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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Reinaldo Azevedo, LEIAM ABAIXO






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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



06/02/2014 às 7:19



Por Reinaldo Azevedo





06/02/2014 às 7:08



Alexandre Padilha (foto), que acabou de deixar o Ministério da Saúde para assumir a condição de pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, concedeu uma entrevista realmente impressionante a Valdo Cruz e Johanna Nublat, daFolha. É impressionante porque, sei lá, de boa-fé, a gente acredita que há um limite para a irresponsabilidade e para a má-fé. Com alguma frequência, isso é um engano.

Na semana em que um dos filhos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi vítima de uma tentativa de assalto ou, sabe-se lá, de sequestro, Padilha aproveita para fustigar a área de segurança pública de São Paulo com um discurso sem números, que apela apenas à retórica terrorista. É de um oportunismo asqueroso. Mas esperar o quê? Essa gente já transformou o câncer em moeda eleitoral duas vezes! Infelizmente, a conversa passou longe dos dados.

O petista disse com todas as letras: “[O PCC] Foi uma criação no governo deles. Vinte anos atrás, quando assumiram o governo, não tinha PCC, agora tem. Falta coragem ao governo de São Paulo para enfrentar o que precisa ser enfrentado. Eu diria que, hoje, a bateria do PSDB de São Paulo acabou.”

Estupefaciente! Ora, vimos há alguns dias o horror em que se transformou o Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, estado em que o PT elegeu o vice-governador. O sistema penitenciário desse estado abrigava, em 2012, apenas 4.241 presos. Mesmo assim, é dominado por duas facções criminosas. As decapitações decorrem das disputas entre elas. Em São Paulo, havia em 2012 190.828 presos só no sistema penitenciário. Sem contar as cadeias.

Facções também estão presentes no Rio. Aliás, lá é que teve início o partido de bandidos, quando criminosos de esquerda se juntaram com criminosos comuns, nos anos 1970. E o Rio, que prende muito menos do que São Paulo, tinha apenas 30.906 presos nas penitenciárias em 2012 — 160 mil a menos. As facções, como sabem as UPPs, atacam dentro e fora dos presídios.

Petista tentando dar aula de segurança pública? Por que Padilha não olha para a Bahia, cujos presídios também são dominados por organizações criminosas, embora suas penitenciárias abrigassem apenas 10.251 pessoas no ano retrasado — 5,3% do que havia no sistema paulista? E o que dizer do Distrito Federal, também governado pelo PT?

O DF é mesmo semelhante a SP?
Infelizmente, numa das perguntas feitas a Padilha, afirma-se: “São Paulo enfrenta um problema na segurança, mas o Distrito Federal, governado pelo PT, tem situação semelhante. Não é uma questão nacional e não há omissão do governo federal em atuar com os Estados?”

Epa! O Distrito Federal tem situação semelhante à de São Paulo? Não terá nem nos próximos 10 anos — ou mais. Em 2012, houve 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais por 100 mil habitantes no DF, o que inclui homicídios dolosos e latrocínios; em São Paulo, foram 12,4 — em 2013, deve ter caído. A do DF é 159% maior. E no caso dos latrocínios? 1,8 por 100 mil no DF, contra 0,8 em São Paulo. De novo, a capital administrada pelo partido de Padilha vence: 125%. Que história é essa de “situação semelhante”. Haverá semelhança quando os índices de homicídios do DF caírem 61%, e os de latrocínios, 55%.

Padilha deu outra resposta não menos espantosa:
“São Paulo tem um potencial que não pode ser comparado com nenhum outro Estado. Pelo seu potencial, tem de se comparar com as melhores práticas internacionais, inclusive na área de segurança. Além disso, o governo federal sempre deu demonstrações de oferecer cooperação com o Estado de São Paulo.”

Cooperação? Qual? Quando a Secretaria de Segurança Pública enviou ao Ministério da Justiça um pedido de auxílio para reequipar a PM, ouviu do senhor José Eduardo Cardozo, ministro, que o governo federal não era a Casa da Moeda.

Vejam o que aconteceu com a taxa e com o número de homicídios em São Paulo em 13 anos. Os dados de 2013 ainda não estão aí. São menores. Não há estado com essa performance, e, provavelmente, é hoje a unidade da federação com a menor taxa.


Mas não vamos ficar só no Distrito Federal. E se formos para a Bahia petista, de Jaques Wagner? 40,7 assassinatos por 100 mil — 228% a mais. E se nos fixarmos no pequenino Sergipe, governado pelo PT desde 2007? A taxa de latrocínios é 112,5% maior do que a paulista; a de assassinatos, 222,5%.

E é Padilha, um dos homens fortes do PT, a dar aula de segurança pública a São Paulo? Mais uma vez, ele repetiu a ladainha de que se trata do estado mais rico da federação. É claro que é. Mas também é o mais populoso. De todo modo, mais números. Sabem quanto o Brasil gastou com policiamento em 2012? Com exatidão: R$ 17.557.948.076,05. Desse total, São Paulo desembolsou R$ 7.291.669.213,27. Ou seja: 41% — embora o estado tenha apenas 22% da população. Em 2011, então, respondeu por 55,3% do total.

Alexandre Padilha está chutando. Eu estou lidando com dados, com números, que são endossados pelo próprio governo federal. Todos esses números que cito pertencem ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública e está à disposição aqui. Baixe a versão em PDF que facilita a leitura.

O sr. Alexandre Padilha não deveria brincar assim com coisa séria. Se o Brasil tivesse a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes que há em São Paulo, 30 mil vidas se salvariam todos os anos. Infelizmente, a eficiência do PT em segurança pública se mede em cadáveres.

Um outra resposta de Padilha chega a quase comover pela arte do ludíbrio. Leiam:
O sr. deve fechar a meta de 13 mil médicos [para o Mais Médicos] com cerca de 75% deles sendo cubanos. Por que vocês não foram mais transparentes e reconheceram que o convênio com Cuba seria a alternativa, sabendo que os médicos brasileiros não iriam se inscrever?
Primeiro porque não tenho bola de cristal. Tenho capacidade de planejamento, de visão de futuro, era um problema que a gente apontava havia muito tempo. Muita gente dizia que os prefeitos não iam aderir ao programa, mas superou a expectativa. Segundo, acreditamos que a forma como foi divulgado, convocado, chamado, era importante para não desestimular a participação dos médicos brasileiros.

Errado!

Em agosto do ano passado, numa entrevista ao programa “Entre Aspas”, Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, confessou:
“Esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio. Boa parte desses cubanos já trabalharam em países de língua portuguesa, não têm dificuldade com a língua. E, ao longo desse um ano e meio, eles vêm tendo conhecimento sobre o sistema de saúde no Brasil, doenças que existem aqui e não existem lá…”

Médicos cubanos confessaram depois que já estavam em treinamento quando nem se falava ainda do programa por aqui. Portanto, a resposta do ministro é o que se chama o oposto da verdade…

Vamos ver o que o futuro reserva a São Paulo. A gente já sabe o que o PT fez com a segurança pública na Bahia, no Distrito Federal ou em Sergipe. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro entra no quarto ano de governo com a Polícia Militar mais mal paga do país: R$ 1.375,71 contra R$ 3.023,29 em São Paulo.

Eis aí o que dizem eles e o que realmente são.Por Reinaldo Azevedo





06/02/2014 às 2:46



Sou corintiano, como sabem. Mas o caso, aqui, não diz respeito a clube, gosto, preferência. Estamos lidando com uma questão que tem, em larga medida, uma dimensão pública. O futebol brasileiro e a estrutura que o cerca, à diferença do que se dá em vários países do mundo contemporâneo, são bolsões de atraso político, institucional e moral.

Muito bem: um grupo de corintianos decidiu criar uma petição pública, endereçada à direção do Corinthians. Protesta contra o vandalismo protagonizado por bandidos disfarçados de torcedores e faz algumas reivindicações à presidência do clube — entre elas, está a cessação de privilégios a torcidas organizadas que não respeitam as regras da civilidade.

Infelizmente, as direções dos clubes têm se mostrado cúmplices de práticas nefastas, que afastam o verdadeiro torcedor dos estádios; que acabam tornando o futebol quase um divertimento privado de vândalos. Leiam o texto. Para assinar a petição, clique aqui.

O CORINTHIANS MERECE RESPEITO!

Presidente Mário Gobbi Filho,

Nós somos corinthianos, e nessa condição escrevemos esta carta aberta. Alguns poucos de nós a assinaremos, mas somos muitos mais. Somos o torcedor comum, que não tem outra bandeira a não ser a do Timão.

Temos críticas ao desempenho do time e ao comportamento de alguns atletas, que não têm honrado o manto sagrado com nosso escudo. Muitos aqui não estão satisfeitos com o trabalho da Comissão Técnica, e outros também não aprovam a própria direção do Departamento de Futebol. Nossas críticas refletem opiniões de pessoas livres, que não seguem orientação nem obedecem às ordens de ninguém.

Mas para expressar nossas críticas, nós não utilizamos sinalizadores, muito menos aqueles que provocam tragédias; também não invadimos o campo, nem atiramos objetos para dentro dele. Tampouco invadimos espaços reservados à administração do Clube ou o Centro de Treinamento dos atletas, menos ainda para agredi-los e os funcionários do clube, como fizeram bandidos que se intitulam torcedores, no último dia 1º de fevereiro.

Esses bandidos, aliás, integram os mesmos grupos que têm causado enormes prejuízos financeiros e morais ao Corinthians e a nós todos, torcedores. Falam em democracia, mas a agridem ao não respeitarem as leis do Estado Democrático de Direito. Dizem querer só criticar e protestar, mas fazem uso da ameaça, do constrangimento, da coação e até da agressão física. Covardes, agem sempre sob a proteção do grupo, e depois se dizem vítimas da violência que eles próprios praticaram e/ou provocaram.

Atacam, inclusive por meio de nota oficial, quem repudia os atos de vandalismos a que todos assistimos, perplexos, dizendo que essa repulsa seria a manifestação de preconceito social, porque os vândalos “são pobres”, e os jogadores vítimas das truculências “ganham fortunas”. Como se a boa condição econômica retirasse de alguém o direito à segurança e à integridade física e moral. Como se entre os agressores não houvesse muitos “endinheirados”. Como se os funcionários do CT, também vítimas de agressões e até de furtos de seus pertences, fossem ricos.

Na verdade, esses bandidos não representam os mais de trinta milhões do Bando de Loucos, que são pobres, remediados, ricos, negros, brancos, mestiços, índios, asiáticos, crentes, agnósticos e ateus; constituem, enfim, uma nação multicolor e multifacetada, cuja identidade é o amor incondicional pelo Timão. E que não aceitam a visão preconceituosa de que aos que são pobres só resta apelar para a violência; não aceitam ser confundidos com membros dum bando de criminosos, que não respeitam nada nem ninguém. Nós, os torcedores comuns cuja única bandeira é a do SCCP, queremos, sim, ver respeitado nosso direito de “cornetar” jogadores e dirigentes, mas não admitimos que em nosso nome invadam, depredem, constranjam, ameacem, agridam e ainda furtem até mesmo funcionários do clube.

Por tudo isso, Presidente Mário Gobbi, nós decidimos endereçar a você esta carta, que será também tornada pública. Para pedir que você aja com determinação e coragem na defesa do Sport Club Corinthians Paulista, pondo fim a uma convivência promíscua que, infelizmente, vem sendo mantida entre o Clube e essas organizações que abrigam e protegem criminosos. E para isso, sugerimos a adoção de algumas medidas para impedir que bandidos continuem a manchar o nome do Todo Poderoso Timão:
a) Extinguir a categoria de sócio-torcedor destinada às “torcidas organizadas” do plano Fiel Torcedor;
b) Proibir que esses grupos utilizem o nome, as marcas e o símbolo do Corinthians;
c) Proibir a remessa de ingressos da quota do Corinthians às “torcidas organizadas”, o que se dá, principalmente, nos jogos em que o Timão é visitante, fato que é público e notório;
d) Proibir qualquer outro tipo de auxílio a tais organizações, como custeio de viagens em jogos em que o Corinthians é visitante;
e) Acionar judicialmente os invasores que venham a ser identificados, cobrando deles a reparação material dos danos por causados, não apenas na invasão do CT Joaquim Grava, mas sempre que isso se der;
f) Instaurar processo disciplinar para expulsar do quadro de sócios do Clube aqueles que tenham participado da invasão ao CT ou de brigas em estádios;
g) Auxiliar ativamente a Polícia e o Ministério Público na apuração dos crimes já perpetrados no último dia 1º e nos que vierem a ser cometidos contra o Corinthians, seus atletas e demais funcionários.

Há pouco mais de 2 anos, nós comemorávamos o título do pentacampeonato do Brasileirão; seis meses depois, vivemos o momento mágico da conquista da Libertadores, e em outros seis meses, veio o 2º Mundial. Não faz o menor sentido que, agora, vejamos o nosso Corinthians de volta às páginas policiais, sem que a direção do Clube cumpra o seu dever de respeitar e fazer respeitar o Campeão dos Campeões. Ainda mais sendo você um Delegado de Polícia, e, portanto, profissional que não pode transigir com o crime, mas que deve, ao contrário, combatê-lo!

Afinal, aqui é Corinthians!

E respeito é bom, e nós não apenas gostamos, mas exigimos!Por Reinaldo Azevedo





06/02/2014 às 2:03


O caso já deveria ter sido apontado pela imprensa como evidência de, sei lá como chamar, “surrealismo jurídico” ou algo parecido. Não tenho memória de nada parecido — e acho que ninguém tem. Já escrevi aqui que a Polícia Federal havia indicado o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP) no curso na investigação do caso Alstom mesmo sem ter nada contra ele. Absolutamente nada! Estava na lista apenas porque foi secretário de Energia por algum tempo, embora não tenha tido nenhuma interferência no contrato sob investigação.

Muito bem. O caso foi enviado ao Ministério Púbico. E os procuradores concluíram que, de fato, a PF não conseguiu apontar nada contra o vereador tucano. Na semana passada, os procuradores Rodrigo De Grandis e Andrey Borges de Mendonça denunciaram 12 investigados, mas excluíram Matarazzo. Por quê? Por falta de provas. Caso encerrado? Por incrível que pareça, não! Os procuradores pediram um outro inquérito. Com base em quê? Leiam o que informa Fausto Macedo no Estadão Online:
*
Inconformado com o fato de a Procuradoria da República ter requerido inquérito criminal para investigar sua conduta no caso Alstom, o vereador tucano Ângelo Andrea Matarazzo, ex-secretário de Energia no governo Mário Covas (PSDB), decidiu reagir. Seu advogado, criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, vai entregar petição à Justiça Federal, na qual alerta que os próprios procuradores que pedem o inquérito já concluíram pela inexistência de provas contra Matarazzo.
(…)
Na semana passada, os procuradores Rodrigo De Grandis e Andrey Borges de Mendonça denunciaram 12 investigados, mas excluíram Matarazzo – indiciado pela Polícia Federal, por corrupção passiva -, alegando “inexistência, pelo menos por ora, de elementos de prova suficientes para a propositura da ação penal pública”. No entanto, pediram inquérito para investigar “as condutas criminosas eventualmente perpetradas por Matarazzo”.
(…)
“Diante da carência de elementos incriminadores (Matarazzo) não foi denunciado”, assinala. “Os procuradores arremataram que ‘o simples fato de se ocupar cargo em tal ou qual órgão ou diretoria em cujo âmbito o delito foi perpetrado, por mais alto que seja essa função, não dá sustentação jurídica para a formulação de imputação penal no contexto do Estado Democrático de Direito’”.

Mariz é categórico. “É patente a contradição a que se pôs o Ministério Público Federal. Se reconheceram a inexistência de elementos suficientes a embasar uma ação penal, não há que se requerer a continuidade das investigações em inquérito policial independente.”

O veterano criminalista acentua que Matarazzo “é reconhecidamente um homem público, a continuidade de qualquer investigação sem fundamento contra ele o expõe ao mais alto grau de constrangimento ilegal. Em ano de eleições essa violência moral lhe causa maior desassossego, na medida em que se sente abalado para enfrentar a corrida eleitoral que se avizinha. Inexiste qualquer motivação idônea que autorize este pleito, na medida em que a manifestação que ora se combate é genérica e não apontou sequer um crime a ser investigado.”

Mariz adverte que o inquérito policial “não pode transmudar-se em mero instrumento de prospecção, em face da carência de elementos que apontem para o cometimento de qualquer delito ainda não investigado”. “(Matarazzo) não pode ser alvo de uma investigação sobre fato indeterminado, não pode sofrer uma ação fiscalizatória estatal perpétua e indiscriminada.”

Por Reinaldo Azevedo





06/02/2014 às 1:21


Pois é… O governo fica com essa conversa mole sobre a extradição de Henrique Pizzolato. Já escrevi a respeito. Leiam o que disseram a Folha dois ministros do Supremo:
Dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) se manifestaram nesta quinta-feira (5) sobre a inviabilidade do pedido de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato da Itália. Pizzolato foi preso por uso de passaporte falso nesta quarta em Maranello (a 322 km de Roma), no norte da Itália. O ministro Celso de Mello, decano da Corte, chegou a dizer que um eventual pedido seria “inócuo” e “juridicamente inviável”. O magistrado explica que e as leis italianas proíbem a extradição de nacionais. Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, possui cidadania do país. ”É uma medida absolutamente inócua. Inócua porque se sabe por antecipação, com base na própria legislação italiana, qual será a resposta das autoridades daquele país”, disse.

Já o ministro Marco Aurélio Mello acredita que possível indiciamento de Henrique Pizzolato na Itália poderia dificultar ainda a situação. “Foi preso e, pelo que ouvi, por um crime praticado na Itália”, afirmou o ministro. “Agora, se tem mais um argumento [contra a extradição]: a necessidade de ele responder pela prática criminosa que teria cometido”, explicou.

Apesar da posição do decano Celso de Mello, a PGR (Procuradoria-Geral da República) divulgou uma nota na tarde desta quarta dizendo que irá pedir a extradição de Pizzolato. O Ministério Público justifica a medida dizendo que há brechas legais que poderiam viabilizar a extradição. No tratado de extradição entre o Brasil e a Itália consta que o Estado não está “obrigado” a entregar um nacional. Por isso, na visão da PGR, se tiver interesse, o governo italiano pode, sim, entregar Pizzolato. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que o Brasil pedirá a extradição do ex-diretor.
(…)

Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 21:16


Uma porta de um trem do metrô emperrou. Acontece? Acontece. A solução poderia ter sido rápida? Poderia. Não foi. As portas de emergência de sete trens foram acionadas em sequência, quase ao mesmo tempo. Passageiros decidiram andar pelas linhas e túneis.

O que a empresa tem de fazer? Tem de desligar a corrente elétrica. Se não faz isso, centenas, milhares, sei lá, podem morrer eletrocutados. Ao se cortar a energia, o ar-condicionado para de funcionar. Aí o calor nos trens lotados se torna insuportável.

Sim, é preciso ouvir as reclamações dos usuários etc. e tal. Mas dar curso à suposição de que a falta de ar condicionado é uma espécie de maldade adicional com o povo, aí já é demais.

Acho que se trata de uma questão de serviço público informar aos senhores usuários que, sempre que pessoas decidirem abrir a porta do metrô e andar nos trilhos, será preciso desligar a energia elétrica, e o ar-condicionado vai parar.

Há, claro, uma alternativa: advertir que a corrente não será interrompida em nenhuma hipótese. Quem quiser correr o risco de morrer torrado que se aventure. Não parece ser a melhor saída.

Encerro
Os indícios de sabotagem são muitos — do acionamento quase simultâneo das portas de emergência ao incitamento ao quebra-quebra. Os vândalos, a esta altura, estão comemorando.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 20:55


Vocês pensam que Henrique Pizzolato falsificou o passaporte no ano passado? Nããão! Ele o fez em 2008. Mas atenção: a falsificação do CPF, do RG e o Titulo de Eleitor dada de 2007, o mesmo ano em que o STF aceitou a denúncia contra os mensaleiros. Vejam que fabuloso! A gente pode inferir que o homem tinha noção do imbróglio, não é mesmo? E tomou as suas precauções.

Já com o passaporte falso em mãos, Pizzolato estava por aí até anteontem tentando convencer alguns jornalistas da sua inocência. E, vejam que coisa, conseguiu convencer a alguns…

Santo Deus!

Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 20:41


José Eduardo Cardozo nega que a Polícia Federal esteja monitorando a médica cubana que desertou do programa “Mais Médicos”. Tomara que seja verdade. Os petistas certamente acham que tenho muitos defeitos — numa coisa ou outra, talvez tenham razão. Quem sou eu para negar? Mas aquilo de que menos gostam em mim é a memória — que, sei lá, acho uma qualidade. E, agora, eu tenho de voltar ao dia 26 de agosto do ano passado.

Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, numa curta entrevista, protagonizou uma das cenas mais infames dos quase 12 anos de governo petista. Eu mal podia acreditar no que via e ouvia. Com os meridianos da hombridade ajustados, ele não teria falado o que falou. Depois de tê-lo feito, ainda que combalida, a hombridade remanescente deveria tê-lo levado a se demitir. Por quê?

Por ocasião da chegada dos médicos cubanos, os jornalistas dirigiram a Adams uma questão absolutamente pertinente: qual será a reação do governo brasileiro caso médicos cubanos peçam asilo ao governo brasileiro? Respondeu a excelência: “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos.” E ele foi adiante, tentando explicar: “Todos os tratados, quando se trata de asilo, [consideram] situações que configurem ameaça por razões de ordem políticas, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.

Entenderam por que a médica cubana Ramona Matos Rodríguez está com medo? Sim, meus caros, é preciso considerar as condições em que estes pobres-coitados vêm trabalhar no Brasil, inclusive com agressão explícita à nossa soberania.

Eles estão impedidos de construir uma carreira no Brasil porque suas famílias ficaram em Cuba, e o visto provisório não lhes dá o direito de exercer outra atividade que não aquela do “contrato”. A informação que lhes foi passada é que era inútil tentar desertar ou seriam “devolvidos”, como ameaçou Adams.

Atenção! Mesmo no Brasil, os médicos cubanos estão submetidos às ordens do regime comunista, uma vez que estão sob a tutela de agentes cubanos, que são seus verdadeiros chefes. Melhor ainda: obrigados a ser comunistas, eles não reivindicarão nada. Ficarão longe de qualquer associação ou órgão de classe.

É importante lembrar: quem decide quando é chegada a hora de substituir um médico não são as autoridades brasileiras da saúde, mas os cubanos que chefiam a equipe. Se, por qualquer razão, decidirem “devolver” um médico e importar outro, isso é lá com eles. O Brasil não interfere. E vocês já sabem como funciona o esquema de remuneração. No governo, fala-se em chegar a até 10 mil cubanos, o que poderia render à ilha comunista, nos valores de hoje, líquidos, depois do pagamento miserável feito aos médicos, R$ 75,8 milhões por mês — R$ 909,6 milhões num ano. No comunismo, a carne humana sempre foi muito valorizada.

Esforço-me para acreditar em José Eduardo Cardozo, embora tenha de ser honesto e confessar que tenho alguma dificuldade. Até porque não custa lembrar que raramente o governo mentiu tanto sobre um programa como nesse caso. O Planalto chegou praticamente a descartar a vinda dos cubanos no começo de julho. Pouco mais de um mês depois, anunciou-se a vinda dos cubanos e se descobriu que as negociações estavam em curso havia um ano e meio.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 18:57


Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Volto no próximo post:
A cubana Ramona Matos Rodrigues, em plenário. Participante do programa Mais Médicos, do governo federal, a médica e os parlamentares do DEM, liderados pelo deputado Ronaldo Caiado (GO), denunciam que a médica teve seu telefone grampeado e foi buscada por policiais federais na residência que ocupava em Pacajá, no Pará, após ter deixado a cidade frustrada com os valores pagos pelo trabalho no programa.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta quarta-feira que a Polícia Federal tenha interceptado telefonemas da médica cubana Ramona Matos Rodriguez ou esteja à procura da profissional, que integra o programa federal Mais Médicos. Ramona afirma ter fugido de Pacajá (PA) no último sábado, após agentes da PF grampearem seu telefone. “Não existe a menor possibilidade legal para que isso tivesse ocorrido. A Polícia Federal não a está procurando ou investigando e não existe nenhuma interceptação legal de telefone. Se algum policial fez isso, o fez em total situação de ilegalidade”, disse Cardozo. “Não há nenhuma medida em curso em relação à cubana.”

Ramona contou que saiu de Pacajá no sábado e avisou a colegas da cidade que viajaria para uma fazenda e retornaria no domingo. Com a ajuda de uma amiga, ela foi até Marabá, onde embarcou para Brasília. Ao telefonar para a amiga, ela teria recebido a informação de que as ligações foram interceptadas e que policiais federais foram procurá-la na sua residência. Cardozo rebateu a versão e afirmou que a família que a hospedava em Pacajá acionou a Polícia Civil por causa da demora da cubana em voltar para casa. A médica foi abrigada pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) e está morando provisoriamente no gabinete do DEM na Câmara. Ela teme ser deportada para Cuba e entregue ao regime dos irmãos Castro.

De acordo com Cardozo, no entanto, não houve nenhuma comunicação sobre o descredenciamento dela do programa Mais Médicos, o que implicaria na cassação do visto. O ministro recebeu nesta tarde parlamentares do DEM para tratar do pedido de refúgio. O partido deve protocolar a solicitação ainda hoje. “Até o momento ela tem o visto regular. Não há nenhuma razão objetiva para que ela tenha de se refugiar em qualquer lugar. Ela pode circular livremente”, disse.

A partir do momento em que o pedido de refúgio for feito, a cubana passará a ter garantida a permanência no Brasil até o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) julgar o caso. Depois de formalizado o pedido de refúgio, uma espécie de investigação é instaurada para avaliar a requisição. A decisão dificilmente será tomada antes de março porque “há uma fila a ser obedecida”, segundo o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão. Atualmente, 71 cubanos estão refugiados no país e cinco aguardam apreciação do órgão.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 18:51


Que pitoresco!

O PT anunciou que vai interpelar Gilmar Mendes por conta de algumas indagações que fez o ministro sobre a origem do dinheiro que está sendo “doado” aos mensaleiros pela Internet. Depois de uma sequência de atos debochados de petistas contra o Poder Judiciário — incluindo a própria arrecadação de dinheiro para pagar a multa de criminosos —, Mendes afirmou que é preciso verificar se o procedimento não é uma forma de lavagem de dinheiro.

Os petistas não gostaram. Rui Falcão anunciou que pretende interpelar o ministro com base no Artigo 284 do Código Penal, a saber:
“Art. 144 – Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.”

Certo! O PT, então, como pessoa jurídica, vai alegar “crime contra a honra” por causa de uma pergunta ou de uma hipótese? Isso é só para gerar notícia…

Venham cá: quando João Paulo, José Genoino, José Dirceu, Rui Falcão ou André Vargas acusam um ministro do Supremo de condenar sem provas; de agir com preconceito contra o partido; de não seguir os fundamentos do estado de direito; de ceder à pressão midiática, isso é o quê? Vejam o ato asqueroso, patético, protagonizado por André Vargas numa solenidade oficial. Como definir aquilo?

Ora, juiz que faz essas coisas é, quando menos, um prevaricador, não é mesmo? Se é de crimes contra a honra que estamos falando, quem ofende a honra de quem? Não custa lembrar que acusações dessa natureza estão sendo feitas pelos petistas até em documentos oficiais do partido.

PS: No caso de Mendes, não custa lembrar, adicionalmente, que ele é um dos principais alvos dos blogs sujos, financiados com dinheiro público.

Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 18:11


Henrique Pizzolato tem dupla cidadania, brasileira e italiana. Agora ele já é um criminoso no Brasil e na Itália. Em dois países. Em dois idiomas. Pudesse ter uma terceira, vocês já sabem… Que vocação a desse senhor, não é mesmo? O poeta latino Horácio, nascido onde hoje é a Itália, país em que Pizzolato foi preso, dizia que aquele que cruza o oceano muda de céu, mas não de espírito. Isso quer dizer, leitor, que a pessoa sempre leva consigo aquilo que ela essencialmente é. Pizzolato cometeu no Brasil os crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para entrar na Itália, recorreu a documentos e passaporte falsos, usando o nome de um irmão morto. O Brasil, que já tem movimento de sem-terra, movimento de sem-teto, movimento do sem sei-lá-o-que, também tem o MSL: Movimento dos Sem-Limites.

Atenção! Ele não foi preso pelas autoridades italianas por causa dos R$ 76 milhões desviados do fundo Visanet, do Banco do Brasil, para a sem-vergonhice mensaleira. Ele foi preso porque recorreu a documentos falsos para entrar na Itália. Se não tivesse cometido crime nenhum naquele país, teria continuado livre, leve e solto. Considerando a dinheirama viva que estava com ele — 15 mil euros mais US$ 20 mil —, não parece que estivesse passando por um aperto. Sem contar que este valoroso senhor jamais deixou de receber a aposentadoria de R$ 25 mil como ex-funcionário do Banco do Brasil. Isso corresponde a quase 8 mil euros. Considerando que o salário médio na Itália está na faixa dos 900 euros, dava para levar uma vida boa.

Para ser preso na Itália por causa do mensalão, seria preciso que a Justiça de lá abrisse um processo e o condenasse pelos crimes cometidos aqui. A hipótese é remotíssima. A extradição era improvável porque, afinal, ele também era um cidadão italiano que não havia cometido crime nenhum por lá.

Mesmo agora, preso por ter entrado em solo italiano com documento falso, a extradição ainda é uma hipótese remota. E cumpre, sim, lembrar o caso Cesare Battisti. O Brasil se negou a extraditar o terrorista, embora ele tivesse sido condenado na Itália pelo assassinato de três pessoas. Será que, se os italianos se negarem a entregar Pizzolato, estarão apenas se vingando? Não! Battisti, que também entrou no Brasil com documento falso, não tinha cidadania brasileira, e Pizzolato tem cidadania italiana. No caso do terrorista, o Tratado de Extradição vigente entre os dois países obrigava a entrega; no caso de Pizzolato, não.

O governo brasileiro diz estudar duas possibilidades: tanto o pedido de extradição como o pedido para que a Justiça italiana abra um processo pelos crimes do mensalão. As duas são implausíveis, embora não impossíveis. Há, no entanto, uma terceira, que deixo como sugestão se as outras duas falharem: pedir que a Justiça italiana reconheça ao menos os efeitos civis da condenação, o que implicaria o sequestro de bens eventualmente adquiridos na Itália e o confisco de sua rica aposentadoria caso continue a ser enviada para a Itália.

PS – O governo brasileiro está chamando a prisão de “operação conjunta” com a polícia italiana. Se a PF participou, foi no monitoramento de Pizzolato, com eventuais ações de inteligência. Foram os italianos que prenderam o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, em razão do crime cometido na Itália.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 17:21

O passaporte falso de Pizzolato, em nome do irmão morto

Por Jamil Chace e Felipe Cordeiro, no Estadão Online. Volto no próximo post:
Henrique Pizzolato foi preso na manhã desta quarta-feira, 5, na cidade de Maranello na Itália, onde vivia escondido na casa de um sobrinho que trabalhava na Ferrari. A informação foi passada ao grupo Estado pela polícia da cidade, que o transferiu para Modena, onde o brasileiro está preso. Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão, foi encontrado com 15 mil euros em dinheiro e mais US$ 2 mil. Ele estava acompanhado de sua mulher.

Segundo a Polícia de Maranello, há dois dias existia a pista de que Pizzolato estaria na casa de seu sobrinho, Fernando Paulo, filho da irmã do ex-diretor. Nesta quarta, às 11 horas (8 horas, segundo horário de Brasília), a polícia viu que uma das janelas da casa foi aberta e que uma mulher que parecia ser a esposa de Pizzolato apareceu na janela.

Segundos depois, a polícia invadiu a casa e prendeu Pizzolato, que estava com um documento italiano e passaporte falsos. Ele passará a noite na cadeia de Modena, para onde foi transferido. A esposa dele não está presa e não há qualquer intenção da polícia italiana de mantê-la em custódia.

A polícia italiana confirmou também que o ex-diretor utilizou o passaporte de um irmão para entrar na Europa. “Era um documento com o nome de um irmão que morreu em um acidente”, afirmou o coronel Carlo Carrozzo, do departamento operacional de Modena, província onde Pizzolato foi encontrado.

De acordo com Carrozzo, o ex-diretor será encaminhado a Modena, capital da província e, em seguida, a Roma para aguardar uma decisão conjunta da Itália e do Brasil sobre seu destino. “Ele vai esperar um acordo entre o governo brasileiro e o italiano, mas não é competência nossa. O nosso dever era só prendê-lo”, disse.

Pizzolato foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato e cumprirá a pena em regime fechado.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 15:01


No caso do conflito entre Fabrício Proteus e a PM, dois vídeos se encarregaram de mostrar quem fez o quê no dia 25. Não fossem as câmeras de segurança, os papéis, a esta altura, estariam trocados. Mesmo assim, a polícia tomou pancada de todo lado. Há até quem queria que ela saia às ruas desarmada.

A família do rapaz diz que ele anda com estilete porque é estoquista. É, vai ver… Logo encontraremos pedreiros com carregando pá de cimento no bolso, açougueiros andando com uma faca e, claro!, jornalistas com o teclado. Ok. Todo mundo tem o direito de se defender, não é? Menos os policiais, é claro!

Um leitor me enviou a página de Fabrício no Facebook. Ele “curte” algumas coisas estranhas para um jovem pacífico, que só quer protestar numa boa. Esta primeira imagem que aparece abaixo remete, por exemplo, para uma página que prega abertamente a agressão a policiais. Não se trata de condenar alguém em razão das páginas que “curte” no Facebook. Trata-se apenas de pôr as coisas nos seus devidos termos e no seu devido contexto. Trata-se apenas de tratar as coisas e as pessoas por aquilo que elas são.





Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 14:01


Eu não tenho mais paciência para o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), não. Daqui a pouco, ele ainda acaba acreditando que é realmente inocente. De resto, toda essa conversa mole só está aí porque o Supremo Tribunal Federal, por maioria, resolveu ignorar o conteúdo de uma lei — a 8.038 — em favor de um artigo caduco do seu Regimento Interno, reconhecendo a sobrevivência dos embargos infringentes. Não fosse isso, José Dirceu, Delúbio Soares e o próprio João Paulo passariam um tempinho em regime fechado, sem essa verborragia toda — já que a passagem para o regime mais brando depende do bom comportando do “recuperando”.

Essa gente quer arrastar a política brasileira, definitivamente, para o esgoto, transformando crimes em atos de resistência. O deputado presidiário petista, que diz que não vai renunciar, já fez plenárias, concedeu entrevistas, escreveu carta aberta… E agora vem com a teoria de que o povo o absolveu porque foi eleito deputado depois do mensalão. Vá plantar batatas! Absolveu uma ova! Urna não é tribunal. Não absolveu ninguém.

Essa ainda é uma tarefa da Justiça.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 12:50


A Polícia Federal anunciou que o mensaleiro Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, foi preso na Itália, numa parceria com a polícia italiana. Ele foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão e estava foragido. As circunstâncias ainda não são conhecidas. Ele também é cidadão italiano e, em princípio, a extradição é difícil. Aguardam-se mais informações.

Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 12:47


Na VEJA.com:
O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou nesta quarta-feira que o Metrô uilizará imagens das câmaras de segurança para identificar as pessoas que teriam incentivado passageiros a ocupar as linhas após uma pane na Linha 3-Vermelha. A confusão aconteceu por volta das 18 horas desta terça-feira e os transtornos duraram pelo menos cinco horas. Uma falha nas portas de um dos trens paralisou todo o ramal em dez das 18 estações.

Segundo o secretário, o problema teria levado entre 10 e 15 minutos para ser resolvido caso os usuários não tivessem ocupado os trilhos. Com as pessoas caminhando pelas linhas, foi necessário desligar a energia e paralisar o deslocamento das composições. Para o secretário, “vândalos” foram responsáveis por insuflar as pessoas a parar a operação na linha, especialmente na Estação Sé. “Alguns exaltados, com ânimo para fazer vandalismo, começaram a motivar, gritar palavras de ordem, slogans, para que as pessoas pulassem”, disse Fernandes. Ele afirmou não ter certeza se o acionamento dos botões de emergência em sete composições da Linha 3 foi “orquestrado” ou uma tentativa das pessoas de escapar do calor, já que o ar condicionado foi desligado com o corte da energia.

De acordo com o secretário, a Polícia Civil está fazendo uma análise da situação e a Polícia Militar está de prontidão para que o “movimento” não se replique. O Metrô, segundo Fernandes, vai comparar as imagens do tumulto desta terça com as registradas em manifestações de rua, para verificar se os supostos agitadores são os mesmos de movimentos black block. “Não vamos admitir que vândalos saiam das ruas e entrem no Metrô”, declarou. “Se detectarmos [no Metrô] a presença de quem estava ontem [terça], eles poderão ser acompanhados”.Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 12:42


A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais divulgou uma nota de desagravo a Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, e em sinal de protesto contra a atitude escandalosa, indecorosa mesmo, do deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara, que resolveu, na mesa de uma solenidade oficial, cerrar o punho em sinal de protesto contra a atuação de Barbosa no processo do mensalão. Mais do que isso, durante a sessão, Vargas enviou pelo celular mensagens com críticas grosseiras ao convidado. Sim, o presidente do Supremo estava no Congresso para abertura do Ano Legislativo. Entre outras coisas, diz a carta dos juízes: “O Plenário não é palco ou palanque eleitoral, nem pode admitir condutas contrárias ao decoro parlamentar e à regras mínimas de educação e convivência.” Segue íntegra.

NOTA PÚBLICA

DESAGRAVO AO EXMO. SR.MINISTRO JOAQUIM BARBOSA

PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTADOS ESTADUAIS – ANAMAGES, vem a público externar sua insatisfação pela falta de decoro e de respeito ao PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em razão da conduta antiética do Exmo. Sr. Deputado Federal André Vargas (PT-PR) durante a solenidade de abertura do ano legislativo.

A Constituição da República acolheu a tripartição de Poderes, atribuindo aos Chefes do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário o mesmo status de mandatários da Nação.

Se o ilustre Deputado, como publicamente tem se manifestado, discorda do julgamento da AP 470, popularmente chamada de processo do mensalão, é um direito seu. Mas, o seu entendimento pessoal, não o autoriza a afrontar a honra e dignidade do Presidente da Suprema corte brasileira, em Sessão Solene na Casa Legislativa.

Ao se colocar de punho cerrado, gesto de contestação e insatisfação dos condenados na referida ação penal quando foram presos, S. Exa. não ofendeu apenas e tão só o Sr. Ministro Joaquim Barbosa, um dos julgadores, mas toda a Nação brasileira, eis que o poder de julgar é atribuído aos magistrados pela vontade soberana do povo, através das normas votadas pelas Casas Legislativas.

Não se diga, como o fez o Ilustre Deputado: “O ministro está na nossa Casa. Na verdade, ele é um visitante, tem nosso respeito, mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve”.

O Congresso Nacional, o Senado a República e a Câmara dos Deputados não pertencem a um partido ou a alguma pessoa, mas sim ao povo brasileiro e devem ser tratados como um santuário da democracia, da diversidade de pensamentos e de ideias.

A independência e harmonia entre os Poderes da República somente serão efetivamente respeitados se o protocolo e a fidalguia imperarem.

O Plenário não é palco ou palanque eleitoral, nem pode admitir condutas contrárias ao decoro parlamentar e à regras mínimas de educação e convivência.

Como cidadão e fora dos limites da casa do Povo, o Sr. Deputado pode se manifestar como bem entender, assim como qualquer outro cidadão, arcando, por óbvio, com as responsabilidade por eventuais ofensas à honra. Contudo, enquanto Parlamentar, tem o dever de se haver com lhanura e fidalguia, máxime quando recebe, junto com seu colegiado, o Chefe de outro Poder.

Ao Ministro Joaquim Barbosa apresentamos nosso desagravo, com a certeza de que S.Exa. não se deixará abalar pelo incidente e que continuará conduzir o julgamento dos recursos com INDEPENDÊNCIA e LIVRE DE PRESSÕES, honrando a toga e a magistratura brasileira. Ao bom Juiz não importa o resultado de um julgamento, pressões de grupos ou a vontade pessoal de quem quer seja, mas sim A REALIZAÇÃO PLENA DA JUSTIÇA.

Brasília, 04 de fevereiro de 2.014
Antonio SbanoPor Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 5:15







05/02/2014 às 5:11

Médica cubana na Câmara exibe contrato com uma tal “Sociedade Mercantil Cubana”, que ninguém sabe o que é (Pedro Ladeira/Folhapress)

Que título forte, não é, colegas? Será que exagero? Acho que não. O caso é complicado mesmo. Vou lhes contar uma história que envolve trabalho escravo, tirania política e, não sei não, podemos estar diante de um caso monumental de tráfico de divisas, lavagem de dinheiro e financiamento irregular de campanha eleitoral no Brasil. Vamos com calma.

O busílis é o seguinte. Ramona Matos Rodríguez, de 51 anos, é uma médica cubana, que está em Banânia por causa do tal programa “Mais Médicos” — aquele que levou Alexandre Padilha a mandar a ética às favas ao transmitir o cargo a Arthur Chioro. Ela atuava em Pacajá, no Pará. Como sabemos, cada médico estrangeiro custa ao Brasil R$ 10 mil. Ocorre que, no caso dos cubanos, esse dinheiro é repassado a uma entidade, que o transfere para o governo ditatorial da ilha, e os tiranos passam aos doutores apenas uma parcela do valor — cerca de 30%. Os outros 70%, na melhor das hipóteses, ficam com a ditadura. Na pior, nós já vamos ver.

Pois bem. No caso de Ramona, ela disse receber o correspondente a apenas US$ 400 (mais ou menos R$ 968). Outros US$ 600 (R$ 1.452) seriam depositados em Cuba e só poderiam ser sacados no seu retorno ao país. O restante — R$ 7.580 — engordam o caixa dos tiranos (e pode não ser só isso…). Devem atuar hoje no Brasil 4 mil cubanos. Mantida essa proporção, a ilha lucra por mês, depois de pagar os médicos, R$ 30,320 milhões — ou R$ 363,840 milhões por ano. Como o governo Dilma pretende ter 6 mil cubanos no país, essa conta salta para R$ 545,760 milhões por ano — ou US$ 225,520 milhões. Convenham: não é qualquer país que amealha tudo isso traficando gente. É preciso ser comuna! Mas vamos ao caso.

Ramona fugiu, resolveu desertar. Não consegue viver no Brasil com os US$ 400. Sente-se ludibriada. Ocorre que os cubanos que estão por aqui, o que é um escárnio, obedecem às leis de Cuba. Eles assinam um contrato de trabalho em que se obrigam a não pedir asilo ao país — o que viola leis nacionais e internacionais. Caso queiram deixar o programa, não podem atuar como médicos no Brasil — já que estão proibidos de fazer o Revalida e só podem atuar no Mais Médicos — e são obrigados a cair nos braços dos irmãos Castro. A deportação — é esse o nome — é automática.

Pois bem. Ramona quis cair fora do programa. Imediatamente, segundo ela, passou a ser procurada pela Polícia Federal do Brasil. Acabou conseguindo contato com o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é médico, e está agora refugiada em seu gabinete — na verdade, no gabinete da Liderança do DEM. Ali, ela está a salvo da ação da Polícia Federal. Não poderão fazer com ela o que fizeram com os pugilistas cubanos quando Tarso Genro era ministro. Eles foram metidos num avião cedido por Hugo Chávez e devolvidos a Cuba.

Vejam que coisa… Ramona sabia, sim, que receberia apenas US$ 1 mil pelo serviço — só US$ 400 aqui. Até achou bom, coitada! Afinal, naquele paraíso de onde ela veio, cantado em prosa e verso pelo petismo, um médico recebe US$ 25 por mês. A economia, como se sabe, se movimenta no mercado negro. Ocorre que a médica, que é clínica geral, disse não saber que o custo de vida no Brasil era tão alto.

A contratante
O dado que mais chama a atenção nessa história toda, no entanto, é outro. Até esta terça-feira, todos achávamos que os médicos cubanos eram contratados pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), que é um órgão ligado à OMS (Organização Mundial de Saúde), da ONU. Sim, a Opas é uma das subordinadas ideológicas do regime dos Castro. Está lotada de comunistas, da portaria à diretoria. De todo modo, é obrigada a prestar contas a uma divisão das Nações Unidas. Ocorre que o contrato da médica que desertou é celebrado com uma tal “Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Cubanos”.

Que estrovenga é essa, de que nunca ninguém ouviu falar? Olhem aqui: como Cuba é uma tirania, a entrada e a saída de dinheiro são atos de arbítrio; dependem da vontade do mandatário. Quem controla a não ser o ditador, com a colaboração de sua corriola? Assim, é muito fácil entrar no país um dinheiro como investimento do BNDES — em porto, por exemplo —, e uma parcela voltar ao Brasil na forma, deixem-me ver, de doação eleitoral irregular. E o mesmo vale para o Mais Médicos. Nesse caso, a tal Opas podia atrapalhar um pouco, não é? Mas eis que entra em cena essa tal “Sociedade Mercantil Cubana”, seja lá o que isso signifique.

A Polícia Federal não poderá entrar na Câmara para tirar Ramona de lá. O contrato com os cubanos — e, reitero, é ilegal — não prevê asilo político. A Mesa da Câmara também não pode fazer nada porque o espaço da liderança pertence ao partido.

Vamos ver no que vai dar. O primeiro fio que tem de ser puxado nessa meada é essa tal “Sociedade Mercantil”, que não havia aparecido na história até agora. Quantos médicos vieram por intermédio dela? O que isso significa em valores? Quem tem o controle sobre esse dinheiro?
Texto publicado originalmente às 2h32Por Reinaldo Azevedo





05/02/2014 às 5:01


A farsa inventada pela equipe de marketing do prefeito Fernando Haddad, com o apoio deslumbrado e desinformado de quase toda a imprensa, vai chegando ao fim. A Prefeitura estuda romper o convênio com a ONG “Brasil Gigante” porque, como era óbvio, como estava escrito nas estrelas, como era fatal que acontecesse, o programa já naufragou.

Só uma parte ínfima dos dependentes comparece regularmente para trabalhar. Só mesmo a estupidez, aliada a uma boa dose de má-fé, supõe que se possam fornecer, gratuitamente, casa e comida a dependentes — além de uma renda — na esperança de que isso conduza à reinserção social, à diminuição do consumo ou mesmo à abstinência.

Há estudos experimentais na área da psicologia comportamental que recorrem ao dinheiro para controlar o ímpeto dos dependentes. Como? À medida que cumprem determinados desafios, são recompensados. A coisa passa por mecanismos delicados, em cujo mérito não entro, mas se pode resumir assim: os que estão em tratamento são recompensados por seu esforço. A ideia é tornar o não consumo mais vantajoso do que o consumo.

Segundo pessoas que lidam com a área, o resultado é satisfatório dentro do possível. O trabalho requer um acompanhamento detido, e não se tem experiência ainda dessa prática com grupos grandes.

O programa da Prefeitura faz exatamente o contrário: RECOMPENSA O USUÁRIO PELO CONSUMO, ENTENDERAM? Dele, nada se exige no que diz respeito à droga: apenas que compareça para trabalhar por quatro horas. Se quiser, e só se quiser, tem mais duas para um trabalho de qualificação profissional. Assim, a Prefeitura de São Paulo fez o seguinte e magnífico programa:
a: concentrou todos os usuários num ambiente favorável ao consumo;
b: cercou, digamos, moralmente a Cracolândia, de sorte que a polícia não pode mais entrar lá nem para prender traficantes;
c: deu aos usuários o conforto de cama e comida sem exigir nada em troca;
d: remunera-o com R$ 15 se aparecer para trabalhar;
e: como esse trabalho não o obriga a participar de um programa, o dependente o utiliza como elemento de ajuste de suas necessidades de consumo. Se conseguir dinheiro de algum outro modo para consumir, não aparece; se não conseguir, trabalha o suficiente para obter o dinheiro que vai sustentar o vício;
f: não por acaso, e a lógica existe, a única consequência conhecida do programa até agora é a elevação do preço da pedra no dia do pagamento e no seguinte;
g: isso pode contribuir, inclusive, para baixar a qualidade da pedra — com ainda mais impurezas —, já que continuará a demanda pelo produto barato.

As demais consequências, que implicam, por exemplo, a eternização do Centro de São Paulo como área do crack, vocês já conhecem.

Esse esgoto moral a céu aberto só é possível porque vivemos tempos simpáticos ao consumo de drogas.

A “Ana” do Cafezinho
Para demonstrar a sua fé no programa, o prefeito Fernando Haddad anunciou que contrataria uma dependente para servir cafezinho em seu gabinete. Contratou. A mulher ficou uma semana por lá e sumiu, voltou para o fluxo. A Prefeitura a procura desesperadamente. Tudo o que não quer é que seja encontrada antes por jornalistas.

Se bem que, dado o estado das artes, é possível que nem se desse grande destaque à coisa. Afinal, a “sabedoria” firmada a respeito, sabe-se lá com o concurso de quais especialistas e de quais estudos, é que o moralmente progressista é estatizar o viciado e lhe fornecer todas as condições para que consuma a droga em paz e, como dizem eles, “com dignidade e segurança”.

Só para arrematar: o novo ministro da Saúde, o sr. Arthur Chioro, é um fanático dessa política.

PS: Pode até ser que a Prefeitura já tenha encontrado a “Ana” quando este post for a público. Enquanto escrevo, a mulher está sumida no “fluxo”. Coisas da Bolsa Crack da Haddodolândia.
Texto publicado originalmente às 19h07 desta terçaPor Reinaldo Azevedo







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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905