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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

[Novo post] Pergunta do leitor: Por que não usar o termo “comunista” ao invés de “esquerdista”?




lucianohenrique publicou: " Um leitor me fez este seguinte questionamento no Facebook, e já passou da hora de eu respondê-lo. Eis o momento. A crítica dele se baseava no fato de que eu sempre usei o termo "esquerdista", para me referir a pessoas esquerdistas, propostas esquer" 



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Nova publicação em Ceticismo Político 











Um leitor me fez este seguinte questionamento no Facebook, e já passou da hora de eu respondê-lo. Eis o momento.

A crítica dele se baseava no fato de que eu sempre usei o termo "esquerdista", para me referir a pessoas esquerdistas, propostas esquerdistas e implementações esquerdistas. Me foi questionado: "Por que não usar o termo 'comunista' de uma vez por todas e mostrar o que há por trás das ações do PT no Brasil?".

Faço isso de propósito. O fato é que os esquerdistas do PT são de fato orientados pelos paradigmas marxistas, e, portanto, tanto adeptos do comunismo (de fato) como do socialismo, o que, no fim das contas, dá no mesmo. Mesmo assim, eu raramente me refiro a eles como "comunistas". Socialistas, talvez.

É momento de um questionamento oportuno: socialistas não são esquerdistas? Sim, são, mas nem todos esquerdistas são socialistas. Quer dizer, socialistas declarados, evidentemente.

Então para que usar o termo esquerdista ao invés de "comunista" ou "socialista"? Pois bem, vamos retornar ao estudo dos frames. Um frame ativa imagens mentais e sensações na população, e, de acordo com os frames adequados, a percepção do público perante sua mensagem é positiva ou negativa.

Hoje em dia o frame "comunista" está associado a ditaduras com campos de concentração e tanques de guerra na rua. É claro que o comunismo não é apenas isso, e existem formas mais dissimuladas e brandas de comunismo. O que importa é que esse frame "pegou" na mente da patuléia. É assim que o comunismo será reconhecido.

A partir do momento em que alguém de direita denuncia o comunismo dos petistas, o frame será ativado na mente do público, mas não pense que isso funcionará de forma positiva para o direitista. A verdade incômoda é que a esquerda foi mais ágil e ao invés de renegar o frame (lançado contra eles), potencializou-o, para ridicularizar o oponente.

Veja como funciona um debate entre X, de direita, e Y, de esquerda: 
X: Estou aqui mostrando evidências de que o PT faz parte do Foro de São Paulo, que visa implementar o comunismo na América do Sul. 
Y: Comunismo? O muro de Berlim já acabou! Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá! 
X: O comunismo vai muito além do que se viu na Rússia e na Amanha Oriental! 
Y: Onde será que estão os tanques de guerra na praça? Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá! 
X: Lamentável esse comportamento... 
Y: Cuidado que vamos te levar para um gulag! Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá Quá! 

Sim, eu sei que o comportamento esquerdista geralmente vai ser desse baixo nível mesmo, mas no fundo ele está beneficiando-se da imagem mental que o rótulo "comunista" causa. Ele faz uso estratégico da sensação presente na opinião pública a respeito do comunismo. Mas quando ele consegue demonstrar que a realidade não é exatamente igual a esta imagem presente no senso comum, então ficará o tempo todo ridicularizando o oponente. Já tratei disso aqui.

Infelizmente, quando isso acontece o direitista começa a gastar a maior parte de seu tempo se explicando, e, de acordo com David Horowitz, "enquanto você está se explicando, você está perdendo". A partir do momento em que é preciso dar zilhões de explicações para dissipar a névoa de ridículo que o esquerdista terá lançado sobre você, seu potencial de ataque político está severamente reduzido.

É exatamente por esse motivo que eu uso o rótulo genérico: "esquerdista". Sim, um comunista é um esquerdista, mas um socialista fabiano também o é. Leitores de Hitler, Marx e Mussolini fazem parte todos do mesmo grupo. Uns são comunistas, outros apenas socialistas fabianos, ou fascistas, ou mesmo nazistas. Simplesmente não me importa. Todos são esquerdistas, e é lógico encaixá-los neste grupo maior.

A generalização "esquerdista" é tão útil como aquela que encaixa cristãos, islâmicos e judeus como... religiosos. Eu não preciso entrar em detalhes específicos da crença de alguém para defini-lo ou religioso ou não. Talvez tudo fique mais difícil se eu quiser rotular alguém como calvinista, protestante ou católico. Mas religioso? Eu realmente preciso dar bem menos detalhes para estipular este rótulo.

Como o frame "esquerdista" se abre para imagens tão amplas como o frame "religioso", ele é menos "atacável" por um oponente do que o frame "comunista".

Relembremos o método de ataque a partir do exagero de um rótulo lançado por um oponente contra você: 
Ressignifique a prática pela qual alguém é acusado (que pode ser qualquer coisa: pedofilia, racismo, etc.), criando versões mais extremadas dessa prática 
A partir do aceite, pela opinião pública, de que a prática representa apenas as formas mais extremadas dela, inocente o acusado de qualquer instância da prática, pela satirização da acusação 

Enquanto é muito fácil que um esquerdista de perfil comunista execute o método acima contra um oponente que resolva chamá-lo de comunista, não é possível que ele faça o mesmo (ao menos com qualquer tipo de resultado) contra um oponente que chamá-lo de esquerdista.

Vamos testar?

Primeiro vejamos o que ocorre quando alguém chama um esquerdista comunista de... comunista: 
Os frames ativados na opinião pública trazem imagens de gulags, tanques na rua e racionamento de alimentos. 
Os frames serão potencializados pelo esquerdista. 
Em seguida, ele ridicularizará o oponente mostrando que se não há nenhum dos itens mencionados em (1), então, a acusação de "comunismo" é ridícula. 
O oponente de direita se torna vítima fácil de ridicularização. 

Agora vejamos o que ocorre quando alguém chama um esquerdista... simplesmente de esquerdista: 
Os frames ativados na opinião pública trazem imagens de apologia ao crime, hipocrisia de intelectuais desonestos (Rodrigo Constantino, obrigado), inchaço estatal, retirada de liberdade individuais e coisas do tipo. O comunismo de países como Rússia, China e Cambodja é apenas o esquerdismo que alcançou sucesso absoluto, mas não é a única forma de esquerdismo. (Note que esses frames hoje tem sido reforçados pela direita, ao menos na Internet, no que fazem muito bem) 
Os frames serão negados pelo esquerdista. 
Ele sabe que precisa negar os frames, pois todos os itens mencionados em (1) são a exata realidade de tudo que o esquerdista propõe, e é muito fácil para o direitista pinçar exemplos. 
O oponente de direita pode se aproveitar dos itens relacionados em (1) e explorá-los à vontade para mostrar o que o esquerdista realmente é. Não há como o esquerdista fugir do que o esquerdismo realmente é. 

Em outras palavras, quando você chamar um esquerdista de "comunista" ele conseguirá com muita facilidade usar um método para ridicularizá-lo - mas, se você habilmente conseguiu contra-atacar com eficiência mesmo assim, entre em contato. Mas, quando chamá-lo apenas de "esquerdista", você o fará recuar, pois não há como ele usar o mesmo método. Até por que ele não é tão trouxa assim, já que todos os atributos do esquerdismo genérico descrevem com perfeição o que tanto ele como os demais esquerdistas tem feito até hoje.

Logo, não esperem de mim uma denunciação contra o "comunismo", mas contra o esquerdismo. Assim como não me esperem ver na defensiva contra esquerdistas, pois eu não dou esse gostinho a eles. Eu não escolherei frames que tornem a vida política dele uma moleza, mas um pesadelo.

Recado aos idiotas úteis: "E aí, esquerdistinha (*), cadê o "quá quá quá" agora?"

(*) Tudo fica muito melhor quando ele é um esquerdista funcional, ao invés de beneficiário, é claro.















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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905