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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

UPPs e mistificações. Finalmente, a verdade: bandido solto faz… bandidagem!









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Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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07/11/2013 às 16:05



Ai, ai… Se, um dia, lhes restar algum tempinho, coloquem ali na área de busca do blog a sigla UPP acompanhada da expressão “espanta-bandido”, tudo sem aspas — o hífen também é dispensável. E vocês verão o que penso sobre a política de segurança pública do Rio de Janeiro. Não custa lembrar que, na campanha eleitoral de 2010, Dilma Rousseff prometeu transformar o Brasil, no que concerne à segurança, num Rio de Janeiro de dimensões continentais. Graças a Deus, o governo é incompetente até para cumprir as más promessas… Ah, sim: se Dilma jurar que traz para a cidade de São Paulo a orla do Rio, estarei com ela…

Durante anos, fui crítico quase isolado das UPPs. É EVIDENTE QUE JAMAIS ME OPUS AO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO, QUE NÃO FOI INVENTADO NO RIO DE JANEIRO, SANTO DEUS! Eu criticava, e critico ainda, é a POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA, de que as UPPs se tornaram uma vitrine. Antes que prossiga, uma nota importante: de junho pra cá, Sérgio Cabral virou uma das Genis do Brasil. Não gosto de seu estilo. Eu o acho meio faroleiro. Já expus aqui os motivos. Nessa fase recente, no entanto, curiosamente, eu me tornei um dos poucos que não procuraram esfolá-lo vivo. Veículos de comunicação que antes o tratavam como o homem sem mácula resolveram cair nos “braços do povo”. Sempre que um grupinho de desocupados decidia pedir a queda de Cabral (depois da praia, é claro, que militância tem limites), lá estava o jornalismo ecoando o lema fascistoide. Ora, “fora Cabral” por quê? Ele foi eleito. Qual era a acusação? Assim, o Cabral que antes era herói (com o que nunca concordei) passou a ser o vilão — e eu critiquei os aspectos autoritários da campanha. Fim da nota.

Segurança pública
Qual é o problema da política de segurança pública do Rio? Como aqui se diz há anos, está nas escolha feitas pelo governador e por José Mariano Beltrame (queriam o homem para a Prêmio Nobel da Paz!!!): NÃO PRENDER BANDIDOS. Na verdade, a chegada das UPPs os espanta, os espalha, e eles vão para “comunidades” (no Rio, falar em “favela” ofende o cartão-postal) aonde o policiamento ainda não chegou.

Não é só isso: nunca foi verdade que a UPP significava o fim do poder do narcotráfico. Durante muito tempo, sustentei isso aqui, diante da gritaria contrária. Aí Beltrame admitiu: o objetivo não era mesmo esse. Ao contrário até: os policiais passaram a conviver com os traficantes — o que se pedia e se pede é que não exerçam ostensivamente o seu poder, o que pega mal… Desfilar com fuzis para cima e para baixo, por exemplo, não dá… Os bandidos compreenderam. Nas áreas em que há UPP (umas 40, acho; há perto de 1.300 “comunidades”), a segurança, com efeito, melhorou. Até porque o narcotráfico passou a colaborar. Mais: com os policiais lá, acaba a guerra de facções, e as milícias deixam de importunar. É o céu. 

Ocorre que bandido não decide trabalhar de carteira assinada só porque a UPP chegou. Boa parte só mudou de endereço. Reportagem de Cecília Ritto na VEJA.com informa que prefeitos de cidades vizinhas à capital fluminense reclamam da migração dos criminosos das favelas “pacificadas” para os municípios que administram. Ora, era o óbvio. Leiam trecho. Volto em seguida:

A política de segurança pública do Rio de Janeiro – principal responsável pela reeleição de Sérgio Cabral, com 66% dos votos, no primeiro turno de 2010 – passa pelo momento de maior descrédito desde o seu início, há cinco anos, com a instalação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O caso Amarildo, pelo qual 25 policiais militares da UPP da Rocinha foram indiciados por tortura seguida de morte, foi o sinal derradeiro de que a simples instalação de uma dessas unidades em um morro não coloca ponto final na violência. Em muitos desses locais, criminosos continuam no comando do tráfico e circulando livremente. Os que foram obrigados a fugir não precisaram se esconder muito longe. A preferência é pela Baixada Fluminense, aonde as UPPs ainda não chegaram – e onde a criminalidade cresceu consideravelmente nesse período. Com esses dados em mãos, os prefeitos de doze cidades da região pretendem se unir para exigir que Cabral volte a atenção para a migração desses bandidos.

Em reunião marcada para a noite desta quinta-feira, os governantes locais pretendem elaborar um documento para ser entregue ao estado, pedindo também reforço no policiamento. Em operação policial realizada no início da semana na Baixada Fluminense e Região Metropolitana, por exemplo, mais de 40% dos criminosos presos atuavam na capital. “Queremos que parem com o planejamento da UPP e fortaleçam os batalhões da Baixada. Em São João de Meriti, temos 457 000 habitantes e 258 homens no policiamento. A Rocinha, com 100 000 moradores, tem UPP com 700 PMs. Não sou contra as Unidades de Polícia Pacificadora, mas precisamos de um planejamento melhor”, compara Sandro Matos (PDT), prefeito de São João de Meriti, responsável por convocar o encontro. Ele discutiu há uma semana com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que nega a fuga de traficantes do Rio para a região.

“A Secretaria de Segurança optou pela UPP. Quando questionamos o problema da migração para a Baixada, o secretário não aceita e não admite o problema. Isso dificulta uma solução”, completou Matos, referindo-se à declaração de Beltrame de que apenas 5% dos presos na cidade são de outros municípios. Segundo o prefeito, esse índice não condiz com a realidade, porque a incidência de roubos aumentou, mas a falta de policiamento faz com que sejam efetuadas poucas prisões. Há cerca de um ano, conta, ele envia e-mails para Cabral sobre a questão. O governador respondeu a todos e disse que encaminharia o problema para o setor de segurança – e nada mais parece ter sido feito. “Nós somos atendidos, mas a questão não se resolve”, lamenta. A reivindicação parte de diversos partidos. O PDT de Matos faz parte da base de Cabral, mas o prefeito já apresentou seu nome à legenda para disputar o governo do estado contra o candidato do PMDB, Luiz Fernando Pezão, em 2014.
(…)

Retomo
Eis aí. A bandidagem migrou, o policiamento é obviamente deficiente, e o secretário não admite que o problema existe. No fim das contas, a “pacificação das comunidades”, tudo bem passado, significa a pacificação da Zona Sul, que é aquele setor do Rio que produz notícias e opiniões influentes, não é mesmo? É CLARO QUE ESSA GENTE MERECE PAZ, COMO TODO MUNDO. O QUE SE CRITICA AQUI É UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA CAOLHA, que pune as populações de cidades vizinhas ao Rio e das favelas que não contam com as tais UPPs.

Encerrando
O caso Amarildo é grave e justifica a mobilização. Mas é importante não perder o foco. A morte e o desaparecimento do pedreiro apontam para práticas ilegais da Polícia Militar, com ou sem UPP. Note-se: se, nessa modalidade de policiamento, dá-se algo assim, imaginem nos nichos menos expostos à opinião pública.

Mas atenção! Não é esse episódio trágico que indica as escolhas erradas de Cabral e Beltrame. Esse absurdo não nasce de uma decisão consciente, tomada pelo governador e pelo secretário. É evidente que, por eles, aquilo jamais teria acontecido, especialmente numa UPP. A deliberação errada é outra: consiste em “ocupar comunidades” sem prender os bandidos, espantando-os para áreas sem policiamento adequado, onde podem, então, aterrorizar a população à vontade. Insisto: se, um dia, o Rio conseguisse 100% de eficiência nessa política (a do espanta-bandido), os estados vizinhos é que pagariam o pato. Aliás, em parte, já pagam. Criminosos fugidos de “comunidades” cariocas já foram presos até no Paraguai…

Quando é que o Rio vai prender seus bandidos em vez de mandá-los passear?

  • Por Reinaldo Azevedo


Tags: José Mariano Beltrame, Rio, Sérgio Cabral, UPPs



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20 Comentários




AC -

07/11/2013 às 17:02


Uma senhora que conheço me contava outro dia que os vagabundos estão chegando no bairro de la, em Nova Iguaçu, em… caminhões. Inacreditável, não? Fica o registro – se quiserem, fantasioso.





Erasmo Moraes Oliveira -

07/11/2013 às 16:59


Caro Reinaldo , veja que situação curiosa , Antes das UPPs a vida dos traficantes no RIO era muito difícil , os consumidores tinham que subir o Morro para comprar o que era perigoso ou os traficantes , tinhão que descer para o “asfalto” para vender o que também era PERIGOSO tanto que se armavam fortemente, Agora com todos PACIFICADOS e Nenhum preso , nem traficantes das comunidades nem criminosos das Polícias , ficou tudo “BACANA” , VIROU “CUT” subir o MORRO , FAVELA ou COMUNIDADE .





CARLOS J -

07/11/2013 às 16:55


Caro Reinaldo, quando vi na primeira “ocupação” a bandidagem se esparramando para fora da fav..ups!…comunidade, já percebi de imediato que tudo era só mais um enorme circo. Pobre e infeliz País ! Quem poderá nos salvar dessa mediocridade ?! Não acredito que tenhamos salvação com esse povo tão pouco esclarecido (burro ?).





Augusto -

07/11/2013 às 16:53


Quando apareceu a podridão do caso Amarildo, quais foram as primeiras palavras que disseram o seu Zé Dirceu, os psolentos e cia? “Precisamos desmilitarizar a polícia”. Ora, esta é uma pauta antiga dos esquerdistas revanchistas, ela não apareceu depois do caso Amarildo. Quem que esses caras querem enganar???





JJ DE SOUZA -

07/11/2013 às 16:52


A segurança no Rio não pode ser cosmética, não adianta mandar bandidos para cadeia, reformulando, não adianta só mandar bandidos para a cadeia, muito bom artigo





Paulo -

07/11/2013 às 16:51


Na Bahia do PT a coisa está como o diabo gosta. Até o Comandante da PM é assaltado. A insegurança é total. Mas o governador Jaques Wagner só pensa em propaganda. Entre 2007 e 2012, ele gastou R$ 625 milhões com publicidade e propaganda e apenas R$ 287 milhões com segurança pública. Confira nos links abaixo:

>> http://www.jornaldamidia.com.br/2013/11/06/comandante-geral-da-pm-ba-e-assaltado-e-perde-celular-na-boca-do-rio/

>> http://www.jornaldamidia.com.br/2013/11/07/wagner-torrou-r-625-mi-em-propaganda-e-so-r-287-mi-com-seguranca/





gaga -

07/11/2013 às 16:45


O caso Amarildo não teria nenhuma repercussão se não houvesse o interesse de demoralizar a PM e a UPP. No dia seguinte ninguem mais tocaria no assunto. O jogo de interesses é tão grande que tornou-se pauta das manifestações “pacíficas” no Rio e estranhamente em outras cidades por esse Brasil. Resta saber quem bancou essa pauta.





Augusto -

07/11/2013 às 16:44


Niterói e São Gonçalo estão cheias de “hóspedes”!





Jardel Jaime Jesimel -

07/11/2013 às 16:44


Já escrevi aqui:Os morros e bairros pobres do Rio de Janeiro foram abandonados por muito tempo pelo poder públivco,só pensavam na Orla da Praia e seu entorno.Agora criaram as delegacias de bairros com um nome pomposo,”UPP” que nada são do que os “DP” Delegacias de Polícia de São Paulo.Ocorre que os bairros de São Paulo iam se formando e o Governo criando delegacias,escolas,asfalto,creches,esgoto,água encanada etc..No Rio ocorreu o contrário deixaram os bairros pobres abandonados por muitas décadas e a bandidagem assumiu o lugar do poder público,agora está difícil de controlar a situação mesmo com o esforço do atual governador.Até um teleférico no morro Governador teve que pedir ajuda para o Governo Federal,cadê o dinheiro dos Royalties do Petróleo?





Isaias -

07/11/2013 às 16:42


A criação da primeira UPP coincidiu com a escolha do Rio como sede das Olimpíadas, ou seja, arranjaram um cortina geográfica a prova de bala perdida para inglês ver, desde que não abuse do direito de ir e vir… vivo.





Regina -

07/11/2013 às 16:33


Ih, Reinaldo. Infelizmente, aqui em São Paulo não se pode mais falar em favela, pelo menos no Morumbi. Aqui é só comunidade.





Cristina Valentim -

07/11/2013 às 16:33


E não sei bem porque eles vêm veranear em minha cidade. Estamos bem perto da cidade do RJ, e temos 45km de praia e nenhum policiamento. O batalhão responsável está 35km, o DPO deve em torno de 6 policiais e a delegacia não é para correr atrás de bandido.Enfim, a bandidagem está uma loucura, as más línguas me dão conta de que em bairros mais distantes do centro já contam com milicianos, vejam só o progresso chegando com força total. Um bandidão “alugou” uma casa na praia e graças a Deus alguém denunciou, ele e sua turma foram presos, mas antes de ir embora deixou o padeiro apavorado, pois acreditou que o pobre coitado o tinha denunciado e prometeu uma visita.
Nunca acreditei no modelo UPP, bandido não muda de vida simplesmente porque a polícia quer, sai da comunidade e vai para outra.





Edson -

07/11/2013 às 16:33


O Beltrame é o Leslie Nielsen da segurança. Essa política do corra que a polícia vem aí foi a melhor comédia que já assisti. O problema é que os prefeitos das cidades do entorno do Rio não acharam a menor graça.





Brasileira -

07/11/2013 às 16:32


Sugiro uma campanha:

Façam uma pesquisa de opinião com a população das favelas, perguntando o que preferem quando o bandido é pego pela polícia:
1) cumpra pena preso
2) seja liberado ou cumpra pena solto.

Adoraria ver o resultado para esfregar na cara dos juízes que se dizem “defensores do pobres”, e que dada a visão míope da realidade, soltam os bandidos.





João -

07/11/2013 às 16:31


O rio não vai prendê-los nunca pois a esquerda e a imprensa e os sociólogos e os políticos de partidos de esquerda querem eles soltos. Acham que são uns coitadinhos, entende?





Marco -

07/11/2013 às 16:29


Caro Reinaldo,
O fato de desalojar os bandidos das favelas representa um enfraquecimento importantíssimo para combatê-los. Além disso, hoje é possível visitar as comunidades pacificadas, o que não é pouco quando olhamos para trás.
Sem dúvida nenhuma ainda há muito por fazer, mas para quem vive no Rio foi um pequeno alento.
O que nunca entendi muito bem na situação que tínhamos anteriormente é como essas favelas cresciam tanto com aquele nível de violência, decadência do Estado, etc…De onde eles vinham ?
Como morador do Rio posso lhe afirmar que esse primeiro passo foi importantíssimo.
Abraço do,
Marco





o desPTtizador -

07/11/2013 às 16:25


No que concerne à segurança, Dilma Rousseff [com o auxílio de seus comparsas e tutores!] transformou o Brasil em um Vietnã SOMADO a um Iraque SOMADO a um Afeganistão SOMADO a uma Síria, afinal temos cerca de CINQUENTA MIL ASSASINATOS POR AAAANNNNOOOOO nessa m… de país – e [quase] ninguém FAZ NADA! …





brunoalex4 -

07/11/2013 às 16:22


É a especialidade dos nossos governantes: EMPURRAR A SUJEIRA PARA DEBAIXO DO TAPETE…

Moro numa dessas favel ops..digo comunidades pacificadas, a do Complexo do Lins, mais precisamente na Árvore Seca e digo, com propriedade, que tudo não passa de um grande engodo. Ontem mesmo ao retornar para casa ” o movimento” estava lá fazendo o que sempre fez, vendendo drogas só que sem ostentar armamentos





CerradoemChamas -

07/11/2013 às 16:21


Parabéns Reinaldo, você previu esta realidade no primeiro posto sobre as UPPs no Rio.





Marques -

07/11/2013 às 16:16


NUNCA!!!A simbiose entre os bandidos e a polícia ( que não é privilégio do RJ) e o que alardeia com estilo Luloso o governador do rio e seu secretário de segurança é tamanha que ninguém mexe um dedo. No Rio, é simples assim: quem manda são os bandidos, que deixam os politicos farofarem um pouco, mas sem que mexam no faturamento. E esta situação nunca vai mudar.


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Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



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