bosco-brasileira. Ou qualquer manual para jovens revolucionários que queiram transformar o mundo junto com ele.

“2) não se vai resolver essa questão da violência nas ruas com a legitimação da ordem (no caso, isso significa autorizar a pm a incorrer em todo tipo de ilegalidade para acabar com as manifestações vandalizantes);”

Nas Leis de Bosco – já estão com elas à mão aí? –, a legitimação da ordem significa autorizar a PM a incorrer em todo tipo de ilegalidade. Enquanto as ilegalidades da PM são condenáveis – e servem até para questionar o seu papel de manutenção da ordem –, as ilegalidades dos vândalos são justificáveis e servem para se exigir do Estado a transformação desejada.

“3) é claro que eu preferiria obter transformações estruturais sem as injustiças e as confusões decorrentes dessas passagens ao real (que não é o mesmo que ‘passar ao ato’), mas isso não me parece possível, justamente.”

É claro que Bosco preferiria não legitimar moralmente o crime, mas você sabem: em “certas condições”, não lhe parece possível evitá-lo… (Ainda mais se um dos partidos à frente das “manifestações” é o PSOL de Marcelo Freixo, para quem Bosco fez campanha e tudo.)

A propósito: a violência, que já tinha virado “intervenções no real”, virou agora “injustiças e confusões decorrentes dessas passagens ao real”. Eis aí a linguagem e o método bosqueanos: primeiro você fala que os vândalos “nos representam”, que lutam por um país melhor, que estão apelando ao seu “último recurso” (e conquista assim a plateia vândala, que repassa seu texto por aí com uma alegria danada, segura de que está representando o país de maneira legítima); se alguém o acusar de defender ou incitar a violência, você, em vez de retirar o que disse, transforma a violência numa outra coisa cada vez mais vaga, distante, encoberta por mil e um eufemismos e malabarismos verbais, deixando claro que você mesmo a considera um horror. É o suficiente para que a plateia bocó, incapaz de entender o que você escreveu, SINTA que você é bonzinho e não quer a violência – sem atinar que não se trata de uma questão de querer ou de achar um horror, e nem mesmo de defendê-la ou incitá-la, mas de LEGITIMÁ-LA em “certas condições”, o que você em momento algum deixou de fazer. (Qualquer pessoa que frequente ou recomende uma academia de ginástica sabe que é possível endossar um ato ao mesmo tempo que se considera este mesmo ato um horror, não é mesmo? Sigamos.)

Para um terceiro leitor, Bosco ainda tentou se explicar de novo:

“em primeiro lugar eu não defendi a violência, apenas expus a sua dimensão política,”

Bosco é assim: transforma a violência em ato político e legitima o ato político de violência.

“que havia sido anulada pela pergunta retórica da pm.”

A única dimensão que havia sido “anulada” nisso tudo era a da “retórica” de Bosco, que agora exponho aqui aos meus leitores.

“e essa dimensão política não é ‘apropriada para democracia’, como vc faz parecer que eu disse, mas forçada a se colocar para que haja democracia”

A violência, que virou “dimensão política”, é “forçada” a se colocar, segundo as “condições”, conforme já vimos (e ainda veremos), das famosas Leis de Bosco.

“(sem resultados até agora, e essa é uma crítica que me pode ser feita).”

Bosco deixa você criticá-lo pela falta de resultados do vandalismo. Pela defesa dele, não, ok?

“reconheço ainda que meu texto tinha uma ambiguidade que hoje eu teria preferido esvaziar (refiro-me sobretudo à última frase).”

A última frase é aquela que diz que os saqueadores “são os únicos que nos representam”. Só um “reconhecimento” falseado para fazer de uma frase tão unívoca uma “ambiguidade”. Mas é preciso entender Francisco Bosco: se já é difícil reconhecer um erro quando você tem certeza de que não acredita mais naquilo que disse, imagine quando você ainda insiste em dizê-lo de outras formas, não é mesmo? Era esperar demais de Francisco Bosco que ele “esvaziasse” o texto inteiro.

“e reconheço tb pertinência em algumas das críticas que me foram feitas.”

Reconhecer pertinência genericamente, sem dizer quais críticas foram pertinentes, em quais pontos e por quê, é puro jogo de cena para posar de bom moço (mui tolerante), enquanto se reafirma tudo que havia sido dito, com malabarismos cada vez mais vexaminosos.

“seja como for, já voltei ao assunto e esclareci minha posição.”

Esclareceu nada. Reafirmou dissimuladamente a posição, repudiando todas as críticas concretas contra ela. Posição que não é de hoje, como já veremos.

“só um comentário de má-fé, como esse seu, para desconsiderar isso.”

Só um comentário que faz jus à recomendação leninista “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é”, como este de Francisco Bosco, para acusar de má-fé o comentário do leitor indignado e ainda posar de vítima por ele não ter levado em conta o seu suposto esclarecimento, como se Bosco em algum momento tivesse deixado de legitimar moralmente o crime.

Ele ainda escreveu este trecho como introdução à resposta aos dois primeiros leitores:

“o meu post original (…) argumenta com toda a clareza em favor de uma solução dada na realidade (por meio de medidas do estado, e não da pm), e não na continuação dos confrontos violentos”

É claro que Bosco havia sido claro ao defender que a “solução” tem de vir das medidas do Estado. O que ele finge não perceber são as consequências lógicas do que defende.

Se ele diz que a única atitude cabe ao Estado e que ela não tem de ser punitiva, mas transformadora – ao mesmo tempo que diz que os vândalos “nos representam”, que lutam por um país melhor, que estão apelando ao seu “último recurso” –, está dizendo que os vândalos não devem ser punidos e que não cabe a eles parar de vandalizar, mas ao Estado fazer com que parem, atendendo às suas reivindicações. Se isto não é a legitimação moral dos crimes dos vândalos (como uma forma de chantagear o Estado através da violência), Bosco é Madre Teresa de Calcutá.

Agora vejam se Madre Teresa diria tais coisas:

“(…) o fundamental aqui é lembrar que essa violência é a resposta real à violência real sofrida pelo povo. Por isso eram inúteis, e até ridículos, os pedidos de ‘sem violência’, de manifestantes de classe média aos manifestantes da periferia.”

Como diria o ex-senador americano Daniel Patrick Moynihan: “Você tem direito a desenvolver uma opinião própria, não fatos próprios.” Bosco inventa que os vândalos (que ele chama de manifestantes) eram da periferia e aqueles que lhes pediam paz (o que ele acha ridículo) eram de classe média, quiçá do tipo que não sabe a dor que é sofrer a opressão estatal… Os amantes da luta de classes têm dessas coisas: moldam os fatos para caber na sua teoria. Que importa afinal se os terroristas foram arregimentados pelos militantes ou até contratados por eles para aterrorizar, sempre com a ajuda dos delinquentes de classe média que adoram um quebra-quebra, sendo que muitos de todos eles tinham folha corrida e tudo? Para quem está acostumado a legitimar crime de pobre, nada como inventar que os autores do crime que se quer legitimar são pobres. Assim fica mais fácil diluir a culpa por toda a sociedade e impedir que eles sejam responsabilizados.

Só não sei por que usar de tanto malabarismo para fingir que não disse o que disse. Advogar intelectualmente em favor de saqueadores não é nada para quem advogou intelectualmente em favor de Nem, da Rocinha, quando ele foi preso em 2011, alegando que o traficante foi “impelido à criminalidade” como tantos outros “jovens, quase todos pretos” em função das condições, desigualdades, humilhações e todas aquelas coisas que nunca fizeram a maioria dos pobres recorrer ao crime, porque, felizmente, não são leitores do Globo.

Não preciso refutar linha a linha daquele texto – em cujo trecho mais memorável ele dizia que a fala de Nem “mesmo que ela seja forjada, é autêntica; mesmo que seja mentirosa, é verdadeira” – porque Renato Pacca já fez isto na ocasião, como se pode ler aqui, de modo que, antes de acrescentar outras análises, apenas lhe corrijo um detalhe: onde Pacca diz que “O artigo [de Bosco] é quase uma justificativa do banditismo”, esqueçam o “quase”, ok?

Como escreveu o filósofo Olavo de Carvalho – com quem Bosco deveria ter umas aulinhas – muito antes disso, em 2006:

“Na escala individual a pobreza só pode ser justificação direta e determinante do crime em exemplos excepcionais e raros – tão excepcionais e raros, na verdade, que em todo país civilizado a lei os isenta da qualificação mesma de crimes. São os chamados ‘crimes famélicos’ – o desnutrido que rouba um frango, ou o pai sem tostão que furta um remédio para dar ao filho doente. Em todos os demais casos, a pobreza, se está presente, é um elemento motivacional que, para produzir o crime, tem de se combinar com uma multidão de outros, de ordem cultural e psicológica, entre os quais, é claro, a persuasão pessoal de que delinqüir é a coisa mais vantajosa a fazer nas circunstâncias dadas.

Quando o hábito da delinqüência se espalha rapidamente numa ampla faixa populacional, é claro que, antes dele, essa persuasão se tornou crença geral nesse meio, reforçando-se à medida que as vantagens esperadas eram confirmadas pela experiência e pelo falatório. Ora, é de conhecimento público que, entre a mesma população pobre, por exemplo das favelas cariocas ou da periferia paulistana, duas crenças opostas se disseminaram concorrentemente nas últimas três décadas: de um lado, o apelo do crime; de outro, a fé evangélica. Numa população uniformemente pobre, o número de evangélicos praticantes que delinqüem é irrisório. Basta esse fato para provar que a correlação entre pobreza e crime é uma fraude, um sofisma estatístico da espécie mais intoleravelmente suína que se pode imaginar.

Nenhuma ação humana é determinada diretamente pela situação econômica, mas pela interpretação que o agente faz dela, interpretação que depende de crenças e valores. Estes, por sua vez, vêm da cultura em torno, cujos agentes criadores pertencem maciçamente à camada letrada, como por exemplo os bispos evangélicos e os cientistas sociais. Os bispos ensinam que, mesmo para o pobre, o crime é um pecado. Os cientistas sociais, que os criminosos, agindo em razão da pobreza, são sempre menos condenáveis do que os ricos e capitalistas que (também por uma correlação geral mágica) criaram a pobreza e são por isso os verdadeiros culpados de todos os crimes. Essas duas crenças disputam a alma da população pobre. Não é preciso dizer qual delas estimula à vida honesta, qual à prática do crime.

Nos bairros mais miseráveis e desassistidos, qualquer um pode fazer esta observação direta e simples: as pessoas de bem repetem o discurso dos bispos, os meliantes o dos cientistas sociais (…). Quando, do alto das cátedras, esses senhores pregam a doutrina de que a pobreza produz o crime, não estão cometendo um inocente erro de diagnóstico. Estão ocultando, com maior ou menor consciência, a colaboração ativa que eles próprios, por meio dessa mesma doutrina, dão ao crescimento irrefreado da criminalidade.”

Francisco Bosco, aplicando a Nem e aos vândalos o discurso dos cientistas sociais, tanto em sua coluna no Globo quanto em sua página no facebook, oculta, sabe-se lá com que grau de consciência, a sua própria colaboração ativa ao crescimento da criminalidade.

De resto: 
Legitimar moralmente os crimes falando em termos genéricos das condições de pobreza e opressão é fácil e, sem dúvida, comove muitas criancinhas, sobretudo as universitárias. Quero ver é estipular de uma vez por todas a condição-limite abaixo da qual o crime é justificável e justo, sendo a culpa do “sistema” e da “sociedade”, e acima da qual é injustificável e injusto, sendo a culpa do próprio indivíduo que o comete. Qual é a linha divisória entre aqueles que merecem o vale-crime e os que não merecem? Se Francisco Bosco me disser, eu publico seu texto no meuBlog.

Tenho algumas perguntinhas para ajudar:

Qual é o limite da renda mensal que moralmente autoriza alguém a cometer crimes? Há quanto tempo é preciso estar nessa faixa? Só ela basta para tanto? Ou é preciso combiná-la com humilhações sofridas pelo Estado, pela polícia, pela extrema direita fascista e pela classe média que a Marilena Chaui odeia? Como se pontuam essas coisas? Quem as verifica? As violências sofridas nas mãos dos demais criminosos supostamente pobres contam ou não contam pontos? Dizer-se vítima de preconceito é o suficiente, ou é preciso comprovar as perdas e danos? Os negros e gays têm mais direitos ao vale-crime do que os brancos? Diga-me: um adolescente rico que tenha sofrido estupros do pai ou do padrasto ou de quem quer que seja também está moralmente autorizado a cometer crimes, ou a riqueza o desqualifica? Quem está mais autorizado: o riquinho estuprado, que, sei lá, ainda perdeu a mãe, assassinada por um traficante em um legítimo ato de crueldade, ou um pobre que nunca sofreu abusos sexuais e cujos pais vão muito bem, obrigado?

Como tantos outros colunistas, o sr. Bosco jamais esclareceu esses pontos; jamais escreveu as Leis de Bosco. O motivo é simples: se o fizer, deixará clara a sua colaboração ativa para o crescimento da criminalidade, uma vez que os cidadãos aptos a receber o vale-crime conforme as condições descritas sentir-se-ão mais à vontade do que já sentem muitos deles para cometer seus crimes.

Por isso é melhor apelar genericamente ao sentimentalismo da plateia bocó do que esclarecer as premissas do próprio discurso. Ninguém quer lançar luz sobre a confusão da qual se beneficia.

Já imaginou Francisco Bosco tendo de responder por aqueles que tentariam a todo custo preencher os requisitos necessários para obter o vale-crime ou por aqueles que usariam quem os preenchesse para cometer os crimes em seu lugar, como os bandidos adultos já fazem com os menores de 18 anos, que não podem ficar presos por mais de três? Ora, para que tanta dor de cabeça se ele pode justificar tudo sem se comprometer com nada do que diz, não é mesmo?

Só um leitor muito inocente ou de má-fé pode enxergar aqui uma simples divergência ideológica entre mim e Bosco. Não é preciso ser conservador, de direita, reacionário ou qualquer coisa que o valha (até o esquerdista Miguel do Rosário reprovou a legitimação bosqueana da delinquência no caso das manifestações) para entender que Bosco – consciente ou não, admitindo ou não – é um impostor intelectual, um falsificador da realidade, um porta-voz voluntário da bandidagem, um garoto-propaganda do PSOL, um revolucionário gramsciano da pior espécie, que contribui para a inversão completa dos valores na sociedade, enquanto posa de bom moço com sua linguagem afetada cheia de “intervenções no real”.

Os criminosos, por piores que sejam, só prejudicam suas vítimas diretas. O discurso feito por gente como Bosco contra a sociedade nos maiores jornais do país legitima a ação de todos os criminosos e ainda contribui para retirar os freios morais de todos aqueles que apenas pensam em cometer crimes. E quem são as principais vítimas da criminalidade? Justamente os pobres(!), que essa gente jura defender.

Muito mais importante do que a pergunta da PM, portanto, é a seguinte:

Quem está tentando, como Bosco, saquear a moralidade do país está reivindicando um país melhor?

Felipe Moura Brasil responde:

– Claro que não.


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Leia também os últimos posts:





06/02/2014 às 16:56 \ Brasil


…a começar pela da presidente, é claro.


O motivo é a gritaria da canalhada em função do caso dos justiceiros que amarraram um marginal adolescente no poste, conforme descrito no último post. Só convém esclarecer primeiro, como já anotei no Facebook:

Não é uma verdade literal que os esquerdistas e seus comparsas do narcotráfico fazem “justiça” com as próprias mãos. De Mário Kozel Filho a Celso Daniel, passando por dezenas de milhares de homicídios anuais no Brasil, a gente sabe que eles preferem fazer com bombas, fuzis, pistolas e microondas.

Segue abaixo um artigo meu de abril de 2013, ao qual acrescento um apêndice no fim. No próximo post, vamos falar de “apologia ao crime”, levantando a ficha de jornalista de esquerda nesse ramo também.

A verdadeira insanidade
Felipe Moura Brasil

Dilma condenou as explosões na Maratona de Boston como um “ato insano de violência”. Mas não foi assim que ela começou a carreira? Ou não terá sido um “ato insano de violência” aquele que matou o soldado Mário Kozel Filho, de 18 anos, em junho de 1968? Foi o seu grupo, a Vanguarda Popular Revolucionária, que acelerou um carro-bomba, com vinte 20 quilos de dinamite, para dentro de um Quartel General em São Paulo, despedaçando o corpo do rapaz e ferindo mais seis militares.

Mário foi apenas o primeiro dos oito assassinados pela VPR nos tempos de Dilma, e ainda haveria mais cinco pela VAR-Palmares e três pelo Colina, os outros dois grupos que ela integrou, em total sanidade, quando lutava pela implantação de uma ditadura comunista no Brasil, com instruções e armas vindas do exemplar regime de Fidel Castro em Cuba.

Dilma expressou sua “solidariedade, em nome de todos os brasileiros, às vítimas e suas famílias”? Falou em “trágico incidente”? Não. Ajudou a criar a “Comissão da Verdade” para glorificar seus feitos terroristas como luta pela democracia e demonizar os inimigos da revolução. Tudo com o amparo de professores e jornalistas militantes, que bombardeiam há 40 anos a cabeça dos brasileiros, despedaçando seus neurônios com a falsificação da história.

Se o atentado da Maratona de Boston tivesse ocorrido no Brasil, o autor seria forte candidato a presidente de 2055. Como foi nos EUA, o autor terá de se contentar em ser o padrinho político e intelectual do futuro presidente. O amigo e ghost-writer de Obama, Bill Ayers, responsável por lançar sua carreira em Chicago com uma arrecadação de fundos em sua própria casa, no bairro onde Obama morava, também começou como Dilma.

Co-fundador do grupo revolucionário comunista Weather Underground, Ayers participou da plantação de uma porção de bombas, como na estátua de sua cidade dedicada a baixas policiais, em 1969 (estátua que foi reconstruída no ano seguinte e novamente bombardeada por integrantes de seu grupo); na sede do Departamento de Polícia de Nova York, em 1970; no Capitólio, em 1971; e no Pentágono, em 1972.

Hoje Ayers é uma figura estelar da educação americana, autor de livros, professor aposentado da Universidade de Illinois e agora professor visitante da Minnesota State University Moorhead, onde poderá mais uma vez celebrar a decadência econômica, política e cultural do “império americano”, lamentar o poderio militar do país e falar aos jovens da importância de serem “cidadãos do mundo”, como fez ano passado na Universidade de Oregon. Qualquer semelhança entre suas ideias e os atos de seu afilhado Obama contra a soberania nacional não são mera coincidência.

(A amizade íntima entre eles e a festinha para um na casa do outro foram negadas durante a campanha de 2008, mas admitidas por Ayers na semana passada, porque, com Obama reeleito, já não há mais o que temer.)

Duas ex-integrantes do Weather Underground também são hoje estrelas acadêmicas: a esposa de Ayers, Bernardine Dohrn, é professora de Direito da Northwestern University School of Law; e Kathy Boudin, condenada em 1984 por assassinato, da Columbia University. Todos empenhados em promover a “justiça social”, isto é, em tornar os EUA um grande Brasil socialista.

Se são radicais? Ora, radicais somos nós, que julgamos o terrorismo real e intelectual dos esquerdistas revolucionários tão repugnante quanto o da Maratona de Boston. Radical sou eu que reconheço que aquele terror, pregado abertamente por Karl Marx, tampouco é o que há de mais insano no mundo. O verdadeiro “ato insano” do nosso tempo foi o dos americanos, brasileiros e outros que deixaram essa gente bombástica subir ao poder.

*****

PESSOAS ASSASSINADAS PELA VPR
– 26/06/68 – Mário Kozel Filho – Soldado do Exército – SP
- 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos – Civil – RJ
- 12/10/68 – Charles Rodney Chandler – Cap. do Exército dos EUA – SP
- 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia – Civil – SP
- 09/05/69 – Orlando Pinto da Silva – Guarda Civil – SP
- 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz – Soldado PM – SP
- 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo – Agente da Polícia Federal – RJ
- 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ

PESSOAS ASSASSINADAS PELA VAR-PALMARES
- 11/07/69 – Cidelino Palmeiras do Nascimento – Motorista de táxi – RJ
- 24/07/69 – Aparecido dos Santos Oliveira – Soldado PM – SP
- 22/10/71 – José do Amaral – Sub-oficial da Reserva da Marinha – RJ
- 05/02/72 – David A. Cuthberg – Marinheiro inglês – Rio de Janeiro
- 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ

PESSOAS ASSASSINADAS PELO COLINA
- 29/01/69 – José Antunes Ferreira – Guarda Civil – BH/MG
- 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen – Major do Exército Alemão – RJ
- 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite – Civil – RJ

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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905