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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com



Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com











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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)



22/02/2014 às 21:15



O cantor e compositor Lobão, também colunista da VEJA, é autor de uma frase-emblema destes dias, que define com precisão alguns líderes de esquerda, que virou camiseta: “PEIDEI, mas não fui eu”. Vou pedir ao meu amigo que envie uma a Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio (PSOL) e queridinho de alguns artistas do miolo mole, que confundem seus trinados com pensamento político.

Publiquei aqui um vídeo em que o tal ex-deputado federal Babá aparece numa algazarra promovida pelo PSOL queimando a bandeira de Israel. Quem queima a bandeira de uma pais — muito especialmente quando não é um nativo do lugar —, não está apenas discordando, de modo episódico, das escolhas do governo de turno. O seu ódio se dirige a uma nação, a um povo. É por isso que os extremistas do Irã queimavam bandeiras americanas quando o presidente era George W. Bush e seguem queimando bandeiras com Barack Obama. Eles não estão contra esse líder ou aquele, mas contra os EUA. Quando alguém queima a bandeira de Israel, está, na pratica, pedindo o fim do país.

No mesmo vídeo, aparece Marcelo Freixo pedindo votos para Babá; recomenda que os eleitores o escolham como vereador. Ou seja: Freixo pede votos para um sujeito que, na prática, pede o fim do estado de Israel. Republico o vídeo e volto em seguida.



Voltei
Muito bem. Na página de Freixo no Facebook, há um manifesto atribuído “a jovens judeus de esquerda” — parece ser, assim, um núcleo de jovens judeus do PSOL. O argumento mais forte que apresentam é este: a queima da bandeira e o apoio de Freixo ocorrem em eventos distintos. Ok. ATENÇÃO, PESSOAL! DOU DE BARATO QUE FREIXO NÃO ESTIVESSE NA MANIFESTAÇÃO. DIGAMOS QUE SEJA MESMO VERDADE. E DAÍ? PARA MIM, NÃO MUDA ABSOLUTAMENTE NADA! FREIXO PEDIU VOTOS PARA UM SUJEITO QUE QUEIMA A BANDEIRA DE ISRAEL. E vamos ver como o PSOL costuma tratar o país.

Reproduzo abaixo, em vermelho, o texto atribuído aos tais “jovens judeus” e volto em seguida. Os números e destaques que aparecem no manifesto são de minha lavra e servem para orientar a minha resposta.
*

1: Juventude Judaica tem ligação com Freixo

2: Mais uma vez a Veja ataca. E o faz de maneira vergonhosa. Reinaldo de Azevedo acusa sem nenhuma prova o Deputado Marcelo Freixo, do PSOL, de 3: participar de atos contra as posturas praticadas pelo estado de Israel e corroborar com a atitude da queima da bandeira deste país.

Em primeiro lugar, 4: o deputado não esteve presente aos atos que a Veja destaca e “muito menos aparece para meter as digitais”. 5: Isso é feito com uma compilação de dois vídeos diferentes com intenção de incriminar Marcelo Freixo.

Durante a campanha eleitoral para prefeito, em 2012, 6: esse vídeo veio a tona e o então candidato Marcelo Freixo fez questão de negar que participava dos atos e discordar publicamente da atitude do militante Babá. 7: E fez isso diversas vezes, sendo uma delas diante de 200 jovens judeus de esquerda que estavam felizes por ouvir alguém com capacidade para governar o Rio de Janeiro. Vários desses jovens não só deram seu voto ao deputado, como também foram as ruas fazer campanha.

Aos que imaginam que isso era estratégia eleitoral, Marcelo Freixo voltou a estar presente outras vezes com esses jovens judeus fora da campanha, estando presente em exposição sobre a vida do ex-primeiro ministro Itzhak Rabin, e 8: debatendo depois as semelhanças entre as ocupações das favelas pela polícia e a ocupação da Palestina por Israel. Isso mostra que o deputado sempre se mostrou disposto a debater a questão. De antissemita, Marcelo Freixo não tem nada.

9: Muitos de nós, judeus, temos muito orgulho de ter essa ligação com Marcelo Freixo. Continuamos apoiando-o em sua luta a favor dos direitos humanos, contra uma cidade entregue aos negócios e contra os ataques sofridos por ele pela grande mídia, 10: como a Rede Globo e esta reportagem vergonhosa da Veja, assinada por Reinaldo de Azevedo.

Quanto a acusação infundada de antissemitismo no PSOL, mais uma vez esta não se faz verdadeira. 11: Há uma discordância por parte das práticas do estado de Israel, com alguns em maior grau e outros em um grau menor. Assim como vários judeus fazem este debate de maneira profunda e também discordam destas práticas. 12: Vale ainda dizer que alguns membros desta juventude judaica são filiados e militantes do PSOL e não sofrem qualquer preconceito ou perseguição interna. Diante disso, pode-se dizer que o 13: PSOL tem tanto de antissemitismo quanto a Veja tem de transparência e qualidade.
Jovens Judeus de Esquerda

Respondo
1: “Juventude Judaica tem ligações com Freixo” uma pinoia! Alguns judeus jovens podem ter, mas não “a” juventude judaica.

2: “VEJA ataca uma ova!” Eu escrevi, não a VEJA. As minhas opiniões são as minhas opiniões, não as da revista. Até porque escrevo também na Folha e faço comentários na Jovem Pan. Se eu escrevesse o que pensa cada veículo, daria em cada um deles, uma opinião diferente sobre o mesmo assunto. Vão se instruir!

3: O ato de que participou Babá não era contra “posturas praticadas pelo estado de Israel” (aliás, “praticar posturas” é índice de analfabetismo…). Era contra Israel inteiro. Não mintam!

4: Freixo não esteve presente? E daí? Muda o quê? Pedir voto a um delinquente moral que queima a bandeira de Israel e estar presente ao ato, para mim, são a mesma coisa.

5: A “compilação dos dois vídeos” relata apenas o que aconteceu. Dois fatos estão ali:
a: Babá queimou a bandeira de Israel: fato!
b? Freixo pediu votos para Babá: fato!

6: Ele discordou de Babá? Só de Babá. Então leiam o item abaixo intitulado “Recado os supostos jovens judeus de esquerda do PSOL”

7: Ah, ficaram “felizes”, é? Acabo com essa “felicidade” indecorosa daqui a pouco — isso na hipótese de que esses jovens judeus psolentos de fato existam.

8: COMO??? Freixo, então, comparou a questão israelo-palestina à “ocupação das favelas”? É isso mesmo??? A delinquência intelectual assumiu essa proporção? E os sedizentes “jovens judeus” acharam isso bom???

9: É mesmo? Há “jovens judeus” que se orgulham da ligação com Freixo? Lamento duplamente: porque são jovens; porque são judeus (já falo mais a respeito).

10: Não é reportagem nem é da VEJA. É um post do Reinaldo Azevedo.

11: Sei: quando discordam, queimam a bandeira do país. Mas esperem mais um pouquinho…

12: Eu entendi errado, ou esses que se dizem “jovens judeus” estão se mostrando gratos por não serem discriminados? Não envergonhem a história de seus pais, de seus avôs, de seus bisavós, de seus ancestrais.

13: Isso, então, é reconhecimento da qualidade da VEJA.

Recado os supostos jovens judeus de esquerda do PSOL
O propósito de organizar uma “manifesto de jovens judeus” contra mim é um só: “Já que a gente é judeu (na hipótese de que esse grupo exista), e Reinaldo não é, então temos mais legitimidade para fazer do que ele para tratar da questão.

Nem a pau! A questão judaica, o antissemitismo, a existência de Israel, o Holocausto, todos esses temas são importantes demais para que sejam tratados apenas pelos judeus: SÃO TEMAS QUE DIZEM RESPEITO À HUMANIDADE. Se eles são assuntos judaicos o bastante para que Israel tenha o direito de se defender sem pedir autorização a ninguém — como qualquer país —, são também universais o bastante para que não-judeus, COMO ESTE CATÓLICO, reajam diante da indignidade.

Ah, então, vocês são judeus, e eu não? Não dou a mínima! Já recebi, digamos assim, o título de “judeu honorário” das comunidades de São Paulo e Rio — e não creio que seria diferente com outras, de outros estados — e, lamento por vocês, sinto-me mais preparado para defender a causa de Israel do que vocês. Façam o seguinte: conclamem a comunidade judaica a lotar, sei lá, o Morumbi e o Maracanã: aí apareçam lá com as teses do PSOL, e eu compareço com as minhas. Se a questão é saber com quem estão os judeus, eu topo o confronto. Comigo, não, violão! Eu não me intimido com esses faniquitos e correntes na Internet. E sou quem sou porque não me intimido.

Há um “núcleo de jovens judeus no PSOL”? Então concordam com esta mensagem, estampada na página do partido — e não recorram à canalhice de dar sumiço nela porque fotografei a imagem, com URL e tudo. Leiam (em vermelho). Segue-se a imagem. Volto em seguida.
O PSOL condena mais um ataque militar de Israel à Faixa de Gaza. Como sempre, em nome de causas supostamente nobres como “combater o terrorismo” se promove as maiores atrocidades e tudo isso com a conivência do presidente estadunidense imperialista Barack Obama.
Israel ao convocar 75 mil reservistas indica desejo de uma nova escalada à Faixa de Gaza. Somente uma forte e verdadeira solidariedade internacional pode conter esta possível ofensiva militar. Atos em todo mundo acontecem como denúncia e solidariedade.
O PSOL conclama seus militantes e lideranças a se manifestarem em defesa da Palestina Livre e quer do governo Dilma o cancelamento de relações diplomáticas como primeira medida imediata.
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL BRASIL


Retomo
Ok, ok. Defendem a “Palestina Livre” e coisa e tal. Dá pano para manga, mas não entro nisso agora. O que realmente é estupefaciente é pedir que o Brasil rompa relações diplomáticas com a única democracia do Oriente Médio e com o único país em que árabes podem experimentar um regime democrático. O PSOL nunca pediu que o Brasil rompesse relações com a Síria, por exemplo. Ou com o Irã. E, neste momento, está empenhado em defender o governo Chávez, sabidamente antissemita. Vão se catar! Vão se instruir! Vão se informar! E parem de falar em nome dos judeus.

Será que a mensagem acima é uma exceção? Leiam esta outra maravilha (em vermelho), extraída da página do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), um dos líderes mais mais importantes do partido (dentro de sua barulhenta e violenta desimportância). Segue-se também a imagem.
Há 64 anos, no dia 15 de maio, era criado unilateralmente o Estado de Israel. Para os palestinos, a data é lembrada como o dia da nakba, termo árabe que significa catástrofe, pois representou sua expulsão e a destruição de suas aldeias. A partir da partilha da Palestina, recomendada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947 através da criação de um Estado judeu e um Estado árabe, até 15 de maio de 1948, 800 mil palestinos se tornaram refugiados.
Lamentavelmente, a sessão da ONU foi presidida por um brasileiro, Oswaldo Aranha. Esse processo deliberado de limpeza étnica continua ainda hoje.
(…)
É urgente que o governo brasileiro, que hoje se converte em segundo maior importador daquele Estado, pare de comprar tecnologia de defesa testada sobre os palestinos que vivem uma ocupação criminosa e discriminação cotidiana, com seus direitos humanos fundamentais violados dia após dia.


Retomo
Como se vê, o preclaro começa lamentando a criação do Estado de Israel. Ele acha que foi um infortúnio ter sido um brasileiro a presidir aquela sessão histórica da ONU. E também ele pede que o Brasil rompa relações comerciais com a única democracia do Oriente Médio.

O tal manifesto dos “jovens judeus de esquerda” vem assinado por “Maurício Goldberg Neto” — que, como se vê, tem avô, que teve avô antes dele etc. Você é Goldberg, rapaz, e eu sou Azevedo, mas não o considero mais habilitado do que eu para tratar da questão israelo-palestina.

Freixo pediu votos para um delinquente político que queima a bandeira de um país. Isso é apenas um fato. O PSOL, como partido, é hostil a Israel. Uma de suas mais importantes lideranças publica um texto lamentando a criação do estado judaico.

Existe “jovens judeus de esquerda” que se identificam com o PSOL??? É uma escolha. Até porque, moçada, quem disse que, por mecanismos muito complexos, que lidam com a ideia de uma culpa que não há (mas fazem o quê?), não possam existir judeus antissemitas? Existem! E, em certa medida, são os mais perversos porque, afinal de contas, usam a sua condição para tentar provar que sua visão de mundo é correta e isenta.

Pra cima de mim, não! Já vivi o bastante para cair nesse truque. E os judeus que conhecem a historia também.

Se ainda não entenderam, posso exibir fotografias e lhes refrescar a memória. Tenham um pouco mais de compostura histórica, se lhes falta a compostura moral.

Está respondido, “jovens judeus de esquerda”?Por Reinaldo Azevedo





22/02/2014 às 5:32


Henrique Pizzolato é uma fonte permanente de desmoralização da mitologia inventada pelos petistas sobre o mensalão. Fico imaginando como devem se sentir os bananas que eventualmente tenham colaborado para a vaquinha dos mensaleiros… Por que digo isso? Reportagem da Folha informa que Pizzolato comprou três imóveis na Espanha: dois apartamentos de luxo e um de classe média.

Dois deles ficam no condomínio Urbanización Costa Quebrada, na cidade de Benalmádena, coladinhos ao mar. Foram unidos num só para o conforto de Pizzolato e Andrea, sua mulher. Cada apartamento padrão tem 140 metros quadrados e está estimado em 450 mil euros — R$ 1,5 milhão. Vale dizer: só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisa pedir esmola paga pagar multa! Dá uma peninha, né?

O casal consta na lista de estrangeiros residentes na cidade desde 2010, mas o endereço fica num terceiro apartamento.

Uma coisa ao menos a gente sabe: se for extraditado para o país, ele não precisará fazer vaquinha, né?

Por Reinaldo Azevedo





22/02/2014 às 5:27


Por Diego Braga Norte, na VEJA.com:
O presidente do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, associação dos profissionais de imprensa venezuelanos), Guia Tinedo, informou nesta sexta-feira que entre os dias 12 de fevereiro – data inicial dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro – e 20, ao menos 55 jornalistas sofreram algum tipo de agressão na Venezuela. Em uma entrevista transmitida pelo canal Globovisión, Guia revelou que dos 71 casos registrados neste ano, a última semana responde por mais de 77%.

Guia manifestou preocupação com a crescente onda de ataques contra jornalistas e o impedimento do trabalho da imprensa. Desde o início dos protestos, jornalistas já tiveram seus equipamentos ‘confiscados’ – eufemismo para roubados, pois os profissionais não conseguem recuperá-los – e também foram agredidos por policiais e milícias bolivarianas. Entre os casos de violência registrados, a CNP divulgou um vídeo mostrando policiais agredindo um jornalista do jornal Panorama, em Maracaibo, cidade ao norte do país. Ao lado de outros jornalistas, como o secretário-geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP, na sigla em espanhol), Carlos Correa, o presidente da ONG Espaço Público, Bernardino Herrera, e outros, Guia também mostrou preocupação com a situação de censura da mídia e criticou a postura do governo contra a CNN.

Nesta sexta, em mais um ataque contra a liberdade de imprensa, o governo venezuelano, através do Ministério de Comunicação e Informação, cancelou os vistos de trabalho de quatro profissionais da rede americana CNN, a correspondente Osmary Hernández, a apresentadora Patricia Janiot e de sua produtora, e do repórter Rafael Romo. “Já basta de propaganda de guerra, eu não aceito propaganda de guerra contra a Venezuela! Se não se corrigirem, fora da Venezuela, CNN! Fora!”, bradou Maduro em um discurso televisionado.

A CNN disse não ter sido notificada sobre o processo e, como se fosse necessário, rechaçou a afirmação de que a cobertura das manifestações tenha o intuito de servir como “propaganda de guerra” contra a administração. “Nós abordamos ambos os lados da tensa situação que vive a Venezuela, embora o acesso aos funcionários do governo seja muito limitado. Esperamos que o governo reconsidere sua decisão. Mas seguiremos informando sobre a Venezuela da forma justa, acertada e balanceada que nos caracteriza como uma empresa jornalística”, diz um comunicado da emissora.

Protestos
Ainda que a noite em Caracas pareça calma, novos protestos são esperados para este sábado na capital e nos estados de Táchira, Carabobo, Mérida e Bolívar, redutos onde o governo bolivariano sofre mais críticas. Maduro tenta sufocar as manifestações em várias frentes. Além da repressão policial, o ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, sinalizou que pode suspender o suprimento de combustível em “zonas de cerco fascistas”, mas sem mencionar os estados. Em Táchira, estado no extremo noroeste do país, os moradores sofreram com o corte de serviços essenciais, como eletricidade e telefonia, após grandes manifestações desta semana.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 19:16


Por Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo, no Estadão Online:
A taxa de aprovação ao governo Dilma Rousseff caiu de 43% para 39% desde o início de dezembro, segundo pesquisa Ibope/Estadão feita entre os dias 13 e 17 deste mês. Após a onda de protestos de junho, o porcentual dos que consideram o governo ótimo ou bom caiu de 55% para 31% (julho), subiu para 38% (agosto), oscilou entre 37% e 39%(setembro a novembro), voltou a subir para 43% (dezembro) e agora baixou quatro pontos porcentuais.

O governo tem taxas mais baixas de aprovação entre o eleitorado com menos de 24 anos (35%), escolaridade superior (26%) e renda superior a cinco salários mínimos (34%). Em termos regionais, sua pior avaliação se concentra no Sudeste (33% de ótimo e bom) e no Norte/Centro Oeste (32%).

A aprovação é maior nos segmentos com mais de 55 anos (45%), escolaridade até a quarta série (50%) e renda de até um salário mínimo (49%). No Nordeste, a taxa chega a 51%. O levantamento revelou ainda que 58% da população é a favor da realização da Copa do Mundo no Brasil. Outros 38% são contra. Para 43%, o evento trará mais benefícios que prejuízos para o País, e 40% acham o contrário. O levantamento do Ibope foi feito em 141 municípios. Foram ouvidos 2.002 eleitores.

Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais, a aprovação ao governo pode estar entre 37% e 41%. No levantamento anterior, de dezembro, poderia se situar entre 41% e 45%. A chance de a taxa ter sido de 41% na pesquisa anterior e na atual, porém, é de apenas 0,12%, segundo cálculos do Estadão Dados – por isso, pode-se afirmar com segurança que houve queda na avaliação positiva.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 19:06


Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou na tarde desta sexta-feira a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Condenado a sete anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, Jefferson cumprirá a pena em regime semiaberto no Rio de Janeiro. A Polícia Federal informou que ainda não recebeu a ordem de prisão.

O processo contra Jefferson havia se encerrado (trânsito em julgado) no dia 15 de novembro, quando os primeiros condenados no mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e os petistas Delúbio Soares e José Genoino, tiveram a prisão decretada. Porém, sucessivos recursos pedindo que o ele pudesse cumprir pena prisão domiciliar adiaram para este ano o início da execução da pena.

Responsável por denunciar o mensalão, Jefferson tenta conseguir autorização da Justiça para cumprir sua pena em regime domiciliar. Ele se recupera de uma cirurgia para a retirada de um câncer no pâncreas e precisa de medicamentos e dieta específicos. A defesa chegou a anexar ao processo do mensalão cópia de sua dieta nutricional, que inclui salmão defumado, geleia real e suco batido com água de coco.

Com a decisão sobre Jefferson, 23 condenados no julgamento do mensalão já começaram a cumprir pena nos regimes fechado, semiaberto e aberto. Apenas o ex-assessor João Cláudio Genu e o ex-doleiro Breno Fischberg, que recorreram à Corte por meio de embargos infringentes, ainda não tiveram as ordens de prisão decretadas.

Embora a ordem de prisão de Jefferson determine o regime semiaberto, ele conseguiu pelo menos um parecer favorável à prisão domiciliar. O secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP), Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, encaminhou ao STF a recomendação de que o ex-deputado fique em casa e use uma tornozeleira eletrônica.

Em sentido contrário, também em resposta ao STF, a Divisão Médico-Ambulatorial da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou que ele poderia ser acompanhado normalmente por um clínico e ter consultas periódicas com um médico oncologista do sistema público, já que é tratado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para o poder público, não haveria impedimentos para que a dieta e a medicação do mensaleiro fossem providenciadas.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 18:49



Ai, ai… Por que eles nunca são um só, mas sempre uma legião, como os demônios? Antipatizo com hienas. Não é pela feiura, não. É que sempre atacam em bando. Nunca exibem, assim, aquela grandeza heroica que, às vezes, têm os leopardos, até os leões. Não! Sempre em turma. Também não sabem rugir: emitem uns sons estranhos, entre o ganido e o miado, pequeninos, quase sorrateiros, mas que, em grupo, formam uma melodia desagradável. Então tá. Chega dessa apreensão pessoal da zoologia. Vamos falar de outras espécies.

Mandam-me aqui um texto de um tal Juliano Zaiden Benvindo, que é professor da Universidade de Brasília. Pelo tom do sujeito que enviou a mensagem, ele só pode ter colhido o artigo em algum blog sujo financiado por estatais. Bem, bem, bem… Passaram ao rapaz professor a tarefa de provar que o ministro Gilmar Mendes não é de nada; que, como jurista, é um zero à esquerda. Notem que, até agora, o petismo e o petralhismo já disseram o diabo de Mendes, menos que fosse tecnicamente ruim. Isso nunca.

Juliano Benvindo, investindo-se do papel do zagueiro cabeça de bagre voluntarioso, pegou a bola na hora da cobrança do pênalti e disse: “Deixa que eu chuto”. E chutou. A bola se perdeu no mato. Se tiverem paciência, leiam o texto. O bruto começa anunciando a montanha. Censura a tradição de pouco debate no Brasil, que sempre acaba na crítica pessoal. Logo, entende-se que ele fará outra coisa, nunca uma crítica… pessoal. Escreve:
“No Brasil, contudo, infelizmente, a cultura constitucional é voltada para bajular o que temos. Nossa cultura ainda é fortemente marcada pela personalização das relações, não se construindo uma possível percepção de que criticar um trabalho, uma decisão, um texto, entre tantas outras atividades, possa ser algo diverso do que uma crítica pessoal.”

Em vez da montanha, o rato. Vejam lá. O resto de seu texto é um ataque dirigido à pessoa de Gilmar Mendes. Segundo diz, não passa de um compilador de jurisprudência — quando até seus adversários intelectuais reconhecem nele um criador de jurisprudência. Ainda nesta quinta, foi citado por advogados dos mensaleiros. O rapaz não se refere aos livros de Mendes, ao conteúdo de sua obra, não diz por que ela é ruim. Nada!

Entende-se, aliás, que o principal defeito da obra em livro do ministro é… vender bem! Não sei se o dito-cujo já publicou alguma coisa; se publicou, certamente vendeu mal. Também publico livros e, como direi?, sou bem-sucedido. Não sei de bons vendedores de livros que considerem isso um defeito. Há, sim, quem venda pouco e não dê bola para a questão, certo da qualidade de sua obra — às vezes, com razão. Mas todos os que acham que vender muito é um defeito vendem pouco.

A propósito: por que será que os livros de Mendes “vendem bem”, já que não se trata de uma compilação de humor, de pílulas de sabedoria ou de textos de autoajuda? Vai ver os leitores de sua obra especializada são bobos e ainda não se deram conta da sabedoria superior do tal Benvindo… Insisto: se tiverem paciência, leiam o texto do homem e tentem encontrar a demonstração de sua tese. Não há.

Ataques como esse, oriundos de um mundo SUPOSTAMENTE ACADÊMICO, são expressões do espírito de um tempo. Onze anos de petismo no poder degradaram o Parlamento, o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público, tudo… Mas nenhum setor se rebaixou tanto e se tornou tão asqueroso como a academia — com as exceções de praxe.

Gente paga com dinheiro público para pensar não tem vergonha nenhuma de ser esbirro de um partido político. O sujeito que mandou a diatribe do Benvindo me fez um favor. Resolvi entrar na página do cara no Facebook. Lá está ele, de bate-pronto, atacando Mendes por conta de suas questões sobre a “vaquinha” petista. Está revelado, vamos dizer assim, o motivo original da sua fúria bucéfala, que se esqueceu dos argumentos. Na UnB, integra a tropa de choque das várias correntes de esquerda que por lá se aninham, aliando-se claramente com o petismo — pouco importando se é filiado ao não.

Uma estirpe
Quando bati o olho em seu nome, sabia que aquele sobrenome há havia passado por mim… “Zaiden Benvindo, Zaiden Benvindo…” Cheguei logo a Aldo Zaiden Benvindo, assessor do Ministério da Saúde e membro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas. Também alinhado com o “pudê”!!! Esse rapaz participou ativamente do “Congresso Internacional Sobre Drogas – 2013”, realizado em Brasília, no ano passado. Vocês se lembram. Escrevi alguns posts a respeito. Foi lá que o notório delegado Orlando Zaccone defendeu a legalização “da produção, do comércio e da distribuição de todas as drogas”. Tratou-se de um suposto “congresso internacional”, patrocinado pelo governo Dilma e por órgãos federais, para o qual só foram convidados debatedores favoráveis à legalização das drogas. Não era um congresso, mas um convescote de gente que concordava entre si. Uma vergonha!

Mandaram-me tempos depois um vídeo com a fala de Aldo Zaiden Benvindo, o irmão do desafeto de Mendes. O rapaz começa, de cara, com uma referência encoberta a este blogueiro. Ataca, com uma frase vulgar de efeito, as “críticas reacionárias” na imprensa que o tal congresso estaria recebendo. Eu fui o único a criticar. Todos os demais veículos de comunicação elogiaram. Ele foi muito aplaudido, claro!, porque os que poderiam eventualmente vaiar ou simplesmente não aplaudir não tinham sido convidados. Essa gente é muito valente entre os seus. É como black bloc. Quando em bando, partem pra porrada. Segue o vídeo. A fala está no comecinho. Volto depois.



Pois é… Estamos lidando com uma estirpe, né? Aldo, aquele que acha que o “vitupério na boca de certas pessoas é elogio”, é casado com Joana Zylbersztajn, ex-secretária-executiva adjunta do ministério chefiado por Gilberto Carvalho e atual chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Fernando Haddad.

“Por que evocar esses parentescos, Reinaldo?” Para evidenciar que estamos lidando com uma espécie de nova aristocracia do poder. Como se diz em Dois Córregos, a cada enxadada, uma minhoca. Basta entrar no Google, e você perceberá que eles são uma legião.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 16:59


A jornalista Rachel Sheherazade foi mandada para um poste moral por conta de um comentário que fez quando um menor que costuma praticar roubos foi atado por moradores a um poste com uma tranca de bicicleta. Já escrevi a respeito e deixei claro que não concordo com boa parte da abordagem que ela fez. Mas parte da sua observação era e é procedente. Quando afirmou ser “compreensível” que moradores tomem suas próprias medidas, não quis dizer que é desejável, que o caminho é esse. Fizeram, evidentemente, uma superinterpretação de sua fala porque a consideram ideologicamente incômoda.

Muito bem! O mesmo menor voltou a delinquir e voltou a apanhar. Vocês sabem a mania que tem esse povo cruel de não gostar de ser assaltado, né? Pô! As vítimas desses “dimenores” têm de entender que estão apenas dando a sua cota a uma política informal de distribuição de renda, poxa! Mais: existe luta de classes, como todos sabemos, e os assaltados integram o grupo dos bandidos; os assaltantes é que são os verdadeiros mocinhos. Como é que ninguém percebe isso?

Reproduzo, em vermelho, trecho da reportagem de Leslie Leitão, na VEJA.com. Volto em seguida:
O jovem assaltou, com outros quatro rapazes, uma turista canadense na Avenida Atlântica. Em seguida, o bando tentou roubar os pertences de um turista inglês. Esta vítima, no entanto, reagiu, e correu atrás dos garotos. Um grupo de pessoas que presenciava a cena decidiu cercar os fugitivos, mas só conseguiu deter dois deles.

Começou, então, uma sequência de tapas. Sentindo-se acuado, o menor que ficou preso pela tranca no início do mês lançou mão da fama que angariou naquele episódio: “Eu sou o do poste! Parem de bater”, gritou.

E, de fato, as agressões cessaram. Os dois jovens foram mantidos no local até a chegada da Polícia Militar. E, novamente, na delegacia, o jovem do episódio do poste voltou a se identificar como tal, para se proteger de agressões: “Você sabe com quem está falando? Eu sou o menor da tranca”, disse, aos policiais.

Voltei
Se há dote que bandido de qualquer idade ou classe social tem é o de aprender com a experiência. É evidente que o “Dimenor” percebeu que virou uma celebridade. Tive informações de que, talvez, ele seja portador de um déficit intelectual importante — hipótese que tem de ser investigada e que deve, então, merecer a devida resposta do estado —, mas a agilidade com que ele apelou ao “sabe com quem está falando?” sugere o contrário. Não estou afirmando, mas fazendo uma conjectura.

A fala do rapaz ao ser preso, mais uma vez, evidencia como aquele episódio distorceu a verdade dos fatos. Apegaram-se mais ao simbolismo piegas do que à realidade. Sintetizo o espírito de certas intervenções:
“É a imagem de um país que cultivou a escravidão por mais de 300 anos!”
“Não fosse um negro, não fariam isso”.
“Eis mais uma prova de racismo”.
“É o povo brasileiro que está no tronco”.

Quanta bobagem!
Quanta vigarice!
Quanta conversa mole!

Até parece que brancos não são linchados todos os dias Brasil afora. O YouTube traz uma penca de horrores. Até parece que fazer justiça com as próprias mãos é algo assim tão raro num país em que há mais de 50 mil homicídios por ano — sem que se saiba, na esmagadora maioria das vezes, a autoria.

Amarrar bandidos em poste resolve alguma coisa? Não! Torna ainda pior o que é ruim, mas é evidente que não é possível criminalizar, por princípio, a sociedade que reage. É preciso coibir, sim, a justiça feita pelas próprias mãos, mas é preciso compreender, então, a natureza do fato.

O rapaz atado ao poste não era expressão de racismo, da crueldade com que são tratados os pobres, da perversidade das elites, nada disso! Até porque, atenção!, ESSES JUSTIÇAMENTOS SÃO FEITOS POR POBRES — a esmagadora maioria de pobres que decide trabalhar, que decide estudar, que decide ganhar a vida honestamente. Um país em que o rendimento médio do trabalhador é pouco superior a R$ 1.900 — você que me lê: tente morar com isso, pagar escola com isso, ir ao cinema com isso, comer com isso — é um país… pobre!

A reação àquele episódio lamentável foi para o lado errado! Os pruridos politicamente corretos vieram à flor da pele como urticária ditada pela boa consciência. E só.

Mesmo discordando de boa parte da fala de Sheherazade — que foi mandada para o poste —, a verdade insofismável é que ela estava mais no assunto do que boa parte dos textos lacrimejantes e hipócritas que se escreveram a respeito.Por Reinaldo Azevedo

Tags: violência




21/02/2014 às 16:02


Ai, aí… Na minha coluna de hoje, na Folha, desmonto uma mentira acintosa contada por um esquerdista. E encerro observando que a mentira é mais útil à causa das esquerdas do que a verdade, ou facínoras como Lênin, Stálin, Mao não seriam reverenciados.

Muito bem: um comentaristas do texto, Fabrizio Wrolli, tentando apelar à ironia, arma sempre complicada quando não se tem a devida destreza, resolve tentar um malabarismo retórico. Observa lá, referindo-se diretamente a mim:
“Sei que faltou espaço, Reinaldo, e não deu para completar sua lista de homicidas. Se me permite, eu mesmo tentarei acrescentar alguns nomes: Hitler, Mussolini, Dollfuss, Franco, Salazar, Caetano, Laval; Banzer, Papa Doc, Baby Doc, Somoza, Noriega Stroessner, Médici, Videla, Pinochet…”

Comento
Fabrício, Fabrício… Por que você não lê o que está escrito, rapaz!, não o que você acha que escrevi? E eu não escrevi, porque seria mentira, que a esquerda tem o monopólio dos homicidas. Eu estou apontando é a imoralidade de haver muitos que os cultuem ainda hoje. Não será você um deles?

Mas aceito desafios. Tirando Hitler da conta, todos os outros, somados, não conseguiriam empatar com os dois milhões assassinados por Pol Pot. Hitler incluído — e quantos outros asquerosos de extrema direita você queria colocar —, não mataram um terço do que matou Mao Tsé-tung ou metade do que matou Stálin.

Fora de alguns círculos muito restritos, próximos da psicopatia ou francamente sociopatas, onde estão os admiradores desses todos a que você se refere? Na Alemanha, por exemplo, o culto à memória de Hitler é proibido. E acho isso bom! Na China, no entanto, está em curso uma recuperação da imagem de Mao — sim, é tudo pilantragem, mas está.

No que concerne ao Brasil, você deveria ter incluído Getúlio Vargas na lista, que matou mais do que todo o regime militar.

Mas note, rapaz: não se trata de fazer um campeonato de homicídios — não há como ganhar da esquerda; não tem jeito; Stálin e Mao não permitiriam. Em meu texto, aponto o fato de esses homicidas serem considerados heróis. E pode acrescentar na lista Che Guevara, o Porco Fedorento. Esse matava e depois ia escrever memórias com apelos de baixa poesia para enganar trouxas.

E segue enganando trouxas até hoje.Por Reinaldo Azevedo

Tags: ideologias




21/02/2014 às 15:16


O preço elevado das commodities primárias mascarava os desequilíbrios das contas externas brasileiras, e assim foi por muitos anos. Menos o país estava fazendo a coisa certa do que vivendo do crescimento econômico acelerado de estranhos — refiro-me à China. A crise americana e europeia tornava o país atraente para a entrada de certo capital, que decidiu se mandar.

Muito bem, a balança comercial era que segurava o rombo das contas externas, certo? No ano passado, já não fosse o truque com as plataformas da Petrobras, o Brasil já teria tido um déficit de, no mínimo, US$ 5,5 bilhões. Teria sido o primeiro em 12 anos. Em 2014, é certo como a luz do dia que haverá déficit — a menos que Guido Mantega tenha mais algumas plataformas escondidas no bolso do colete, mas terá de haver muitas… E se terá, então, o primeiro déficit em 13 anos.

Fiquem tranquilos que o governo… Que o governo nada! A turma perdeu a capacidade de ver o que vem pela frente — aliás, nunca teve; nossa sorte eram os outros. “Ah, o Brasil tem reservas a dar com pau…” À diferença dos diamantes, não são eternas. O fato é: hoje, mais saem dólares do que entram — e não é pouca coisa. Por enquanto, o governo Dilma não teve nenhuma ideia melhor do que culpar a desaceleração da China e a retomada do crescimento nos EUA.

Vamos ver o que ela propõe na campanha.

Leiam o que informa a VEJA.com:
Rombo nas contas externas tem novo recorde em janeiro, aponta BC

O Brasil registrou déficit recorde de 11,591 bilhões de dólares nas transações correntes de janeiro, influenciado, sobretudo, pelo fraco desempenho da balança comercial e pelas remessas de lucros e dividendos das empresas — cifra que não foi coberta pelos investimentos estrangeiros diretos (IED). No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o rombo nas contas externas do país ficou em 3,67% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira. Economistas já previam elevado saldo negativo — de 11,7 bilhões de dólares. O déficit registrado no mês passado está levemente acima do apurado em janeiro de 2013, que foi de 11,3 bilhões de dólares.

O BC informou ainda que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 5,098 bilhões de dólares no mês passado, melhor do que o esperado – de 4 bilhões de dólares -, mas insuficientes para cobrir integralmente o saldo negativo do mês.

O déficit nas transações correntes, que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior, foi impactado pelo déficit recorde de 4,058 bilhões de dólares na balança comercial em janeiro.

O BC informou ainda que as remessas de lucros e dividendos somaram 2,499 bilhões de dólares em janeiro, ante 2,068 bilhões em igual mês do ano passado. Pesaram também os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens, que somaram 1,478 bilhão de dólares, ante 1,603 bilhão de dólares em igual mês do ano passado.

A trajetória das contas externas do país tem se deteriorado de maneira mais intensa desde meados de 2013. Esse fator, aliado à inflação e à deterioração fiscal, constitui a principal razão para a crescente desconfiança do investidor externo em relação ao Brasil. Analisando, sobretudo, as contas externas dos países emergentes, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgou um relatório há algumas semanas apontando quais países estavam em situação mais vulnerável em relação a possíveis turbulências causadas pela retirada dos estímulos. O Brasil foi citado pelo Fed como um dos mais vulneráveis.

Apesar da saída de capital registrada nos últimos meses (em 2013, o fluxo cambial ficou negativo em 12,261 bilhões de dólares), o BC verifica uma leve retomada da entrada de moeda estrangeira no país. Segundo relatório parcial do fluxo cambial de fevereiro, o BC informa que a entrada de dólares superou a saída em 318 milhões de dólares na primeira quinzena do mês. Os ingressos se deram, diz o BC, pela chamada conta financeira, que registra a entrada de investimentos estrangeiros diretos no país.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 14:55


Na VEJA.com:
O governo da Ucrânia e os principais líderes da oposição assinaram nesta sexta-feira o acordo que prevê a antecipação de eleições e a formação de um governo de coalizão e unidade nacional, com o objetivo de conter a crise que sacode o país desde o fim do ano passado. As propostas do acordo foram anunciadas nesta manhã pelo presidente Viktor Yanukovich.

De acordo com a rede BBC, o anúncio da assinatura foi feito por representantes da Alemanha, França e Polônia, que participaram das discussões e também assinaram o acordo. Eles saudaram as duas partes pela “coragem e compromisso”. O embaixador americano no país, Geoffrey Pyatt, apontou um “avanço”. Os três líderes opositores que assinaram o documento foram o ex-boxeador Vitali Klitschko, líder do partido Udar; Arseniy Yatsenyuk, do segundo maior partido ucraniano, o Pátria; e Oleh Tyahnybok, do partido nacionalista Svoboda. O representante russo que participou das discussões não assinou nada.

Apesar do otimismo, não está claro se os manifestantes que ocupam praças em várias cidades do país e têm pedido a renúncia do presidente Yanukovich vão aceitar o compromisso – e permanecem dúvidas sobre o poder de influência dos líderes oposicionistas sobre eles. De acordo com a BBC, diversas pessoas entrevistadas que permanecem na Praça da Independência, em Kiev, manifestaram que só aceitam a saída imediata de Yanukovich. Um dos movimentos organizados, o radical Setor de Direita, divulgou em sua conta no Twitter que não está alinhando com os líderes opositores.

Além das eleições antecipadas, que devem acontecer até no máximo dezembro, o acordo prevê a restauração da antiga Constituição de 2004 – que limitava o poder do presidente –; uma reforma constitucional, que deve ser completada até setembro; a abertura de investigações para apurar os recentes atos de violência cometidos pelas autoridades e pelos manifestantes. Também está previsto que o governo da Ucrânia não vai impor mecanismos que declarem estado de emergência e que os manifestantes e as autoridades vão frear qualquer escalada de violência. Já a coalizão deve ser formada nos próximos dez dias. O acordo também prevê que os manifestantes devem entregar armas ilegais a partir do momento em que for aprovada a lei que restaura a antiga Constituição. De acordo com Arseniy Yatsenyuk, o acampamento da Praça da Independência, em Kiev, que tem sido o epicentro dos protestos, vai permanecer até que todas os itens do acordo sejam cumpridos.

Minutos depois da divulgação da assinatura do acordo, o Parlamento ucraniano começou a votar algumas das medidas. A volta da antiga Constituição de 2004 foi aprovada com 386 votos — eram necessários 300. Além disso, os deputados aprovaram uma anistia geral para todos os manifestantes que foram presos nas últimas semanas ou para aqueles que foram processados ou poderiam ser indiciados. O Parlamento também aprovou a destituição do ministro do Interior do país, Vitali Zakharchenk, que comandou a repressão aos protestos nos últimos dias.

O acordo anunciado pelo governo ucraniano ocorre depois de a capital Kiev presenciar, nesta quinta, um banho de sangue no pior dia desde o início dos protestos contra o governo de Yanukovich – o momento mais dramático desde a separação da União Soviética. Os confrontos entre a polícia e manifestantes deixaram cerca de 100 mortos e 500 feridos – o governo admitiu 77 mortes e 577 pessoas feridas, mas a oposição conta mais óbitos. O clima se aproximou de uma guerra civil, com franco-atiradores disparando contra ativistas, que também usaram armas letais contra a polícia.

Corpos de manifestantes foram levados para a recepção do hotel Ukrania, na Praça da Independência, cobertos com lençóis e guardados por profissionais de saúde que atendiam os feridos. Vídeos postados na internet mostram o ponto dramático a que chegou a crise. Em um deles, homens armados efetuam disparos. Em outro, um grupo tenta avançar usando escudos como proteção quando tiros são disparados e algumas pessoas caem feridas no chão. Em seguida, feridos e mortos são carregados em macas improvisadas.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 6:25



Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 6:13

Reintegração de posse em Itaquera: PMs foram recebidos como de hábito

Se a presidente Dilma Rousseff não tomar cuidado, Gilberto Carvalho leva o seu governo para um buraco ainda mais profundo. Ainda que, no fim das contas, todos eles sejam petistas, não custa lembrar que há aqueles que sonham com a volta de Lula — e Carvalho é um deles. Podem reparar: todas as áreas hoje conflagradas do país passam por sua pasta. Quero aqui tratar do primeiro caso: uma reintegração de posse em São Paulo, executada, por decisão judicial, pela Polícia Militar.

O busílis é o seguinte. Em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, foi construído um conjunto habitacional de 940 apartamentos dentro do Programa Minha Casa Minha Vida. Existe um cadastro para a ocupação desses imóveis. Trata-se de uma política pública, e é evidente que, dada a natureza do programa, isso tem de ficar sob o controle do estado. Bem, os imóveis foram invadidos por ditos movimentos de sem-teto, e a Caixa Econômica Federal — aquela que costuma patrocinar alguns blogs sujos que atacam a Polícia Militar de São Paulo —, que administra o programa, recorreu à Justiça pedindo a reintegração de posse, que foi concedida pela Justiça.

Então, leitor! Quando a Justiça manda fazer uma reintegração de posse, a executora da medida é a Polícia Militar, aquela mesma tratada aos tapas por petistas municipais, estaduais e federais. A PM não pode escolher não ir, dar de ombros, mandar o juiz plantar batatas. Foi. E os policiais foram recebidos como de costume: paus, pedras, porrada. E reagiram com os instrumentos legítimos que têm à mão, como bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral — que já são as alternativas mais civilizadas às armas letais. Quem sai mal no retrato? Acaba sendo a PM, não é?, que parece estar lá para esmagar os coitadinhos. O nome da Caixa nem apareceu.

E, agora, o PT e Carvalho
O PT é, originalmente, o grande organizador de movimentos de sem-teto cidades afora — e há alguns grupelhos radicais que escaparam a seu controle. Eles foram, por exemplo, alguns mais ativos militantes em favor da eleição de Fernando Haddad à Prefeitura. Quem, no governo, faz a chamada “interlocução” com esses movimentos sociais? Acertou quem chutou “Gilberto Carvalho”. Na sua pasta, há até uma subsecrataria só para falar com esses “líderes”.

Ocorre que Carvalho não é exatamente um homem que concorre para amenizar ou evitar os conflitos. Ao contrário. Ele os instiga. E foi o que fez na quarta-feira, num seminário no Ministério da Justiça, ao dar estas declarações, conforme registrou a Folha Online.


Onde estava Carvalho?
Onde estava Gilberto Carvalho no caso da reintegração de posse de Itaquera, pedida pela CEF, que diz respeito a programa do governo federal? Consta que havia três mil moradores lá. Não é o ministro que faz a interlocução com os tais “movimentos sociais”? O homem não deus as caras. Na desocupação do Pinheirinho, no entanto, quando o solicitante não era o Planalto, esse patriota mandou seu braço-direito, Paulo Maldos, fazer proselitismo entre os moradores, instigando o confronto.

É preciso que fique claro que esses movimentos de sem-teto existem para alimentar os… movimentos de sem-teto. Eles se tornaram atravessadores das casas populares. Pessoas igualmente pobres, que aguardam na fila, acabam preteridas porque os “invasores”, recrutados em todo canto, chegam antes.
Quem conhece o movimento por dentro me diz que há “invasores volantes”, isto é, que “moram” em vários lugares. São profissionais da ocupação. O que interessa é sequestrar o maior número possível de imóveis para o “movimento”. Atenção! Esses ditos “líderes”, na cidade de São Paulo, já ganharam o direito de distribuir uma cota de casas entre os seus “filiados”. Trata-se da mais escancarada privatização do bem público.

Quem deveria estar cuidando do assunto, tentando impedir a pistolagem? Gilberto Carvalho. Em vez disso, ele é um incitador.

Proposta a deputados
Tenho uma proposta a fazer aos deputados estaduais de São Paulo — os não petistas, claro! Sempre que a PM tiver de fazer uma reintegração de posse solicitada por alguém ente público, um representante desse ente tem de estar presente no local. Mais: durante a operação, um policial fica com um megafone: “Esta operação está sendo realizada por ordem da Justiça, em favor de TAL ORGANISMO”.

O que não dá mais é para continuar esse espetacular show de covardia: Carvalho e seus esquerdistas insuflam os ditos “movimentos sociais”, e a Polícia Militar que se vire e apareça depois no noticiário como truculenta.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 6:09


Há tempos vocês perceberam que três ministros da presidente Dilma disputam o meu coração: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) — Ideli Salvatti concorre em outra categoria. Tudo bem pesado, ninguém supera Carvalho no absurdômetro, até porque ele é, tenho de admitir, mais inteligente que a soma dos outros dois e mais poderoso também — é a maior influência no PT depois de Lula. Mais: é o interlocutor de toda a ala vermelha da Igreja Católica — e não me refiro, é claro!, ao sangue de Cristo, para o qual a dita-cuja não dá a menor bola.

Na quarta-feira, como já vimos, Carvalho participou de um seminário no Ministério da Justiça sobre mediação de conflitos. Foi lá que andou exercitando a sua fala perigosa. Censurou o estado brasileiro — o Executivo também, do qual ele próprio faz parte — por cultivar “uma mentalidade que se posiciona claramente contra tudo aquilo que é insurgência”.

Ou por outra: para Carvalho, o bom seria se o estado, ora vejam!, incentivasse a insurgência, entenderam? E ele deixou isso claro! Expressou o seu desconforto com o fato de o governo ser obrigado a tomar medidas com as quais não concorda — aquelas, sabem?, de manutenção da lei e da ordem. Vejam o vídeo com sua fala aparentemente mansa. Volto em seguida.



O vídeo não dá conta do contexto. O encontro que se fazia ali, meus caros, vituperou, entre outras coisas, contra decisões do Judiciário que determinam, por exemplo, a reintegração de posse de áreas privadas invadidas — áreas essas, no mais das vezes, de pessoas que têm títulos legais de propriedade; áreas que, depois de 100, 200 anos, em razão da militância de ONGs, voltam a ser… “indígenas”!

O vídeo deixa claro de que lado está Carvalho: contra os proprietários. A sua proposta, vejam lá, é aumentar a “mediação”. O nome parece bacana. Na prática, o que se quer é igualar “invasor” e “invadido”, de sorte que, entre partes supostamente iguais e legítimas — um para tomar o que é legalmente do outro, e esse outro para se defender do esbulho —, surja o intermediário, que buscará um consenso.

Ora, não é preciso ser muito bidu para perceber que, nessa perspectiva, o proprietário vai apenas saber o tamanho da sua perda. Esse é o homem que Dilma escolheu para negociar com “movimentos sociais”.

Fala mansa
Será que Carvalho sempre fala manso assim? Procurem saber como atuou este senhor e seu braço-direito, Paulo Maldos, na desocupação de uma região chamada chamada Marãiwatséde, em Mato Grosso. O tal Maldos foi o coordenador do grupo de trabalho. Nessa área, havia uma fazenda chamada Suiá-Missú, que abrigava, atenção!, um povoado chamado Posto da Mata, distrito de São Félix do Araguaia. Moravam lá 4 mil pessoas. O POVOADO FOI DESTRUÍDO. Nada ficou de pé, exceto uma igreja — o “católico” Gilberto Carvalho é um homem respeitoso… Nem mesmo deixaram, então, as benfeitorias para os xavantes, que já são índios aculturados. Uma escola que atendia a 600 crianças também foi demolida. Quem se encarregou da destruição? A Força Nacional de Segurança. Carvalho e Maldos foram, depois, para a região para comemorar o feito. Republico este vídeo, que mostra o que restou daquela comunidade.



Nota
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil emitiu uma nota contra a fala de Carvalho no seminário. Transcrevo a íntegra.
*
É com perplexidade que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) toma conhecimento, pela imprensa, das manifestações de um ministro de Estado e de um alto funcionário do Ministério da Justiça, desmerecendo o Poder Judiciário brasileiro.

Ao participarem da apresentação de pesquisa sobre conflitos de terra, realizada por uma ONG notória opositora do agronegócio do país, o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o Secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Caetano, defenderam a mediação como medida mais eficiente para resolver os problemas fundiários, relegando a um segundo plano o papel da Justiça.

Preocupa especialmente a CNA a defesa, por autoridades, da submissão de conflitos de enorme complexidade a mediadores ideologicamente comprometidos, em substituição a magistrados imparciais, protegidos por garantias constitucionais e selecionados com impessoalidade, por meio de rigorosos concursos públicos. O ministro defende a criação de uma escola de mediadores sem esclarecer qual será o currículo e quem serão os professores destes futuros substitutos de juízes.

Por outro lado, a afirmação, presa a dogmas ultrapassados, de que “a velha figura do latifúndio contra o pequeno proprietário continua existindo no país” mostra desconhecimento da realidade do campo. Baseia-se na noção do latifúndio improdutivo, quando é sobremaneira sabido que a propriedade rural brasileira é altamente produtiva e a principal responsável pelo crescimento econômico.

Estas declarações ganham especial relevância neste momento em que o Ministério da Justiça insiste em não dar cumprimento a decisões judiciais de reintegração de posse, em favor de produtores do sul da Bahia que tiveram suas terras invadidas por índios. As liminares concedidas pela Justiça Federal e confirmadas pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região garantem o direito de propriedade. Nestes casos, a crítica do ministro Gilberto Carvalho quanto à inexistência “de posição neutra no aparelho do Estado brasileiro” é contrária à efetividade da Justiça e ao Estado de Direito.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) repele firmemente tais aleivosias e contra elas lutará, em defesa da Constituição e da ordem jurídica.

Brasília, 20 de fevereiro de 2014.
Senadora Kátia Abreu
Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 5:59


Leiam trecho da coluna:
*
Vladimir Safatle, possível candidato do PSOL ao governo de São Paulo, surpreendeu os leitores deste jornal ao acusar, em sua coluna de terça, a polícia de ser responsável pela morte de quatro manifestantes: Cleonice Vieira de Moraes, Douglas Henrique de Oliveira, Luiz Felipe Aniceto de Almeida e Valdinete Rodrigues Pereira. Seriam, asseverou, apenas algumas das vítimas das PMs. A palavra delicada para definir a afirmação é “mentira”. As polícias, felizmente, não mataram ninguém nos tais protestos.

Cleonice, uma gari, morreu em Belém de infarto. Varria rua quando houve um confronto entre manifestantes e a PM. Inalou alguma quantidade de gás lacrimogêneo e teve infarto depois disso, mas não por causa disso. O filósofo deve conhecer a falácia lógica já apontada pelos escolásticos: “post hoc ergo propter hoc” — “depois disso, logo por causa disso”. Nem tudo o que vem antes é causa do que vem depois. É como no filme “Os Pássaros”, de Hitchcock. Tudo se dá depois da chegada da loura, mas a loura é inocente, Vladimir! A notícia sobre a morte está aqui.

Douglas e Luiz Felipe morreram ao cair do viaduto José Alencar, em Belo Horizonte. Não há evidências de que estivessem sendo encurralados pela polícia. Ainda que sim, seria preciso examinar as circunstâncias. Leia sobre as mortes de Douglas e Luiz Felipe.

A mentira sobre Valdinete é mais escandalosa (aqui). Foi atropelada por um motorista que havia furado um bloqueio no Km 30 da BR-251, em Cristalina, em Goiás. No mesmo episódio, morreu outra mulher, Maria Aparecida. Elas decidiram botar fogo em pneus para cobrar melhorias no distrito de Campos Lindos — nada a ver com os protestos dos coxinhas vermelhos. O motorista de um Fiat Uno não parou, atingiu as duas e sumiu. Elas não fugiam da violência policial.
(…)

Para ler a íntegra da coluna, clique aquiPor Reinaldo Azevedo






21/02/2014 às 5:57

Ivan Lins e Caetano Veloso no ato de desagravo a Freixo. Não se disse uma palavra de solidariedade à família de Santiago Andrade

Ah, mas eu estou cada vez mais interessado no senso muito particular de moralidade do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), aquele flagrado numa estranha e suspeita proximidade com os black blocs e que, para se defender, decidiu gritar: “Conspiração!”. E chamou os socialistas milionários da Zona Sul do Rio para sair em seu socorro, acusando os outros, claro, de reacionários.

Um leitor do Rio me envia um artigo da deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ), publicado no jornal “O Dia”. Mesmo com tudo o que sei de Freixo, há coisas que eu realmente ignorava, presentes no artigo da deputada. Não sabia, por exemplo, que a mulher de Freixo trabalha no gabinete de um vereador do PSOL do Rio e que, antes, havia trabalhado no de um outro, também do partido. Uma legenda como o PSOL, dados os socialistas da orla, pode ser uma janela e tanto de oportunidades, né? Transcrevo o texto de Cidinha Campos em azul. Volto depois.

Freixo, o intocável
Era previsível a reunião de “desagravo” a Marcelo Freixo. Esquerdistas do Posto 9, humanistas do Leblon e turistas da política em geral gritaram: “Com ele não!!!”. Mas por que não? Todos os homens públicos não estão sujeitos a ter a sua conduta questionada em algum momento da vida? Mas Marcelo Freixo, enfant-gaté da esquerda caviar, não.

Ter dois advogados em seu gabinete, pagos com dinheiro público, trabalhando num instituto que defende black blocs, só seria questionável se o contratante fosse o Bolsonaro. Freixo não! Sem falar nos outros dois advogados na mesma situação exonerados recentemente.

Nepotismo, ainda que cruzado, só é feio quando praticado pelos outros. Freixo não! Sua mulher, Renata Stuart, é funcionária do vereador Renato Cinco (aquele que doou dinheiro para a Sininho), mas já passou pelo gabinete de Eliomar Coelho, todos do Psol. Imagina se fosse o Renan?

Taí um partido generoso com as esposas dos companheiros. A mulher do ex-deputado Milton Temer, Rosane Andrade de Aguiar, que recentemente passou com o marido temporada de três meses em Paris, é empregada no gabinete da liderança do Psol, onde também bate ponto (será?) Cristiane Pena Dutra, esposa do bombeiro Daciolo, aquele que colocou fogo na greve dos bombeiros.

Quando o telhado é do Psol, ninguém pode jogar pedra. O senador Randolfe Rodrigues (AP) — também presente ao “desagravo” a Freixo — foi acusado de receber um mensalinho. Ficou indignado porque saiu no jornal. Mas quando é o Zé Dirceu…

Conheço bem o Freixo. Fui vice-presidente da CPI das Milícias, junto com outros seis companheiros. Eu e minha família fomos ameaçados por Cristiano Girão, hoje preso fora do estado. A imprensa — essa mesma que hoje ele acusa de perseguição — nos ajudou e muito na investigação. Da parte dele, nenhuma palavra de agradecimento.

Estranhei a ausência da deputada Janira Rocha no “desagravo” a Freixo. Depois do escândalo em que meteu, não convinha mesmo dar as caras. No “desagravo”, também não vi manifestações de solidariedade à família de Santiago Andrade. No Facebook do deputado, tem uma declaração formal: “Sinto muito. Minha mulher trabalhou com ele.” E se fosse um policial a ter a cabeça estourada? Ele se solidarizaria? Ou policial só é legal na sua segurança pessoal?

O deputado tem um jeito muito particular de lidar com a democracia e a liberdade de imprensa. Para Marcelo Freixo, a mídia só é boa quando ele é a fonte ou a estrela.

Voltei
O PSOL herdou da nave-mãe, o PT, essa mania de desagravos, abaixo-assinados, essas patacoadas. Basta que seus valentes se vejam sem saída, que não tenham resposta para as coisas óbvias, lá vem um movimento de solidariedade.

Nos anos 1980, ficou famosa uma história do tempo em que Marilena Chaui era uma espécie de Marcelo Freixo da várzea do rio Pinheiros, onde fica o campus principal da USP. A mulher escreveu um livro chamado “Cultura e Democracia” que trazia algumas páginas que eram mera cópia de um livro de Claude Lefort, de quem ela havia sido aluna e amigona. José Guilherme Merquior acusou o plágio? Sabe o que fizeram os esquerdistas da várzea? Um abaixo-assinado contra… Merquior!!! E ainda acusaram “a direita” — sempre ela, coitada! — de estar tentando desautorizar uma grande intelectual. Os fatos quer se danassem.

Assim fizeram os que foram lá emprestar seu apoio a Freixo: os fatos que se danem. Mas eles existem.

Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 5:55


Uma crise com a violência que se vê na Ucrânia não explode da noite para o dia. Há por lá menos desejo de se integrar à Europa do que rancor da Rússia, que foi, afinal de contas, o centro do império soviético. Mesmo depois da desintegração desse império, o país nunca deixou de ser uma espécie de satélite russo. E velhos ódios ficaram guardados, para explodir agora.

Poucos países pagaram um preço tão alto para construir a antiga União Soviética. Entre 1930 e 1933, calcula-se que pelo menos 3,5 milhões de ucranianos morreram de fome em razão da política de coletivização da agricultura empreendida por Stálin. A Ucrânia era considerada uma espécie de celeiro dos soviéticos. Os relatos da fome nesse período são aterradores.

Há até uma palavra para designar o que se chama de “holocausto ucraniano”: holodomor, que significa “extermínio pela fome”. No livro “A Corte do Czar Vermelho”, Simon Sebag Montefiore transcreve telegramas de agentes de Stálin enviados ao país que, entre relatos burocráticos, afirmam chegar a aldeias em que toda a comunidade estava morta. Estima-se que o ditador mandou nada menos de 350 mil ucranianos para campos de trabalho forçados. Uma lei para punir camponeses que roubassem alimentos foi criada pensando na Ucrânia: atendia pelo simpático nome de “Apropriação Indevida de Propriedade Socialista”.

Stálin estava convencido de que os ucranianos buscavam sabotar o seu esforço e deslocou para o país um enorme contingente de agentes da polícia política. O resultado foi trágico. O tirano determinou um bloqueio à Ucrânia, e a região estava proibida de receber qualquer alimento de outras regiões. Aos mesmo tempo, os camponeses não podiam cruzar a fronteira do país em busca de comida.

“A Rússia atual não é a União Soviética”, dirá alguém. Mas é evidente que é a sua herdeira. Se o estopim das manifestações foi a recusa do presidente do país, Viktor Yanukovytch, de levar adiante o seu plano de integração à Europa, o que há, de verdade, é uma reação à condição de eterna submissa da Rússia.

Um país não sai de uma relativa paz para uma situação de guerra civil se ódios antigos não restam ainda vivos nas consciências. É o que se viu, por exemplo, no desmantelamento da Iugoslávia. Repúblicas que até então pareciam viver em paz resolveram reciclar dissensões seculares.

Noto — e isto precisa ser dito — que também os protestos fugiram do controle, e há táticas de luta que podem, sem favor, ser chamadas de terroristas. Não parece que os líderes de oposição estejam se comportando também da forma mais responsável. De todo modo, não se vislumbra uma saída civilizada para o governo — este ou outra que venha a assumir — que não passe por uma maior independência em relação à Rússia.Por Reinaldo Azevedo

Tags: Ucrânia




21/02/2014 às 1:01


Na VEJA.com:
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, relator do valerioduto mineiro, afirmou nesta quinta-feira que só tomará uma decisão sobre o futuro da ação penal contra o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB) depois da conclusão do julgamento dos recursos do mensalão. ”Só vou divulgar a minha decisão sobre a ação penal que envolve o ex-deputado Eduardo Azeredo após o julgamento, na próxima semana, da ação penal 470 [do mensalão]. Não gostaria que houvesse qualquer superposição entre os dois casos”, afirmou Barroso.

O tucano renunciou ao mandato de deputado federal nesta quarta-feira. Como consequência, Azeredo perdeu o direito ao foro privilegiado, prerrogativa que os parlamentares têm de serem julgados apenas pelo Supremo. A tendência é que a ação de Azeredo seja remetida do STF para a Justiça Federal de Minas Gerais. Ministros do STF avaliam que, na atual fase do processo, a renúncia do tucano não configuraria uma manobra para adiar o julgamento. No início do mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação do agora ex-deputado federal a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. Janot comparou a situação do tucano à do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado no processo do mensalão.Por Reinaldo Azevedo





21/02/2014 às 0:05


Na VEJA.com:
A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva de Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de disparar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade. Os dois já estavam presos temporariamente. Foi aceita a denúncia do Ministério Público, que os acusa por homicídio doloso (com intenção) triplamente qualificado — motivo torpe, sem dar chance de defesa à vítima e com emprego de explosivo —, além do crime de explosão. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. O advogado Wallace Martins, um dos que representam os acusados, afirmou que entrará com pedido de habeas corpus requerendo que a dupla responda o processo em liberdade e tentará modificar a qualificação penal para homicídio culposo, quando não há intenção de matar.Por Reinaldo Azevedo





20/02/2014 às 19:03


Na VEJA.com:
O oposicionista Leopoldo López, que se entregou à polícia venezuelana na terça-feira, depois de o presidente Nicolás Maduro responsabilizá-lo pela violência que se seguiu às manifestações contra o governo bolivariano, responderá na Justiça pelas acusações de conspiração. Segundo a legislação venezuelana, se condenado, López pode pegar uma pena superior a 10 anos de prisão. Segundo o jornal El Universal, os advogados de López afirmaram que as autoridades não incluíram no processo os crimes de assassinato e terrorismo, que a Justiça havia imputado contra o opositor antes de sua rendição. A próxima etapa do trabalho da defesa será garantir um habeas corpus para o político responder às acusações em liberdade, informou o jornal El Nacional.

De acordo com o advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez, a Justiça venezuelana não tem provas suficientes para manter o opositor preso antes do julgamento. “Ele permanece detido em uma prisão militar durante o desenrolar do processo, mas existe judicialmente uma grande possibilidade de que em 45 dias, quando terminar o processo de investigação da promotoria, o Ministério Público esteja absolutamente convencido de que López não cometeu nenhum delito. O chamado que ele fez esteve dentro dos parâmetros constitucionais”, disse Gutiérrez, em alusão ao fato de López, o diretor nacional do partido opositor Vontade Popular, ter convocado os jovens e descontentes com o governo de Maduro a se manifestarem nas ruas.

A defesa também declarou que “a privação de liberdade pode ser revisada por um tribunal de maior hierarquia e revogada”, uma vez que não há indícios que liguem López aos crimes descritos no processo. Com relação às condições da penitenciária em que o político se encontra, Gutiérrez disse que López está “em um estabelecimento fechado, com pouca iluminação e que não tem boas condições”. “Está em condições difíceis, mas ao menos sua vida e integridade estão resguardadas até certo ponto”, afirmou.

As tensões decorrentes da prisão de López e dos conflitos entre opositores e autoridades venezuelanas continuaram presentes nesta quinta-feira nas ruas do país. Para ampliar a repressão sobre os manifestantes, o governo anunciou que o porte de armas de fogo no estado de Táchira foi suspenso temporariamente. O Exército também foi deslocado para patrulhar as ruas, enquanto um novo contingente da Guarda Nacional será enviado para a região. Os confrontos durante os protestos resultaram até o momento na morte de cinco pessoas, incluindo a jovem Genésis Carmona, de 22 anos, eleita Miss Turismo de Carabobo no ano passado.

Nesta quinta-feira, o presidente americano Barack Obama também enviou um alerta para Maduro atender as reinvindicações dos manifestantes da oposição. O pronunciamento do democrata foi feito após o mandatário venezuelano expulsar três funcionários consulares dos Estados Unidos do país. “Ao invés de desviar a atenção de seus próprios fracassos expulsando diplomatas americanos com falsas acusações, o governo deveria se concentrar em atender as reivindicações legítimas do povo venezuelano”, afirmou Obama.Por Reinaldo Azevedo





20/02/2014 às 18:54


Se petistas fossem ao menos seres lógicos, já seria um avanço porque isso aumentaria, digamos assim, a humanidade da conversa. As falas estúpidas vão se multiplicando, inclusive por intermédio da Al Qaeda eletrônica nas redes sociais. Então vamos ver.

O senador Humberto Costa (PT-PE) diz que Eduardo Azeredo renunciou a seu mandato na Câmara “para evitar que o STF se posicione e para tirar o foco do PSDB”. É mesmo? Por quê?

Os petistas não são os primeiros a dizer que essa história de mensalão não tem a menor importância eleitoral? De certo modo, têm razão: Lula foi reeleito depois do escândalo, e Dilma se elegeu em 2010.

Irmão de José Genoino, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) — aquele cujo assessor, um pobre-coitado, apareceu com a cueca recheada de reais e dólares — saiu-se com uma patacoada: “Era fundamental garantir a ele [Azeredo] a justiça que foi negada ao PT”.

Como é que é, doutor? Justiça negada ao PT? Então vamos ver:

1: se, antes do início do julgamento, todos os que detinham foro especial por prerrogativa de função tivessem renunciado, o processo não teria ficado no Supremo;

2: ocorre que os petistas e seus associados apostaram que tinham mais chances de absolvição no Supremo do que na Justiça comum;

3: quando se deram conta de que não era bem assim, já era tarde;

4: os petistas mantiveram o foro especial porque quiseram. João Paulo Cunha, por exemplo, não apenas fez questão de se candidatar a deputado como teve o topete de, réu em três crimes — corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro —, presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

5: com o julgamento já em andamento, o sr. José Genoino teve a cara de pau de assumir um mandato na Câmara e integrar também a… Comissão de Constituição e Justiça;

6: já condenados, decidiram fazer uma “vaquinha” na Internet para arrecadar dinheiro, debochando da Justiça;

7: De resto, independentemente das consequências, se o processo migrará ou não para a primeira instância, a renúncia é livre.

E encerro lembrando que, ainda que Azeredo tenha renunciado pensando na campanha de Aécio Neves à Presidência, melhor essa postura — mesmo ele se dizendo inocente — do que a daqueles que se orgulham de malfeitos já comprovados nos autos e que fazem praça dos crimes pelos quais já são condenados.Por Reinaldo Azevedo




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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905