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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Estado é cúmplice






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Por Roberto Barricelli em 05/02/2014


Bene Barbosa*

Há quase 20 anos impera no Brasil a ideologia infundada de que a criminalidade e a violência são fruto da desigualdade social e da pobreza. Algo como se todo pobre fosse impelido ao crime, enquanto os abonados, embora malvados capitalistas, se distanciam dos atos criminais. Os adeptos desse pensamento apenas esquecem, propositalmente ou não, de que cometer um crime é e sempre será uma escolha individual e consciente, independente da classe social.

A diferença entre ricos e pobres é que, os primeiros, quando decidem cometer crimes, escolhem o estelionato, as falcatruas, a corrupção, a gestão fraudulenta, as licitações forjadas e, não raramente, acabam na política. Os pobres, por pura falta de outros instrumentos ou acessos, “metem o canhão na cintura” e vão para a rua assaltar. Todos eles, porém, são criminosos e caberia ao poder público, ao “Deus-Estado”, fazer valer a lei e puni-los indistintamente, na proporção de seus delitos. Sabemos, todavia, que isso não acontece nem para pobres, muito menos para os ricos, ainda mais se estes fizerem parte da estrutura do status quo. E então a ideia da determinação do meio social vai, comodamente, sendo aceita, favorecendo, pela falta de combate, a expansão vertiginosa da violência criminal.

A sociedade, em seus mais diversos segmentos, parece apática, sem esboçar reação.

A segurança privada, embora seja o setor que mais se beneficia financeiramente do caos que se instala no Brasil, não tem autorização para efetivamente contribuir para a segurança dos cidadãos de forma mais geral, não podendo tomar o espaço abandonado pelo poder público. O próprio “Deus-Estado”, que tudo sabe e vê, já cuidou de eliminar o risco de concorrência ao seu temerário monopólio da força. Prova disto é que, no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), emitido pelo governo federal, há a previsão para que toda a segurança privada armada seja banida do Brasil. Melhor não fazer muito barulho.

O cidadão, coitado, se viu nos últimos anos convidado a entregar suas armas e sua vida na mão inepta do Estado, através das fracassadas campanhas de recolhimento de armas. Chamado à urna, disse não ao desarmamento, com o que esperava estar garantindo o direito de possuir legalmente uma arma para sua defesa. Mais uma vez foi traído, seu voto feito de papel higiênico e, mais uma vez, o Estado disse: “eu não deixo você ter uma arma, isso é para a sua própria segurança”, mesmo que o caminho para a segurança seja ir preso ou morrer, com a leniência oficial, nas mãos de um facínora qualquer.

Estamos em ano eleitoral, o que tende a reacender esperanças. Será? Duvido muito. O mais previsível é que o partido que se encontra no poder, e competentemente aparelhou a máquina pública como não se via desde a Alemanha nazista, continue onde está.

As alternativas não trazem mudança ao cenário. Os candidatos que até agora apareceram de modo mais consistente se mostram apenas mais do mesmo. Eduardo Campos e Marina Silva apresentaram recentemente um “pré-plano” de governo, com uma breve alusão à segurança pública. A proposta foi bem resumida na crítica contundente do pesquisador Fabricio Rebelo: “no campo da segurança pública, uma enorme decepção. Em meio a uma catastrófica situação de crise de criminalidade homicida, os utópicos pré-candidatos vêm com a balela de ‘cultura de paz’ e ‘reconciliação’ entre periferia e bairros centrais.” E lá vem a repetição da tese da “guerra” entre ricos e pobres.

Já Aécio Neves, o mais importante, pelo menos até agora, pré-candidato, há alguns meses flertou fortemente com mais restrições à liberdade individual, ao afirmar que o problema do desarmamento foi que ele desarmou pouco. É a ideologia contra os fatos, esta, sim, uma guerra em que a razão vem perdendo.

Por isso afirmo que não há, realmente, muito o que esperar. E além de afirmar, faço aqui uma acusação: o estado é cúmplice! Cúmplice de cada homicídio, de cada estupro, de cada roubo e de cada furto que ocorre hoje no Brasil. Em que me pauto para afirmar isso? Ora, quem tem o instrumental e chama para si o monopólio da segurança pública, ao não tomar as medidas necessárias para impedi-los, é cúmplice, no mínimo, por omissão!

*Bene Barbosa é especialista em segurança pública e presidente do Movimento Viva Brasil.






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Sobre o autor

Assessor de Imprensa do Instituto Liberal

Assessor de Imprensa do Instituto Liberal. Roberto Lacerda Barricelli é autor de blogs, jornalista, poeta e escritor. Paulistano, assumidamente Liberal, é voluntário na resistência às doutrinas coletivistas e autoritárias.

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comentários (5)
Juarez Oliveira


Texto mais que recomendado, principalmente, para os que pensam que a tirania possui partido ou sigla:

“Já Aécio Neves, o mais importante, pelo menos até agora, pré-candidato, há alguns meses flertou fortemente com mais restrições à liberdade individual, ao afirmar que o problema do desarmamento foi que ele desarmou pouco. É a ideologia contra os fatos, esta, sim, uma guerra em que a razão vem perdendo.”Responder
Rubens Pires


Enquanto governantes insistirem em teses falidas e na defesa intransigente do criminoso que,em detrimento das vítimas,têm seus direitos amplificados,a violênciasó fará aumentar.Depois de termos um presidente semianalfabeto,os jovens em geral,passaram a execrar a educação e,apesar de Dilma dizer que o País está no rumo certo,devo dizer que está no rumo certo para o desastre…Responder
Quagmire


Infelizmente o PT não sai do poder tão cedo, com todas as “bolsas” que eles criaram, compraram o voto do povo. E mesmo que outro partido entre, não existe chances de melhoras. Economia indo de mal a pior, impostos cada vez mais altos, segurança do cidadão cada vez pior…
Brasil está se afundando cada vez mais, é uma grande decepção esse país. Engraçado que sempre é a vez do Brasil, mas nunca chega, graças a essa corja que comanda o país. Mas o povo é igual a corja que comanda o país, 90% é corrupto e sem escrúpulos.
Por isso no Brasil, a posse e o porte de arma não pode ser totalmente liberado. As pessoas em geral não prestam no Brasil e não possuem capacidade emocional para ter uma arma.
Eu tenho 6 armas, todas registradas, pelo SINARM e pelo SIGMA, mas sou uma minoria, entre os equilibrados, nesse país de malucos.
Se a lei e a justiça funcionasse, poderia ser mais liberado a compra de armas, mas como estamos no Brasil, é impossível melhorar a justiça por aqui.
O certo seria liberar as armas de vez, mas sem justiça que funcione, é complicado.
Não é como no Texas, onde as leis são duras e o povo tem respeito a vida alheia, não mata a toa como aqui.Responder


Pois é, hoje temos que dar a b…. aos bandidos e nos desculpar se nosso c* não estiver do gosto deles.
Qualquer coisa diferente disso você estará errado.
Violência é a solução ??? Não, claro que não mas pelo menos podemos “tentar” nos defender ???Responder
ana paula


O desarmamento só veio para piorar o que já estava ruim.Responder



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“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905