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sábado, 8 de fevereiro de 2014

LEIAM ABAIXO, Reinaldo Azevedo






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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



08/02/2014 às 6:48

LEIAM ABAIXO








08/02/2014 às 6:35

Momento em que Santiago Andrade é atingido: como confundir o artefato com bomba de gás?

A imprensa está sob censura. Não é mais aquela ditada por um regime de força. Não é a censura institucional. Não é a censura determinada por um governo tirano. A imprensa está sob a censura de milicianos que se organizam nas redes sociais. Repórteres, hoje em dia, veem, mas já não enxergam. O jornalismo chega a uma encruzilhada. Vai para que lado? Continua a buscar a verdade ou segue uma agenda ditada pelo alarido das redes sociais, que, por sua vez, têm “donos” e centros de irradiação de boatos?

O Jornal Nacional fez nesta sexta um ótimo e detalhado trabalho de reportagem, demonstrando que estava errado aquele repórter da GloboNews que afirmou que o artefato que atingira o cinegrafista Santiago Andrade, da Band, tinha partido da polícia. Não! Por A + B, evidenciou-se que não. A simples análise das fotos ainda na quinta à noite já dizia o óbvio. Mas não vou me estender sobre esse particular, sobre o qual já escrevi bastante. Eu quero é falar da encruzilhada. Eu quero é falar sobre rumo.

O JN entrevistou, e acertou ao fazê-lo, o fotógrafo que fez uma sequência de imagens que deixava claro que Andrade fora vítima de um morteiro — provavelmente adaptado para a circunstância —, armado a coisa de um metro e meio ou dois de onde ele se encontrava com a sua câmera. Mais do que registrar, ele testemunhou o ocorrido. Não posso assegurar, mas me parece certo que o rapaz não é um amador. A fala, alguns jargões, tudo, enfim, sugere que ele é um profissional da área — da imprensa. Ainda que não exerça formalmente uma função no setor, isso não muda a essência do que vou escrever aqui.

Vejam a reportagem se não viram. Ele aceitou falar desde que não mostrasse a cara; desde que seu nome não fosse divulgado; desde que pudesse permanecer no anonimato, com aquela imagem em alto contraste e a voz distorcida. Por quê? Porque ele está com medo. Medo de quem? De bandidos que são candidamente chamados pela nossa imprensa de “manifestantes”. A imprensa, que existe para revelar, hoje tem de se esconder.

E tem de se esconder também nas ruas, não canso de observar isso. Repórteres já não podem se identificar nem deixar claro para que veículos trabalham. Têm de se fantasiar de discípulos do Capilé para não serem linchados por vândalos, por criminosos mascarados, por vagabundos que se arvoram em donos da verdade e estão convictos de que os jornalistas estão nas ruas para mentir.

ENTENDAM BEM: O FOTÓGRAFO QUE DOCUMENTOU UM CRIME, QUE TESTEMUNHOU UM ATO IMPRESSIONANTE DE VIOLÊNCIA, TEM DE SE ESCONDER. E DE QUEM ELE SE ESCONDE?
Da ditadura?
Da governo?
Do poder?
Não! Ele se esconde é dessa corja de extremistas, de minoritários, de fascistoides.

É incrível!
Releio os textos que escrevi a respeito do assunto de junho para cá. Sei o quanto apanhei até de alguns leitores fiéis, que achavam que eu não estava entendendo o que estava em curso. Ouso dizer, com a modéstia de que sou capaz (e, vá lá, não é a minha característica mais saliente, eu sei), que eu estava entendendo tudo, sim. Desde o princípio.

O que nós, da imprensa, ganhamos ao chamar de pacíficos os violentos? O que nós, da imprensa, ganhamos ao negar o caráter autoritário de certas manifestações? O que nós, da imprensa, ganhamos ao satanizar a polícia quando ela acerta e quanto ela erra? O que nós, da imprensa, ganhamos ao afirmar que os manifestantes é que reagem com paus, pedras e coquetéis molotov às bombas da polícia quando, na esmagadora maioria das vezes, acontece o contrário? Mas essas perguntas ainda não são boas. Há uma melhor: O QUE A POPULAÇÃO DO BRASIL GANHA COM ISSO? E há uma pergunta ainda mais pertinente: O QUE A VERDADE GANHA COM ISSO?

Apanhei
Sim, eu apanhei na rua — e outros tantos também (por isso, inclusive, conheço de perto bomba de gás e bomba de efeito moral) — foi para poder dizer o que penso e o que considero verdade MOSTRANDO A MINHA CARA, não para ter de me esconder de mascarados asquerosos, protegidos pelas babás de terno da OAB do Rio.

Boa parte dos que temos certa idade — estou com 52 — corremos riscos, uns mais, outros menos, para que a imprensa pudesse ser livre, não tendo de se submeter a ninguém, nem a essas milícias.

Os tempos que vivemos são tão cinzentos em certos aspectos que as pessoas, mesmo eventualmente de boa-fé, não se dão conta quando dizem barbaridades. O fotógrafo que concedeu a entrevista ao JN presta um serviço à verdade, mas como eu poderia ignorar este trecho da sua fala (prestem atenção ao destaque)?

“E reparei que nessa hora eu vi um homem com um lenço no rosto preto, calça jeans, com uma camisa cinza, arriado, tentando acender um artefato, um foguete, um foguetezinho, nesse momento. Quando eu levantei a câmera pra fazer essa foto, o homem conseguiu acender esse artefato e saiu correndo. Logo em seguida, esse morteiro disparou e atingiu o nosso companheiro cinegrafista. Eu vi que naquele momento o homem na verdade, ele estava tentando, ele posicionou o artefato em direção aos policiais. Mas, infelizmente, pegou no nosso companheiro.”

Talvez ele não tenha querido dizer o que acabou dizendo, mas o fato é que disse. Era para os policiais, mas acabou dando errado, infelizmente… Eu me obrigo a lembrar que policiais também são pais, maridos, filhos, irmãos, namorados… Também têm família. Mesmo quem está a serviço da verdade, em alguma medida, parece ver com naturalidade que um canalha possa armar um artefato contra policiais. Se um PM estivesse no lugar de Andrade, também seria “infelizmente”?

Há mais coisas aí. Eu ainda nem chamei Franklin Martins para essa conversa, o homem que vai cuidar da área de imprensa da campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Ainda não chamei os blogs sujos, financiados por estatais. Ainda não chamei a súcia que estimula, direta ou indiretamente, a agressão a jornalistas. Vai ficar para outro texto.

Encerro este post reiterando: os veículos de comunicação e os jornalistas nunca foram tão livres do ponto de vista legal e institucional. E raramente estiveram sob tamanha censura. E o pior inimigo da imprensa livre é o medo, aquele medo que chega a escorrer das notas oficiais de entidades de jornalistas e de empresas ao se referir ao caso e, covardemente, se negar a identificar o grupo agressor.

Chegou a hora: ou a imprensa se levanta e se compromete com os fatos ou segue de joelhos e se rende de vez a seus algozes. Não há Alternativa C.
Texto publicado originalmente às 5h02Por Reinaldo Azevedo





08/02/2014 às 6:27

Janot: sua estranha petição traz a dosimetria de quem não foi nem julgado

Falo neste blog da imprensa assediada por milícias. Na cabeça dessa pterodáctilos, o jornalismo só é sério quando dá as notícias e emite as opiniões com as quais eles concordam. Se não for assim, não vale. Compreendo. Afinal, temos aí o PT, não é? Justiça boa, para eles, é aquela que condena seus adversários. Quando pega alguém da turma, aí não serve. Aí eles acusam os juízes de parciais, de politiqueiros, de despreparados. Já houve petralhas dizendo até que Joaquim Barbosa é negro, acreditam? Pois é. Os milicianos atuam com vigor e energia no caso do mensalão mineiro.

Entre outras falácias, inventaram que o caso aconteceu primeiro, mas não foi julgado até agora porque os tucanos estão sendo protegidos. Errado. Erradíssimo. Está sendo julgado depois porque as acusações apareceram depois, e a denúncia foi oferecida depois, entenderam? Isso não dá para desenhar. Também se insiste em afirmar que o esquema de Minas é rigorosamente igual ao mensalão petista — essa turma tem esta síndrome: “Nossas sacanagens nunca são originais; aprendemos com os outros…”. Vão mais longe: desafiam os jornalistas, como se fosse preciso grande coragem para tanto, a pedir cadeia para Eduardo Azeredo, como aconteceu com Dirceu. Então vamos começar a botar alguns pingos nos is, abordando, inclusive, a estranhíssima e inusitada petição apresentada por Rodrigo Janot ao Supremo.

É a mesma coisa? Não!
Vamos lá. Se aconteceu tudo conforme a acusação em Minas, ainda assim, nesse caso, não foi mensalão mesmo, mas caixa dois de campanha com uso de dinheiro público. Todo o ardil, segundo o Ministério Público, busca financiar a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo. Isso, reitero, caso fique tudo provado. Não havia um esquema de pagamento para parlamentares; não se tratava de cooptação de uma fatia do Congresso — ou da Assembleia de Minas. Ainda que o dinheiro tenha passado pelas agências de Marcos Valério, ainda que, insisto, tudo seja conforme se acusou, trata-se de outra coisa.

“Ah, então você está dizendo que não é grave?” Uma ova! Eu só estou dizendo tratar-se de outra coisa.

Por que Azeredo sim e Lula não?
Há uma outra diferença fundamental. Azeredo está para o que se passou a chamar de “mensalão mineiro”, ainda em investigação, como Lula estava para o mensalão petista. Refiro-me a seus respectivos lugares. A mesmíssima posição. Cabe perguntar: por que o agora deputado mineiro é réu nesse processo, e Lula não se tornou réu naquele? Deem uma única e sólida razão.

“Ah, por que não havia provas contra Lula”, responderá alguém. Pois é… E quais são as provas contra Azeredo, as evidências de que sabia de tudo, de que estava no controle? Nenhuma. Há, sim, um troço que foi anexado ao inquérito como prova: a suposta assinatura de Azeredo num recibo de caixa dois ou algo assim. As evidências de que essa assinatura é falsa são gritantes. De resto, é preciso decidir se acham o ex-governador muito esperto ou muito burro para assinar esse tipo de recibo.

A estranha petição de Janot
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, enviou uma estranha petição ao Supremo. Não se limitou a, vá lá, pedir a prisão de Azeredo, o que é estranho porque o julgamento está para começar. Mas não se contentou com isso: ele também resolveu fazer a dosimetria, estipulando o tempo de cadeia — nada menos de 22 anos — e o valor da multa a ser paga.

Ou por outra: Janot investigou, ofereceu a denúncia, condenou e já está na fase da dosimetria da pena. Se tudo sair como ele quer, espero que não se ofereça para ser o carcereiro. Ora, é um homem inteligente o bastante para saber que, obviamente, esse é o tipo de coisa que rende manchete, estardalhaço, títulos garrafais, mas que não têm, em si, a menor importância. Sair-se com um negócio como esse antes mesmo de o relator no Supremo se pronunciar fica parecendo, assim, uma espécie de prestação de serviço.

Bem, o assunto vai render muito ainda. Mas os petralhas que resolveram encher o saco poderiam tentar responder: por que Azeredo é réu, e Lula não? De resto, tendo havido os crimes, vale o óbvio: punição a quem deve, um princípio que essa gente estranha. Podem patrulhar à vontade. Escrevo o que quero, não o que querem que eu escreva. Não dependo da boa vontade de quem me detesta para dizer o que penso. Vão patrulhar a vovozinha!Por Reinaldo Azevedo





08/02/2014 às 6:27


João Paulo Cunha prometia ser o Corisco de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha:
Se entrega, Corisco!
Eu não me entrego não!
Não me entrego ao tenente.
Não me entrego ao capitão.
Eu me entrego só na morte de parabelo na mão.

Entregou-se. Renunciou ao mandato. Fez o que disse que não faria de jeito nenhum. O que o fez mudar de ideia? Dois fatores: o comando do PT, que ordenou que se entregasse, e Henrique Pizzolato.

O partido não quer deputado seu na cadeia em ano eleitoral. Qualquer solução vindoura era pior do que a renúncia: a) a cassação, a mais provável; b) e a não cassação. De resto, se Genoino, que é Genoino, renuncia, por que João Paulo, que é João Paulo, haveria de resistir?

E há o caso Henrique Pizzolato. Este senhor virou uma espécie de petismo sem máscara. Ao longo desses meses, com a ajuda de setores amigos na imprensa e até de ministros do Supremo, os petistas vinham forjando a fantasia dos heróis, não é? Até aquela fanfarronice indigna da arrecadação de dinheiro pela Internet — pobrezinhos! — tentou ser vendida como ato de resistência.

Mas aí Pizzolato é preso. Com ele, uma soma razoável de dinheiro vivo — o que nunca é problema para os petistas. Descobre-se que o homem forjava documentos em nome do irmão morto, Celso, desde 2007, ano em que a denúncia do mensalão foi aceita. Escafedeu-se. O cinismo era de tal sorte que, em 2008, ele votou duas vezes: como Celso e como Henrique: com o documento falso e com o verdadeiro. Planejava a fuga desde 2007.

Aí acabou a graça. Pizzolato veio lembrar a real natureza dos mensaleiros. Não deu mais para Corisco.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 23:28


Que gente chatinha! Petralhas começaram a torrar a minha paciência: “Não vai falar de Azeredo, não?” Claro que vou! Não sei se é coisa que petralha gostará de ler. Mas vou. Reproduzo abaixo a reportagem de Laryssa Borges, publicada na VEJA.com. Só não falei até agora porque sou um só. E tenho as minhas prioridades. Considerando as quase 220 mil visitas que terei hoje, acho que os leitores têm concordado com as minhas escolhas. Mas vou, sim. Porque há duas questões interessantíssimas nesse caso, ainda inexploradas. Ficam pra depois.
*
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer em que defende a aplicação de pena de 22 anos de prisão para o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), apontado como principal beneficiário do valerioduto mineiro. Ele é réu pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As alegações finais do chefe do Ministério Público farão parte da ação penal 536 e serão analisadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, para elaboração do seu voto. No parecer, Janot afirma que existe “culpabilidade extremamente elevada” por parte de Azeredo, com “consequências gravíssimas”. O procurador-geral sugere que, na definição da pena, seja aplicado agravante pelo fato de o deputado exercer função pública na época dos crimes. Ele tentava a reeleição ao governo mineiro.

Com a manifestação do Ministério Público, a defesa do parlamentar terá quinze dias para apresentar seus argumentos finais. O advogado de Azeredo, José Gerardo Grossi, negou que haja influência do julgamento do mensalão no processo do valerioduto mineiro e disse que agora tentará rebater a tese da acusação. “Não creio [em influência do mensalão]. Cada processo é um processo. Tem peculiaridades próprias”, afirmou ao site de VEJA. Em nota, a assessoria de Azeredo diz que o parlamentar é inocente e “espera que as questões sejam esclarecidas o quanto antes”.

O caso – De acordo com denúncia do Ministério Público, Azeredo, então governador de Minas Gerais, determinou que as empresas Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) repassassem valores superfaturados em supostas cotas de patrocínio de eventos esportivos. A peça de acusação registra que foram deslocados 1,5 milhão de reais de cada uma das empresas, em recursos públicos, para arcar com custos do Enduro Internacional da Independência. As cotas são muito maiores que os valores normais de patrocínio e serviriam, conforme a acusação, para que parte do dinheiro fosse desviado para a campanha e outra parcela aplicada no pagamento dos serviços criminosos do operador do esquema, Marcos Valério de Souza. Para tentar despistar os altos valores desviados, simulou-se o patrocínio de outros dois eventos, o “Iron Biker”: o desafio das montanhas e o Campeonato Mundial de Supercross. Durante o esquema, o Grupo Financeiro do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), também vinculado ao então governador Eduardo Azeredo, começou a repassar recursos públicos para cotas fictícias de patrocínio.

”Tanto o desvio de recursos públicos do estado de Minas Gerais quanto a lavagem desses capitais tiveram participação direta, efetiva, intensa e decisiva de Eduardo Brandão de Azeredo que, além de principal beneficiário dos delitos cometidos, também teve papel preponderante em sua prática”, disse Rodrigo Janot em suas alegações. “Há provas incontestáveis da participação decisiva do réu nas empreitadas criminosas e essas provas estão muito bem costuradas e concatenadas entre si a demonstrar que a participação de todos os agentes criminosos que integraram as ações não ocorreria sem que fosse observada a linha de determinação do líder do esquema criminoso”, completou ele.

Para o Ministério Público, os recursos públicos desviados da Copasa, da Comig e do Bemge, além de valores repassados de empresas privadas com interesses econômicos em Minas Gerais, como empreiteiras e bancos, foram empregados para quitar empréstimos bancários fictícios e dar ares de legitimidade à tomada do dinheiro. A simulação de empréstimos junto a instituições financeiras também foi o expediente utilizado no mensalão, cujo julgamento levou à condenação de 25 políticos e empresários, entre os quais o próprio Marcos Valério. Na triangulação do esquema do valerioduto mineiro, o valor líquido dos empréstimos, descontada a remuneração ao grupo de Marcos Valério pela lavagem de dinheiro, era repassado para a campanha eleitoral de Azeredo. Os pagamentos pelos serviços prestados por Valério foram feitos em espécie.

Uma lista elaborada por Cláudio Mourão, então responsável pelas finanças da campanha de Azeredo, registra terem sido arrecadados mais de 100 milhões de reais para o processo eleitoral na reta final do governo do tucano. Destes recursos só as empresas SMP&B e DNA, de Marcos Valério, movimentaram quase 54 milhões de reais. De acordo com a lista, Azeredo embolsou 4,5 milhões de reais para “questões pessoais” e mais de 90 milhões de reais não foram declarados à Justiça Eleitoral.

Em junho de 2011, em decisão individual, o ministro Joaquim Barbosa desmembrou o processo e devolveu para a Justiça de primeira instância de Minas Gerais a ação penal em que o publicitário Marcos Valério e outras pessoas são investigadas pelos crimes cometidos no esquema do valerioduto mineiro. Apenas o deputado Eduardo Azeredo e o senador Clésio Andrade, réu em outra ação penal sobre o mesmo episódio, continuam no STF.
(Com reportagem de Gabriel Castro)

Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 22:53


Por Marcela Mattos, na VEJA.com. Sim, escreverei ainda a respeito.
Condenado a nove anos e quatro meses no julgamento do mensalão, o deputado federal e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) renunciou ao mandato de parlamentar na noite desta sexta-feira, três dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado sua prisão imediata. Cunha usou a mesma estratégia dos outros três deputados condenados no mensalão e apresentou uma carta oficializando o desligamento do cargo. No texto, o parlamentar diz ter “consciência de dever cumprido” e cita o escritor cubano Leonardo Padura: “(…) pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que, quando repartidas, tornam-se sempre maiores.”

Quando surgiram as denúncias do escândalo do mensalão, em 2005, Cunha enfrentou um processo de cassação, mas os deputados contrariaram parecer do Conselho de Ética e o consideraram inocente em votação no plenário. O episódio não teve impacto nas urnas, e o petista conseguiu a reeleição em 2006 e em 2010.

Apesar do bom desempenho com o eleitorado, Cunha vivia às sombras depois da condenação no mensalão: raramente era visto nos corredores da Casa, não falava na tribuna e tampouco apresentou projetos de lei. No fim do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal já havia iniciado as prisões no julgamento do mensalão, o petista resolveu reaparecer: lançou uma revista na Câmara dos Deputados na qual se diz inocente e passou a viajar pelo país adotando discurso contra o julgamento da Suprema Corte.

O ex-presidente da Câmara se disse alvo de “tortura” depois de o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ter entrado de férias sem assinar o mandado de prisão. Em resposta, Barbosa disse que o mensaleiro merecia o “ostracismo”.

Condenação
João Paulo Cunha foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. Conforme denúncia do Ministério Público, ele recebeu 50.000 reais do publicitário Marcos Valério para favorecer a agência de publicidade SMP&B em um contrato na Câmara. Para a acusação, o dinheiro era propina, o que o deputado nega. Inicialmente, ele afirmou que o PT enviou recursos para que fosse paga uma fatura de TV a cabo. Em seguida, mudou a versão e disse que o dinheiro foi usado para realizar pesquisas pré-eleitorais na região de Osasco (SP).

Diante da afirmação de que Cunha não ia renunciar ao mandato, a Câmara dos Deputados agendou reunião para a próxima quarta-feira para discutir a possibilidade de abrir processo de cassação contra o ex-presidente da Casa. Um dia antes de se desligar da Câmara, o petista, que cumpre pena em regime semiaberto enquanto aguarda análise dos embargos infringentes, formalizou pedido à Vara de Execuções Penais (VEP) para exercer o mandato parlamentar durante o dia. O agora ex-deputado também quer autorização para estudar Direito em uma instituição particular de Brasília.

O novo líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), divulgou nota em nome da bancada na qual diz ter “certeza da inocência” de Cunha e que ele terá apoio “em todas as iniciativas que vier a tomar para demonstrar os equívocos, erros e omissões que permearam seu julgamento.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 22:39


Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).
Abraji (Associação Brasileira dos Jornalistas Investigativos).
ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
ANJ (Associação Nacional de Jornais).
Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV).

Todas essas entidades se manifestaram, como noticiou o Jornal Nacional. Ou emitiram nota, ou seus representantes disseram o que pensam e coisa e tal. Obviamente, todos condenaram o ocorrido.

Mas sou obrigado a destacar — e já falei sobre a OAB — a covardia política e intelectual de todas elas. Ficou parecendo que a violência foi protagonizada por ninguém. A nota da Abraji é a pior porque aproveita para fazer proselitismo contra a polícia.

Todas essas entidades deveriam dizer, logo de cara, logo nas primeiras linhas, que jornalistas da grande imprensa estão tendo de se esconder nas manifestações, de trabalhar sem identificação. Se descobertos, podem apanhar — talvez morrer. Vejam o estado em que se encontra o cinegrafista Santiago Andrade.

Um mal-estar e um mau espírito tomam conta de boa parte dos veículos de comunicação e dos jornalistas. Falarei a respeito na madrugada. Os dois grupos nunca foram institucionalmente tão livres e, ao mesmo tempo, nunca estiveram sob patrulha tão severa. Perderam a independência e perderam a coragem.

As notas todas evidenciam isso.

E a questão realmente estupefaciente fica para a madrugada, também derivada do Jornal Nacional. Não! Não se trata de erro técnico nenhum. É que, querendo ou não, o principal programa jornalístico da TV levou ao ar um troço que entrará para a história. Depois dele, ou a imprensa se rende aos fatos ou cai de joelhos. Mas isso é para depois.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 22:21


Considerando os especialistas que falaram no JN, gostei mesmo — todos foram muito corretos, destaco — dos policiais militares. Eles demonstraram como funcionam uma bomba de gás lacrimogêneo e uma de efeito moral.

Endossaram, por óbvio, o que venho escrevendo desde ontem. As fotos feitas pela Agência Globo evidenciavam por que o tal artefato não era nem uma coisa nem outra. Ora, o jornalista “que viu a bomba” nem se ocupou de saber como elas funcionam? Estava na rua pela primeira vez? Quantas vezes repórteres viram aquela luz saindo dos instrumentos usados pela polícia? Acho muito impressionante que não tenha ocorrido a ninguém pedir que se analisassem as imagens. Um procedimento simples, sem muitas prosopopeias técnicas, teria bastado para evitar um erro monumental.

De todo modo, espero que a ocorrência tenha sido ao menos didática, instrutiva. No dia 25 de janeiro, policias militares de São Paulo também foram demonizados pela imprensa porque teriam atirado contra um manifestante. As câmeras de segurança fizeram pelo jornalismo o que ele não tem conseguido fazer por si mesmo e por inocentes. Não bastou para que se passasse a fazer a escolha certa. A questão — e, na madrugada, voltarei ao assunto — é saber a que juiz setores da imprensa estão prestando tributo; a questão é saber que tribunal eles escolheram para “julgar” suas escolhas.
Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 21:50


O Jornal Nacional fez a coisa certa nesta sexta, não é? Foi ouvir especialistas os mais diversos, procurou testemunhos etc. Não se baseou apenas na impressão de alguém que estava lá no meio da confusão. Aliás, o texto que tenta explicar o erro da GloboNews e do “Bom Dia Brasil” admite que a coisa toda era confusa, com “rojões de um lado e bombas de outro”. Noto que essa formulação já não me agrada muito. Fica parecendo que eram coisas equivalentes, que se anulavam ou se igualavam.

É um erro de visão. Atos criminosos não têm “outro lado”. O “outro lado” existe para pessoas ou entidades que são individualmente acusadas, certo? Como é sabido, a Polícia Militar só recorreu às bombas de gás e de efeito moral quando os bandidos começaram a quebrar tudo. Sem isso, não teria havido repressão nenhuma. E temos evidências escandalosas de que é assim. Há mais: as bombas, dentro dos limites previstos — como ontem —, estão dentro da lei; os rojões não estão.

Emissoras de TV operam segundo leis. A democracia brasileira se ancora numa institucionalidade, da qual a Polícia Militar faz parte. Então há intimidade entre a repressão e a imprensa? Não! Há um compromisso, e não poderia ser diferente, do jornalismo com o estado de direito. Essa história de “bombas de um lado” e “rojões de outro” acaba igualando o crime à lei. Sim, o crime é o outro lado da lei, e vice-versa, mas ambos não podem gozar do mesmo status na imprensa. Pela simples e óbvia razão de que a lei garante a existência da imprensa livre, e o crime tenta calá-la. Assim, nesse caso, cumpre ter lado, sim: o lado da correta aplicação da lei. Simples também.

O Jornal Nacional, infelizmente, não veiculou o pedido de desculpas pelo erro cometido pela GloboNews e reproduzido no “Bom Dia Brasil”. Segundo o texto que foi ar, fica a impressão de algo semelhante pode acontecer de novo. E, parece-me, não pode. Até porque não conheço outra denúncia de crime que fosse ao ar com base apenas no “eu vi”.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 21:25


Sim, eu vi o Jornal Nacional, com uma excelente reportagem sobre o que aconteceu no Rio, inclusive com as imagens inequívocas de uma TV Russa, que está de parabéns. Escreverei várias coisas a respeito. E não! Não houve um pedido de desculpas à polícia pela informação veiculada pela GloboNews e reproduzida ainda nesta manhã no “Bom Dia Brasil”. E isso é ruim. Ficou parecendo que um erro daquela dimensão foi a consequência natural dos bons padrões de jornalismo seguidos pela Globo. Errado. Bom padrão — exceção feita à não admissão do erro — foi o de hoje. Mas o post de agora é sobre a OAB.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coelho, apareceu no JN afirmando que o ataque ao cinegrafista é um atentado à democracia. Está certo! Também acho.

Mas então é preciso perguntar: todas as vezes em que a seção da OAB do Rio se mobilizou — e isso aconteceu — para defender black blocs presos, estava fazendo o quê? Na minha opinião, atentando contra a democracia. Sim, todos têm direito a um advogado. Mas, naquelas circunstâncias, o que se tinha era uma farsa da suposta luta da sociedade livre contra o estado. Outras entidades se manifestaram e já falo a respeito delas. Mas a opinião que mais me irritou foi mesmo a do doutor.

Há quanto tempo venho escrevendo aqui sobre o lamentável comportamento da OAB do Rio? Mesmo com as evidências mais escancaradas de que as manifestações não eram pacíficas e de que os black blocs iam para as ruas para quebrar, incendiar, ferir, a seção local se negou, de forma determinada, a censurar os vândalos e sempre transformou a polícia na grande vilã. Sim, ela também errou. E bastante. Mas, no mais das vezes, reagiu à violência, não a provocou. Como eu estou assoviando e andando para o que os milicianos dizem de mim nas redes sociais e não dependo da opinião que eles têm sobre mim para escrever o que penso, então escrevo o que penso.

Simples.

Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 19:58


Partiu de um repórter da GloboNews, Bernardo Menezes — e espero que o fato lhe sirva de lição e a quem deu curso à informação falsa que ele veiculou sem uma verificação mínima —, a afirmação de que o artefato explosivo que atingiu a cabeça do cinegrafista Santiago Andrade tinha partido da polícia.

Infelizmente, a informação foi reproduzida ainda nesta manhã no “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo. O conjunto da obra é tecnicamente indesculpável (vídeo aqui). Sabem por quê?

As primeiras fotos que vieram a púbico sobre a agressão são da Agência Globo. Foi com base nelas que escrevi meu texto assegurando — por óbvio — que aquele troço não poderia ser uma bomba de gás ou uma bomba de efeito moral. Quem conhece os dois artefatos sabe que não produzem aquele tipo de luz, de faíscas, de fragmentos.

Eu conheço porque já enfrentei as duas. Mas ninguém precisa apanhar da polícia ou enfrentar bombas para conhecê-las. Basta a prudência. E, ouso dizer, é preciso ir para as ruas também com o espírito desarmado. Acho que jornalistas estão tão viciados em chamar manifestações violentas de “pacíficas” que já não conseguem enxergar o que ocorre. A ideologia — ou o preconceito — faz mais mal à visão do que a minha espetacular miopia.

E que se note: eu não neguei que fosse bomba só com base na minha “experiência”. Se a gente não toma cuidado, nada distorce tanto a verdade como estar no lugar em que os fatos acontecem. Um jornalista que estivesse em Dresden quando houve o ataque dos Aliados poderia ter a impressão de que os nazistas eram as vítimas na Segunda Guerra, não é? Espalhe repórteres entre os alvos de Bashar Al Assad, e ele parecerá o carniceiro que é. Como não os há entre os alvos de seus opositores, estes não parecem os carniceiros que também são. Mesmo tendo a certeza de que aquilo não era bomba de gás, de que não era bomba de efeito moral, tomei o cuidado de perguntar a dois policiais.

Não quero satanizar ninguém, não! Aqueles que deixaram a informação de Menezes ir ao ar, sem a devida checagem, devem dividir com ele a responsabilidade.

Coisas estranhas
Aliás, sabem onde li primeiro que NÃO ERA UMA BOMBA DA POLÍCIA??? Na edição online de “O Globo”, logo depois do fato. Sim, senhores! Aliás, havia lá também o testemunho de um repórter do jornal. Ele vira o artefato partir de um black bloc. MINUTOS DEPOIS, A INFORMAÇÃO DESAPARECEU DO SITE.

Ou seja: entre a versão daquele que viu a bomba (que bomba não era) partir da polícia e a daquele que vira o explosivo partir de um black bloc, o primeiro ganhou. Afinal, ele tinha a narrativa pior para as “forças da repressão”, né? A Abraji, que se intitula — e acredito que seja — uma associação de jornalistas “INVESTIGATIVOS”, preferiu emitir uma nota toda ambígua, sem investigar minimamente as imagens.

Eu publiquei um post às 22h52 evidenciando por que aquela coisa não poderia ter partido da polícia. Às 4h29 desta madrugada, lamentava a covardia da imprensa, que se negava a reconhecer o óbvio. O “Bom Dia Brasil” foi ao ar, sei lá, às seis e pouco da manhã. Já dava tempo, creio, não de ter me lido (os jornalistas da Globo certamente têm mais o que fazer), mas de ter visto as fotos e consultado alguns especialistas.

No texto que escrevi ontem e no comentário que fiz hoje de manhã na Jovem Pan, lamentei que a própria Band, em nota, tivesse flertado com a possibilidade de ser uma bomba da polícia.

Não sei como as duas emissoras vão se desculpar. Sei que devem desculpas: aos telespectadores e à Polícia Militar. O erro de visão e de jornalismo é grave porque muda a autoria de um crime grotesco, que ainda pode vir a ser um assassinato. De resto, trata-se de uma agressão à imprensa livre.

Para encerrar
Ouso dizer que algo assim estava pipocando na área, pronto para acontecer. Infelizmente, a indisposição dos jornalistas, especialmente das TVs, com as polícias e a determinação de tratar arruaceiros como manifestantes, sob a patrulha severa de milícias nas redes sociais, acabariam dando nisso. Esse tipo de comportamento não colabora para melhorar nem o jornalismo nem a democracia.

Não sou Catão de ninguém nem me atribuo esse papel. Mas conviria que o jornalismo brasileiro voltasse ao livro texto da Constituição. Liberdade de manifestação não se confunde com baderna.

Tenho a certeza de que haverá um claro e inequívoco pedido de desculpas.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 19:03



Leio na Folha que a Prefeitura de São Paulo decidiu lançar um “dicionário” de “paulistanês” para turista. Tem lá a sua graça e coisa e tal, mas, obviamente, é uma bobagem. Alguém já teve notícia de viajante que teve dificuldade de se orientar na cidade porque não entendeu esta ou aquela palavra faladas só por aqui? Se houvesse itinerário dos ônibus nos pontos já seria um ganho e tanto.

Descubro que está lá a definição de “coxinha”, a saber: “pessoa almofadinha, mauricinha, engomada ou apelido de policiais”. Sinceramente, nunca ouvi ninguém nesta cidade chamar policial de “coxinha”, mas pode ser… São tantas cidades na cidade, né?

Como vocês sabem, o termo “petralha”, uma criação deste escriba, já entrou para o Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa, né? Vejam.


Ainda não vi o do “paulistanês”, mas sei que não vão incluir “Supercoxinha”, que é como chamo o prefeito Fernando Haddad. Ele odeia o apelido. Numa entrevista, quase babou de ódio quando a jornalista tocou no nome deste humilde escriba (ler aqui). Criei a palavra em homenagem à incrível puxação de saco promovida por setores da imprensa nos primeiros meses de mandato do “homem novo”. Qualquer que fosse o problema, de enchente (no tempo em que chovia…) a espinhela caída, passando por unha encravada e questões transcendentais sobre o futuro, ele tinha uma resposta, ele tinha a solução. Tudo na ponta da língua e resolvido com saliva. Chegou-se até a anunciar a chegada da Nova Aurora quando se atravessasse o umbral do Arco do Futuro… 

Hoje, ele persegue canetas, lápis e cadernos dos pobres. Novo Homem.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 17:56

Haddad na posse: com a caneta que ele está tirando do bolso, assinou a ordem para cortar canetas dos pobres. Afinal, é um instrumento que tem de estar disponível para os que sabem usá-lo com correção

Como são pitorescos os petistas!

O prefeito Fernando Haddad, o “Homem Novo”, cortou canetas, lápis e cadernos do material escolar distribuído aos estudantes da rede municipal — material que ainda não começou a chegar, é bom que fique claro, a exemplo dos uniformes, também atrasados. Havia 41 itens no kit, agora reduzidos a 22. Bem, imaginem se a decisão tivesse sido tomada por um tucano. A rede petralha na Internet já estaria acusando a Prefeitura de detestar os pobres, de discriminar os humildes e, claro!, de ser também racista, já que alguém daria um jeito de demonstrar que a maioria dos beneficiários é composta de negros e mestiços. Vocês sabem como funciona a máquina de difamação dessa gente.

Pois bem. Setores da imprensa têm alguns, como posso chamar?, “queridinhos” na gestão Haddad. Roberto Porto, secretário de Segurança, é um deles. Outro é o da Educação, Cesar Callegari — que afirmou à Folha que a Prefeitura pode repor material escolar caso o novo kit se mostre insuficiente. Certo. Ao jornal, deu ainda uma declaração, como chamarei?, estonteante. Leiam.


Entendi. A pobrada estava deitando e rolando com o farto material que lhe fornecia a Prefeitura. Depois de uma pesquisa profunda, detalhada, meticulosa, os petistas concluíram que as donas de casa estavam usando folhas de caderno para fazer lista de supermercado. Lista de supermercado???

Em que mundo vive o doutor? Ninguém mais faz isso hoje em dia. Os hipermercados estão em baixa — as grandes redes aderiram ao modelo dos mercadinhos — porque não existe mais essa história de lista. As donas de casa vão comprando as coisas aos poucos, ao longo do mês. Mas, para sabê-lo, é preciso conhecer pobres de verdade, não aqueles que aparecem nos manuais petistas.

E parece que noto também uma certa tentação anticonsumista na medida de Callegari. Ao escrever, nesta manhã, sobre as baixarias da petezada contra a médica cubana, afirmei que o PT se mostra homofóbico, falso-moralista, misógino e racista se julgar que isso é episodicamente bom para o partido.

E, como a gente nota, sempre por bons e nobres motivos, pode ser também antipobre. O doutor Callegari acha que, se der menos cadernos, canetas e lápis para o povo, estará contribuindo para a sua educação. Caneta não é pra qualquer um; só para quem sabe usá-la.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 17:24


Um leitor me manda um vídeo que chega a ser engraçado. A qualidade não é lá grande coisa porque filmado à noite, com celular. Mas ele registra uma prática que está começando a se tornar corriqueira em Brasília: por onde quer que o governador Agnelo Queiroz (PT) passe, ele é aplaudido. Mas é puro escárnio. Vejam. Volto em seguida.



Retomo
Pois é… Agnelo é hoje o governador mais hostil à imprensa. Sempre cercado de seguranças — até aí, vá lá —, desenvolveu a técnica de olhar para o vazio e seguir adiante. Não gosta de ser confrontado com a sua obra. Intimamente, no entanto, ele realmente acredita que há quem possa aplaudi-lo. A frase dita por um dos rapazes do vídeo resume bem o sentimento que vai nas ruas — mesmo aquelas ruas tão particulares da capital: “Agnelo destruiu Brasília”.

É claro que as coisas caminham mal no Distrito Federal faz tempo — e ainda voltarei ao tema. Mas não havia nada de ruim que Agnelo não tenha conseguido piorar.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 16:56

Foi a ignorância ou a má-fé que levou alguns a achar que isso poderia ser uma bomba de gás lacrimogêneo?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai ser tolerante com os black blocs?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai confundir direito à livre manifestação com arruaça?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai primeiro condenar a polícia para depois apurar o que que aconteceu?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai fingir que as ditas manifestações são essencialmente “pacíficas” e depois fogem do controle?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai se calar sobre o cerco que sofre nas ruas — E QUE NÃO É DA POLÍCIA?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai esconder de telespectadores, de leitores, de internautas e de ouvintes que está sendo caçada nas ruas por bandidos disfarçados de sonhadores?

Até quando a imprensa brasileira vai confundir uma horda de comuno-fascistoides com democratas?

Até quando a imprensa brasileira, com raras exceções, vai puxar o saco de seus algozes?

Pronto! Agora os especialistas falam o que já era evidente desde o primeiro momento — bastava ver as fotos: o cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que foi gravemente ferido na manifestação desta quinta, no Rio, foi vítima de morteiro, ou algo parecido, mas não de bomba de gás lacrimogêneo.

Órgãos de comunicação e associações de jornalistas emitiram notas covardes a respeito, afirmando desconhecer a origem do artefato explosivo que atingiu Andrade — sempre presente a hipótese da bomba de gás.

Tenham paciência! Eu nunca cobri protestos de rua. Eu já fiz protestos de rua. Eu nunca reportei bombas de gás; eu já enfrentei bombas de gás. Só a ignorância alarmante ou a má-fé — eventualmente uma combinação das duas coisas —, diante daquelas imagens, poderia insistir na hipótese de que fosse uma bomba de gás ou de efeito moral. Desde quando produzem aquela luz? Desde quando produzem aqueles fragmentos? Desde quando têm aquelas características? Ninguém tinha o direito de se enganar depois da divulgação da primeira imagem.

Mas como resistir à tentação de condenar a polícia? Infelizmente, boa parte dos jornalistas detesta mais os policiais do que os bandidos. Sei que muitos babam de rancor quando escrevo essas coisas, mas eu sempre digo o que penso, mesmo quando não me pagam para isso.

Mas como resistir à tentação de puxar o saco dos ditos “manifestantes”? Afinal, tudo o que jornalista mais teme hoje em dia é cair na boca do sapo de grupelhos terrorististoides nas redes sociais. Muitos jornalistas hoje em dia querem mais ser amados do que se comprometer com a verdade.

Imaginem
Imaginem o escarcéu que não se estaria a fazer a esta altura se Andrade tivesse sido ferido pela polícia. Alguém dirá: “Ora, Reinaldo, é natural. A polícia está aí para proteger as pessoas”. É verdade! Mas e os manifestantes? Sua tarefa é agredir os policiais e os bens públicos e privados?

Ainda ontem li textos moralmente delinquentes afirmando que a polícia do Rio usou bombas de gás lacrimogêneo e que os manifestantes responderam com paus, pedras e depredações. Como é que é? Foi o contrário! Quem reagiu foi a polícia. Voltemo-nos um pouco para São Paulo. Não fossem duas câmeras de segurança, os policiais que atiraram no tal Fabrício Proteus estariam com suas vidas e carreiras destruídas. Como o algoz de manual era a vítima, e a vítima de manual era o algoz, não se fala mais do assunto.

As associações de jornalistas, no entanto, são incapazes de emitir uma nota de protesto sem aquele tom politiqueiro e demagógico que, no fim das contas, acaba acusando sempre a polícia. Uma delas cobra que o estado garanta o direito à livre manifestação. É? Quem, por acaso, a está ameaçando?

E a OAB do Rio de Janeiro? Continua a se comportar como babá de black blocs? Informa a VEJA.com:
Um fotógrafo da Agência O Globo que testemunhou e registrou a explosão afirmou, em entrevista ao RJTV, ter visto o momento em que um integrante do grupo Black Bloc acendeu o artefato e lançou na direção de policiais. O homem que acendeu o explosivo usava, segundo ele, calça jeans e camisa cinza. O comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), Luiz Henrique Marinho, estava a poucos metros do local e disse ter visto, no momento da explosão, manifestantes mascarados lançando bombas caseiras contra os policiais.

Pois é… Fica uma dica: de hoje em diante, ao contratar um jornalista, sugiro que uma questão seja considerada eliminatória: “Você conhece bomba de gás lacrimogêneo?”. 

Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 15:39


Ô profissão malvada esta! Chega a hora em que a gente é obrigado a elogiar uma ação, UMA SÓ!, até deste incrível Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal. Vejam bem: Agnelo é o tipo de político que não poderia ter sido criado pela ficção. Ele supera qualquer delírio criativo. Leio na VEJA.com que ele pressionou as empresas de outdoors a suspender a veiculação de peças publicitárias encomendadas pelo associação de policiais — que, na prática, comanda a carnificina no Distrito Federal — em defesa da indecente, da indecorosa, da absurda, da escandalosa, da criminosa “Operação Tartaruga”. Atenção! Moradores do DF contam-me que, na prática, ela continua.

O erro de Agnelo — afinal, ele não poderia acertar inteiramente, nem que fosse uma única fez — foi tentar fazer isso à socapa, à sorrelfa, como é do seu estilo, como é do estilo do seu partido, como costuma fazer essa gente, que é truculenta até quando está cumprindo um dever.

A operação já tinha sido considerada ilegal pela Justiça. A esta altura, homens armados com equipamentos do estado e que cruzam os braços deveriam estar presos. Sindicalismo é uma coisa, terrorismo é outra. Páginas da Internet de apoio ao movimento chegaram a comemorar o aumento do número de homicídios. E isso na unidade da Federação que tem o salário mais alto do país.

É inacreditável que a situação tenha chegado a esse ponto. A mobilização deletéria dos policiais militares data do fim do ano passado. Agnelo permaneceu inerte. O governo federal, que é quem paga o salário dos policiais, também não se mexeu. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, gosta é de ficar difamando, ainda que por vias oblíquas, a polícia de São Paulo.

Então é o seguinte: a gestão Agnelo é uma piada macabra, contada com a ajuda do governo federal. Mas é inaceitável que um sindicato de policiais faça publicidade de uma ação considerada ilegal pela Justiça, que está, na prática, matando pessoas. Mais: os outdoors estavam sendo postos em áreas públicas. O governo, neste caso específico, fez bem em mandar tirar — dentro de todo mal que faz à população do DF.

Que o sr. José Eduardo Cardozo não tenha ainda dado um murro na mesa, por ordem da senhora Dilma Rousseff, para pôr ordem na bagunça, eis omissões que são a cara dessa gente.

A Polícia Militar, está na Constituição, é uma força auxiliar de defesa. Está envolvida também com a segurança de estado. Gente que usa armas como instrumento de luta tem é de ir em cana — e há leis para isso. Se preciso, Dona Dilma que chame o Exército para pôr ordem no DF. No caso, não é preciso nem decretar a intervenção. O Distrito Federal já é uma área de segurança nacional de responsabilidade do governo federal. Acorda, soberana!Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 6:35







07/02/2014 às 5:32

José Geraldo: a cara do preconceito e da misoginia

O PT combate a homofobia, certo? Depende! Na disputa municipal de 2008, Marta Suplicy perguntou se um adversário era casado e tinha filhos. Assim, se for para vencer uma eleição, o PT pode ser homofóbico. A homofobia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.

O PT defende os direitos das mulheres, certo? Depende! Se for para sair de uma enrascada, o partido passa tratá-las como lixo. A misoginia petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.

O PT defende a liberdade sexual, certo, especialmente a das mulheres? Depende. Se for para defender a sua turma, pode chamá-las de devassas. O moralismo rombudo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.

O PT combate o racismo, certo? Depende. Se for para proteger os seus condenados, pode espalhar por aí que Joaquim Barbosa é um negro ingrato e traidor. O racismo petista é para garantir o bem maior: o poder do PT.

Nesta quinta, teve lugar na Câmara dos Deputados uma cena asquerosa, de uma vileza espantosa. O deputado José Geraldo (PT-PA) foi à tribuna para atacar a reputação da médica cubana Ramona Rodríguez, que desertou do programa “Mais Médicos”. O sujeito não se contentou em atacá-la profissionalmente, em desmoralizá-la tecnicamente, em dispensar-lhe o tratamento de objeto, que se joga de um lado para outro, como coisa. Eles fez chegar aos jornalistas uma carta que acusa a médica de, digamos, tendente à devassidão. Reproduzo o trecho de seu discurso que se refere a Ramona, extraído das notas taquigráficas. Volto depois. Segurem o estômago. Segue em vermelho, conforme o original.

Para terminar, eu quero dizer aos Deputados da oposição, Sr. Presidente, ao Mais Médicos, que podem levar a médica Ramona lá para o Goiás, para o Rio Grande do Sul; paguem um salário para ela, porque o Município do Pacajá não quer essa médica lá. Essa médica foi vista várias vezes totalmente embriagada, a ponto de que nem seus colegas cubanos querem ela mais lá. Eu estou falando porque é o Município de atuação parlamentar deste Deputado. São cinco médicos — três médicas e dois médicos —, e ela não se enquadra. A população quer médicos equilibrados. Infelizmente, numa leva de 10, 13, 15 mil médicos, aparece um ou outro que não tem como prestar um bom serviço à população.
E estou aqui com uma nota do Presidente do Conselho de Saúde do Município do Pacajá, esclarecendo que esta médica não faz falta nenhuma lá naquela cidade; muito pelo contrário, ela não era mais aceita nem pelos seus colegas, que vieram de Cuba.
Então, os Deputados de oposição, que a receberam em seu apartamento aqui em Brasília, podem fazer uma vaquinha, pagar um salário para ela, e podem levá-la para onde quiser, porque lá no Município do Pacajá nem o Prefeito nem Vereadores nem os seus colegas querem ela mais lá. É bom que ela volte para o seu país de origem, porque ela não tem condições prestar serviço médico aqui no Brasil.
Era esse esclarecimento. Estou aqui com a nota que o Presidente do Conselho Municipal de Saúde do Município do Pacajá me mandou, esclarecendo sobre o comportamento dessa médica, nos poucos dias que ela ficou no Município.

Retomo
E José Geraldo teve a indignidade de distribuir a tal carta da Presidente do Conselho de Saúde do Município de Pacajá, cujo prefeito é do PSB. Na carta, lê-se o seguinte (conforme o original):
“Ao chegar em Pacajá a Drª Ramona fez amizade com um comerciante local passando a frequentar a casa do mesmo, e por várias vezes ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica ficando visivelmente embriagada. Recentemente ao retornar à noite para casa onde se hospeda, trouxe consigo um homem estranho, no intuito de levá-lo aos seus aposentos e foi impedida pelas colegas que não concordaram com a presença do estranho por ser essa uma conduta proibida pelas regras de convivência da casa. Tal fato arruinou de vez a convivência da Drª Ramona com suas colegas de trabalho chegado a se indispor com enfermeiros e demais funcionários do hospital onde trabalhava”.

Assassinato de reputação
Eis aí. Essa é uma prática corrente das tiranias, especialmente das comunistas. Aquele que incomoda ou que é dissente é tratado como louco, como bêbado ou como devasso. Aliás, a carta da tal presidente do Conselho deixa claro em que condições moram os cubanos: em espécie de alojamentos, submetidos a regras coletivas. As pessoas estão impedidas de levar uma vida normal. E nem seria possível, já que ganham um salário de fome. Releiam o trecho. Ainda que o que vai acima fosse verdade, do que a médica estaria sendo acusada: de fazer sexo?

Se Ramona tivesse ficado quieta, de boca fechada, então não seria bêbada, relapsa ou devassa. Em outras circunstâncias, ONGs que defendem os direitos das mulheres sairiam em defesa da cubana. Desta feita, como vocês verão, não vai acontecer nada. A ministra Eleonora Menicucci, das Mulheres, também vai se calar. E não se deve esperar que Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, proteste.

Ora, como esquecer os espetáculos grotescos que esquerdistas protagonizaram no Brasil por ocasião da visita de Yoani Sánchez? Uma blogueira dissidente, que enfrenta uma ditadura, foi perseguida por uma malta em nosso país, e o Parlamento brasileiro abrigou discursos de pterodáctilos contra a sua presença. Ela não conseguiu participar de debates porque os vândalos não permitiam.

É nojento o que fez este deputado Zé Geraldo. Se as chamadas feministas do PT tiverem um mínimo de vergonha na cara, vão protestar com veemência contra a baixaria. Mas não farão isso.

O PT pode ser homofóbico se precisar.
O PT pode ser machista se precisar.
O PT pode ser misógino se precisar.
O PT pode ser até racista se precisar.Por Reinaldo Azevedo





07/02/2014 às 5:29


Leiam os dois primeiros parágrafos da minha coluna na Folha desta sexta:

Países não acabam, não encerram as atividades. Existirão sempre, de um jeito ou de outro, pouco importam as condições em que operem. Está em curso no Brasil uma lenta, porém contínua, degradação institucional. Sei bem como são as coisas. Nessas horas, os profissionais do “progressismo” costumam acusar de “apocalípticos” seus adversários “conservadores”, a “direita alarmista”. Bem, este escriba não acha que o país caminhe para o desastre. Nunca achou. Até o Sudão do Sul e o Haiti existem quando se é um empirista empedernido. Por que não existiria o Brasil? Não vislumbro a derrota final, mas a continuidade da mediocridade aviltante.

“Na ditadura era melhor?” Não, mas a pergunta é cretina. A democracia tem de ser avaliada segundo seus próprios valores. Há 20 anos –ou cinco…–, um vice-presidente da Câmara dos Deputados não receberia, a exemplo do que fez o sr. André Vargas (PT-PR), o presidente do Supremo com o punho cerrado, num ato de suposta resistência à decisão da corte suprema do país, que condenou larápios.
(…)
Íntegra aquiPor Reinaldo Azevedo






07/02/2014 às 4:29


Santiago Andrade é cinegrafista da Band. Na noite desta quinta, ele estava trabalhando. Cobria o chamado protesto contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio. Reajuste correto e necessário — a menos que você, leitor, acredite que existe almoço grátis. Marcharam contra a elevação da tarifa, de R$ 2,75 para R$ 3, os de sempre: partidos de extrema esquerda e, claro, os black blocs. Já não tenho estômago para ouvir repórteres na TV recitando um textinho de manual: “A manifestação era pacífica…”. Mentira! Nunca foi. Até porque os black blocs estavam na turma. E eles nunca são pacíficos. São os primeiros a confessar. Um artefato explosivo atingiu a cabeça de Santiago. Houve afundamento craniano. Já foi submetido a uma cirurgia e está em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar.

Vejam agora uma sequência de seis fotos, que registram o momento exato em que Santiago é ferido. Volto em seguida.


Os veículos de comunicação todos estão reticentes. Dizem não saber se Santiago foi atingindo por uma bomba de gás lacrimogêneo ou algum outro artefato. Não tinha visto ainda esta sequência. Agora vi. Desde quando bomba de gás — ou mesmo a de efeito moral — provoca essa luz? Que história é essa? Há testemunhos de que manifestantes — leia-se, no caso, bandidos — lançaram vários morteiros ou sinalizadores durante os confrontos com a polícia. A luz avermelhada registrada ali e os restos da explosão são, obviamente, compatíveis com morteiro ou sinalizador. Ainda que seja alguma outra coisa, não se trata de bomba de gás ou de efeito moral.

E a Polícia Militar só carrega essas duas. Os demais explosivos são levados para as ditas manifestações pelos arruaceiros. Até uma nota oficial da Band fala da hipótese de ser uma bomba de gás… Desde quando ela causaria aquela luz e provocaria o afundamento de crânio com a gravidade que está sendo noticiada? Não custa lembrar: um sinalizador, como aquele que matou o menino boliviano num estádio de futebol, pode atingir até 300 km por hora.

Associações de jornalistas e emissoras de TV divulgaram notas de solidariedade, mas se negam a censurar a violência explícita e organizada desses que são chamados de manifestantes. Manifestantes defendem ideias, pontos de vista, fazem reivindicação. Não saem por quebrando e incendiando tudo.

Mais uma vez, aquela turma de ontem decidiu depredar a Central do Brasil e as ruas do entorno. Partiram para o confronto com a polícia e hostilizaram, de novo, a imprensa. O jornalismo, no entanto, prefere olhar para o outro lado e se nega a dizer o nome dos seus agressores, uma gente que odeia a democracia, a liberdade e o estado de direito. É mentira! Eles não querem ônibus mais barato porcaria nenhuma! Querem se impor pela violência e pelo terror.Por Reinaldo Azevedo









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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905