- -
-
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Um jornal a serviço do BrasilDOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 201403:22
PUBLICIDADE
noite-chuvas_rapidas25°CSÃO PAULO
Buscar no sites da Folha Buscar no
31/01/2014 03h40
Mais opções
Para o submarxismo vigente naqueles ambientes que o poeta Bruno Tolentino (1940-2007) chamava "Complexo Pucusp" –onde a imprensa colhe seus "especialistas"–, o futuro já aconteceu faz tempo. O que virá será só a materialização do que já estava inscrito na natureza humana. E essa natureza, consta, é libertar-se da opressão. Assim, toda ação, todo acontecimento, todo evento só encontram sentido na medida em que podem ou não ser úteis a esse propósito. A história deixa de ser "a contínua marcha do desejo", na expressão de Thomas Hobbes, para ser uma sequência de capítulos de fim conhecido, que nos conduzirá ao encontro com a verdade. Parece complicado? Eu me esforcei. Das nuvens para os ônibus.
Desde 1º de janeiro, 33 ônibus municipais e outros tantos intermunicipais já foram incendiados na periferia de São Paulo e adjacências. Em dois ou três casos, alega-se uma reação à suspeita de que a PM teria matado um rapaz da "comunidade". E os demais? Ah, esses ficariam por conta do "malaise" social que levaria adolescentes da periferia a fazer "rolezinhos", "black blocs" a quebrar tudo, funkeiros a tentar explodir posto de gasolina... Teria sido acionado o gatilho do DNA libertador das massas.
Analistas muito severos trovejam: "Eu bem que avisei". Outros iluminam suas esperanças com as chamas dos ônibus. Estão com o povo, contra os reacionários! A antropologia da reparação ameaça: "Chegou a hora de entregar os dedos; os oprimidos não se contentam mais com os anéis do reformismo tucano-petista!".
O espírito do tempo tem peso determinante na história. São os poderes instituídos e as matrizes influentes de valores –onde estão a imprensa e a indústria cultural– que definem a recompensa e a punição aos comportamentos desejáveis ou indesejáveis. Se essas instâncias flertam com a desordem, esta passa a ser encarada como um instrumento eficaz de luta. Se a violência é recompensada com o reconhecimento da legitimidade da "causa", já se tem erigida uma moral. Aí a vaca vai para o brejo.
Defende-se hoje, a céu aberto, que PMs enfrentem desarmados os fascistoides que vão para as ruas portando coquetéis molotov –e assim é desde a primeira manifestação em São Paulo, no dia 6 de junho do ano passado. Tenta-se linchar um policial que cometeu a ousadia da legítima defesa. A repressão ao tráfico de drogas vira agressão aos direitos humanos. O desvio assume, enfim, o papel de contenção que cabe à norma.
Insiste-se na farsa ridícula da luta da "sociedade contra o Estado", e policiais "negros e morenos" (como diria Gilberto Carvalho), saídos daquela mesma periferia que seria a portadora do futuro, são tratados como o braço armado da velha ordem a retardar a aurora. O Brasil não é o Egito. A nossa democracia, por enquanto ao menos, não vive sob tutela, a não ser a desses milicianos do futuro. É bem verdade que o PT se esforça para tomar o lugar da sociedade e tenta estatizar até os "manos" e as "minas" dos "rolezinhos". Mas ainda não logrou o seu intento.
Não pensem que este rottweiler do reacionarismo acredita numa moral intrínseca da história, oposta à dos submarxistas, que nos conduziria para o bem. A história, em si, é amoral e se move por relações de força. Ocorre que, por esse caminho, democracia, fascismo ou comunismo seriam resultados plausíveis até que não se chegasse àquele momento do encontro do homem com o seu começo. Besteira!
A história não é moral, mas nós somos seres morais. Falaremos em nome de quais valores? A democracia é um regime legitimado pela maioria, mas sustentado, nos seus fundamentos –muito especialmente a proteção às minorias–, por elites de pensamento capazes de fazer escolhas que transcendem seus próprios interesses. É nesse lugar que está a imprensa. Não, meus caros! Os pobres não herdarão o Reino da Terra. Quais serão, então, as nossas escolhas?
Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista 'Veja'. Escreveu, entre outros livros, 'Contra o Consenso' (ed. Barracuda), 'O País dos Petralhas' (ed. Record) e 'Máximas de um País Mínimo' (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.
- -
twitter.com/reinaldoazevedo
Mais opções
De: R$ 36,90
Por: R$ 31,90Comprar
De: R$ 39,90
Por: R$ 34,90Comprar
TFC (4672) (09h18) há 18 horas
Avaliar como positivo 23 Avaliar como negativo 4 Denunciar
COMPARTILHAR
O título da matéria se ajusta perfeitamente aos políticos da atualidade: aduladores do caos.
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem Responder
svarat (983) (12h37) há 14 horas
Avaliar como positivo 21 Avaliar como negativo 2 Denunciar
COMPARTILHAR
Devido ao marxismo, essas pessoas formaram-se intelectualmente com a ideia de que a sociedade em que vivemos é inerentemente imperfeita e injusta, e que a sociedade perfeita e justa só virá quando essa cair, então acham que quanto mais cedo isso acontecer melhor, assim torcem realmente pelo caos e o estimulam de todas as maneiras. São energúmenos.
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem Responder
pedro volpe (750) (08h16) há 19 horas
Avaliar como positivo 20 Avaliar como negativo 2 Denunciar
COMPARTILHAR
Fosse a policia, eu deixaria esses baderneiros agirem a vontade, até o ponto de o povo implorar pela repressão. A única forma de acabar com essas idéias infelizmente é deixar que elas se materializem para que fique definitivamente provado o quanto ruins elas são.
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem Responder
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
+ LIDAS
+ COMENTADAS
+ ENVIADAS
ÚLTIMAS
PUBLICIDADE
De: R$ 72,90
Por: R$ 59,90Comprar
De: R$ 49,90
Por: R$ 39,90Comprar
De: R$ 46,50
Por: R$ 39,50Comprar
De: R$ 49,90
Por: R$ 43,90Comprar
De: R$ 44,90
Por: R$ 37,90Comprar
+ SEÇÕES
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).
PUBLICIDADE
CURSOS ONLINE
PUBLICIDADE
Folha ShopCompare preços:
Chevrolet OnixConfira Aqui! A partir de R$ 31.200
DVD AutomotivoEquipe seu carro, a partir de 12x de R$ 18,67
Nenhum comentário:
Postar um comentário